"Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade. Eu sou poeta e não aprendi a amar."- Cássia Ellen.

— Bom garoto, estamos quase chegando lá. -digo passando a mão atrás da orelha da minha nova idéia brilhante. O cachorro que eu havia comprado com meu primeiro salário adiantado era exatamente o que Lysandre precisava. Fora que era muito lindo. Eu sempre tive uma queda por Golden Retriever e o dono me disse que ninguém queria esse.

Quando entrei no pet shop fiquei pelo menos meia hora olhando filhote por filhote até que vi que esse estava em um lugar separado e quando perguntei por que, o vendedor disse que esse cachorro era muito agitado e bagunceiro. Para mim, isso é sinal de "esse cachorro é o mais alegre e cheio de vida". Então ele até fez uma super promoção quando eu disse que iria levá-lo.

Viro a rua da casa de Lysandre e toco a campainha esperando que ele venha abrir. O cachorrinho ao meu lado está agitado andando de um lado para o outro e lambendo minha perna descoberta pelo short, enquanto é limitado pela coleira. Pego um biscoito para cachorro que eu comprei e dou para ele, quando ouço o portão se abrir.

— Tes, você não... - ele começa então repara no cachorro que está tentando pular no meu colo. - quem é esse? -Lysandre pergunta se ajoelhando ao meu lado e passando a mão na orelha do cachorro.

— Meu presente para você. - digo. Ele arregalou os olhos.

— O que? -ele perguntou.

— Mas você tem que cuidar bem dele, por que ele parece ser bem carente. E fora isso, o vendedor disse que ele é muito bagunceiro. Não é garotão? - pergunto passando meu nariz em seu focinho que ele logo lambe.

— Você está me dando um cachorro? - ele pergunta.

— É para você deixar de ser solitário. - digo.

— Eu não sou solitário. - ele protesta.

— Eu tive um sonho em que você dizia que era. E em geral,meus sonhos são sinais preciosos da realidade. você percebeu que nós estamos na rua? Vai me convidar para entrar ou não? - pergunto. - está de noite, imagina se passar um assassino por aqui. - digo.

— Nós estamos em um bairro nobre. - Lysandre diz. Mostro a língua e pego o cachorro no colo antes de me levantar e caminho para dentro da casa de Lysandre. Vou para a sala e pego um jornal que estava no sofá, provavelmente o que Lysandre estava lendo e estendo contra a parede.

Encho um dos potinhos que eu comprei com água e o coloco em cima do jornal e encho o outro com a ração que deixo guardada em um armário da cozinha. Então paro na porta para observar a cena de Lysandre deitado no chão rindo enquanto o cachorro lambe o rosto dele batendo o rabo em seu braço. O sorriso dele estava tão natural... droga, mais uma coisa para eu ficar pensando quando eu estiver atoa. O sorriso dele.

— Ah, eu tenho que te devolver o seu pijama. - digo remexendo na minha mochila a procura do pijama de Lysandre.

— Ele tem nome? - Lysandre pergunta agora sentado, mas o sorriso ainda estampado em seu rosto.

— É função do dono dar o nome. - digo me ajoelhando ao lado de Lysandre para passar a mão no cachorro também.

— Eu vou chamar ele de Morfeu. - Lysandre diz.

— O deus dos sonhos? Por que? - pergunto.

— Você disse que resolveu me dar um cão por que teve um sonho. - ele diz dando de ombros.

— Morfeu é muito sério. - protesto. Lysandre parece pensar.

—Morf, então? Feu? - ele pergunta.

— Eu gostei de Morf. Não é Morf? - chamo o cachorro. Morf pula em cima de Lysandre fazendo com que ele caia para trás rindo.

— É Morf então. - Lysandre diz sorrindo satisfeito enquanto se senta.

— Você podia sempre sorrir assim. - digo sorrindo para Lysandre e passo a mão no cabelo dele. - não é garotão?

— Ei, eu não sou um cachorro também. - ele diz.

— Será? Você morde? - pergunto.

— Que engraçada. - ele diz e aperta minha bochecha com força. - não entendi ainda por que você me deu o Morf. - ele diz.

— Por que eu estava preocupada com você sozinho. E o Morf é tão assustador que vai espantar sua solidão. - digo encarando os olhinhos pretos que brilhavam de alegria pelo novo lar.

— Você se preocupa demais. - Lysandre diz.

— De qualquer forma, eu tenho que voltar para o internato agora. - digo ficando de pé.

— Já?- Lysandre pergunta imitando meu gesto.

— As meninas estão me esperando para pensar em como desviar a atenção da mídia sobre o Castiel. - digo.

— Por que você não faz mais um ensaio fotográfico? - Lysandre pergunta.

— Eu quero a atenção das revistas de economia, não das de moda. - digo. Ele ergue a sobrancelha.

— Você é a ex namorada de Castiel Sworis. Tenho certeza que se você chamar um pouco de atenção o pessoal da economia vai olhar para você. - ele diz.

— Vou discutir isso hoje a noite. Pede um taxi para mim? - peço.

— Eu te levo. - ele diz. - o que aconteceu com seu carro?

— Virei uma pessoa ecológica. E você não vai deixar o Morf sozinho no primeiro dia dele aqui! - digo. Lysandre sorri e pega o telefone.- como vai a preparação para a apresentação do Castiel? - pergunto.

Hoje de manhã nós havíamos decidido que eu e as meninas seriamos as responsáveis por tirar o Castiel e a Ana Clara da mídia e os meninos da F4 mais o Alexy e a Alicia fariam uma apresentação para a Merces de forma que, com o fim do noivado, eles não desistissem do apoio à Sworis. Lysandre demora um pouco para me responder já que está passando o endereço ao taxista, mas por fim ele se vira para mim.

— Estamos tentando decidir como faremos a apresentação. Mas está indo bem. - ele disse. Sorrio para ele e me jogo na poltrona. Morf começa a arranhar minha perna, então o pego no colo.

— Você sabia que a diretora me chamou a atenção hoje? - pergunto. Lysandre senta no braço da poltrona e passa a mão em Morf.

— Sério? Por que? - ele pergunta.

— Ela disse que não é normal uma pessoa ir vestida de ninja ou de pijama para escola. - digo. Lysandre gira os olhos. - ela ameaçou me levar no psiquiatra- comento indignada.

— Você devia aproveitar a oportunidade. Eu acho que você precisa mesmo. - ele diz. Mostro a língua para ele e ele ri. Então escuto a buzina do taxi e me levanto da poltrona.

— Te vejo amanhã. - digo fazendo o sinal de paz e amor. Ele sorri e caminha até a porta de entrada para abri-la.

— Por favor, não tomem nenhuma decisão imprudente, ok? - Lysandre pede.

— Meu sobrenome é prudencia. - digo. Lysandre me encara e beija minha testa, me fazendo dar um pulo.

— Seu sobrenome é Chase. Te vejo amanhã. - ele diz imitando meu gesto de paz e amor. Sinto meu rosto corar apesar de não ter motivos para tal e corro para fora,  em direção ao taxi.

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— E se a gente liberar todos os animais de um zoológico? Com certeza vai chamar a atenção. - Rosa diz. Isso era o que o Lysandre queria dizer por prudência? Conseguia imaginar ele sentado na cadeira com o olhar reprovador.

— Vocês são loucas? Isso causaria um tumulto pela cidade. - o Lysandre imaginário diz.

— Não, Rosa, algo que não coloque a vida da população em risco. - digo. Rosa bufa.

— Então espalhar um boato.- Ana Clara diz. - você sabe, você confirmou o ensaio fotográfico para a "por trás dos holofotes" amanhã. Você podia começar um boato que tenha relação ao Cast. - ela diz. Calma, "Cast"? Até o Lysandre imaginário estava confuso.

— Que tipo de boato? - pergunto.

— Diga que você está grávida do Castiel. - Rosa diz rindo.

— Você é louca? Eu sou virgem!- digo sentindo meu rosto corar.

— É sério que você é virgem? - Ana Clara parece chocada.

— Eu sou uma pessoa muito reservada. - digo.

— Mas você namorou o Castiel. - ela diz. E daí?

— É por que eu namorei o Castiel Sworis que eu tenho que parar de ser virgem? - pergunto. Ana Clara ri.

— Tudo bem, mas mesmo assim, as pessoas não sabem que você é virgem. Isso com certeza vai tirar a atenção do meu casamento e fora isso, vai fazer com que as pessoas acabem com o meu noivado. - Ana Clara diz.

— Não! - o Lysandre imaginário nega.- vai mesmo fingir ser uma vadia, Teresa?

— Mas eu...- começo.

— Até que não é uma má ideia. - Rosa diz.

— Mas eu acho que...- volto a tentar dizer. O Lysandre imaginário não parece contente.

— Isso. Acabe com toda sua reputação por todo o país. Você não liga, não é mesmo? - Lysandre imaginário pergunta. - afinal, o que prejudica a imagem dos seus pais ajuda a sua. - ele diz.

— Cala a boca! - digo para o Lysandre imaginário e Rosa e Ana Clara arregalam os olhos.

— Eu não sabia que você tinha ficado tão ofendida com a idéia, desculpa, Tessa... -Rosa diz.

— Está gritando com as suas amigas? - Lysandre imaginário pergunta. - calma, você só está tendo uma alucinação comigo. Devemos ir ao psiquiatra?

— Não- choramingo e bato o pé.

— Não o que, Teresa? - Ana Clara pergunta.

— Por que eu estou te vendo? - pergunto.

— Por que eu estou aqui. - Rosa diz balançando o braço.

— Por que você está apaixonada por mim. - Lysandre imaginário diz. - e você liga mais para minha opinião do que para a dos outros. - ele diz.

— Eu estou apaixonada por você? -pergunto ao Lysandre imaginário.

— Depende, você é lésbica? - Ana Clara pergunta.

— É claro que está. Esse sentimento que você não sabe denominar? É amor. - ele diz.

— De verdade? - pergunto.

— Teresa, com quem você está falando? - Rosa pergunta.

— De verdade, Chase. Mas você está parecendo meio louca falando com a sua consciência. - ele diz. Droga, ele é imaginário. Por isso eu chamo ele de Lysandre imaginário.

— Queria que estivesse aqui. - digo.

— Então você tem que lutar pelos seus desejos. - ele diz.

— Teresa Chase, você está me assustando! - Rosa berra e o Lysandre imaginário desaparece.

— Me desculpem. Não acho que eu posso fazer isso, dizer que eu estou grávida. - digo.

— Vamos ver a opinião do resto amanhã antes do seu ensaio fotográfico e ai a gente decide. E como você começou a ter alucinações, acho melhor a gente dormir. - Ana Clara diz.

— Sim, essa parece a melhor solução. - Rosa diz. - mas você está bem? - ela pergunta.

— Como está o Leight? - pergunto.

— Ele está bem... por falar nisso, ele disse que qualquer coisa que a gente precisar é só pedir para ele. - ela diz.

— Que bom. - digo e me enrolo na coberta, apenas para ficar encarando meu celular.

Posso ouvir as duas conversando enquanto se arrumam para dormir, mas resolvo ignorá-las. Continuo encarando meu celular e me perguntando se devo ligar para Lysandre. Está tarde, mas ele costuma dormir tarde. Mas o que eu vou falar? "Oi, eu resolvi te ligar por que sim. O Morf está bem?". Não. Ficaria muito estranho.

Solto um grito de frustração que as meninas ignoram e finalmente consigo dormir.

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No dia seguinte, eu me almadioço por não ter deixado meu celular carregando durante a noite, por que agora ele vai ter que carregar enquanto eu estiver na aula. Isso significa que vou ter que prestar atenção na aula e discutir com os professores.

Vou até o refeitório (dessa vez usando o uniforme, afinal, eu sou sã e não quero ir ver o tio pisiquiatra) e peço meu café de sempre com um misto quente. Assim que fica pronto, vou me sentar com a Rosa e Ana Clara que como sempre, deixaram o quarto antes de mim.

— Seu cabelo está meio... bagunçado. - Ana Clara diz. Sorrio amarelo. Eles não me deixam usar pijama então eu não tenho tempo para pentear os cabelos. Ou é isso ou é os dentes. Por uma questão higiênica eu priorizo os meus dentes.

— Isso se chamar estilo próprio. - digo. Rosa engasga um pouco com a risada contida e eu enfio o misto na minha boca. Então sinto uma mão no meu ombro e quase morro de susto ao ver o rosto de Armin.

— Eu vim buscar vocês para discutirmos os planos de hoje. - ele diz. - Tessa, você podia se dedicar um pouquinho mais para ficar bonitinha né?

— Para que? A beleza natural é a melhor. Agora repita comigo: a Tessa é linda. - digo.

— A Tessa é desleixada.- ele diz sorrindo.

— A Tessa é uma estrela. - digo.

— A Tessa é a lua. - ele diz.

— Eu te odeio. Mas mesmo eu sendo a lua, eu continuo sendo um astro. - digo satisfeita. 

— Então vamos? - ele pergunta. Enfio mais um pedaço do misto na minha boca e o engulo com o café.

— Claro. - digo.

— Sim, nós também já terminamos.- Rosa diz rindo. Ana Clara está vermelha de tanto rir.

— Sim, nós tivemos ótimas idéias ontem. - ela diz.

Me levanto da mesa e sigo Armin em direção a sala da F4 com Rosa e Ana Clara logo atrás de mim. Quando chegamos, todos os outros já estão sentados em seus lugares normais. O computador de Armin está aberto no pufe e Kentin está sentado com Lysandre (que está dormindo, a propósito) no sofá principal,  enquanto Castiel está na poltrona. Alicia está em outro pufe e Alxy está em pé atrás do sofá principal.

— Tudo bem, vamos começar. - Armin diz.

— Por que vocês não começam dizendo a idéias de vocês? - Alicia pede para nós.

— Tudo bem, eu tive a idéia de libertar todos os animais de um zoológico.- Rosa diz. - mas a Tessa disse que não rolava, então a Ana Clara propôs algo muito... polêmico.

— O que? - Castiel pergunta. Lysandre começa a acordar e seus olhos vasculham o lugar até encontrar os meus. Ele sorri preguiçoso e faz o sinal de paz e amor.

— A Ana Clara sugeriu que fingíssemos que a Tessa está grávida do Castiel. - Rosa diz.

— O que?! - Armin engasga com o ar.

— Hoje eu tenho um ensaio fotográfico com a "por trás dos holofotes". - explico. - e depois vu prestar uma entrevista. Elas querem que eu fale isso na entrevista. - digo.

— Não é uma idéia ruim. - Alicia diz.

— Eu acho que isso é colocar a imagem da Tessa muito a mostra. - Lysandre diz parecendo incomodado. - e isso pode ser ruim até para ela. Ela é virgem.

— Obrigada por compartilhar essa informação com a gente, Lysandre. - Armin diz irônico. - eu acho que pode funcionar, também.

— Votação então.- Ana Clara diz.- quem é a favor da ideia?

Ana Clara levantou a mão, Armin levantou a mão, Alicia levantou a mão, Rosa levantou a mão, Alexy levantou a mão e Kentin levantou a mão. Os únicos que não queriam isso e eram o Castiel e o Lysandre.

— Sinto muito, rapazes. A maioria ganhou.- Alicia diz.- está tudo bem mesmo, Tessa?- ela pergunta. É pelo bem do Castiel. É pelo bem do Castiel... eu preciso.

— Está. - digo. Lysandre fecha a cara, fazendo eu ficar com raiva de mim. Então ele coloca a almofada no rosto e eu paro de prestar atenção nas ideias dos outros.

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— Então, Teresa, como é voltar ao trabalho de modelo? - Rachel, a repórter pergunta.

— É interessante. Eu gosto bastante e por causa da minha mãe já tenho uma certa familiaridade com essa área. - digo.

— É claro. Nós não podemos deixar de acompanhar as notícias, e sabemos do noivado de seu ex namorado, Castiel Sworis. - ela diz. -o que você acha disso? O término foi difícil?

— Bom, acho que nenhum término é fácil, não é mesmo? Mas foi uma decisão mútua de nós dois. Eu fiquei muito surpresa com o noivado dele com a Ana Clara, de verdade. Acho que seria mais fácil encarar isso tudo se... eu não estivesse...- começo a vacilar. Eu tenho mesmo que fazer isso?

— Se você não estivesse...? Apaixonada por ele? - ela pergunta. Sorrio sem graça.

— Se não fosse pelo inicio dessa gravidez. - eu digo. Rachel arregala os olhos.

— Você está grávida? - ela pergunta.

— Isso não é algo fácil para nenhum de nós dois, e imagino como será para Ana Clara encarar isso. - digo.

— E... como foi a reação do Castiel ao saber disso? - ela pergunta.

— Castiel é uma pessoa muito séria e focada. Acho que ele conseguirá lidar com essa situação. Ele manterá a calma e enfim, ele também é uma pessoa com costumes antigos, imagino o que está passando pela cabeça dele agora. Mas isso também é uma novidade para nós dois. - digo. Rachel parecia chocada. - acho que podemos encerrar por aqui, certo?

— Se está com pressa... é claro... -ela disse.

— Obrigada, Rachel. - digo.

— Eu quem agradeço. - ela diz.

Droga, será que isso realmente era necessário?

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— Lysandre, abre a porta. - digo tocando a campainha pela milésima vez. Então ele finamente aparece com a chave e destranca o portão.

— Como foi a entrevista? -ele pergunta.

— Deu tudo certo. - digo.

— Sério? Então acho que agora você já pode ir. -ele diz.

— Está com raiva de mim? -pergunto chocada.

— Eu estou furioso com você. - ele diz. Droga.

— Por que? - pergunto.

— Eu não suporto ver você se prejudicar por causa de outras pessoas. Isso é altruísmo. Teresa, você não precisava ter feito isso. - ele diz.

— Eu só quero ajudar!- digo.

— E você vai! Mas que tal se ajudar um pouco? - ele pergunta.

— Lysandre...- digo.

— Eu só quero ficar um pouco sozinho, ok? Quando a notica sair nós vamos nos reunir e a gente conversa. - ele diz.

— Como está o Morf? -pergunto.

— Está bem. - ele diz.

Suspiro e dou meia volta indo em direção a Clot´s. Já que eu tinha que fazer a sessão de fotos, transferi meu turno para noite. Viva, adoro trabalhar depois de brigar com a pessoa que acabei de descobrir que eu estou apaixonada.

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De noite, ajeito meu casaco a medida que me aproximo do internato. Caramba, eu estou tão cansada. Será que se eu ligar para o Lysandre ele atende? E o Castiel? A notícia já vazou? Meu Deus, eu vou enlouquecer.

Assim que chego ao campus porém, sou detida por uma cena que eu provavelmente nunca vou esquecer. Castiel está beijando a Ana Clara bem ali, no meio do campus da escola, com uma mão em sua cintura e ela não parece mostrar nenhuma resistência além de retribuir. Que ótimo, para que o plano já que os dois estão namorando? Eu devia ter escutado o Lysandre.

E agora termino meu dia assim: exausta, com uma visão maravilhosa do Castiel beijando a Ana Clara e o Lysandre com raiva de mim. Isso sem contar que eu sou uma virgem grávida. Viva! 

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No dia seguinte, eu perco a hora e literalmente não ligo. O mundo pode acabar agora que eu vou bater palminhas vendo ele se auto destruir. Acho que eu nunca estive com o humor tão ruim.

Com calma, eu visto meu uniforme e penteio o meu cabelo para variar um pouco. Pego meu celular na esperança de ter alguma chamada perdida de Lysandre, mas a única coisa que tem é um aviso do Crossy Road dizendo que eu já posso pegar meu presente. Bacana.

Saio para fora do dormitório e logo um milhão de flashes são disparados em minha direção. Fico meio tonta antes de conseguir identificar os repórteres. Por favor, eu vou explodir, vão embora seus idiotas.

— Senhorita Chase, pode dar uma declaração sobre a sua gravidez? - um repórter pergunta.

— E qual sua opinião sincera sobre o casamento de Ana Clara e Castiel? - outro pergunta.

— Isso tudo se trata de uma fusão entre duas empresas? -uma terceira perguntou.

— Chega. - eu digo baixinho. Ergo minha cabeça. - querem a verdade? A minha gravidez é falsa. Ela foi minha última tentativa de me apegar ao Castiel. Mas não funcionou. Os dois se amam e eu realmente espero que eles tenham um casamento muito feliz. Isso tudo me trouxe muita confusão com o menino que eu realmente gosto, por que ele está furioso comigo! Então por favor, me deixem em paz. - digo fazendo um caminho no meio dos repórteres para chegar até uma área livre.

Eu sei que eu disse que ia ajudar, mas eu não podia. Não desse jeito. Ele está com a Ana Clara então por que precisa de ajuda para acabar com o noivado? Então agora eu posso me dedicar ao que eu quero. O Lysandre imaginário estava certo, eu devo correr atrás dos meus desejos. E é isso que eu vou fazer a partir de agora.