Alone escrita por Lukealgumacoisa


Capítulo 2
Capítulo 2 - Bebidas


Notas iniciais do capítulo

Faltam explicações, certo?



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ANTES

Após andar pela calçada agachado até alguns metros dali, Luke finalmente avistou um tijolo perto de uma lata de lixo. Agora ele só precisava de mais um para que pudesse colocar o plano em prática. Se esgueirou por mais alguns metros e então achou outro em cima do banco de um carro Idea de cor preta-fosca.

– Tá de sacanagem?

Pensou um pouco e resolveu voltar. Teria que usar sua mão no lugar do segundo tijolo.

Posicionou-se próximo à entrada de uma loja de brinquedos, ficou de pé e se virou para a rua, onde os andarilhos caminhavam.

Luke segurou o tijolo com força, ficou em posição de lançamento, respirou fundo e jogou o mesmo na parte de frente de um carro, o que fez este acionar o alarme.

– Isso. – Luke comemorou, num sussurro.

Ele se virou para as portas duplas de vidro e foi um pouco para trás, para assim conseguir força o suficiente para um chute que quebrasse todo o vidro. Três cacos se prenderam à sua perna. Passou por baixo do puxador e mancou até o balcão na loja, onde pegou a caixa registradora e foi repetir o passo um do plano.

Dessa vez ele acertou no vidro da frente de um Camaro cinza com listras pretas e, consequentemente, fazendo o alarme soar.

Virou-se para o balcão e foi mancando até este e tateou até encontrar o que procurava. Tomou o pé de cabra em mãos e pôs-se a correr para a porta dos fundos.

Hora do passo final do plano. Ele tentou abrir a porta normalmente mas, como ele já esperava, estava trancada.

Luke se afastou algumas dezenas de centímetros da porta, enfiou a ponta da parte arredondada do pé de cabra entre a porta e a parede esquerda e fez uma força na outra ponta da ferramenta, assim fazendo pressão na porta e a forçando a abrir.

O garoto soltou, aliviado, o ar que se havia armazenado em seu pulmão.

Ele abriu a porta devagar, colocou sua cabeça para fora desta e olhou ao redor. Um andarilho se arrastava pelo chão, aparentemente por não ter mais suas pernas... o que tornava irônico o termo “andarilho” ainda ser usado nele.

Após isso, Luke olhou de volta pra rua. Os andarilhos que se encontravam lá fora agora já estavam dentro da loja. Ele saiu da loja e fechou a porta.

Agora teria que matar o “andarilho”. Foi mancando até este, tendo que se apoiar algumas vezes na parede do prédio vizinho da loja de brinquedos.

Chegando na frente do andarilho, que jazia imóvel de seu peito pra baixo, encarou a criatura por alguns segundos. O íris dos do monstro eram amarelos, com um contorno vermelho pelo olho. O tamanho da pupila deste era pequena e ficaria assim pelo resto do tempo em que este “vivesse”, já que, obviamente, seu corpo apodrecido e carcomido não respondia como costumava fazer quando vivo.

Luke levantou o pé de cabra acima de sua cabeça e o desceu com velocidade, fazendo o movimento de uma tacada de golfe. A ferramenta acertou bem na cabeça do andarilho, a removendo do corpo com facilidade graças aos seus tendões e ossos apodrecidos.

Quando caiu no chão, a cabeça continuou “viva”, o que surpreendeu Luke. Ele andou até esta e a esmagou com pisões, assim sujando de sangue todo seu tênis direito e a perna direita de sua calça-jeans preta.

Enquanto pisava, ele pensou em seu melhor amigo morrendo na sua frente graças à um monstro desses. O garoto asiático era questão de três centímetros maior que Luke. Seus cabelos eram lisos, puxados para baixo. Ele foi pego de surpresa enquanto a dupla descia a escada de emergência do lado de fora de um hotel. O maldito andarilho quebrou o vidro de uma das janelas e segurou o asiático por trás, mordendo seu ombro.

Um olhar de impiedade dominou o rosto de Luke.

DEPOIS

– JÁ DISSE QUE NÓS NÃO VAMOS PARA O CENTRO DA POLICIA MILITAR! – Dudu gritou com Marea. – Eu já te disse que não tem nada de útil lá! Provavelmente eles estão botando em prática algum plano de autodestruição da base ou algo assim.

A garota encolheu os ombros, mas fez cara de raiva. Wade temia que alguma hora Dudu e Marea acabassem em briga, um contra o outro. Uma pessoa a menos poderia botar todo o quarteto em risco.

– Eu pensei que isso fosse uma democracia. – ela disse em voz baixa, porém com muita raiva carregada nesta. – Mas tá mais pra ditadura.

– Olha, Marea... Eu também acho que ir para o CPM seria um erro. – Wade opinou, com a voz baixa.

– Eu concordo com eles. – Buzz deu de ombros.

Ela fechou os olhos, respirou fundo e encarou Dudu.

– Então o que você sugere, senhor Ditador?

– Um supermercado.

– Nem que me fodam. – Buzz os interrompeu. – Lugares como supermercados são os alvos principais de saques para viajantes. A coisa mais fácil de acontecer caso nós nos estabeleçamos neste será a invasão. Como somos apenas quatro pessoas, seria fácil para eles nos roubarem.

– Meh... Você tem um argumento. – disse Dudu. – Que tal um cinema? Ninguém pensaria em um cinema, e as salas deste são grandes, cheias de cadeiras acolchoadas e essas porras todas. É um bom lugar pra morarmos...

– Realmente, e ainda tem a pipoca, salsicha, doces, refrigerantes e água que podem ainda não terem sido levados. – mencionou, Wade.

– Certo, todos à favor digam pés. – Eduardo falou, com a intenção de assim concluir o debate.

Todos disseram “pés”, em uníssono.

– Cinemarcos, aí vamos nós. – Marea falou, finalizando a conversa.

ANTES

Luke estava sentado em cima de uma caçamba de lixo. O garoto resolveu parar para respirar um pouco. Encostou a cabeça na parede do prédio e encarou as nuvens, que flutuavam sobre todo o mundo. O pé de cabra descansava ao seu lado, totalmente sujo de sangue.

Ele procurou em seus bolsos pelo seu isqueiro da sorte. Este foi seu presente de aniversário aos 12 anos de idade. Seu pai lhe deu o “brinquedinho” após muita insistência do garoto.

O isqueiro era de ouro e tinha um formato de um retângulo gordinho, com pontas arredondadas e essas coisas todas de isqueiros caros. O que o diferenciava dos outros isqueiros eram duas coisas: Sua figura e a cor de sua chama.

Primeiro a figura: Era um desenho em relevo de uma caveira vestindo uma máscara de gás. Já a chama do isqueiro tinha uma cor não tão normal: Uma chama Azul. Por que deste desenho e cor diferenciada da chama? O pai de Luke é químico e o garoto sempre se interessou por isso. A cor da chama foi escolhida pelo seu pai, ele disse que tinha grande significado para ele e que esta cor resume toda a diversão do fim de sua vida.

E então Luke conseguiu achar o isqueiro tão precioso dentro de sua cueca. Como foi parar lá? Só Deus sabe.

Ele escorregou pela tampa da caçamba e caiu de pé no chão, limpando a poeira da sua bunda com suas mãos. Luke se virou, pegou o pé de cabra e usou o objeto como bengala para que pudesse andar sem que sua perna doesse. Ele precisava achar rapidamente algum lugar pra cuidar de seu ferimento na perna... ou pelo menos tirar os cacos de vidro de lá.

O garoto continuou andando e apoiando-se em seu pé de cabra sempre que necessário.

E, então, ele ouviu vozes dentro do bar à sua direita. Parecia que duas garotas discutiam sobre quanto Whisky levar na mochila, quanta Tequila e essas coisas. Ao olhar pela janela, Luke confirmou suas suspeitas.

Ali estavam duas garotas quase do mesmo tamanho. A mais alta (Não tão mais alta) tinha feição de mais velha, provavelmente tinha 15 ou 16 anos. Já a mais baixa parecia e agia como uma garota mais nova: Não tão idiota porém não tão madura. Deveria ter 13 anos, talvez um pouco mais. As duas juntas pareciam irmãs.

Luke não conseguia ver arma alguma na posse delas, exceto por uma faca de exército presa à perna direita da garota mais velha.

Ele se abaixou e se esgueirou até a entrada do bar, abrindo a porta lentamente e se aproximando da garota mais nova, que brincava com dados em cima da mesa. Ela estava de costas pra ela, supostamente montando a guarda.

– Natalia, dá pra ir mais rápido com isso?

– Calma aí, mulher. Temos que pegar o máximo de bebida possível, não existem mais fabricantes, não sabemos quando veremos uma dessas de novo.

Tudo ficou quieto por um tempo. Foi quando Luke decidiu agir com mais rapidez.

Ele levou seu braço com o pé de cabra para trás e, com toda velocidade e força possível, ele acertou um dos pés da garota mais nova, que caiu no chão igual alguém que quebrou a perna mas se recusa a usar muletas. A cadeira que ela sentava caiu em cima dela logo após isso.

A garota mais velha – Natalia, certo? – se virou rapidamente com o barulho. Seus olhos se arregalaram e ela pulou por cima do balcão, sacando sua faca no caminho. Quando se aproximou de Luke, já era tarde. A parte afiada do pé de cabra mirava o pescoço da mais nova. Com um abaixar de braços a menina estaria morta.

– Calma! Calma! Calma! Deixa ela em paz! Por favor! – Natalia gritou, demonstrando sinal de pânico.

– Não quero machucar nenhuma das duas... eu só preciso cuidar da minha perna, depois eu saio e vocês nunca me verão de novo.

– Tudo bem! Faremos isso! Os pais da Isabela aí são médicos, então ela aprendeu algumas coisas. Nós podemos cuidar de seu ferimento.

– E como eu vou saber que não irão fazer de tudo para infeccionar o machucado?

– Se algo de ruim acontecer com seu machucado, você pode matar uma de nós duas...

– Os sintomas da infecção não iriam aparecer na hora.

– Então lhe acompanharemos até que você se sinta seguro sobre o machucado. Então sumimos.

– Isso! Isso! – a garota mais nova, Isabela, gritou, se sentindo animada com a proposta.

– Hm... tá, parece bom pra mim. Vocês tem algum kit de primeiros socorros ou qualquer coisa do tipo?

– Temos gaze que roubamos do porta-luvas de um carro. Podemos ir do outro lado da rua, na loja de costura, pegar algumas linhas e uma agulha pra fechar o machucado... e então usar um pouco de Vodca para desinfetar ele.

– Certo... eu espero você aqui, ahn... Natalia, certo?

– Sim, e você é...?

– Pode me chamar de... Mitchell.

– Ok, Mitchell... Voltamos em alguns minutos.

– Que papo é esse de “voltamos”? Isabela fica aqui.

– Mas... – Isabela tentou debater, porém foi interrompida por Natalia.

– Ok, então... vejo vocês em alguns minutos. Tchau, maninha. – Natalia se despediu.

– Até mais. – Isabela fez o mesmo.
– Hm. – Luke disse, encostando suas costas na cadeira.

DEPOIS

Os quatro se moviam juntos, todos pulando de prédio em prédio.

O que mais sofria com isso era Marea, que tinha medo de altura. Sempre que ela ia pular de um prédio para o outro, prendia sua respiração e fitava o horizonte, sem desviar o olhar até que sentisse seu pé tocar o chão de novo.

Pelo que Wade conhecia da cidade e de sua localização atual, eles estavam a alguns quarteirões do cinema.

Todos corriam com suas armas prontas para atirarem caso algum andarilho aparecesse no meio dos telhados. Não se preocupavam caso humanos aparecessem, Buzz tinha uma ótima lábia, então poderiam se resolver. Se fossem hostis, não haveria problema em matá-los, já que os quatro tinham armas ótimas.

Wade tinha uma pistola Walther P99 em seu coldre que se encontrava em sua perna. Também segurava uma Shotgun de caça, assim como Buzz, que tinha um taco de Baseball feito de metal nas suas costas.

Já Marea segurava uma Sniper Maruzen APS Tipo 96 e Eduardo tinha uma Magnum S&W .500 em mãos. Além disso. Dudu carregava nas costas uma bolsa com mais 5 armas de grande porte, 3 pistolas diferentes e mais duas armas de curto alcance, contando com um machado de incêndio e um cassetete.

Dali, Wade já conseguia avistar o cinema.

– Estamos chegando. – ele disse. Todos suspiraram com alívio.


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Notas finais do capítulo

... Calma, tudo tem seu tempo.



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