- Nossa Alice, eu ainda não entendo como um convento consegue ter aulas tão chatas assim! – falei enquanto saíamos da nossa última aula que havia sido Francês.
- Eu também não entendo Rose. As aulas aqui são realmente insuportáveis.
- Que bom que por hoje acabou, porque acho que se eu tivesse que ficar mais um minuto em uma sala de aula eu ia surtar. – falei rindo.
Alice começou a rir. Ela ria tanto que até engasgou. E eu ria da sua risada estridente.
E foi assim que nós entramos no refeitório, rindo como duas loucas, de braços dados e equilibrando pilhas de livros em nossos braços.
- Rosalie, Alice, venham aqui! – ouvi Jéssica Stanley chamar-nos para sentar em sua mesa.
Olhei para Alice com cara de dúvida e vi ela assentir. Sorri para Jéssica enquanto Alice me puxava para a mesa.
Nós nos sentamos uma do lado da outra.
- Vocês ficaram sabendo que a Kate e a Tanya bateram na Gabriella hoje de manhã porque a Gabriella tinha brigado com a irmã mais nova delas, a Irina? – começou Jéssica a tagarelar.
- Não, mentira? – indagou Alice.
- Verdade meu bem. – Jéssica sorriu satisfeita com o resultado da sua fofoca – A Kate e a Tanya bateram tanto na Gabriella que me falaram que talvez a Gabi nunca mais volte a andar.
- Que horror! – Alice disse.
- Horror mesmo. – concordei só para parecer que eu realmente estava interessada na conversa delas.
Jéssica continuou a tagarelar sobre outros assuntos com Alice, mas eu não me preocupei em ouvir. Olhei para o fim do corredor, e fixei meu olhar na grande janela que dava para o lindo jardim florido.
E então, eu o vi. Ele estava de perfil para mim, sem camisa e com um olhar atento ao que ele fazia.
Seu corpo parecia ter sido esculpido á mão por um daqueles grandes artistas, ou talvez até por anjos. Seus olhos azuis brilhavam tanto que eu podia ver o brilho deles até em seu perfil. Os cachos negros estavam bagunçados por causa do vento frio.
Ao olhar para ele, assim, com o peito nu, pude perceber que ele era realmente o cara mais bonito e sexy que eu já tinha visto em toda a minha vida. Ele era tão lindo que podia ser até comparado com um daqueles deuses gregos antigos.
Eu estava completamente fissurada em sua imagem que demorei a perceber que ele também olhava para mim. E quando percebi, senti uma quentura tomar conta de meu rosto, e tive certeza que eu estava mais vermelha que uma pimenta.
Ele abriu seu lindo sorriso de covinhas para mim percebendo o quanto eu estava vermelha. Tentei sorrir de volta, mas isso só fez com que eu corasse mais.
Desviei meu olhar dele e voltei minha mente para as tagarelices de Jéssica.
- ...então, também não acreditei quando eu ouvi que Elena tinha ido embora do convento para se casar. Fiquei perplexa com isso. – disse Jéssica para uma Alice bem atenta.
- Alice, eu acho melhor nós pegarmos um lanche e irmos para o quarto, porque já está ficando tarde. – falei cutucando o ombro magro de Alice.
- Tudo bem. – ela disse para mim e depois se virou para Jéssica: - Amanhã nós conversamos mais.
- Ok, xúxú. – disse Jéssica.
- I know that you love me. Xoxo, Gossip Girl. – Alice disse rindo e Jéssica riu também.
- I love you my gossip girl. – Jéssica respondeu.
Elas riram de novo e depois Alice mandou um beijo para Jéssica, pegou meu braço e me puxou para o restaurante.
- O que você quer comer Rose? – ela perguntou.
- Não estou com muita fome, então... Eu quero uma salada verde com palmito e salame e um suco de laranja pequeno sem açúcar, por favor. – Falei virando-me para a garçonete.
- E eu quero uma porção média de nugtes assados, um suco de laranja médio e um pão sírio com coalhada seca. – Alice pediu.
- Alice, como você consegue comer tanto no jantar? É de noite, não pode comer muito, engorda demais. – falei.
- Ah me poupe desse papinho seu de “comer de noite engorda muito”. Eu como um monte toda noite e não engordo nada.
- Porque você é anormal Alice. Se eu comer muito de noite vou ficar mais gorda do que eu já sou. – falei.
- Como se você fosse suuuuper gorda né Rosalie?
- Eu sou gorda mesmo Alice.
- Queria eu ser gorda como você. Eu sou magra demais e você não é gorda, você é gostosona.
- E você é doente Alice.
Nós rimos enquanto pegávamos nossos pacotes de comida.
Fomos até nosso quarto, comemos e conversamos um pouco.
- Rose, acho que vou dormir mais cedo hoje. Eu acho que você precisa ir á um lugar porque tem um certo alguém te esperando. – Alice me disse com um sorriso malicioso no rosto.
- Como você sabe que tem alguém me esperando? – revirei meus olhos e completei: - Se você me falar que é intuição eu não saio de casa.
- Dessa vez não é intuição. Eu só vi esse bilhete aqui ó. – ela disse me mostrando um papel creme dobrado ao meio.
- Você anda mexendo nas minhas coisas Alice?
- Não Rosalie, é que eu o vi ali na janela e resolvi pegar, não sabia que era seu.
- Me dá ele aqui, eu preciso lê-lo.
Ela me entregou e eu fiz um esforço para abri-lo, e foi um grande esforço já que minhas mãos tremiam muito.
Quando abri, li a seguinte mensagem:

“Rose,
Você disse que se desse você viria até o jardim me ver e eu realmente espero que dê. Quero muito ficar pelo menos alguns minutos com você, porque minha visita hoje de manhã foi rápida demais, e eu preciso ficar perto de você. Você não imagina a falta que você me faz.
Estou te esperando no mesmo lugar de sempre. Fico aqui torcendo para que você venha.
Com amor,
Emmett Cullen.”

- Onnnnw, que fofo. – falei sem querer.
- É do meu irmão não é?
- É. – admiti sem graça.
- Ele está te esperando no jardim não está?
- Está.
- Então o que você está fazendo aqui ainda? Vai lá com ele. Ele quer você lá e eu sei que você quer ir.
Alice tinha razão, eu queria muito ir lá. Queria muito ficar com ele. Queria muito sentir seus braços fortes em volta de mim. Queria muito ouvir o timbre da sua voz me dizendo coisas tão malucas e me divertindo como só ele sabia fazer. Queria muito sentir seu cheiro doce e refrescante. Queria muito sentir o seu corpo perto do meu. Queria muito ter ele comigo.
- Mas eu já estou de pijama, já escovei meus dentes, até eu trocar de roupa e ir lá... – comecei a falar, mas Alice me interrompeu:
- Coloque seu sobre-tudo preto por cima do pijama, sua bota de cano longo, aquele gorro preto que eu acho um charme e deixe seus cabelos soltos.
- Vou fazer isso.
Depois de me vestir e agradecer á Alice, eu sai andando com passos leves pelo corredor.