Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 30
Mudança de ares


Notas iniciais do capítulo

Aqui está um novo capítulo, apesar do nosso longo sumiço.
Feliz natal atrasado pra vocês! Considerem este o nosso presente!
Boa leitura!



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Pov's Nick

Assim que nos deixaram no chalé, colocaram a Hana na cama e foram embora, eu apenas me deixei escorar na porta após tranca-lá e escorregar até o chão. Precisava me recompor, não podia, nem havia tempo pra me permitir desmoronar e sofrer. Nesse momento a Hana precisa de mim, afinal eu sou a única que sabe como "curar" as manchas que surgiram nela, a única que sabe que são essas manchas que não permitem ela acordar, mantendo ela num pesadelo eterno. É isso. Eu não posso dar importância a mim mesma agora. Tenho que assumir a responsabilidade, tenho que assumir o dever que vem junto a essas pérolas. Não tenho tempo pra ficar parada nem pra pensar. Anda Nick! Levante-se e pare de tentar fugir disso. Pensei enquanto me obrigava a levantar e ia na direção da Hana.

—Desculpa a demora, Hana-chan. Já vou te livrar disso. -falei olhando pra ela. Depois levei minhas mãos e as deixei pairar sobre o corpo dela, na parte onde as manchas estavam mais concentradas e então deixei a energia correr pelo meu corpo até as mãos e a partir delas irradiar e tirar pra fora todas as manchas do corpo da minha amiga, após isso a energia negativa das manchas e a minha se dissolveram no ar. Permitindo enfim que a Hana despertasse.

Porém, as manchas pareciam aumentar a cada momento, aparecendo cada vez mais e mais escuras. Preciso fazer alguma coisa, não posso deixar ela presa assim por mais tempo. Precisava me esforçar mais, a energia que cedi antes só tratou parte das manchas. Não, na verdade acho que aconteceu o processo reverso. A energia que usei serviu pra “alimentar” as manchas. Isso significa que a energia negativa estava em maior quantidade que a minha. Para remove-la preciso usar bem mais energia, muito mais. Fechei os olhos me concentrando novamente, deixando que dessa vez as pérolas influenciassem meu poder. Isso ia ser exaustivo, mas dessa vez ia fazer de forma que com certeza ia tirar essas manchas dela. A energia que flui agora era tão mais intensa e em maior quantidade que tomou a forma de luz fora do meu corpo, e depois cobriu o corpo da Hana com a mesma intensidade. O brilho permaneceu até toda a energia ruim que estava nela sair. E eu sabia, sentia que dessa vez havia funcionado, daqui a pouco, quando se recuperasse, ela conseguiria despertar. Embora eu soubesse que a energia negativa na verdade não houvesse sido purificada. Bem acho que poderia me preocupar com isso depois, afinal esta não voltaria pra ela.

—N-Nick… Aaaaah… -Hana sussurrou depois de um tempo, ela havia acabado de acordar e soltou um gemido de dor. -Meu corpo dói… O que aconteceu? Que horas são? Não temos muito tempo, temos que ir embora. -ela falou começando a recobrar a consciência.

—Já está de noite. Faz algumas horas desde que eu liberei você das minhas memórias. Eu removi o misma do seu corpo. Temos que arrumar nossas coisas, vamos partir pouco depois que amanhecer. - falei suspirando, aliviada que ela havia acordado. - Iremos direto pra lá. Não iremos pro funeral…

—Tudo bem, sabíamos que isso iria acontecer em algum momento. Sinceramente, acho que demorou. Eu sei que não… -seu rosto se fechou ainda mais. -Meus pais, Nick, eles… O que eu vou fazer sem o meu pai? EU NÃO CONSIGO CONTINUAR SABENDO QUE ELE NÃO VAI ESTAR COMIGO DEPOIS QUE TUDO ACABAR! -a última frase foi dita um pouco mais alta, me fazendo perceber o quanto aquilo à afetava.

—Eu… Eu também não sei. A minha mãe… Sem ela nada disso faz sentido… -digo engolindo o choro que queria se formar. -Não consigo acreditar que não vão nos permitir despedirmos deles, pelo menos… Eu não sei nem se meu pai ainda está vivo… Isso não é nada justo. Nós sabemos das nossas obrigações, nos permitir ir na despedida não afetaria nada…

—Você sabe que não adianta insistir, eles não vão mudar de ideia. O que podemos fazer por hora é arrumar nossas coisas e ir pra lá. -Hana suspirou e foi ao armário recolher as poucas coisas que havia retirado da mochila.

Pouco depois as nossas coisas já estavam arrumadas. O chalé agora estava praticamente sem sinal da nossa presença lá, exceto pelas malas e a muda de roupa separadas pro dia seguinte. Estávamos prontas pra dormir, já tinhamos colocado nossos pijamas e só estávamos dobrando e nos despedindo da blusa do acampamento que ia ficar lá, pois sabíamos que não retornaríamos e as memórias já seriam suficientemente dolorosas, pra levar uma prova física de que tudo isso não tinha sido um sonho. No dia seguinte seria a vez de nos despedir do acampamento e todos que viviam e convivemos nele. Quando acordamos, rapidamente nos arrumando usando as roupas que era previsto que usássemos quando retornássemos, ou melhor, previsto pra mim usar, a Hana só estava sendo gentil e me acompanhando. Assim que estávamos saindo do chalé, ja levando nossa bagagem, vimos que todos que tinhamos que nos despedir já se encontravam na frente dele. A cara de surpresa de verem nos usando saias e arrumadas como meninas decentes foi ótima, era como se vissem outras pessoas.

—Pra que essas caras? -Hana perguntou confusa com a forma que nos olhavam. Ela parou e olhou pra baixo, eu sabia que não seria uma despedida fácil.

—Pra que essas roupas? Achei que usariam preto por causa do luto. -Calleb perguntou confuso com os nossos trajes.

—Isso não importa. Não temos tempo pra luto. -respondo também olhando pro chão, não sabendo ao certo como manter essas palavras. -Bem, de qualquer jeito, isso é uma despedida. -falo olhando na direção deles, fechando os olhos e forçando um sorriso.

—Foi ótimo estar com vocês, vamos sentir saudades de todos. -Hana falou com a voz levemente tremula, sem se mexer.

—Despedida? Do que vocês estão falando? Acham que não vamos nos ver novamente? -Leo falou sem entender do que falávamos  mas se sentindo incomodado com a situação e com a ideai de não nos ver novamente.

—Nós vamos embora, Leo, temos que ir. Não é como se tivéssemos escolha. -Hana respondeu sem lhe dirigir o olhar. Era possível perceber o leve tremor que tomava conta do corpo da pequena ao meu lado. Nisso começou a tocar uma espécie de alarme.

—O que é isso? O que esta acontecendo? -pergunto, vendo que logo todos os campistas estavam fora dos chalés e aparentemente preparados pra uma batalha, super alertas, mas também não parecendo saber o que estava realmente acontecendo.

—Não sabemos ainda. Mas com certeza alguma coisa está errada, é algo extremamente incomum o alerta de emergencia soar. Isso não acontece desde que Thalia voltou a forma humana. -fala Quíron(que estava na forma humana de cadeira de roda, provavelmente com a intenção de nos acompanhar até o lugar onde poderíamos pegar um transporte), explicando. Porém logo descobrimos o porque do alerta.

—MONSTROS! -começaram a gritar os que estavam mais próximos da colina do pinheiro. E logo, a partir daquela direção, diversos campistas começaram a lutar com algo que eu não podia ver, muitos foram ajudar, mas muitos também começaram a cair.

—Pelos deuses… São… São muitos… -fala Hazel em choque, assim como todos a nossa volta. 

—Temos que fazer alguma coisa! -diz Percy, colocando a mão no bolso e pegando sua caneta-espada.

—É impossível derrota-los. Temos que recuar. -fala Jason sério, mostrando o quão séria era a situação. Olhei pra Hana, transmitindo minha ideia com o olhar. Nós concordamos, pelo menos temos que salvar eles.

—Hana. -pedi. Ela rapidamente entendeu e me entregou um retângulo de papel em branco.

—O que você… -Annabeth começou a perguntar mas a cortei. 

—Para trás. -peço e me concentro. Logo o papel brilha, flutua e uma barreira circular se forma a nossa volta. Hana já sabia o que fazer, então rapidamente fechou os olhos para visualizar o local para onde iríamos. Ela segurou minha mão e a escuridão nos envolveu. Segundos depois a luz do Sol que se punha tocou nossos rostos. 

—Temos que ir logo, você sabe que eles odeiam atrasos. -Hana falou me segurando pela cintura. Era perceptível que o esforço havia me deixado fraca.

—Espera, onde nós estamos? -Percy perguntou desesperado.

—Japão. -Frank respondeu, observando as sinalizações. -O que estamos fazendo aqui? -perguntou sem entender o motivo de estarmos aqui.

—Nós trouxemos vocês porque o acampamento não é seguro no momento. Não deixaríamos vocês pra trás no meio de uma batalha. -Hana falou séria. -Agora vamos, temos que nos apressar. Temos compromissos aqui e a Nick precisa descansar. -ela se virou e nós começamos a subir antes que mais perguntas fossem feitas.

—Espero que consigamos chegar lá antes que sintam as nossas presenças. -comento especificamente pra Hana. Porém quando estávamos na metade do caminho, me arrependo de ter dito isso. Era tarde demais. Hana também sentiu as presenças que se aproximavam de nós pela floresta. Nisso paramos e ficamos em estado de alerta os deixando confusos. -Eles estão aqui. -aviso, olhando diretamente pra primeira criatura que surgia, eu sabia que era a única que conseguia vê-los. -Hana, pegue isso. -estendi alguns papeis retangulares pra ela, dessa vez tendo uma função totalmente diferente dos primeiros. Logo senti uma rajada de vento que me empurrou para fora da barreira, senti algo que não podiam ver envolver minha cintura e me puxar pra perto me fazendo sentir a escuridão que emanava daquele ser.

—O que está acontecendo?! -pergunta Piper, assustada por estarmos aparente sendo atacados por coisas invisíveis. Algo nunca experimentado pela maioria deles.

—Monstros. -Hana responde simplesmente pegando os papeis que haviam caído quando foi puxada.

—Monstros? Então como não podemos vê-los? -pergunta Quíron também confuso.

—Não esse tipo de monstros. São as criaturas daqui. São chamados de Yokais. -explica. -Aqui. Segurem isto, aí vocês conseguirão vê-los e ouvi-los. Guardem em um local seguro e não os percam! -avisa, entregando um para cada após ter guardado o seu no bolso. Logo, os outros arregalaram os olhos ao verem o ser meio humanóide e meio raposa que me segurava e os examinava antes de voltar sua atenção pra mim.

—AH… Que cheiro bom você tem, sacerdotisa da lua… Imagino qual será o seu gosto quando devora-la… -falou o homem raposa aproximando o rosto do meu pescoço inspirando. 

—Pode desistir. Isso não vai acontecer. -Hana falou atirando uma adaga em direção à criatura. A arma atingiu o ombro do Yokai com certa força, o que fez com que me soltasse ao cambalear para trás. Assim que me vi livre fui em sua direção e o segurei, purificando-o o mais rápido possível, fazendo ele e os demais fugirem apreensivos.

—Hana? -perguntei quando percebi que essa era sua intenção ao atacar o Yokai.

—Situações desesperadoras exigem medidas desesperadas. Sem falar que teremos que nos purificar assim que chegarmos, de qualquer forma. -deu de ombros, mas logo em seguida ficou séria. -Mas nem pense em fazer isso novamente. Você sabe muito bem do que sou capaz. Não pode ficar fazendo isso o tempo todo. -ela avisou me dirigindo um olhar direto e duro.

—Pode deixar, eu sei. -respondo ofegante. Logo escutamos sons de passos vindo de trás, fazendo que todos olhássemos alertas. Mas era uma jovem mulher de quimono com sacolas, que após olhar pra todos apreensiva aliviou o olhar ao ver nós duas.

—Hana-sama, Nick-hime! -exclama vindo apressada na nossa direção nos examinando. -Por kami(deus), vocês estão bem? Rápido, vocês e seus amigos me acompanhem depressa, posso reforçar o encantamento de proteção mas não irá durar muito. 

—Arigatou(obrigada), Hinami-san(sufixo de respeito, menor que “sama”que é designado pra alguém com posição acima da sua e “hime” que significa princesa). -agradeço educadamente, assim que começamos a subir. Por sorte, logo passamos por um portal tradicional em pintado de vermelho e vimos duas grande construções logo de cara, além de outras construções tradicionais de um templo japonês. E rapidamente fomos cercadas por muitas pessoas que vieram me cumprimentar. Mas logo seguimos em frente em direção a primeira casa. Mas em nossa direção vinha um garoto da mesma idade de todos os jovens acompanhado por dois seguranças, ele arregalou os olhos quando me viu.

—Nick-hime! Você retornou! -fala surpreso vindo sorrindo na direção. -Yo, Hana-san. Como você está?

—Hide-sama, é uma honra vê-lo logo na minha chegada. -falo respeitosamente, curvando minha cabeça de leve. -Era de seu conhecimento que em breve eu haveria de retornar de todo modo. 

—É verdade. Mesmo assim é sempre uma agradável surpresa ver você, hime. -falou após liberar os guarda-costas e estes se afastarem. Após isso me abraçou de repente, mas logo me soltou. -Você está bem? Nos avisaram sobre o acontecido mais cedo.

—Na medida do possível, Hide. -respondi, também deixando o tom extremamente formal de lado.  

—Olá, Hide. -Hana falou se aproximando e abraçando o garoto. -Quanto tempo… Fico feliz de vê-lo novamente. -ela sorriu pra ele, que manteve seu braço envolta dos ombros dela.

—Que saudade, chibi-chan. -provocou-a.

—Ora, seu… -Hana resmungo tentando se soltar, o que não funcionou e só fez com que ele risse ainda mais da sua cara emburrada e a abraçasse mais forte. 

—Ok, muito bonito, muito meigo. Mas assim, quem é você? -Nico perguntou incomodado pelo modo como o Hide nos tratava e pela forma como ele permanecia com a Hana em seus braços.

—Ah, verdade. Pessoal, esse é o Hide-sama, descendente da família imperial e um velho amigo. -Hana explicou com um pequeno sorriso, acho que ela também percebeu a aura que se formava ao redor do Nico, que não se suavizou muito apesar da resposta.

—Bem, antes que perguntem vou resumir: Eu faço parte de uma família nobre, chamada Tsukiyume, que serviu o imperador durante centenas de anos, o meu retorno era esperado pois nos meus 16 anos eu me juntaria oficialmente a família. -expliquei omitindo um pouco, a maioria, dos detalhes.

—E eu estou aqui porque não posso deixa-la sozinha. -Hana falou, dando de ombros. Antes que qualquer um pudesse fazer mais perguntas a acompanhante retornou e avisou que precisávamos nos apressar.

—Sem problemas, eu já estava de saída mesmo. -Hide falou animado. -Se cuida, chibi-chan. -deu mais um abraço na gente e se despediu. 

—Até, Hide-kun. -Hana acenou, lhe dando um sorriso doce, o que o fez corar. Não acredito nisso, ela ainda diz que não é filha de Afrodite. Balanço negativamente minha cabeça.

—Vamos, pessoal, por aqui. -falei enquanto eu e Hana seguíamos por um caminho já familiar para nós. Antes de nos separarmos, todos, menos eu e Hana, receberam yukatas(tipo um quimono de verão, parece um pouco com um roupão), aí os garotos entraram pela porta a esquerda e nós e as meninas entramos na da direita. A primeira parte era um lugar com armários  e estantes onde cada um podia deixar seus pertences, além de tirar todas as roupas e então seguirmos para a área de banho onde três mulheres conhecidas por nós duas nos aguardavam pra tratar de mim( duas delas) e da Hana(a terceira) as outras foram pra fonte se lavar. Durante os minutos seguintes, após purificarem todas nós e cortarem nossos cabelos, o meu no clássico corte japonês com a franja e o resto do cabelo retos, além de duas mechas laterais também um pouco mais curtas e o da Hana um pouco mais curto, com uma franja de lado e também com as mechas laterais. Após isso nos vestimos, as meninas de yukatas e eu e Hana com trajes de sacerdotisas, porém o meu era mais detalhado e eu vestia um quimono por cima. E então, havia chegado a hora, nos levaram até a sala principal onde havia várias almofadas no chão para sentarmos até a dona e líder da casa chegar, os garotos já estavam lá, com uma cara traumatizada por todos terem que tomar banho juntos. Nós duas nos sentamos, um pouco mais na frente, em frente de onde ficaria a anfitriã, que logo chegou.

—Tadaima(cheguei/estou em casa), Kaya-sama. -eu e Hana falamos nos curvando assim que ela entrou no cômodo.

—Sejam bem vindas de volta, meninas. Vocês também, amigos delas. Nossa casa fica feliz de recebe-los. -fala uma senhora lá pelos seus 60 anos, após se sentar na almofada restante. -Espero que tenham feito uma boa viajem, apesar dos problemas após chegarem aqui. Espero que vocês, gregos, não tenham se assustado com como são as coisas por aqui. -sorriu gentilmente pra eles, deixando-os em choque pelo que ela disse. -Por favor, não fiquem acanhados. Não tem o que temer, aqui é um dos lugares mais seguros do país. Nenhum monstro ou deus pode entrar em nossas terras sem nossa permissão.

—Espera… Você sabe o que nós somos? -pergunta Calleb surpreso.

—E como assim não conseguiriam entrar aqui? Não tem nada protegendo esse lugar além da altura que se encontra! Nem mesmo é um forte, praticamente tudo é feito de materiais relativamente frágeis. -argumenta Annabeth.

—Sim, crianças. Eu sei que todas as mitologias são reais, mas normalmente todos mantém sua área de atuação dentro de seus territórios de origem. -fala a senhora. -Aqui não é simplesmente palácios e um templo construídos em cima de uma montanha. Isso é um território divino. A nossa família, Tsukiyume, serve ao deus da lua, Tsukiyomi-no-kami.

—Me desculpe, senhora, mas o que exatamente elas vieram fazer aqui? -Piper perguntou, ainda não familiarizada com as formas de tratamento.

—Piper! Eu já expliquei o porque de estarmos aqui alguns minutos atrás! -falo, não queria ter que contar tudo a eles.

—Mas Nick você não foi muito clara! -protesta a garota.

—Está tudo bem, Nick-hime. Então eu explicarei-fala Kaya, com um sorriso no rosto. Me passando um aviso silencioso. -Como vocês perceberam nós somos uma família nobre, bastante antiga na verdade, e Nick-hime é a princesa desta casa, assim como a principal sacerdotisa do templo da lua. E Hana-san é sua acompanhante e ajudante, uma preciosa convidada da nossa casa. E, como creio que ela tenha explicado a vocês, ela veio se juntar a nós permanentemente.

—Permanentemente? -Leo perguntou não querendo acreditar.

—Sim, permanentemente. -respondi.

—Mas… Vocês são como nós, não podem simplesmente largar tudo assim. -Hazel falou pela primeira vez. -Eu sei que fazem parte daqui, mas também são semideusas, não podem ignorar isso. -completou.

—Na verdade, não faz muita diferença. Mesmo aqui não atrairíamos monstros. Eu sequer consigo enxergar os monstros de vocês. -rebato. -Além de que, possuímos amuletos que funcionam de barreiras, escondendo nosso cheiro, presença e tudo mais.

—Não estava me referindo aos monstros. Vocês fazem parte do acampamento, vão simplesmente nos largar? Achei que gostassem de lá, mas parece que me enganei. -Hazel falou séria. Ela se levantou e fez uma reverência para Kaya-sama, se retirando antes que respondêssemos.

—Bem, meninas. Creio que vocês todos tem muito a conversar. Nick-hime, sobre o festival no final de semana, espero que se responsabilize pela dança purificativa. -pede voltando seu olhar para mim.

—Claro, Kaya-sama. Começarei a praticar imediatamente. -respondi.

—Ótimo! Fico feliz. -fala. -Conversaremos mais depois, em particular. Por agora estão dispensados.

 Todos nós levantamos e fizemos uma referência antes de sair. Eu e Hana guiamos todos até os quartos. O clima estava pesado, sabíamos que o assunto não tinha morrido, mas era melhor não falar nada. Leo me encarava durante todo o trajeto, seu olhar era de decepção e um pouco de raiva, algo que eu não costumava ver no menino de fogo. Rapidamente foi resolvido que todos repousaríamos um pouco devido a brusca mudança de fuso horário que começava a afetar todos nós. Então nos separamos, meninos e meninas, cada um foi pro quarto designado, inclusive eu e Hana, cada uma foi para seu próprio quarto. Sabíamos que precisávamos de um tempo sozinhas. E mais tarde nossos convidados retornariam ao assunto que mais tentávamos evitar.


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Notas finais do capítulo

Por favor não nos matem, porque assim como vocês, apesar de não parecer muito, queremos ver como essa história ira ficar.
Esse ano foi um completo caos, tanto que estou seriamente suspeitando que Chronos tem uma mãozinha nisso, mas acho que foi assim com todo mundo.
Desculpa mesmo, esperamos que nos perdoem.
Começaremos o próximo capítulo hoje mesmo, até porque praticamente viramos escrevendo esse e, em breve, postaremos novamente.
Um grande abraço de nós duas! Feliz ano novo!



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