Confia em meu amor. escrita por Tulipa


Capítulo 1
O amor não se vê com os olhos mas com o coração.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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"Duvida da luz dos astros

De que o sol tenha calor,

Duvida até da verdade,

Mas confia em meu amor."

– William Shakespeare.

Stiles ponderou mais uma vez. Ele estava certo de seus sentimentos? Se perguntava isso diversas vezes.

Na vida precisamos dar o rosto à tapa, e ele sabia. Pra quê viver choramingando pelos cantos, se corroendo por dentro com um sentimento que ardia e queimava como carvão em chamas?

O amor existia. Ele sabia que sim. Porém, lá no fundo, existia também aquele medo da rejeição. Stiles conviveu durante anos com Derek, em um relacionamento normal. Ambos não falavam mais do que o necessário, e às vezes o menor agradecia por isso. Ele tinha medo que o toque, o olhar, a respiração irregular e até o coração acelerado o entregasse.

Stiles amava Derek, e isso ele não poderia negar nem em mil anos. Estava cravado no seu peito, desenhado no seu coração, ilustrado em seu olhar como uma peça abstrata que só ele entendia.

Duvidava ele que existia amor igual ou maior no mundo. Era algo tão grande que doía, e às vezes até parecia sobrenatural, coisa de outro mundo.

Reunindo toda coragem que conseguia, levantou-se em um único impulso de sua cama, agarrando-se à chave se seu jipe como se ele fosse a salvação do apocalipse.

Entrou em modo automático, dirigindo ao loft no qual caminho ele conhecia como a palma de sua mão.

Chegando no loft, tratou de controlar a respiração. Ele não queria ter um ataque do pânico e fazer uma cena ali, naquele dia.

Saiu a passos largos do jipe, caminhando rapidamente para a campainha, na qual tocou e esperou.

– Só um momento, Stiles! - Derek falou, com a voz um pouco elevada para o menor poder ouvir.

Vinte segundos depois as portas se abriram com um estrondo razoavelmente alto, fazendo um Stiles distraído pular de susto, arrancando um meio-sorriso do maior.

– Aconteceu alguma coisa? - O lobo perguntou, abrindo passagem.

– Não. Na verdade sim. Na verdade não. Eu só preciso conversar com você. - Stiles gesticulou com as mãos, demonstrando o quanto estava nervoso e inseguro.

– Respire e sente na cama, Stiles. Você quer um copo d'água? - O maior perguntou, disfarçando a preocupação enquanto cruzava os braços.

– Que cama? Aquele colchão sujo e fedido jogado perto daquela janela igualmente podre? - Stiles deu uma risadinha nervosa.

– Haha! Estou morrendo de rir. Internamente, claro. - Derek apontou para a cama com as sobrancelhas. Uma ordem silenciosa que Stiles seguiu rapidamente.

– Eu não sei como começar. É tão complicado! - Colocou as mãos no rosto, bufando de ansiedade. Era tão simples. Só dizer "Eu estou apaixonado por você, Derek.".

"Eu estou apaixonado por você, Derek. - Pausou. Eu sei que é complicado, que você é uns bons seis anos mais velho que eu, que temos a terra, o céu e o inferno contra a gente, mas é uma coisa que eu não consigo evitar. Você apareceu com essa linda carranca mau humorada praticamente estourando meus tímpanos gritando "Isso aqui é propriedade privada!", e alguma coisa dentro de mim acendeu como uma faísca inapagável. E eu não quero apagar. Eu não apagaria nem se pudesse, porque mesmo se quando eu acabar de dizer isso você me jogue na primeira superfície vertical dizendo que arrancaria minha garganta com os dentes, eu não ligaria. Eu não ligaria porque eu estou apaixonado por você, Derek. - Stiles respirou fundo e procurou qualquer resquício de sentimentos na expressão do maior.

Nada.

Somente lágrimas pesadas e uma coriza infinita, que manchava o rosto de Derek como o beijo de um anjo.

– E só agora você diz isso? Só agora? Eu também te amo, droga! Eu também te amo, seu moleque! Sai, Stiles. Vá embora, por favor! - Derek suspirou.

Com o coração quebrado e magoado, Stiles foi.

Já era a sétima música da Mariah Carey que Stiles escutada, quando ouviu uma batida na janela. Olhou rapidamente e era Derek.

O coração começou a espancar o peito do menor como se quisesse sair, criar pernas e correr para o mais longe possível daquele lugar.

Stiles levantou relutante, enquanto caminhava degatar até a janela, na qual destrancou o trinco.

– O que você está fazendo aqui? - Resmungou enquanto voltava pra cama e se enrolava no edredom.

– Não adianta fingir indiferença. As batidas do seu coração ferem minha audição lupina. - Derek riu enquanto tirava tirava o tênis e a jaqueta e se deitava na cama.

– Por quê você está se deitando? Pegue essa audição lupina e essa bunda de lobo azedo e vá pra casa do ca... - Stiles foi interrompido.

– Eu te escutei. Espero que você me escute também. - O maior fechou o rosto, expressando raiva.

– Fala lobo. - Stiles sussurrou. Lobo azedo.

– É muito complicado, então vou soltar a bomba de vez. - Respirou fundo. Você é meu companheiro.

– Mas o quê? Como é? Eu escutei bem? - Stiles se auterou, quase gritando.

– Companheiro é quando um lobo encontra sua alma gêmea... - Derek foi interrompido.

– Eu sei como funciona companheiro lupino. Isso explica muita coisa. - O olhar do menor projetou-se para frente.

– Explica o quê? - O maior perguntou curioso.

– Explica como meu amor por você é tão grande que dói e machuca aqui dentro. - Stiles apontou para o próprio peito e Derek sorriu.

Olharam um para o outro e como um imã do tamanho de uma galáxia, a boca de ambos se encontraram, como uma dança ensaiada e memorizada.

A boca macia, a barba por fazer sempre presente, o cheiro de pele limpa levemente perfumada com um cheiro almiscado, tudo isso fazia Stiles se sentir a pessoa mais feliz do mundo.

Pausaram o beijo aos poucos. Ambos queriam viver naquela pequena morte para sempre, mas não podiam. Deram alguns selinhos e se afastaram, olhando no fundo dos olhos um do outro.

Stiles deu uma risadinha baixa e sussurrou:

– Lobo azedo.


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Notas finais do capítulo

E é isso ai. Espero que tenham gostado! Beijos e até a próxima.