Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 10
S.O.S Memórias


Notas iniciais do capítulo

Gente, muitos de vocês devem ter ficados confusos no capitulo 7 (o do baile) em uma parte do dialogo da Tessa com a Nina. Por engano eu escrevi Debrah no lugar de Nina, e peço desculpa a todos pela minha falta de atenção. Se vocês virem mais algum erro, peço que me informem para que eu possa arrumar assim como eu fiz no outro capitulo :)
Bom, capitulo novinho o/ espero que gostem. Gostem não, espero que adorem, amem haahahhaha beijos!
— Detoni



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" Quando não há memórias, a liberdade é apenas uma ilusão." - Lowry, Lois (O doador de memórias).

Minha cabeça ainda girava a medida que eu caminhava até o espelho. Noite passada? O que diabos eu fiz noite passada? Oh não. Não, não, não, não. Será que...? Não. Eu não sou assim. Eu nem bebi, por que não consigo me recordar de nada?

Oh meu Deus. Eu dei meu primeiro beijo? Pior, eu perdi minha virgindade? E sem nem no mínimo estar acordada? Quem...? Jade. Ele me drogou, só pode. Preciso ir no internato agora.

Encontro minhas roupas em uma cadeira e repugnância passa por todo meu corpo. A medida que tiro a camisola curtíssima e visto minhas roupas busco por marcas em meu corpo. Qualquer coisa que possa me lembrar noite passada. Mas não encontro nada, e não sei se isso é um alívio ou uma preocupação.

Passo pela recepção correndo a medida que o sol começa a nascer. Vários taxis estão estacionados então simplesmente entro em um enquanto reprimo o meu choro.

— Para onde, senhorita?- a taxista pergunta.

— Internato Sweet Amoris. O mais rápido possível, por favor. - peço. Minha única sorte foi perceber que minha carteira ainda estava no bolso da minha calça jeans. Mas isso significa que eu não fui alvo de um assalto, então o que foi? Só me lembro de ficar inconsciente.

Durante o percurso, a mulher tenta puxar assunto, mas não falo nada de volta. Quando chegamos lhe lanço uma nota de cem e saio correndo. Eles me reconhecem da portaria e abrem as portas para mim.

Algumas pessoas já estão de fora dos dormitórios enquanto chego na área. Elas estão socializando, todas de pijamas. Como odeio acordar cedo nunca pensei que pudesse existir um encontro a esse horário. Desvio a rota do meu dormitório e bato furiosamente contra a porta de Debrah.

— Debrah, eu sei que você está ai. Eu vi o seu carro. Por favor, eu estou desesperada. - digo quase cedendo as lágrimas. Mas eu não posso fazer isso, não aqui, não agora. A porta se abre e Debrah sai usando um pijama com olheiras e uma expressão cansada. Até que horas ela ficou acordada?- o que aconteceu noite passada?

— Oh, você não se lembra? Você conheceu um cara muito legal, Jade se não me engano. Você disse que ia voltar com ele apesar de eu insistir para você voltar comigo. Por que? - ela pergunta bocejando.

— Eu nunca faria isso. Nunca aceitaria a carona de um estranho! - digo. As lágrimas agora eram de raiva, pois eu sabia que ela estava mentindo.

— Eu não sei, Tessa. Estou te contando até onde eu sei. Agora acho melhor você tomar um banho, pois está fedendo a alcool e o café da manhã vai ser servido daqui a pouco. - ela diz batendo a porta na minha cara.

— Mas eu nem bebi. -digo com raiva.

As pessoas me observam enquanto eu ia para o meu dormitório com os olhos cheios de água. Abro a porta com força e Rosa está sentada na minha cama com olheiras profundas. Mas essa não foi minha maior surpresa, a maior surpresa foi ver Alexy sentado em uma cadeira. Assim que abro a porta os dois levantam e correm até mim.

— Onde você estava noite passada? Nem para me avisar? Você está chorando? O que aconteceu? - Rosa começou.

— Ela não conseguia dormir e me ligou. Estavamos preocupados com você. Aconteceu alguma coisa? Por que não voltou para o dormitório? - Alexy continuou.

— E- eu vou explicar. - digo vacilante. Conto a eles a história até onde eu perdia a consiência e acordei em um quarto de hotel.

— A culpa é da Debrah. Eu vou matar aquela vadia. - Rosa diz dando um pulo da cadeira.

— Rosa se acalme. Eu quero descubrir o que aconteceu antes de apontar culpados. - digo.

— Eu vou para casa para tomar um banho e você deveria fazer o mesmo, Tessa. Você não pode deixar as pessoas notarem que aconteceu alguma coisa, ok? Te vejo no segundo horário. -Alexy diz e beija minha testa e acena para Rosa antes de sair.

— Tessa, vá tomar um banho. Vou pensar em alguma forma de resolver isso tudo. Hoje, depois da aula, nós vamos ao hospital para ver se você foi vitima de assédio ou está com alguma DST... - Rosa diz. - por enquanto vá tomar seu banho.

Agradeço a Rosa antes de entrar no chuveiro e me sentar no chão do boxe, finalmente chorando.

—_________*****__________

Eu e Rosa saímos do quarto em uma hora que eu tinha cogitado impossível de se quer acordar. Rosa estava trocando mensagens loucamente com Alexy e eu estava preocupada a cada passo que eu dava. Porém me detenho com uma visão chocante.

Castiel está parado bem na entrada da área dos dormitórios com um sorriso no rosto e uma orquídea na mão, o que chamava muita atenção. Assim que me vê, seu sorriso aumenta, mas de repente todos os celulares começam a vibrar. Rosa já está com o dela não e eu sei que isso só pode significar uma coisa. Blog da patricinha.

" Bom dia, comunidade do instituto Sweet Amoris! Como é bom acordar com uma noticia fresquinha de ninguém mais ninguém menos (se é que tem como ser menos que ela) que Teresa Chase, nossa odiada transferida! Alguns de vocês devem ter sentido a mesma curiosidade que eu de onde nosso pequeno trapo estaria, e fico contente em anunciar. Em um hotel. Em um hotel barato. E o melhor: com um homem. Mas devo dizer que era bem bonito, temos que reconhecer o bom gosto dela. Ela começa nos roubando o Lysandre e então conquistando nosso amado Castiel. Mas claro, como uma fã da F4 eu teria ficado bem com isso se não fosse o fato de que ela já o traiu. E em um hotel barato. Não acreditam? Tenho umas provinhas para vocês. Ah, como eu adoro manhãs reveladoras. Até mais tarde, queridos companheiros. Patricinha."

Depois de todo esse artigo sobre minha noite passada haviam fotos, e não eram poucas. Eram fotos que eram novidade para mim. Eu estava no quarto de hotel que eu acordara , dormindo no peito de Jade e com a camisola curta. A pior parte é que eu não consigo me lembrar de nada.

Olho para Castiel sabendo que ele virá brigar comigo. É bem do feitio dele, me dará um F4 e me humilhará na frente de todos. Mas ele não faz isso. Ele encara a flor em sua mão e a joga no chão antes de sair andando com uma expressão que me fazia querer chorar.

—_________*****__________

Eu não sabia o que estava fazendo, mas corri em direção a Castiel. Mas o que me impressionou foi a velocidade com que ele andava e a velocidade com a qual a F4 inteira agora estava diante de mim, no refeitório. Eu não conseguia distinguir a expressão que estava no rosto dos meninos, mas Castiel parou junto com eles e finalmente me encarou.

— O que você quer? - ele perguntou.

— An? - pergunto ainda surpresa por ele ter falado comigo.

— Você está me gritando desde os dormitórios. Imaginei que fosse querer falar comigo, então o que foi? - eu acho que nunca tinha visto Castiel tão frio. Encaro Lysandre, mas a expressão está tão magoada que tenho que desviar para Armin que está chocado. Kentin está com as feições tão duras quanto Castiel.

— Essa noticia do blog da patricinha. É falsa. - digo com as lágrimas ameaçando descer novamente.

— Oh, é mesmo? Posso te fazer uma pergunta, Tessa? Mas você tem que me responder honestamente. - Castiel diz com aquele ar sarcástico que ele usa como escudo. Ele pega o celular e abre em uma das fotos do artigo.- essa menina das fotos... é você?

Sim, era eu. Qualquer um podia dizer isso, então como a noticia poderia ser falsa? A prova estava ali, diante de todos. Mas eu não fiz isso. Jamais faria algo assim. Não por respeito a qualquer um, mas a respeito a mim mesma. Concordo com a cabeça e a expressão de Castiel fica séria.

— Então como pode ser uma noticia falsa, Teresa? - ele perguntou e eu apenas neguei com a cabeça. - por favor, agora estou curioso. Quantas mentiras você já contou mais para nós? Por que aparentemente você já teve seu primeiro beijo e até transou. - Castiel diz. As pessoas a nossa volta estão em silêncio, todos curiosos. Castiel percebeu isso e agora ele falava com todos. - como se já não tivesse ficado óbvio, Teresa Chase não tem nossa proteção mais. Ela não está sob um F4, isso é verdade. Ela traiu a confiança da F4, por contar mentiras, mas não vou lhe dar um F4. Vocês façam o que quiserem. - Castiel diz antes de subir para o andar da F4 com seus amigos atrás. Nenhum deles sequer olhou na minha direção quando senti um murro forte contra minhas costas e emiti um gemido de dor antes de cair no chão.

—_________*****__________

Eu acabei na área deserta do prédio de ciências, como eu sempre fazia quando não estava mais suportando o F4. Agora eles tinham motivação para acabar comigo, na mente deles eu traí o Castiel sendo que nunca nem saí com ele. Mas eu não ligo, eu trai a mim mesma.

Me sento no chão, me recusando a chorar mais. Porém meu corpo intero doía e Rosa quase ficara igual a mim quando tentara interferir. O primeiro soluço de choro veio, mas forcei meus olhos a não permitirem nenhuma lágrima sair.

— Você não grita mais? - Lysandre pergunta aparecendo e acho que nunca levei um susto tão grande quanto esse agora. Ele me encarou e se abaixou ao meu lado.- sinceramente, eu prefiro seus gritos a seu choro.

— Você vai me julgar também? - as palavras escaparam mais agressivas do que eu pretendia. Lysandre suspira e se senta ao meu lado.

— Eu quero ouvir sua versão. Sabe que não gosto de julgar antes de saber. -ele diz.

— Mas você parecia bem magoado mais cedo. - digo. Pra que provocar, Tessa? Ele está te dando uma chance de se explicar. Então Lysandre suspirou me encarando.

— Você queria que eu estivesse sorrindo? Uma pessoa de quem eu me tornei dependente mentindo para mim? E ainda sendo alvo da escola novamente? Eu não consigo sorrir nessas situações, me desculpe. - ele diz. Solto mais um soluço e a medida que explico as coisas para Lysandre a compreensão vai se espalhando pelo seu rosto. - tenho uma certa idéia do que pode ter acontecido.

— Sério? - pergunto.

— Já ouviu falar um "boa noite Cinderela"? É uma droga muito forte que te deixa inconsciente e apaga sua memória. Sim, só preciso de um exame para provar isso. Já foi ao hospital? - ele pergunta.

— Rosa me mandou me esconder para que pudesemos ir no final da aula. - digo.

— Eu posso te levar...- Lysandre começa a falar, mas se detém com uma figura na porta. Kentin está parado nos encarando.

— Eu sabia que teria uma explicação lógica para isso. - ele disse se aproximando de nós.

— A quanto tempo você está ai? - Lysandre pergunta.

— Só o tempo dela se explicar e você apresentar sua teoria. Que é muito lógica. Eu devia ter pensado nisso antes, vamos.- ele diz.

— Para onde?- pergunto confusa.

— Você, o Lysandre e essa tal Rosa vão agora para o hospital. Eu vou descobrir exatamente o que aconteceu com alguns contatos do meu pai. - Kentin diz. Acho que foi a primeira vez que fiquei assustada com ele. Ele era tão simpático, aberto que eu até me esquecia que era filho de um chefe da máfia.

— Claro, o tráfico.- Lysandre disse.- perfeito, Kenitn. Onde está a Rosa, Tessa? - Lysandre perguntou.

— Ela deve estar com a professora de teatro discutindo da peça. - digo para Lysandre. Ele sorri.

— Vamos lá. - Kentin diz.

Eu basicamente fui escoltada pelos dois a medida que nós íamos para o auditório. Como de se esperar, Rosa e Alexy estavam lá e eu conseguia ouvir as vozes deles de longe. Porém quando eles finalmente me viram eles correram na minha direção esquecendo da discução que estavam tendo. Mas não foi à mim que eles vieram. Alexy agarrou a blusa de Kentin e Rosa empurrou Lysandre tentando lhe desferir algum golpe.

— O que vocês estão fazendo? - perguntei desesperada.

— É Alexy, você realmente acha que poderia ganhar uma luta contra mim?- Kenitn perguntou achando graça.

— Oh, eu posso te beijar ao invés disso. -Alexy disse e Kentin o jogou para longe. Rosa ainda tentava inutilmente acertar um golpe em Lysandre.

— Rosa, eles estão do nosso lado. E mesmo que não estivessem vocês teriam se metido em problema por isso, eles são a F4. - digo. Lysandre e Kenitn começam a rir.

— Falou a garota que vive batendo na gente e derrubando o Castiel. - Kentin diz.

Isso me permitiu dar um sorriso. Meu time estava formado, e era bem mais forte do que eu esperava. Mas dois deles não poderiam se manifestar em público comigo e eu estava sendo atacada por toda escola, fora o garoto mais rico do país.

Com isso, meu sorriso some novamente.


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Notas finais do capítulo

Acho que ainda vai rolar muita coisa no meio disso :p em fim, se gostou, coemente. Se não gostou, comente também. Se quer algum pedido (apesar de eu não ser um gênio da lampada) comente também :) se você estiver extremamente ocupado, comente. E se tiver livre, comente mais ainda. Em fim, de qualquer forma comentem! XOXO
— Detoni