AA - Assassinos Anônimos escrita por Just a Teller


Capítulo 1
Capítulo 1 - Ele era feliz




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John abre os olhos, seu despertador está tocando, são 7 horas da manhã, sua esposa já estava acordada fazia 30 minutos, por sorte ele nunca acordava com o despertador dela, ele o desliga e põe na sua estação de rádio favorita, enquanto começa a se arrumar para o trabalho, nela ele ficará por dentro de todas as noticias da madrugada, as ruas que estão congestionadas e se vai chover ou não nos próximos dias, tudo que ele precisa saber enquanto dá o nó da sua gravata.

John é psicólogo, ele tem 39 anos, tem os cabelos castanhos começando a se tornar grisalhos, olhos castanhos bem escuros, barba bem feita, media mais ou menos um metro e oitenta, estava um pouco acima do peso e era feliz, podemos dizer assim, ele é casado faz exatos 16 anos com Norah e possui uma filha da mesma idade, não por coincidência, quando estava no meio da sua faculdade, John se meteu em uma situação sem fuga, Norah, sua, na época, namoradinha ficou grávida, obviamente ele iria assumir o filho, mas também para cumprir isso teve que se casar.

“Não era tão ruim como parece contando, eu sou feliz” é o que ele sempre diz.

John acaba de se arrumar e desce as escadas para o café da manhã em família, sua esposa arrumava o café todas as manhãs: pães, presunto e queijo, manteiga, café e leite quentinhos, suco de laranja, bolachas e biscoitos, cereais. Um café da manhã completo.

Norah, sua esposa já havia completado 40 anos, ela era uma linda mulher com a pele bem clara, cabelos castanhos cor de café e bem longos e ondulados, tinha os lábios carnudos e olhos castanhos claros, trabalhava como professora em uma escola local, fazia a maioria das tarefas da casa pois John nunca tinha tempo e ela não reclamava disso, claro que sempre que podia a ajudava, mas isso não estava muito frequente nos últimos tempos, eles estavam precisando de dinheiro, por isso John estava trabalhando o máximo que podia para manter a casa e ela, mais uma vez, entendia isso, como não ser feliz com uma mulher assim?

Sua filha, Thea, estava na adolescencia, aquela fase que mesmo sendo psicólogo ele não conseguiria entendê-la, na verdade, ele sentia que ele era quem precisava de um psicólogo para essa fase da sua filha, ele ainda não estava preparado pra isso, ele viu a sua garotinha crescendo, mas não estava preparado psicologicamente pra ver ela se tornando mulher, ela já estava começando a ganhar corpo e se ele estava notando com certeza não demoraria para os rapazes também notarem.

John se senta na mesa, dá bom dia para as duas e começa a passar manteiga em seu pão e assim era uma como todas as manhãs na casa dos Bensons, o café seguiu sem muita conversa, afinal eles estavam vendo o noticiário na TV enquanto Thea ouvia alto músicas naqueles malditos headfones que John tanto odiava. Logo após John entra em seu carro seguido das “duas mulheres da sua vida”.

Ele deixava as duas no mesmo lugar, afinal Thea estudava na mesma escola que sua mãe lecionava: a escola de segundo grau Shermer, o que sempre fazia John fazer citações a O Clube dos Cinco, só ele ria, sua mulher não era muito fã dos filmes de John Hughes, inexplicavelmente na opinião de John e sua filha, obviamente, odiava tudo que seus pais gostavam, ele até tentava não fazer as piadinhas, mas era mais forte que ele e “ele não as ignoraria nem se tentasse...”.

Após isso ele tinha que ir direto ao seu trabalho, chegando lá ele encontraria sua secretaria Jennifer, uma loira de 20 e poucos anos de óculos de grau, era bonita, mas John não prestava tanta atenção assim nela para poder reparar os detalhes.

Ele chega, dá bom dia para Jennifer, entra em seu escritório e se prepara para esse dia que seria tranquilo.

Primeiro, ele teria que atender a senhora Jones, uma velhaca encalhada que tinha uma casa cheia de gatos, o fato é que ela pegou toxoplasmose, estava apaixonada por gatos graças a doença e não conseguia se ver livre deles, cada vez tinha mais gatos na sua casa, até que lhe deram a brilhante ideia de se livrar de todos os gatos, em uma medida drástica, todos foram sacrificados, resultado? Senhora Jones estava em depressão. Triste para ela, mas feliz para John que estava precisando de dinheiro.

Depois da Senhora Jones é a vez de Lara, uma jovem que como sua filha, não estava passando por nenhum problema emocional grave, apenas pela adolescencia, mas os seus pais queriam que ela tivesse um psicólogo, provavelmente porque eles mesmos não a queriam ouvir, John e Lara acabavam falando sobre a escola e a vida da menina, sempre que entravam no assunto rapazes John se preocupava com Thea, com a ideia de ela arranjar um namorado.

Logo em seguida era a vez de Isaac, um pintor ex-viciado em drogas que as vezes ainda se drogava pois dizia que isso o fazia ter inspiração, na opinião de John ele era medíocre, meia boca mesmo, mas muita gente adorava os seus quadros e ele ganhava uma boa grana, o suficiente para pagar John, pelo menos, era o que bastava no momento.

Por último no dia vinha Cash, um policial que se fazia de durão o tempo inteiro, mas se sentia muito mal quando feria alguém a ponto de perder seu casamento pois tinha problemas eréteis cada vez que isso acontecia. Nossa, esse cara estava realmente destruído.

Após Cash, John tinha uma hora livre para depois poder fechar o consultório no dia e ir para casa, normalmente ele ficava fumando alguns cigarros, sua mulher detestava o cheiro então ele tinha que fumar fora de casa e dar um tempo para poder dissipar o odor, naquele dia em particular ele fumou olhando pela janela do prédio, olhando para rua e o movimento dos carros, até que alguém entrou no seu consultório.

– Olá doutor, eu preciso da sua ajuda.

– Como você entrou aqui? - perguntou John, era um homem com cerca de 30 anos, tinha o cabelo indo um pouco acima do pescoço, era encaracolado um tom meio loiro, meio castanho, um estilo bagunçado no qual se nota que demorasse muito tempo arrumando para deixar assim, seus olhos eram escuros, tinha uma barba por fazer, usava camisa social, calça jeans e um sapa-tênis.

– Sua secretária não estava na mesa, eu resolvi passar direto, preciso muito da sua ajuda e para agora!

– Bem, você terá que marcar um horário com a Jennifer, eu não posso ir atendendo assim sem hora marcada.

– Quanto é sua hora? Eu pago dez vezes o preço dela. - diz o homem largando um bolo de notas de 100 na mesa, John estava precisando bastante de dinheiro.

– Ok, mas só dessa vez, na saída você fala com a Jennifer e marca o seu próximo horário.

– Sua filha e sua esposa? - pergunta o homem ignorando o comentário de John e olhando para uma foto que há na escrivaninha.

– Sim, esposa e filha.

– Lindas, parabéns…

– Bem, então senhor…?

– Pode me chamar de Jack. Já estamos naquela coisa de paciente e médico, da qual tudo que eu falar para você, você não pode falar para ninguém?

– Sim. Tudo que você me falar, ficará só entre nós dois.

– Bem, doutor, eu mato.

– Como assim? Animais? Estamos falando de caça?

– Não, doutor, eu mato pessoas, já matei muitas, acredito que estou perto de chegar na número 150. Isso sempre esteve na minha vida, sabe? Eu era uma daquelas crianças que matava formigas com lupa, cresci e comecei a ir atrás de coisas maiores e agora estou com esse problema e preciso da sua ajuda para me curar…

– Acho ótimo que você tenha vindo atrás de mim, senhor Jack, esse pode ser um vicio que você criou por milhões de motivos, mas juntos seremos capazes de lhe curar, será difícil, não vou lhe mentir, mas tenho certeza que com muito trabalho e força de vontade poderemos sim lhe curar e essa sede por sangue irá parar.

– Não não, doutor, você entendeu tudo errado, eu não quero parar de matar, muito pelo contrário, nesse exato momento eu não consigo matar, quero a sua ajuda para me curar, eu preciso matar novamente.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Bem, essa é a primeira história que posto aqui no Nyah! espero que vocês curtam, se gostarem comente, dêem feedback e repassem para os seus amigos. Um abraço e agradeço desde já!