Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 36
A antiga Teresa Chase


Notas iniciais do capítulo

Oi... sim, um oi timido por que estou com vergonha. Bom, quero pedir desculpas pela demora para postar... veio a época de provas finais, eu viajei, muitas aconteceram e eu estava ficando sem tempo para escrever. Mas, eu voltei com tudo. E pelo visto vocês também, certo? Uma nova recomendação! Obrigada RÁ. Para quem não sabe, essa leitora é a que me enche o saco todo dia para que eu não abandone a fic, e são coisas assim que me fazem querer continuar. Como eu disse, não pretendo abandonar a fic, desde que vocês não me abandonem. Quero agradecer também a mily, Kilpop e Lua por favoritarem a fic. Obrigada a todas vocês que não desistiram de mim e estão aqui lendo isso. Espero que gostem do capitulo, por que deixei o outro em um momento um tanto tenso hahahah amo todas vocês (to emotiva sim, e se reclamar ganha abraço por sedex) ♥
XOXO
— Detoni



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"Você me quer?
Você cuida de mim?
Mesmo que eu seja uma pessoa egoísta e ruim?" - Cazuza.

No momento em que eu abri meus olhos, senti minha cabeça rodar. O quarto em que eu estava era branco como... um hospital. Mas esse não parecia o hospital de Vancouver. Digo por experiência própria (já estive nesse hospital milhões de vezes).

Voltei a encostar a cabeça no travesseiro e estiquei a mão para o lado em busca da mão de Viktor. Se eu estava em um hospital, meu melhor amigo ( e garoto apaixonado por mim em tempo integral) estaria comigo. Mas acho que nunca estive tão errada. O espaço ao meu lado estava vazio. Mas não tive muito tempo para pensar sobre isso, já que a porta abriu em um baque e a enfermeira entrou.

— Oh! A bela adormecida acordou! Como está se sentindo, querida? - ela perguntou. Tinha alguma coisa diferente no jeito dela falar. Ela falava de um jeito desleixado demais para uma canadense. Caramba, eu fui sequestrada.

— Um pouco tonta... onde estão meus pais? - perguntei. A enfermeira sorriu de forma simpática e com o mesmo ar descontraído que os... americanos? Possuem, e se sentou na beira da minha cama.

— A escola deve estar entrando em contato com eles. Vou te dar um sedativo para que essa tontura passe. - ela disse. Assenti um pouco confusa. A escola? Por que a escola se meteria em um assunto de saúde meu?

A enfermeira ajeita o pano que está enrolado em minha cabeça (que eu não havia notado até agora), e injeta algo em minha veia. Ela sorri e sai para fora do quarto. Se não me engano, esse sedativo deve fazer efeito em 5 minutos. E quando a porta se abre novamente, preparo para encontrar o rosto de Viktor para enfim entender o que estava acontecendo, mas quatro garotos aparecem na minha frente. O efeito deve ter sido mais rápido, eles parecem atores de tão bonitos. Estou sonhando?

— Tes, graças a Deus. - o que estava a frente deles vem na minha direção, seguido de perto por um garoto de olhos assustados e feições diferentes. O primeiro tinha cabelos vermelhos e parecia um ruivo de farmácia. Mas por incrível que pareça, combinava com ele e suas roupas de couro. O segundo tinha cabelos brancos... ou eram pretos? Enfim, eram diferentes. E olhos que combinavam com o cabelo sendo um verde e o outro azul. O terceiro usava roupas do exército e tinha um cabelo castanho que realçava seus olhos verdes, ele veio se aproximando de leve com os outros dois. O último estava nervoso e parecia assustado com seus olhos azuis que mais pareciam gelo e seus cabelos negros que apenas realçavam esse efeito. Os quatro eram lindos.

— Perdão... eu... - comecei a dizer, mas fiquei com medo de dizer para eles que não fazia idéia de quem eles eram. Mas eu detesto mentiras. - nós nos conhecemos? - assim que fiz essa pergunta me arrependi. Os dois que estavam na frente continuaram andando, assim como o terceiro. Porém o quarto travou imediatamente e o efeito dominó seguiu eles.

— Ela está brincando, gente. Que brincadeira de mal gosto, Teresa. Nós estamos preocupados com você. - o da frente disse. O olhar de assustado do de olhos azuis se tornou ainda pior, o que fez meu corpo gelar.

— Eu... - comecei a dizer, mas já estava perdendo meus sentidos.

— Senhor Parker, não ligo de quem você seja neto, mas essa paciente ainda não pode receber visitas. - a enfermeira chegou. - senhorita Chase, não resista com o sedativo. - ela disse. E não precisou repetir. Dormir parecia muito melhor do que ver o olhar de decepção desses 4.

—_________*****__________

— Nós vamos levá-la, a decisão já foi tomada. - minha mãe repetiu pela milésima vez. Eu estava sentada no escritório da diretora do que parecia um internato. Meu pai e minha mãe conversavam com a diretora e Viktor ao meu lado segurava minha mão. - essas foram as recomendações médicas. Ela não se lembra de nada daqui, ela voltará para sua antiga vida.

Certo, em menos de 48 horas me disseram que esqueci quase um ano da minha vida. Minha última lembrança? Faróis de carro vindo na minha direção e uma buzina. Devo ter desmaiado depois. Mas essa minha "nova vida" parecia muito interessante. Tinha uma tal de F4 que eram os garotos que estavam no meu quarto quando eu estava desabando pelo sedativo.

— Certo, a papelada já está pronta. - a diretora disse enquanto ajeitava alguns papeis em sua mesa. Ao seu lado, um tal de Senhor Gonzales parecia satisfeito com a minha saída. Será que eu aprontava muito? Pela cara de chato dele, aposto que ele merecia.

— Como eu estava sobrevivendo longe de você? - perguntei para o Viktor. Ele sorriu e pegou minha mão enquanto me guiou para fora do escritório. Chegamos ao pátio do prédio gigante que parecia mais um castelo. O lugar é lindo.

— Espere aqui enquanto eu vou buscar seu café. - ele disse e foi em direção ao que parecia ser o refeitório. Olhei em volta, até que ouvi um pigarro atrás de mim.

— Ora, ora... não cansa de chamar atenção, mulher maravilha? - uma garota me perguntou. Olhei apreensiva para ela. Mulher maravilha?

— Perdão, não acho que eu te conheço. - digo.

— Então o papo sobre perda de memória é verdade. Você parece tão... inofensiva. - ela disse e levantou a mão para mim. Ela realmente ousou levantar a mão para mim. Reparei no ódio em seu olhar e soube que ela ia me bater para valer. Segurei seu pulso e torci um pouco.

— Eu pensei ter dito... que não conhecia você. - digo forçando um sorriso. Ela me encarou assustada e soltei o pulso dela quando ela se ajoelhou na minha frente. Céus, no dia que Teresa Chase aceitar apanhar calada, o mundo acaba. Quer dizer, meu pai é rico, minha mãe mais ainda e eu sou um gênio. Essa garota não conseguiria ser metade do que eu sou nem que nascesse de novo.

— Acho... que você realmente não conhece. - ela disse e se afastou. Viktor apareceu trazendo meu café.

— Eu estava me perguntando onde o seu senso de defesa estaria, mas estou feliz que a velha Tessa tenha voltado. - ele riu e passou a mão no meu cabelo. Sorri para ele.

— Não entendi o que você quis dizer.. mas acho que de certa forma eu também estou. - digo. Quando ele colocou os braços em volta de mim eu senti olhos em cima de mim. Aquela câmera fora virada especialmente para mim. Por que eu sinto como se tivesse esquecido de algo extremamente importante?


—_________*****__________
( 1 semana depois, Vancouver, Canadá)

Eles (o pessoal que controla minha vida já que ainda sou menor) decidiram que eu não iria para escola por agora. Mas isso não significa que eu não possa buscar meu melhor amigo lá para irmos na sorveteria, afinal, as aulas já estavam acabando para as férias de fim de ano.

Peguei minha jaqueta e ajeitei meus cabelos castanhos e bagunçados por cima. Assim que toquei a maçaneta da porta, a mesma sensação que vem me assombrando por toda a semana passou em um calafrio por mim. As coisas pareciam tão... vazias. Eu não entendia o que tinha acontecido nesse meio tempo que eu esqueci, mas foi capaz de me fazer sentir solitária.

Assim que cheguei na escola, sorri para o campus. Aqui era um lugar maravilhoso, com esse edifício elitista do Canadá. Óbvio que não chegava aos pés da Sweet Amoris, mas era relaxante estar aqui. Porém, era estranho pensar que eu fiquei um ano sem vir aqui, quando me lembro perfeitamente de fugir no meio da aula de trigonometria com Viktor algumas semanas atrás.

Me sento no pátio quando o sinal toca e pego meu caderno de anotações dentro da minha bolsa. Tinham alguns rabiscos que estranhei e imagino que tenham sido da época que eu perdi a memoria. Porém, era estranho como eu começava riscando algo sobre F4 com caveirinhas e depois colocava corações em volta desse nome. Haviam outras letras escrevendo coisas do tipo "Castiel perfeito", "rever Star Wars com Armin sexta a noite. SE VOCÊ NÃO VIER EU TE MATO" "Eu sei o que você fez no quarto andar muhahaha, Kentin sabe tudo" e uma poesia sobre patos com um recado embaixo "perdi meu bloco de notas, peguei o seu emprestado. L.P".

Eu me sentia mal por que essas pessoas sabiam mais da minha vida do que eu. Na verdade, elas sabiam uma parte da minha vida que eu havia simplesmente... esquecido. Os médicos falaram que a perda de memória foi resultado do estresse e da queda... mas parecia sem fundamento esquecer algo que eu vivi. Não me importo o quão estressada eu estava. E fiquei mais frustrada ainda ao encontrar um desenho de vestido perfeito e um recado "Esboço do seu vestido de 18 anos. VOCÊ VAI USAR SIM! Beijos Rosa linda e Alexy divo".

— E essa carinha triste? - escutei a voz (era estranho, mas agora a voz de Viktor estava grossa) de meu melhor amigo me chamar.

— Estou me sentindo vazia. - resmungo.

— Olha só quem voltou. - céus, nesse tempo que fiquei de repouso em casa, eu tinha até esquecido o quanto Suzan era chata.

— Olá, Suzan. - digo. Ela sorri e vem na minha direção.

— Sabe, Viktor era muito sociável quando você não estava por aqui. Não faça ele se fechar de novo, Chase. - ela tinha ódio em seu olhar. Fechei a mão em punho.

— Eu não obrigo Viktor a nada. - digo.

— Tem razão... a pena que ele sente de você o obriga. - ela disse. Levantei do banco e a empurrei. Essa garota já me deixou nos meus limites. - e você é a mesma de sempre. Sinceramente, o que Castiel Sworis viu em você?

— O herdeiro do império? O que você quer dizer com isso? - perguntei. Por que diabos ela estava citando Castiel Sworis para mim? Eu nem conhecia ele.

— Então a amnésia é verdadeira? Talvez você devesse pesquisar seu nome na internet. Miss grávida. - ela disse e foi embora atrás de suas amiguinhas idiotas. Viktor estava com o maxilar trincado de raiva ao meu lado.

— O que ela quer dizer com isso? - perguntei.

— Anda, vamos cobrir esse seu vazio com sorvete. É temporário, mas funciona. - ele disse.

— Só me explica. - digo aceitando o capacete de moto de Viktor. No mesmo momento em que peguei o capacete senti um vislumbre rapido de um garoto rindo e cores diferentes.

— Tes, vocês está bem? - Viktor perguntou me ajudando a me estabilizar. Tes. Esse nome era familiar também e não apenas por causa de meu melhor amigo.

— Não, eu não estou bem. Eu esqueci um ano da minha vida e por mais que as coisas pareçam normais eu sei que elas não estão! - digo emburrada. Viktor deu um beijo na minha testa e me acalmei na mesma hora. Ele colocou o capacete em mim e me guiou até a moto.

Enquanto íamos para a sorveteria, a raiva que eu estava sentindo se transformou em lágrimas. Quem era o menino rindo? Quem era esse Armin que gostava de Star Wars? O que eu tinha feito no quarto andar? E... por que estava escrito em meu caderno que o Castiel é perfeito? Quem eram Rosa e Alexy e como eles sabiam que eu detestava usar coisas curtas?

— Tessa, nós já chegamos. Vamos, me solte. Vou te contar o que eu sei do que você esqueceu. - Viktor disse e percebi que eu estava agarrada as costas de meu melhor amigo com uma força muito grande.

— Desculpe. - eu disse em voz baixa e desci da moto. Tomei o cuidado de tirar o capacete olhando para o outro lado, de forma que Viktor não visse que eu estava chorando. Entrei rapidamente na sorveteria ignorando todo mundo, como de costume. Viktor era o educado da relação.

— Bom... pesquise Teresa Chase, mulher maravilha, coisas desse jeito e eu te esclareço depois.

Assim que fiz isso apareceu algo chamado "blog da patricinha". Olhando as pesquisas com meu nome chave, fiquei chocada. Aquela garota deveria me odiar profundamente. Espera, eu namorei Castiel Sworis? E esse tal de Lysandre Parker também? Ah... mas parece que foi insignificante, Castiel está noivo de uma garota e Lysandre estava de caso com a modelo... Nina Lanna? Parece que eu conhecia ela também. Fui até a última noticía com meu nome:

" Olá queridos companheiros da Sweet Amoris!

Alguns de vocês ainda devem estar se sentindo sozinhos depois da saída de Teresa Chase... não se preocupem, eu também estou. Ela me deu mais o que escrever em um ano do que em todos os outros. Mas a vida segue, certo? Vim aqui para dizer sobre a brilhante F4 e como eles andam seguindo sua vida sem sua domadora.

Nosso príncipe dos games está mais sério do que nunca. Mas é o Armin, então sabemos que ele ficará bem (a próposito, docinho, eu sei que você está tentando me hackear). Kentin... oh, Kentin, que bom que agora o segredo que você guardava foi embora com a mulher maravilha, certo? Castiel, e seu amor com Ana Clara finalmente parece ter achado paz! E que bom que Lysandre está nesse rolo com a Nina de novo, eu realmente sentia saudades disso.

Bom, e vocês viram a burrada que a Ambre fez..."
Parei de ler o artigo quando parou de se tratar de mim. Eu estive grávida e depois falei que era mentira? Eu era tão apaixonada pelo Castiel assim? Bom, ao que parece ele não era por mim. Essa garota devia ser doente, só pode.

— Senhorita, estamos sem sorvete de chocolate, a maquina quebrou. - a garçonete disse. A encarei. Se ela queria meu dinheiro que tratasse de providenciar o meu pedido.

— Então por que você ainda não foi buscar em outro lugar? Eu não ligo quanto eu tenho que pagar, apenas me dê o meu pedido. - eu disse. Ela me encarou com raiva pela minha grosseria.

— Perdão, senhorita. - ela disse e saiu andando. Viktor me encarou.

— Sabe, quando você foi para Sweet Amoris você deixou de ser tão mimada. - ele disse.

— Não ligo. - eu disse. - agora me explique isso tudo.

— Bom... você namorou com o Castiel, mas você não gostava muito dele ai vocês terminaram. Você então se apaixonou pelo melhor amigo dele, o Lysandre. Vocês eram um casal maravilhoso, sinceramente. Porém antes de namorar você eu me lembro que o Lysandre tinha um caso com a modelo Nina Lanna e só terminou por que ela ficou noiva. Alexy e Rosalya... eles eram seus melhores amigos la. Eu gostava deles, muito simpáticos.

— E os outros membros da F4? - perguntei nervosa.

— Seu primeiro beijo foi com o Armin Prior. - Viktor riu. - eu lembro quando você me ligou desesperada e eufórica. Mas foi em um período que a F4 não se dava muito bem com você.. o Kentin parecia mais seu guardião que tudo. É isso que sei sobre sua vida lá.

— Não é o suficiente... Viktor você sabe se eu.. - fiquei constrangida. Estava prestes a fazer uma pergunta dessas para o meu melhor amigo apaixonado por mim-.... sou virgem? - perguntei em voz baixa. Viktor deu uma sonora gargalhada.

— Você perdeu com o Lysandre. - ele disse. Senti meu rosto corar e a raiva me apossar.

— Não, eu não me lembro. Eu nunca beijei ninguém. E também sou virgem. O que eu não me lembro não aconteceu! - eu disse e me levantei de uma vez da mesa. A garçonete apareceu com um pote de sorvete do Walmart vindo em minha direção. Peguei vinte dólares e joguei nela, ao mesmo tempo que bati no sorvete. Eu estava cansada dos hipócritas que queriam ditar a minha vida.

—_________*****__________

Viktor tentou me seguir, mas ele sabia que isso só me deixaria pior então desistiu na metade do caminho. Mas nós iriamos nos encontrar de madrugada para ir fazer alguma coisa retardada. Afinal, éramos eu e o Viktor. Nós sempre fazíamos isso.

Quando estava chegando em casa, avistei um carro esportivo estacionado na esquina. Esse era o tipo de carro comum no bairro, mas eu não conhecia essa placs. Será algum novo vizinho?

— Teresa. - escutei uma voz me chamando. Me virei e o garoto que estava em estado de choque quando eu acordei no meu quarto estava ali, me encarando de novo. Ele ajeitou a echarpe lilás dele enquanto caminhava na minha direção, com seus olhos azuis agora tomados por uma certeza que eu não imaginaria que ele possuía.

— Perdão... nos conhecemos? - perguntei ansiosa. Eu quero abandonar o que seja lá tenha acontecido durante o ano que eu esqueci. Esse cara não parecia querer me permitir fazer isso.

— Não. - ele disse tranquilamente. - mas de qualquer forma, muito prazer. Ouvi falar um pouco sobre você. Meu nome é Armin Prior, acabei de me mudar para este bairro. - observei a mão estendida dele por alguns momentos. Se eu apertasse, estaria aceitando a mentira dele de que não nos conhecíamos e deixaria ele realizar seja lá qual for o plano dele de me levar para esse ano que eu esqueci. Ou eu posso recusar e ser a menina mimada e vândala que eu sou, e esquecer todos os problemas confusos que eu parecia ter.

— Seja bem vindo. - eu disse aceitando a mão dele. Eu não poderia lutar contra esse vazio. - você já parece saber meu nome... gostaria de entrar para tomar alguma coisa? - perguntei. Ele sorriu.

— Eu adoraria.

—_________*****__________

Armin parecia uma pessoa interessante e culta. Ele não parava de falar sobre o star wars que havia sido lançado. Quando eu disse que ainda não tinha tido a oportunidade de assistir ele me encarou incrédulo.

— Para o meu carro agora, Chase. - ele disse. Eu ri da forma como ele disse e bebi mais um pouco de água sentada no pufe da sala de jogos lá de casa.

— Desculpe, não saio com desconhecidos. - brinquei. Ele jogou o cabelo para trás.

— Isso complica o meu plano de seduzir minha nova vizinha. - ele disse. Eu ri mais um pouco. - não pode pelo menos me mostrar a vizinhança? - ele perguntou.

— Claro, acho que posso fazer isso. Na verdade... eu costumo sair de noite com meu melhor amigo. Quer ver os bastidores daqui, Armin? - perguntei. Ele sorriu bebendo sua coca cola em uma golada só.

— Estou ansioso para ver com que tipo de coisa Teresa Chase se mete. - ele disse. Rimos juntos e de certa forma, grande parte do vazio que eu estava sentindo desapareceu. - mas ainda não entendi por que não podemos ver Star Wars enquanto esperamos essa hora de nos encontrarmos com seu amigo. - ele disse balançando as chaves de seu carro. Peguei minha jaqueta novamente.

— Estranhamente, simpatizo com você, Armin. Eu aceito o convite. - digo. Ele sorri e vamos para a porta de saída. Quando ele coloca a mão entre minhas omoplatas, a visão de Armin se apoiando sobre mim e fechando os olhos me toma. Foi com ele que Viktor disse que eu dei meu primeiro beijo? Não, Teresa, esqueça isso. Você nunca beijou ninguém

—_________*****__________

— Qual é a de hoje? - perguntei para Viktor que não parava de encarar Armin por um segundo enquanto íamos para a praça principal do bairro.

— Tessa... você disse que conheceu ele... - Viktor voltou a dizer.

— É nosso novo vizinho. - eu disse dando de ombros. Viktor o encarou quando Armin estendeu a mão.

— Prazer, Armin Prior. - ele disse.

— Viktor... - ele parecia perdido até com seu nome. Ótimo. Peguei a mochila de Viktor e revi os sprays lá dentro.

— Não quero ser pego de novo. - Viktor resmungou. Armin riu.

— Larga de ser medroso. E desde quando você picha, Tessa? - ele perguntou como se isso tudo fosse engraçado. Ele nem me conhecia, como ele podia achar que sabia mais de mim do que eu?

— Não é da sua conta, Armin. - digo e pego o vermelho e o preto. Jogo o capuz em cima da cabeça e vou em direção à  área dos artistas na cidade. Eu gostava daquele lugar. Não haviam criticas. Era cada um apenas expressando o que quisesse. E na minha última lembrança eu estava perto daquele lugar,  era a primeira vez que eu tinha decidido demonstrar minha arte.

— Olha só quem voltou! - ouvi uma voz um tanto familiar dizer. Sorri para os olhos esverdeados de Dake.

— Nunca me fui. -digo. Ele riu.

— Viktor me contou que sofreu um acidente. Como você está? - ele perguntou.

— Dizem que esqueci um ano inteiro da minha vida. - eu disse. Escutei Viktor chegando com Armin. - mas estou ficando desorientada por que eu não sei nada do que eu fiz. Procura ai um tal de blog da patricinha. - eu disse.

— O que tem isso? - Dake perguntou e percebi que Armin ficou um pouco inquieto.

— Deve ser alguma louca da minha antiga escola. Ela escreve um tanto de coisas ruins sobre mim. - resmungo. Dake ri e bagunça meu cabelo.

— Ela está errada, você sabe. Senti sua falta, pequena. Quer fazer alguma pintura hoje? - ele perguntou me mostrando o meu lugar no muro. Sorri.

— Só quero escrever uma coisa que estou na cabeça. - digo. Armin e Viktor me observam enquanto pego os sprays e desenho aquele formato de papel que está na minha cabeça desde que cheguei aqui.

— Isso é uma tarja vermelha? - Dake perguntou. - o que é F4? - ele também estava confuso. Eu também, mas agora encarando a caveira e o escrito F4 dentro da tarja vermelha eu sentia que podia esquecer o resto que me assombrava. Sorri para Armin.

— Eu sei que você me conhecia nesse ano. E agradeço por não ter me falado nada. - digo. Ele vem até mim.

— Você se lembra? - ele pergunta.

— Apenas dessa forma. Seja lá o que for F4 e o que eu tenha passado... fico feliz de te conhecer. Então se você tiver algum plano para me fazer voltar, esqueça. Se quiser minha companhia... vamos começar do zero, pode ser? - peço. Vi os olhos de Armin brilharem em um misto de orgulho e tristeza. Ele sorriu.

— Por mim está ótimo. - ele disse e riu. Eu sabia que eu tinha mudado no tempo que eu conhecia esse cara. Então pensei em fazer uma introdução boa. Afinal, agora eu estava no meu ambiente. E eu só consigo ser eu mesma aqui.

— Muito prazer. Eu sou a antiga Teresa Chase. E agora você está na minha área. - digo sorrindo maliciosa. 


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Notas finais do capítulo

BOOOOOM, espero que me perdoem pela demora. Estou preparando um especial de natal então... por favor, não me abandonem! Estamos nessa juntos! Estou indo para o quarto do pânico e aguardo os comentários de vocês.... Obrigada mais uma vez a todas que me acompanharam e tiveram paciência comigo até agora...
XOXO
— Detoni