Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 15
Caça a bandeira!




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Pov's Hana

–O que perdemos?- Perguntei a Piper.

–Nada demais. O Kenzo acabou de comer uma flor de lótus.- ela respondeu.

–UMA?! Foram várias! Mais de 10, mandaram ele comer todo as flores de lótus do pote! -disse Jason encarando o pote, o Kenzo e a Clarisse.

–Ele vai ficar bem?- perguntei preocupada. Assim que terminei de falar ele desmaiou. Provavelmente ele teria um sonho bem estranho.

–Ele vai ficar bem. Vamos continuar o jogo- Clarisse falou, quase ordenando.

Voltamos para os nossos lugares, peguei a garrafa e rodei.

Caiu Piper pergunta e Leo responde.

–Verdade ou desafio garoto em chamas?- ela perguntou, mas todos sabiam o que ele pediria.

–Eu quero desafio rainha da beleza.-ele respondeu sorrindo confiante.

–Assim que a Nick voltar você vai dar um beijo nela- Piper anunciou com um sorriso pervertido nos lábios.

–Você é louca Piper? Nós estamos no chalé de Ártemis! Sabe lá o que pode acontecer se eu beijar a única filha de Ártemis aqui! - ele falou corado e um pouco apreensivo.

–Hm... Porque você está tão nervoso Leo? Não me diga que você realmente quer beijar a filha da Lua? -provoca Piper com um olhar malicioso.

–Q-que?-ele perguntou corado.

–Isso mesmo que você ouviu- ela respondeu

–Porque logo esse. desafio? -ele perguntou ainda corado e desviando o olhar.

–Por que eu quero e pronto- ela respondeu autoritária.

–Ok, mas enquanto ela não vem vamos continuar o jogo.- ele respondeu e girou a garrafa.

Dessa vez caiu Leo pergunta e eu respondo. Estou ferrada.

–Verdade ou desafio boneca das sombras?- ele perguntou com um sorriso muito malicioso.

–Desafio. -respondi. Afinal eu vou e quero esconder meus segredos até o fim.

–Corajosa. Como eu sou bonzinho vou te deixar pensar mais um pouco- ele falou.

–Já disse que quero desafio- falei séria encarando-o

–Então ta né. -ele disse dando os ombros e declarou- Seu desafio será ficar só de roupa intima por 7 rodadas!

–QUE?- gritei assustada.

–Ah! Você escutou! Seu desafio é ficar de roupa intima por sete rodadas! Mas como eu estou bonzinho e de bom humor hoje vai ser só por 4 rodadas! - Ele falou, claramente ele está tirando uma com a minha cara! Só pode!

–P-porque? Q-qual a necessidade disso?- perguntei nervosa

–Como a Piper disse... Porque eu quero! -ele respondeu começando a rir. Mas aí a Nick entra de volta no chalé e ele para de rir.

–Parece que chegou a sua hora de cumprir o desafio garoto em chamas- falei com sarcasmo e um sorriso de lado. Estava muito aliviada e torcendo pra que ele esquecesse do meu desafio.

Ele ficou muito corado, mas se levantou e andou até Nick.

–O que está acontecendo?- ela perguntou confusa.

Ele segurou a cintura dela com uma das mãos e os cabelos com a outra. Percebi que ele a puxou com força e a beijou com vontade.

Provavelmente eu estava de boca aberta e olhos arregalados, não achei que ele realmente cumpriria o desafio.

–Pra quem estava nervoso, ele tomou o controle da situação.- sussurrei pra Piper, que estava tão surpresa quanto eu.

–Ele realmente tomou o controle.- ela sussurrou de volta.

Então notei que algo estava estranho, a expressão da Nick. Ela estava com os olhos arregalados e completamente paralisada.

Meus Deuses! Ela nunca beijou. Como eu fui esquecer disso. Sem contar que ele simplesmente agarrou ela sem aviso. Ela não tem ideia do que fazer.

Então de repente ela parece "despertar" e empurra o Leo levemente. Pude notar que ela estava tremendo, na verdade acho que todos notaram. Além disso ela estava com uma expressão de pavor.

Me levantei e fui até ela, segurei sua mão e a puxei para voltarmos ao círculo. Só quando nos sentamos foi que ela pareceu acordar

–Já chega... -ela falou num sussurro e com a cabeça baixa.

–Que? -pergunto eu e Piper pois não havia dado pra entender direito o que ela tinha dito.

–Já chega... -ela repetiu.

–Já chega o que? -perguntou Percy confuso.

–De tudo isso. Estou fora do jogo. Isso já está chato e irritante. -ela fala sem olhar para nenhum de nós momento algum e vai sentar na cama perto do Toby.

Trocamos olhares significativos e entendi que ela precisava ficar sozinha pra pensar.

O Leo ainda estava parado no lugar desde que a Nick interrompeu o beijo. Chocado talvez.

–Valdez. Volta logo pra cá antes que eu mesma te traga da pior maneira- Clarisse ameaçou. E parece que isso foi o suficiente para ele despertar do transe e voltar ao seu lugar.

–Eu fiz algo errado? -ele pergunto baixinho, só pra mim após sentar ao meu lado.

–Não. Ela só precisa de um tempo pra pensar. É tudo muito novo pra ela- respondi baixinho também. Podia ver que ele realmente tinha ficado preocupado.

–Ela vai ficar irritada comigo por causa disso? Ela vai me odiar? -ele questionou apreensivo.

–Calma. Ela não vai te odiar. Apenas dê um tempo pra ela.- falei terminando o assunto.

–Ta bom... -ele falou cabisbaixo.

–Parece que você levou mais um fora em Valdez? -provocou Clarisse um tanto malévola.

Ele ia reagir mas tinha um lobo no meio do caminho. O lobo preto havia, em questão de segundos, derrubado a filha de Ares e estava rosnando pra ela em sinal de aviso. Ela não deve ter gostado muito da ideia de ter sido derrotada por um animal pois ela estava preparada pra pegar a faça que tinha perto dela.

–Eu não faria isso se fosse você. A não ser que queira ser punida. Jamais perdoarei aqueles que fizerem mal ao meu Toby e os punirei com a morte se precisar.-falou Nick com uma voz fria e sombria.

Pegando a faca e a girando no ar e depois pegando ela de novo.

–Gente calma. Larguem as armas- falei o mais doce e calma possível. O que, por sinal, havia surtido efeito. Toby saiu de cima de Clarisse, ela largou a faca e Nick fez o mesmo.

–Vamos continuar o jogo sem lutas.- falei para todos.

–Vamos- Clarisse concordou, voltando para o seu lugar.

–O chalé de Hades está vazio- sussurrei para Nick.

–Não. Eu vou pra floresta. -falou antes de sair pela porta sem nem menos olhar pra trás ou hesitar.

–Qual o problema dela?! -fala Clarisse indignada e irritada.

–Nenhum- respondi.- vamos continuar o jogo ou não???

–Será que conseguiríamos? Parece que sempre algo acontece pra interromper. -comenta Jason.

–De quem é a vez de girar a garrafa?- perguntei na esperança que tivessem esquecido meu desafio.

–Acho que sua Hana. -fala Piper.

–Posso rodar então?- perguntei.

– Fica a vontade. -responde Clarisse má humorada. Fiquei muito aliviada.

Aí girei a garrafa. O Percy pro Nico. Isso vai ser interessante.

–Verdade ou desa...- Percy começou a perguntar mas foi interrompido.

–Peraí, não estamos esquecendo de nada?- perguntou Leo malicioso.

–Droga. -falei pra mim mesma.

–Não ache que esquecemos do seu desafio Hana querida. -fala Clarisse.

–Q-que desafio?- perguntei nervosa, mesmo já sabendo o que era.

–Não tente passar de idiota! Você sabe muito bem o desafio. E é hora de você cumpri-lo!- fala Leo.

–Preciso mesmo fazer isso?- falei em tom de súplica.

–Isso ou a penitência! -ele responde.

–Qual seria a penitência?- perguntei receosa. Se esse era o meu desafio tenho até medo do que seria o castigo.

–Sair pelo acampamento desfilando de mãos dadas com o Nico. E se alguém perguntar alguma coisa você tem que responder: "É porque nós estamos namorando"e dar um sorriso. -ele falou sorrindo e malicioso.

Meu rosto devia estar muito vermelho, eu podia sentir minhas bochechas formigarem.

Me levantei e comecei a tirar a roupa, muito irritada e envergonhada.

–Nossa! A penitência é tão ruim assim? Eu achei que era até melhor do que o próprio desafio. -provoca Clarisse.

–Satisfeito Valdez? Não sei por que queria tanto isso.- falei irritada depois de estar apenas de roupa íntima.

–Pera... Porque você não aceitou a penitência sendo que seria melhor pra você?-ele perguntou incrédulo

–Por que eu quero acabar logo com isso. E não vou sair do chalé agora.- falei. Eu estava com um pressentimento ruim, como se algo me esperasse quando eu saísse.

–Você ainda não me respondeu Valdez- falei.

–Vamos continuar o jogo pra que eu possa me vestir outra vez. E parem de me olhar assim morto-vivo e garoto em chamas!- falei morrendo de vergonha e tentando me cobrir o máximo possível.

–A-assim como? -Nico falou corado e desviando o olhar.

–E você não devia estar olhando outra garota assim né Leo? Afinal você tem a Nick. -provoca-o Piper.

–Como se ela me quisesse- ele resmungou baixinho, consigui ouvir mas prefiri ficar quieta.

–Vamos continuar. Eu preciso colocar a minha roupa.- falei. Eu não aguentava mais ficar daquele jeito.

–Ok. Verdade ou desafio, Nico? -pergunta Percy de uma vez.

–Verdade. -o filho de Hades respondeu. Depois do desafio do Leo acho que todos vão preferir verdade.

–Porque você estava tão estranho naquela missão no Argo II?- questiona. O legal é que tanto o Jason quanto eu sabíamos da resposta pra isso.

–Como assim? Eu não estava estranho.- ele respondeu corado e olhando para o chão, estava tentando fugir da pergunta.

–Estava, com certeza estava! -exclama o cabeça de alga.

–Quer mesmo saber?- perguntou o outro, e filho de Possêidon confirmou- Eu era apaixonado, Percy.- respondeu

–Por quem?- Percy perguntou confuso

–Por você.- o filho de Hades respondeu simplesmente. Percy ficou estático, sem saber o que falar.

Nesse momento Nick entra no chvalé olhando pros lados e depois fala:

–Posso voltar a jogar?

–Tem certeza? -pergunta Clarisse.

–Se eu não tivesse eu não perguntaria. -ela responde sendo um pouco grossa. Parece que Clarisse ficou surpresa em ser tratada assim.

O único lugar livre era ao lado do Leo, ela se sentou e ele abaixou a cabeça corado.

–Nico, roda a garrafa.- Piper pediu. Ele girou e caiu Annabeth pra Nick.

–O que você vai querer Nick? Verdade ou desafio? -Anabeth perguntou.

–Verdade. -respondeu.

–Por que você afastou o Leo? -perguntou sorrindo maliciosa. Acho que talvez não tenha sido boa ideia ela escolher verdade. Ai Meus Deuses.

Pov's Nick

Como ele ousa fazer esse desafio?! Eu não gosto de que os outros decidam o que e como eu devo me vestir! Odeio ser tratada como uma boneca marionete. Fiquei pensando enquanto andava de volta até o meu lindo chalé prateado onde eu deveria ficar em paz. "Deveria". Assim que eu entrei no chalé vejo que todos estão animados e escuto minha prima dizer:

–Parece que chegou a sua hora de cumprir o desafio, garoto em chamas.- e logo depois vejo Leo se levantando e vindo na minha direção, pera... Ela estava corado? Porque? Que desafio era esse? Porque ele está vindo na minha direção?!

–O que está acontecendo?- perguntei confusa e perdida. Mas antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa o garoto me agarrou pela cintura e... Me b-beijou?!

Gelei. Demorei alguns segundos pra compreender e aceitar o que estava acontecendo. E quando o fiz meu coração acelerou. Porque diabos meu coração acelerou?! Não. Não pode ser... Eu não posso... Então eu o empurrei. E comecei a tremer em estado de choque. Tanto pelo beijo quanto pelos meus pensamentos.

Depois disso tudo o que aconteceu parecia estar meio nublado. Eu só lembro que a Hana me levou de volta a roda e eu saí do jogo e que também briguei com a Clarisse antes de sair do chalé. Tudo foi tão rápido. Preciso de um tempo pra pensar... Ando por um tempo na direção da floresta mas tenho a sensação que algo está errado, que eu esqueci algo importante. Então olhei para os lados na procura do que seria esse "algo" me fazendo falta. Ai meus deuses! Como posso ter esquecido do Toby? Corri de volta ao chalé. Após ver que meu preto querido estava bem resolvo voltar ao jogo. E foi o que fiz. Só que aí então... Rodaram a garrafa. Annabeth pergunta pra mim. Estou com uma má impressão...

–O que você vai querer Nick? Verdade ou desafio? -Annabeth perguntou.

–Verdade. -respondi.

–Por que você afastou o Leo? -perguntou sorrindo maliciosa. Olhei pra Hana e ela retribui o olhar.

–E-eu... O que mais eu poderia fazer?! Ele me agarrou de surpresa! Eu não esperava por aquilo! Foi uma reação perfeitamente normal. -respondi seria encarando a filha de Atena.

–Não sou idiota, cabelo de estrelas. Conta logo. -ela falou séria.

–Contar o que espertalhona? Se atreve a dizer que eu não fui sincera? -respondi igualmente seria a olhando nos olhos.

–Já que está falando a verdade, não vai se importar de tomar um pouco de soro da verdade né?-rebateu.

–Eu já respondi sua pergunta, Annabeth. Não tenho culpa de minha resposta não satisfaze-la. Ousas duvidar de mim e me chamar de mentirosa. Irá se arrepender disso. -falei fria, sem emoção. Embora estivesse ficando irritada.

–Ela não está mentindo gênio. Posso garantir isso. -Hana me apoiou.

–Ela já respondou ,sabidinha, vamos continuar o jogo. -Clarisse falou.

Rodei a garrafa. Caiu Clarisse pro Jason.

–Verdade ou desafio, super homem? -ela parecia se divertir com a situação.

–Desafio. -ele respondeu.

–Quero que você roube três garrafas de bebidas do sr. D. -falou. Acho que três garrafas não tinham sido o suficiente pra todos nós.

–Ok. Daqui a pouco eu volto. -ele respondeu confiante. Não seria nada de mais, ele que rinha roubado as três que tínhamos.

–Enquanto ele vai cumprir o desafio vamos jogar. -Leo falou.

Clarisse rodou a garrafa e... Deu Clarisse pergunta pra mim. Sério é impressão minha ou essa garrafa tem algo contra mim?

–Verdade ou desafio, cérebro de lua? -Clarisse perguntou com um sorriso que dizia que ela iria aprontar alguma coisa.

–Sei que independente do que eu escolher você vai escolher algo pra me ferrar. Mas por isso eu prefiro verdade pois é melhor do que qualquer desafio seu. -respondi.

–É verdade que esse foi seu primeiro beijo? -Clarisse perguntou curiosa.

–Sim. Mas que diferença faz? Eu não ligo pra esse tipo de coisa mesmo. -falo séria e dando um sorriso sarcástico no final.

–Quer dizer que o garoto em chamas foi seu primeiro beijo? Que fofo. -Piper falou animada e com os olhos brilhando. Ta zuando! Qual o problema de todo mundo?!

–É...?? Você acha? -perguntei estreitando os olhos.

–Claro que é fofo. Seu primeiro beijo foi com alguém que você gosta e que gosta de você. É tão meigo. -Piper falou ainda mais animada. Ela não faz ideia do quanto a fala dela me irritou. Como ela pode dizer isso? Será que é tão difícil pros outros entenderem que Nick Argent não se apaixona?

–Não me lembro de ninguém ter dito ou deixado claro nada disso, Piper. -falo - Me diga uma coisa... Qual a principal coisa em relação a minha mãe e suas caçadoras?

–Você não é sua mãe e também não é uma caçadora. Mas vamos parar de discutir. Vamos voltar ao jogo. -ela falou encerrando a discussão. Não foi nada disso que eu quis dizer. Eu não quis dizer que era como elas.

–Acho que você não entendeu o que eu quis dizer... Renunciam ao amor. Seria a resposta. -falo simplesmente ignorando um pouco o que a filha de Afrodite tinha dito.

–Quer dizer que você renunciou o amor? -perguntou Annabeth, mas sua voz me soou insegura. Fiquei quieta por um tempo antes de responder.

–Como é possível eu renunciar algo que nem acredito existir? -respondo com outra pergunta. Senti o clima ficar meio tenso, acho que ninguém esperava que eu fosse dizer algo assim.

–Gente. Por favor. Vamos continuar logo esse jogo. -Hana pediu animada, acho que ela estava mais feliz agora que já podia e tinha vestido a roupa. Mas aí bateram na porta e entrou um Quíron com uma cara ruim. Acho que "acabou a festa".

–O que vocês pensam que ainda estão fazendo ainda acordados? Isso é contra as regras do acampamento. E essa brincadeirinha que vocês estão fazendo?! Pelos deuses é melhor todos irem pro seus chalés e estarem bem dispostos e participativos amanhã se não quiserem levar nenhum castigo. -ele falou e todos ficaram meio sem graça.

–Nós vamos para os chalés, Quíron. Pode ficar tranquilo, estávamos apenas nos conhecendo melhor. -Hana falou doce. Acho que ela usou o charme sem perceber, outra vez aliais. Ele relaxou e simplesmente disse.

–Tudo bem. Mas descansem, teremos um dia cheio. -e então se retirou. Todos pareciam mais relaxados agora.

–Vocês ouviram, temos que dormir. -Nico falou.

–É. Cada um no seu chalé. Podem ir embora. -falei brincando embora estivesse falando sério.

–Jason. Você pode levar o Kenzo pro chalé de Hades, por favor? -Hana pediu. Ele tinha acabado de voltar e foi avisado do acontecimento anterior.

–Pode deixar que eu levo meu irmãozinho tonto. -falou Nico.

–Acho que seria mais fácil pro Jason já que ele pode usar o vento para carregar o bafo de cadáver. -expliquei.

Nico aceitou a ajuda E saíram. O ultimo a sair foi o Leo mas logo Clarisse gritou lá de fora provocativa.

–PERDEU ALGUMA COISA AÍ DENTRO ,LEO? -o garoto olhou pra mim e corou, depois se despediu de mim e da Hana e saiu.

–Então esse realmente é o meu chalé? -Hana perguntou brincando.

–Eu ia perguntar agora aonde você ia dormir hoje. -falei rindo.

–Acho que vou pro chalé de Hades. -retrucou também rindo.

–Então ta. -falei dando os ombros- E em resposta a sua pergunta... Esse chalé é meu mas como você é minha amiga e minha prima e não tem um chalé ao certo acho que posso dividi-lo com você. -falei ainda na brincadeira.

–Eu tenho onde ficar. Só não sou bem-vinda. -percebi uma pontada de tristeza em sua voz.

–Você pertence a dois chalés. E creio que logo aquelas imbecis vão notar o quanto estão perdendo por não quererem sua presença! E quando o fizerem eu que não vou querer dividir você! -falei fazendo bico no final tentando anima-la e fazê-la rir.

–Você sabe que eu nunca vou te abandonar, Nick. -falou pulando em cima de mim rindo pelo que eu havia dito e me abraçando.- Agora vamos nos arrumar pra dormir.

–Sim vamos. Será que amanhã terá caça a bandeira? Tomara que sim né?-falei animada.

–Agora tudo que eu quero é dormir. Ainda não acredito na sorte que eu dei. Imagina se o Quíron entra aqui um pouco antes. -Respondeu enquanto penteava os cabelos.

–É. -concordei rindo. -Hã... Hana?

–Fala. -respondeu.

–Quem fez aquele desafio pro Leo? -pergunto embora fosse meio fácil de deduzir.

–A rainha da beleza. Quem mais teria feito? -falou rindo.

–Clarisse talvez. Mas com certeza é mais provável que a Piper o faria. -respondi dando os ombros. -Porque diabos ela fez aquele desafio? -pergunto irritada.

–Acho que ela também acha que vocês formam um casal fofo. -disse simplesmente.

–"Também"? Quer dizer que você concorda com isso?! -pergunto. Não era pra ela estar do MEU lado?!

–Desculpa Nick. Mas vocês ficam muito fofos juntos. Mas olhe o lado bom, foi o Leo. Poderia ter sido bem pior. E você não teve que tirar a roupa na frente de todo mundo. -explicou. Acho que ela ainda vai se vingar por isso.

–O lado bom? Hana! Sabe que nada irá acontecer! -repliquei.

–Eu quis dizer que podia ter sido pior. Quem você prefere? Leo, Jason ou Percy? -perguntou curiosa.

–E você? Você claramente prefere o Nico! - falei provocante. Eu não iria responder aquela pergunta idiota. Eu não ia dar a ela o gostinho de me ouvir dizer o que ela sabia.

–Claro que não. Nem adianta mudar de assunto. Mas tudo bem, eu já sei a resposta. Agora vamos dormir. Temos que acordar bem cedo. -ela falou. E com isso encerramos a conversa e dormimos.

No dia seguinte acordamos cedo, antes que os meninos viessem acordar a gente de novo. E fomos pro refeitório. Mas chegando lá havia um problema... As mesas eram divididas por chalés. E a Hana pertencia a 2 e eu não achava a minha. Encontramos os garotos, eles tinham acabado de chegar.

–Só uma pergunta. Onde nós ficamos? -Hana perguntou pra eles.

–Hana você pode ir sentar com a gente. E Nick sua mesa é logo ali, aquela vazia perto da do chalé de Afrodite. -respondeu Nico. E nos separamos, ela foi se sentar com eles e eu me sentei sozinha. Comi meu café da manhã e dei algo bom pro Toby também, afinal graças a ele eu não precisava ficar sozinha nunca. Quando todos terminamos nos encontramos e seguimos juntos pra arena. Onde eles nos ensinariam esgrima.

–Desculpe ter te deixado sozinha Nick. É que você saiu antes que eu falasse qualquer coisa. -Hana falou assim que nos encontramos. Acho que ela está se sentindo culpada.

–Está tudo bem Hana. Não tem problema e eu não estava sozinha. Eu tenho o Toby lembra? São regras do acampamento. Não podemos mudá-las. -respondi sorrindo pra conforta-la.

–Mesmo assim. Eu não devia ter te deixado. -ela falou.

–Deixa isso pra lá. Vamos pra aula. -falei enquanto a puxava pelo pulso em direção aos outros. Paramos em frente ao Nico e ao Kenzo.

–Vamos começar? -perguntamos ao mesmo tempo. Estávamos ansiosas.

–Antes tenho uma pergunta. Tem algo que ajude na concentração de vocês? -Kenzo perguntou.

–Música. -respondemos novamente em coro.

–Prontas? -eles perguntam depois de ligar o rádio e nós entregarem espadas de madeira.

–Sempre. -Hana respondeu por nós duas.

Então começamos. Era a Hana versus o Nico e eu contra o Kenzo. Para duas iniciantes estávamos indo bem. Quase nenhum dos golpes deles nós atingiu e conseguimos fazer que nossos ataques os tocassem por várias vezes. Treinamos até os meninos ficassem cansados ao ponto de se deitarem no chão.

–Já estão cansados? Nós acabamos de começar! -falei provocando-os. Sabia que tínhamos treinado por mais de uma hora.

–Vocês cansam muito rápido. -Hana falou entrando na brincadeira. Eles nos olharam de cara feia. Começamos a rir e sentamos no chão ao lado deles.

–Que?! Cara vocês não cansam não?! -pergunta Kenzo abismado.

–Não. -Hana respondeu agitada. Nós duas estamos adorando isso.

–Mas a gente sim! Pelo amor dos deuses vamos parar e descansar um pouco! -fala Nico exauto.

–Nick, quero doce. -ela me pediu com carinha fofa e os olhos brilhando.

–Vamos, tem chocolate no meu chalé. -falei rindo.

–Eu te amo. -ela falou pulando em cima de mim. Agora nós quatro estávamos no chão. Eu e ela nos olhamos e começamos a rir da situação.

–Nós estamos convidados também? -pergunta Kenzo com uma cara de cão pidão.

–Não. -respondi rapidamente- Senão terá menos chocolate e acabará mais rápido!

–Sua egoísta. Malvada. -reclamou o garoto fazendo bico.

–Tipo... Cara é chocolate! -disse mas logo depois começamos todos a rir.

–Eles até podem ir. Mas vamos logo. Preciso de chocolate. -Hana falou séria dessa vez.

–Sabe o que seria ótimo nessa hora? Brigadeiro!! -falo animada enquanto seguíamos o caminho até os chalés.

–Waffle! -continuei.

–Com brigadeiro. -ela completou.

–E panqueca americana! Hum... Com beijinho! -terminei.

–Vocês só sabem falar de doces? -pergunta Nico.

–Também sabemos falar de homicídio. -Hana respondeu sombria.

–E assassinato. -complemento também deixando um ar sóbrio no ar.

–Agora vamos. Necessito de doce. -Hana disse enquanto puxava os garotos pelos pulsos até o chalé.

Chegamos e dividimos o chocolate igualmente. 5 pedaços pra cada garoto e o resto dividimos igualmente entre nós duas. Bem justo na minha opinião. Afinal eles que se convidaram e se meteram pra comer chocolate. O MEU chocolate. Fizemos panquecas americana, waffles, beijinho e brigadeiro.

–Cara, isso tá muito bom. -Hana falou colocando mais waffle e beijinho no prato.

–Eu sei. -falei enquanto comia panqueca com brigadeiro.

–Também né? Fui eu que fiz! -completei.

–Mas eu fiz praticamente tudo! -rebati.

–Por que você não me deixou fazer nada. -ela rebateu.

–Não vamos discutir por causa disso ok? É bobeira. -falei terminando a discussão.

–Vamos comer. -ela falou com a cara suja de brigadeiro.

–Como vocês podem comer tanto? -Kenzo perguntou assustado.

–Porque estamos com fome e porque é gostoso! -respondi atacando o waffle com brigadeiro que estava comendo agora.

–Vocês parecem crianças as vezes. -Nico falou nos olhando entretido.

–Porque você acha isso? -perguntamos juntas colocando mais uma panqueca nos nossos pratos.

–Deve ser por que uma está atacando as panquecas e a outra está com a cara toda suja de brigadeiro. -ele respondeu rindo.

–Nós não somos nem um pouco como crianças! -repliquei indignada

–Não somos. -Hana falou fazendo bico e cruzando os braços irritada.

–Então vocês admitem fazer coisas que crianças não fazem? -pergunta Kenzo malicioso.

–D-depende do que você está falando. -Hana respondeu corada e gaguejando.

–Vocês admitem fazer coisas pra maiores de 18...? -pergunta Kenzo ainda com o olhar malicioso.

–Não. -Hana falou ainda mais corada.

–Que diabos de perguntas são essas?! Claro que tem coisas pra maiores de 18 que fazemos! As vezes nós bebemos, viramos a noite, vemos filmes e séries com conteúdos que não são pra crianças! -falei, embora eu saiba que não era sobre essas coisas pra maiores de idade que ele estava falando.

–Vocês admitem fazer coisas pra maiores de 18...? -pergunta Kenzo ainda com o olhar malicioso.

–Que diabos de perguntas são essas?! Claro que tem coisas pra maiores de 18 que fazemos! As vezes nós bebemos, viramos a noite, vemos filmes e séries com conteúdos que não são pra crianças! -falei, embora eu saiba que não era sobre essas coisas pra maiores de idade que ele estava falando.

–Não era sobre isso que eu estava falando. -Kenzo falou ainda mais malicioso.

–Vamos deixar esse assunto pra lá. -Hana falou. E logo soou uma corneta avisando que estava na hora da caça a bandeira. Uhuul!

–Hora da caçada. -Hana falou dando pulinhos.

–Espera pequena. Temos que limpar o seu rosto primeiro. -Nico falou pra Hana.

E se aproximou dela e limpou seu rosto com um guardanapo. Depois ela falar que eu sou um casal fofo com o Leo, se acham que nós dois damos um casal fofo ela e o Nico dão o que? Cara eles já passaram do limite da fofura vamos combinar! Ela estava muito corada. Era fofo, mas eu tinha que atrapalhar.

–Gente. Vocês são muito lindos, mas temos que ir pra caça a bandeira. -falei interrompendo o momento. Então fomos pra caçada como disse a Hana. Estou animada! Eu ansiava por isso desde que cheguei aqui.

–Finalmente vamos caçar. -eu e Hana falamos em coro. E o Toby latiu concordando e abanando o rabo igualmente animado.

–Bem... Vamos dividir as equipes! -anuncia Quiron quando todos estavam reunidos na arena- Equipe do lado leste será composta pelos chalés: 1, 4, 6, 8, 9,12, 15, 16, 18, 20. E a equipe do lado oeste: 3, 5, 7, 10, 11, 13, 14, 17,19.

–Droga! Ficamos em equipes diferentes. -falamos juntas.

–Preparada pra perder Hana-chan? -provoco-a. Acho que entrei no modo competitiva.

–Você sabe que eu não ligo. Ah, boa sorte com a sabidinha. -ela respondeu.

–Ah... Isso vai ser interessante... Quem será que vai ter a melhor estratégia? -falo dando um sorriso maléfico no final.

–Só você mesmo. Boa sorte Nick. Vamos garotos. -Hana falou se despedindo e puxando Nico e Kenzo pelo pulso.

–Pra você também. -falo antes deles se distanciarem e cada equipe fosse pro seu lado da floresta.

Todos se juntaram em um círculo pra escutar a estratégia da sabidinha. Eu apenas me encostei em uma árvore e fiquei de braços cruzados ouvindo.

–Vamos nos separar em 4 grupos. Um grupo vai ficar na defesa, os outros cada um vai em uma direção, um vai em frente, outro pra esquerda e outro pra direita. Quando um dos grupos de ataque estiver próximo da bandeira do adversário irá se dividir, aí um vai ficar pra chamar a atenção e distrair a defesa enquanto o outro pega a bandeira. -ela fala.

–É um bom plano Annabeth. Pena que é muito complicado e por causa disso alguém pode esquecer de algo. -falo do lugar que estava, chamando atenção de todos para mim. Acho que não é sempre que alguém subestima o plano de uma filha de Atena.

–Eu sou a filha da deusa da estratégia de combate. Meus times sempre ganham. -ela falou um pouco arrogante, pelo menos foi o que eu achei.

–Filha da deusa da estratégia ou não, creio que com o tempo suas estratégias se tornam previsíveis. Por exemplo dividir a equipe em quatro grupos, três para ataque e um pra defesa é facilmente previsível. Mandar cada um seguir em uma direção pra chegar ao alvo? Clichê. O grupo se dividir para distrair a defesa adversaria? Óbvio. Eu já previa que seria uma estratégia assim. Pra remediar-la se estivesse na equipe oposta, eu focaria na defesa pois é o que estarão atrás, selecionaria alguns dos arqueiros de Apolo e garotas de Afrodite, entre alguns outros para ficar na defesa, ia ter uns pontos para deter os times de ataque no meio do caminho e para confundi-los achando que a bandeira já estava próxima. O resto iria cercar a área da bandeira do adversário e atacariam todos juntos, após criarem uma certa distração com 3 pessoas. -falei lentamente olhando pra garota, que provavelmente deve estar muito irritada pelo que eu disse.

–Ninguém pediu sua opinião cérebro de lua. Você nunca jogou isso. Você não é a capitã. -ela falou irritada.

–E quem te elegeu capitã, sabidinha? -perguntei virando o jogo.

–Além disso como membro dessa equipe tenho direito de exercer minha opinião. -completei.

–Se você acha que sabe de alguma coisa, por que você não dá uma ideia melhor? -ela disse enraivecida.

–Eu não acho, eu sei. Eles não tem um bom estrategista, então vão focar no ataque. Eles tem o chalé de Ares que não é muito paciente, porém tem o de Apolo que é bom em ataques a longa distância. Pra vencermos é bom fazermos algo mais imprevisível. -falei.

–Você não manda aqui. Não é a capitã. -falou. Acho que ela não gosta quando não seguem seus planos.

–Nem você. Além disso você quem perguntou se eu tinha alguma ideia melhor. - rebati.

–Ei ei... Meninas não briguem! -fala Jason tentando acalmar as coisas.

–Já que se acha tão esperta nos diga o que fazer. -Annabeth falou cruzando os braços.

–Com prazer. -respondi confiante- Olha não estou te subestimando nem nada. Mas acho que todos queremos vencer né? E as vezes um plano complicado pra se decorar em cima da hora pode ser fatal na hora de obter os resultados. -falei.

–Então pare de enrolar e conte logo esse seu plano perfeito e super simples. -falou irritada.

–Olhe por mais que eles não tenham uma estratégia ao certo não podemos deixar de proteger a bandeira. E devíamos usar a floresta e seu terreno ao nosso favor. -dizia enquanto desenhava um mapa da floresta na terra- Creio que a bandeira deles esteja localizada nessa pequena ilha no meio do rio. Onde Percy pode usar a água para defesa,mais duvido que ele vá ficar na defesa, ele não vai aguentar ficar sem fazer nada. Vamos dividir nossa equipe em duas: A e B. Cada equipe será composta por metade de cada chalé. A equipe A, de ataque, pode seguir pela vala até perto do rio, será o caminho mais seguro dos arqueiros de Apolo, e lembrem-se de tampar os ouvidos antes de se aproximarem pra prevenirem ser pegos pelo charme. E o grupo da defesa, vamos fazer armadilhas pelo quilômetro em volta da área da bandeira. E vamos pendurar a bandeira no alto dessa grande árvore. -apontei pra árvore atrás de mim- Todos entenderam? Alguém tem alguma dúvida? Qual plano vocês entenderam melhor e preferem usar?

–Acho que a cérebro de lua é melhor que você Annabeth. -Leo falou provocando. -Vamos seguir o plano dela. -completou.

Um dos filhos de Hefesto subiu na árvore e colocou a bandeira.

Eu sabia que se a Hana chegasse até ali ela não conseguiria pegar.

–Como você pôde?! Você simplesmente chega aqui do nada e vai se metendo em tudo! -ela fala irritada, acho que ela não gostou mesmo de minha estratégia ter sido melhor do que a dela- E você Leo? Não conta pra falar disso! Afinal desde que ela chegou você é louco por ela ! -ela falou e todos olharam pro garoto, que corou. Eu não sabia exatamente como eu estava me sentindo. Ouvi o meu Toby rosnar incomodado. "Controle-se Nick. Sabe que será pior se você perder o controle. Você pode acabar machucando alguém."Falei pra mim mesma mentalmente enquanto respirava fundo tentando manter o equilíbrio.

–Você não tem nada a ver com isso Annabeth. -Leo retrucou ainda corado.

–Não precisa perder a cabeça só por que alguém teve uma ideia melhor. -falei, mas no fundo eu estava adorando aquilo, a sensação de ter uma estratégia melhor que a de uma filha de Atena.

–Ideia melhor?! Meu plano era perfeito! Meus planos sempre são! -ela falou. Vi alguns outros filhos de Atena concordando.

–Ok. Ele só é complicado demais. Tem que ser algo que todos entendam. Estamos em um time, todos tem que entender e aceitar. -expliquei já perdendo a paciência.

–Vamos fazer uma votação. -Leo sugeriu. -Quem prefere o plano da Annabeth? -Apenas ela mesma e algumas pessoas do chalé de Atena levantaram as mãos. -Quem prefere o plano da Nick? -ele e todos os outros campistas levantamos as mãos.

–Acho que não tem mais discussão. -falei sorrindo vitoriosa.

–Sua...! -ela esbravejou e seguiu na minha direção irritada. Quando ela estava meio metro próxima me abaixei, girei e sai da frente dela, que acabou batendo de cara na árvore. Foi automático.

–Aí meus deuses! Não foi por querer! Sinto muito! Você está bem? -perguntei preocupada.

–Sai de perto de mim. -ela falou irritada. -Vamos logo por o seu plano em prática. Antes que seja tarde. -ela completou irritada.

–O-ok... -falei meio incerta. Porque eu sou ótima em irritar os outros e deixá-los mau? Maldição! - Se for ajudar, conto com você pra liderar um bom ataque, Annabeth. -falei dando um sorriso.

–Ok, mas temos que ser rápidos. Nosso tempo pra planejamento está acabando. -ela falou mais calma e amigável.

–Vai ser melhor se você fizer isso lá. Enquanto esperam a hora certa de atacar. No caminho você pode bolar algo. Não se esqueça dos detalhes que eu falei. Tenho certeza que serão essas condições que encontrará lá. -falei e eles foram, seguiram pela vala.

–Obrigada. -falei pro Leo. Que estava do meu lado.

–Não foi nada. Parece que nem sempre ela é a mais inteligente. Acho que alguém aqui poderia ser filha de Atena também. -ele falou brincando.

–Eu só tenho um alto QI. E leio bastante, jogo xadrez, essas coisas. Não é nada demais... -falei um pouco sem graça.

–Claro que é demais, você é demais. -ele retrucou, para logo em seguida perceber o que tinha dito e ficar corado. -A-acho melhor a gente se posicionar. -tentou mudar de assunto.

–Sim... E Leo? -chamei- Obrigada. De verdade. -disse e me aproximei dele pra dar um beijo na bochecha, numa forma de agradecimento. Ele se virou para mim surpreso e acabamos nos beijando sem querer, mas dessa vez eu não o empurrei, eu podia te-lo feito mas porque não o fiz. Pude sentir uma de suas mãos em minha cintura e a outra em meus cabelos. Eu não sabia o que fazer, estava nervosa e confusa, acho que ele percebeu isso. Ele escorregou a mão que estava nos cabelos até meu rosto e o acariciou de leve enquanto afastava o rosto. Podia sentir sua respirando contra minha pele quando sussurrou no meu ouvido.

–D-desculpe. -gaguejei corada. Afinal eu acabei de beijar ele acidentalmente.

–Está tudo bem. -ele falou. - Não vou te obrigar a nada. -e me deu um beijo na bochecha. Apesar de corados fomos para nossas posições e esperamos a hora começar.

Pov's Hana

–Droga! Ficamos em equipes diferentes. -falamos juntas. -Preparada pra perder Hana-chan? -Nick falou me provocando.

–Você sabe que eu não ligo. Ah, boa sorte com a sabidinha. -respondi. Ela e a Annabeth na mesma equipe, isso não vai dar certo.

–Ah... Isso vai ser interessante... Quem será que vai ter a melhor estratégia? -falou dando um sorriso maléfico no final.

–Só você mesmo. Boa sorte Nick. Vamos garotos. -falei me despedindo e puxando Nico e Kenzo pelo pulso.

–Pra você também. -falou antes de nos distanciarmos e cada equipe ir pro seu lado da floresta.

Eu estou tão animada, adoro a ideia de poder planejar um ataque. Tenho certeza que nesse momento a Nick e a Annabeth estão discutindo, espero que se entendam depois.

Fomos até a beira do rio e nos reunimos com o resto do grupo.

–A nossa estratégia será... Atacar, capturar bandeira e vencer a todo custo! -falou Clarisse animada e foram ouvido gritos de guerra do resto do chalé de Ares.

–Você é doida ou o que? -perguntei abismada.

–Não podemos simplesmente sair pro ataque e deixar a bandeira sem proteção. A Nick e os filhos de Atena estão lá, temos que ter uma estratégia. -completei convicta.

–Os filhos de Atena eu entendo. Mas... o que uma filha de Ártemis pode fazer? -perguntou um dos outros filhos de Ares.

–Além de Ártemis ser a deusa da caça e estarmos em uma floresta? Sem falar que ela não é só a deusa da caça. Mas não vamos discutir isso agora, temos que montar nossa estratégia. -expliquei.

–Mas... Como faremos uma estratégia boa o suficiente pra superar a da Annabeth? -pergunta um filho de Íris.

–Não vamos. Temos que pensar no que temos e no que podemos fazer. Vamos esconder a bandeira em um lugar diferente. Percy, você vai ficar aqui. Os chalés de Apolo e Afrodite também vão ficar. Quero que os de Afrodite se posicionem envolta do rio, como distração. Os de Apolo ficam em cima das árvores, assim vão ter uma visão melhor e poderão atirar melhor. Percy, você vai se esconder próximo a bandeira. Ela vai ficar perto da água. Não saia da sua posição. Os chalés de Ares e Hades vão na frente. Os de Ares vai atacar, serão a distração. Os de Hades vão escondidos para pegar a bandeira. O outros chalés vão logo atrás para emboscar os que passarem do ataque. Todos entenderam? Se quiserem falar algo podem falar. -Expliquei meu plano e dei a chance de falarem.

–Você e sua amiguinha sempre tentam se destacar em tudo em? Acham que são especiais? São apenas aberrações! -falou uma daquelas malditas filhas de Afrodite, uma das minhas "meio-irmãs".

–É! Eu ainda não entendi o que vocês duas fazem aqui! São intrusas que acabaram com a nossa paz! -outra falou .

–Já disse para não falarem assim com ela. Qual o problema de vocês? -Nico falou me defendendo.

–Porque você sempre defende ela?! Não me diga que ela te seduziu assim como a outra seduziu o Valdez?! -falou uma terceira.

–Nós não temos o charme. E eu não seduzi ninguém. -respondi irritada.

–Então qual seria a explicação pra eles estarem loucos por vocês em tão pouco tempo? Provavelmente pra isso vocês até se entregaram pra eles! Aposto! -a mesma garota falou.

–Q-que? D-do que v-você está falando? -falei gaguejando.

–Claro que elas não fizeram isso sua doida. Sério, qual o seu problema? O que você tem contra elas? -Nico questionou irritado se posicionando na minha frente de forma protetora.

–Claro que você tem o charme, por que outro motivo ele escolheria você? -ela falou arrogante me olhando com nojo e superioridade.

–Ah, quase me esqueci, onde você entra no plano? Você dividiu por chalé e você não tem nenhum. -completou rindo convencida.

–Chega. Não temos tempo pra ficar discutindo. Conhecendo tão bem a Annie aposto que eles já estão a postos e vindo nos atacar! E nós ainda estamos aqui de bobeira. -exclama Percy, fazendo as metidinhas pararem.

–Ok. Todos em seus postos. A batalha começou. -falei séria e determinada. Fui junto com o grupo de ataque, andando do lado do Nico e do Kenzo. Até que muitos começaram a ser pegos por milhares de armadilhas. Agarrei o braço de Nico.

–Vamos até aquele arbusto, eles acabaram de olhar. -sussurrei.

–Vamos. -ele sussurrou.

–Kenzo, preciso que volte e ajude os outros a defender a bandeira. -sussurrei para Kenzo.

–Deixa comigo. -ele sussurrou sorrindo. Mas da metade no nosso grupo estava encrencados com as armadilhas. Achavam uma atrás da outra. Estava faltando algumas pessoas... O chalé de Ares! Meus deuses será que eles não conseguem seguir um simples plano?

–Vamos. Temos que chegar a bandeira. O chalé de Ares não está seguindo o plano, mas estão distraindo. -infelizmente eu tinha uma leve ideia de onde a Nick colocou a bandeira. Puxei Nico pelo pulso e chegamos a uma grande árvore, uma das maiores árvore da floresta.

–A bandeira deles está lá em cima. -falei pra Nico.

–Como você sabe? -perguntou.

–A Nick sabe que eu não subiria aí. -falei olhando pro chão.

–Ela conseguiu fazer um plano melhor do que o da Annabeth? Eu não acredito! Normalmente ela não deixa ninguém contestar seus planos. -ele falou surpreso.

–Acredite. A Nick é muito competitiva e cabeça dura quando quer. -expliquei.

–A Annabeth que não deve ter gostado nada de saber que agora tem alguém tão boa quanto ela. -ele falou rindo. Coloquei a mão em sua boca e o puxei.

–Silêncio. Não podemos fazer barulho. -sussurrei em seu ouvido. Só que quando o puxei tinha uma pedra no meio do caminho, ele tropeçou e caiu em cima de mim, me prensando contra a árvore. Nossos corpos e rostos estavam muito próximos.

–N-Nico? -gaguejei nervosa devido a nossa proximidade.

–Shh... -ele sussurra enquanto coloca um dedo sobre meus lábios pra me silenciar e gruda mais nossos corpos. Alguém passou perto da árvore e por sorte não nos viu.

–Nico...! -falei corada.

–Quieta. -ele falou ríspido, mas também estava um pouco corado. Eu arregalei os olhos. -Eu já deixei você escapar uma vez... Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes! -exclamou e aproximou mais nossos rostos e juntando nossos lábios.

Eu paralisei. O que estava acontecendo? Eu não estava entendendo nada. Ele percebeu a minha falta de reação, mas não saiu de perto. Ele colocou uma das mãos na minha cintura e a apertou de formar possessiva. A outra mão estava acariciando meu rosto e foi até o meu cabelo. Ele me apertou ainda mais contra a árvore. Não consegui retribuir o beijo, que na verdade foi um selinho, e logo nos separamos.

–Temos que pegar logo essa bandeira. -falei ofegante. Estava corada e olhando pra baixo.

–Tem razão. - ele concordou dando um sorriso. Nossa o sorriso dele é lindo... Espera o que eu estou pensando?! Concentre-se Hana! Você tem que se controlar! -Você vai subir? -ele perguntou me tirando dos meus devaneios.

–N-não sei se consigo. -respondi insegura.

–Por que não? -ele perguntou preocupado.

–É idiotice minha. -respondi.

–Pode me falar. -ele pediu fofo.

–E-eu tenho medo de altura. -sussurrei corada, sem conseguir desviar os olhos do chão.

–Quer que eu suba e você fique de guarda? -perguntou preocupado comigo.

–Sim por favor. -respondi.

–Ok. Já volto. Fica de olho. -ele falou.

E me entrou a espada dele caso eu precisasse. Aí subiu na árvore. E rapidamente pegou a bandeira e desceu.

–Conseguimos. Vencemos! -exclamei enquanto eu o abraçava.

–Receio que não, Hana. -disse Nick vindo na nossa direção. Toby veio e num pulo tirou a bandeira da nossa mão.

–Eii! Isso não vale! Quando se pega a bandeira vence! -protestei.

–E o que é isso na mão da Annabeth? -ela rebateu apontando pra garota que levantou a bandeira do meu time.

–Mas nós tambem pegamos. Só que você fez o Toby tirar da gente. -falei, tentando ficar calma.

–Vocês acabaram de pega-la. E só o fizeram pois desfizemos nossas defesas. Quem pegou a bandeira primeiro? Vocês que o Nico acabou de descer da árvore ou a Annabeth que teve o tempo até de voltar pro nosso lado? -ela disse sorrindo vitoriosa.

–Nada disso, Srta. Deu empate. Pela primeira vez na história. -anunciou Senhor D que estava sentado sobre uma vinha de uvas flutuante.

–Empate? -perguntei confusa.

–Sim. Ambas as equipes pegaram as bandeiras ao mesmo tempo.- ele explicou.

–Como assim? -Nick e Annabeth perguntaram indignadas.

–Então, como a Annabeth chegou aqui e o Nico desceu agora da árvore? -Nick perguntou estressada. Ela odeia perder.

–A vala que ela usou é um atalho. E os locais das bandeiras de vocês é mais próximo do que imaginaram. É a árvore é bem alta é complicada na hora de descer. E o tempo que ambos tocaram nas bandeiras foi o mesmo. -ele explicou. -É tão difícil aceitar que sua estratégia não foi suficiente pra você vencer a Clarisse, Annabeth Chase? -ele completou, acho que ele achou que foram a Annabeth e a Clarisse que comandaram.

–Não foi a filha de Atena que fez a estratégia! -Nick disse, parece que ela estava sem paciência e irritada.

–Nem a filha de Ares, Sr. D. -disse séria.

–Como assim? Será possível que alguém seja melhor em estratégias que Annabeth? Ou alguém seja capaz de comandar a Clarisse? -ele questionou surpreso- E... Quem são vocês mesmo? -quando ele perguntou isso eu e Nick quase caímos pra trás. Tinha que ser o Senhor D.

–Nick Argent. -Nick respondeu.

–E Hana Black. -completei.

–Ah... São as garotas sobre as quais falamos no conselho. - ele falou dando um sorriso sombrio e mudando de posição.

–Falaram sobre nós? -perguntei preocupada.

–Sobre o que falaram? -Nick perguntou enquanto ajeitava a postura e ficava seria.

–Sim. Atualmente vocês são o assunto do Olimpo. Sobre o fato da existência de vocês. -ele respondeu a ambas as perguntas.

–Nós? -perguntei confusa. Acho que nunca vou me acostumar em sermos o centro das atenções.

–Meu pai, Zeus, parece muito interessado e obcecado na existência da filha de Ártemis, a filha dele que devia sempre se manter santa e pura.-ele comentou irônico. Ainda bem que ninguém está interessado na minha existência. Isso me deixa um pouco menos tensa.

–Deixa eu adivinhar... Ele resolveu me eliminar? - Nick disse dando um sorriso sombrio.

–Bem... Digamos que ele quer brincar um pouco primeiro. -ele respondeu satisfeito.

–Interessante. Isso será divertido... -ela fala fazendo uma cara maléfica.

–E você... -ele falou apontando pra mim. Tava demorando, pensei ironicamente.

–Também está na lista. -ele falou sorridente.

–Por que querem tanto nos matar? -falei irritada.

–Vocês são mais perigosas do que vocês pensam. As duas são algo que nunca existiu antes. Ninguém sabe do que são capazes. -ele disse.

–Nem nós. -sussurrei pra Nick. Ela segurou o riso.

–O que faremos em relação a caça a bandeira? -Annabeth perguntou esperançosa.

–Nada. Não é importante. As duas mais procuradas do Olimpo estão na minha frente. E Zeus deu a ordem para matá-las. -ele falou e nós duas recuamos um pouco.

–Você não vai tocar nelas. -Nico e Leo falaram em coro. Eles ficaram na nossa frente de forma protetora.

–O que vocês podem fazer contra um deus? Se eu quisesse matá-las já o teria feito. -ele falou -Sei que a morte delas poderia causar uma guerra entre nós. -completou.

–Entre nós quem? -Nick perguntou.

–Seus pais foram contra a decisão de Zeus. -ele falou -E digamos que eles são bem influentes no Olimpo. -completou.

–Só os nossos pais foram contra? -perguntei séria.-Basicamente sim. -ele respondeu.

–"Basicamente"? Que outro Deus foi contra? -Annabeth perguntou, ela parecia bem interessada na conversa.

–Eu não me lembro não pareceu importante. -ele disse dando os ombros - Também teve outros que ficaram imparciais.

–Você ao menos lembra quem foi a favor? -ela insistiu.

–Lembro apenas que Afrodite, Ártemis, Hades e Hefesto foram contra, que Zeus e Ares foram a favor e que Apolo, Atena e Poseidon foram imparciais. -ele respondeu tentando lembrar.

–Isso tudo é muito ridículo. -Nick exclamou do nada. O deus olhou pra ela abismado.

–Do que está falando, menina? -ele perguntou sem entender o que estava acontecendo.

–Zeus e os outros quererem matar a gente. Covardia tem limite. -ela respondeu.

–Você tem noção dos seus poderes? Ou dos dela? Já ouviu falar em alguém como vocês? Imagine o que é para um deus encontrar duas meninas que ele não sabe do que são capazes. -ele disse sério, olhando de uma para outra.

–Tem razão. Não sabemos nada sobre nossos poderes. Mas isso não é motivo pra nos matar. Nenhuma de nós pediu pra existir. -rebateu fria e séria.

–E se nós, simplesmente, não tivermos poderes? Vão nos matar só por que tem medo? -também falei fria, olhando bem nos olhos dele.

–Vocês...! Garotas idiotas. Não tem medo das consequências de discutir com um deus? -ele questiona. Todos estavam bobos com a nossa forma de agir.

–Não tenho medo de você. E nem vejo motivo pra temê-lo. Acha que uma ameaça de morte nos assusta? -comentou Nick.

–Como assim não tem medo da morte? Todos temem morrer mesmo que não admitam! -ele exclamou.

–Não vejo por que temer algo tão natural. A morte é um dos únicos momentos da vida em que somos todos iguais. Eu teria mais medo de nascer. A morte leva embora toda dor e agonia. Não tenho por que ter medo de algo que é a única certeza da vida. -falei séria e fria, pela primeira vez eu falei alto e de queixo erguido. Ele me encarava e eu sustentava seu olhar. -Vocês deveriam pensar melhor no que fazem, toda história tem dois lados. -completei grossa.

Assim que ele desviou o olhar irritado eu me dei conta do que tinha feito, senti meu rosto queimar e abaixei a cabeça envergonhada.

–Se é a nossa morte que você e os outros querem porque não nos mata agora mesmo? Ou prefere esperar que façamos isso pra você? -Nick questionou. Ele deve estar ficando muito irritado com a gente.

–O show acabou. Todos voltem para os seus chalés. Sem discussão. -ele gritou para os campistas que tinham se aglomerado entorno de nós para ouvir a discussão.

–Se eu fosse vocês tomaria mais cuidado. E quer mesmo saber por que não mato vocês agora mesmo? -perguntou.

–Sim. -respondemos juntas.

–Eu fui contra. E Zeus não se esquecerá disso tão cedo. -ele falou. Tinha algo estranho no modo como nos olhava, se fosse outro deus eu poderia até dizer que era orgulho.

–Interessante. Mas tanto faz. Não seriam os primeiros a querer a nossa morte. -comentou Nick antes de se virar e começamos a andar na direção do chalé 8.

–O que você quer dizer com isso, menina? -Dioniso questionou confuso com a afirmação dela.

–Você é um deus. Pode muito bem descobrir sozinho. -respondemos antes de sairmos de seu campo de vista. Leo e Nico vinham logo atrás.

–Por que eles estão nos seguindo? -perguntei, mesmo sabendo que ela não sabia a resposta.

–Talvez porque eles agora se colocam como nossos guarda-costas e porque meio que agora todo o acampamento sabe que não temos medo da morte, nem de confrontar um deus. -ela falou, mas sabíamos que esse não era o motivo. Bem pelo menos todo ele.

–De noite você vai me contar o que aconteceu entre vocês. Ok? -falei dando uma piscadinha e rindo.

–Não ache que eu não vi você e o Nico se beijando, hein? -ela replicou e riu. Podíamos sentir os garotos ficando corados e meio sem graça.

–Eu não beijei ele, ele que me beijou. -respondi em um sussurro.

–Hm... Sei...-ela disse me olhando maliciosa e desconfiada.

–Vamos parar de falar nisso. Eles estão ficando envergonhados. -pedi abafando o riso.

–Mas... Essa é a parte mais legal e engraçada Hana! -ela exclamou também tentando conter o riso.

–Não vamos ser tão más. Eles estão preocupados com a gente. -expliquei.

–Será mesmo? -ela sussurrou.

–O que você acha? -falei em tom de brincadeira.

–Não se pode confiar em ninguém. Nem no que falam, nem em como se comportam. -ela respondeu olhando pro chão.

–Vai me contar tudo essa noite. -falei encarando-a.

–Você também. -ela também falou me olhando nos olhos.

–Quando estivermos sozinhas. -concordei.

–Não vamos deixá-las sozinhas. -Nico falou, pela primeira vez no trajeto.

–Claro que vão. Já está quase no horário de recolher, vocês tem que voltar para os seus chalés. -expliquei.

–Já dissemos que não vamos deixá-las sozinhas. Principalmente agora que meio Olimpo quer a morte de vocês. -os garotos falaram juntos.

–Concordo. Mas será que vocês não estão loucos pra passar a noite com elas, hein? -provoca Kenzo que havia acabado de nos alcançar.

–Q-que? Do que você está falando? Só estamos preocupados com elas. -responderam em coro, estavam corados e gaguejando.

–Chega de bobeira vocês. Não precisamos de ninguém pra tomar conta da gente e nos proteger. Se for pra morrermos, morrerémos. -Nick falou séria, parando em frente ao seu chalé, "nosso" chalé, de braços cruzados.

–Porque vocês são tão indiferentes quanto a morte? -pergunta Leo preocupado.

–Porque no fim o que nos espera é a morte. -respondi.

–Porque vocês discutiram com um deus? Sabe quão perigoso foi isso? -Nico perguntou olhando nos meus olhos.

–Existirmos já é um perigo. -argumentei.

–Pessoal amanhã vamos sair cedo. -anuncia Kenzo, mas pude perceber que ele só se referia aos garotos.

–O que vocês vão fazer? -eu e Nick perguntamos juntas. Eles estavam aprontando algo.

–Recebemos sinais de semideus. É minha tarefa localizamos e trazê-los pra cá. -ele respondeu

–E por que eles vão com você? -perguntei curiosa.

–É regra. Não se sai em uma missão sozinho. Sempre em grupo de três pessoas. -ele explicou.

–Mas por que eles? -Nick insistiu.

–Porque eles são meus amigos. -respondeu.

–Ok. Pelo menos ficamos sozinhas, Nick. -falei sorrindo pra ela.

–É... De onde vocês receberam esse sinal? - ela perguntou.

–New York. -ele respondeu-a.

–Ok. Vamos Nick. -falei segurando seu pulso.

–Boa sorte meninos. -falamos em coro, sorrindo pra eles.

–Devo falar que é perto do hotel que suas amigas estão hospedadas? -ele falou provocante. Nós paramos no lugar e olhamos pra trás.

–O que...? -perguntamos juntas e paralisadas.

–Isso mesmo. Elas não voltaram pra casa. -ele respondeu de braços cruzados e balançando a cabeça positivamente.

–Espera. Temos que ligar pra elas agora, Nick. -falei preocupada.

–O que? Por que? O que você acha que aconteceu? -ela perguntou confusa.

–Nick, quem foi a única que nós não vimos? Quem é que sempre fala sobre ser semi-deusa? -perguntei tentando lembrá-la.

–A Kah. -ela respondeu. Esperei um pouco. Ela arregalou o olhos quando entendeu o que eu estava querendo dizer.

–Não pode ser... Você acha que é ela? -ela respondeu seguindo meu pensamento.

–Nick, liga pra elas. Primeiro temos que ter certeza que a Kah tá lá. -expliquei.

–Eu sei. -ela disse pegando o celular e começando a discar. Quando de repente chega o Senhor D e bate no celular dela fazendo-o voar pra longe.

–O que você pensa que está fazendo com esse celular mocinha? -ele falou parecendo bravo.

–Estava fazendo uma ligação importante! E você?! O que você estava pensando quando tacou meu celular longe?! -ela reclamou. Ih... Isso não vai dar certo.

–Que não é permitido aparelhos eletrônicos no acampamento. -ele respondeu no mesmo tom.

–Um aviso teria sido o suficiente. -Kenzo falou.

Fui andando calmamente e peguei o celular sem que ninguém percebesse.

–Ok, já entendemos. O sr. já se livrou do celular. Nós estamos indo. Tchau. -falei rápido.

Ele saiu resmungando.

–Leo, passa no chalé da Nick antes de vocês saírem pra missão. Preciso de um favor. -pedi.

–Pode ser agora? Não tenho nada de importante pra fazer mesmo. -ele respondeu.

–Claro. Vamos. -respondi. Segurei seu pulso e o arrastei até o chalé. Vi que a Nick vinha logo atrás. Me virei pra ela.

–Nick, será que você pode esperar lá com os garotos? Tenho que falar sozinha com o Leo. -pedi. -Abusada. Que eu me lembre o chalé é meu. Mas tanto faz. Tem 5 minutos. -ela falou enquanto ia dar uma volta pelo acampamento.

–Também te amo. -gritei em resposta.

Entramos no chalé e eu tranquei a porta.

–Leo, preciso que conserte pra mim. -tirei o celular de dentro do bolso e coloquei em suas mãos. -Não é nada demais. Só a tela que rachou. Pode fazer isso? A Nick ia ficar tão feliz. -falei. Sabia que ele faria se fosse por ela.

–Claro que posso. Isso vai ser moleza. -ele falou sorrindo confiante.

–Não conte pra ela. É uma surpresa. -avisei.

–Deixa comigo. -ele disse enquanto guardava o celular no bolso e saia do chalé. Peguei um livro e sentei na cama enquanto esperava a Nick voltar. Depois de um tempo cansei de esperar e saí do Chalé. Vi o Leo e corri até ele. Caminhamos em silêncio.

Pov's Nick

Aquela Hana... Ela podia ser menos abusada né? Uma pessoa nem pode voltar pro seu próprio chalé!! O que eu vou fazer por 5 minutos? Acho que de tanto eu andar pelo acampamento já até decorei onde cada pedrinha fica!

–Ei, Nick? Posso falar com você? -Nico me chamou. Nem tinha notado que ele estava aqui!

–Pode sim. O que se trata? -perguntei não muito interessada. Por enquanto... Vamos ver o que ele falará. -Ah... Não me diga que está preocupado com o fato de ter beijado a Hana? -provoco.

–Q-que? Do que você está falando? -ele perguntou corado.

–Não se faça de desentendido! Eu vi vocês se beijando na árvore naquela hora. Achou mesmo que eu não sabia que vocês estavam ali?-continuei.

–Não foi um beijo. Ela não correspondeu. -ele falou abaixando a cabeça.

–Só porque ela não correspondeu que deixa de ser um beijo. Que eu saiba beijo é o ato dos lábios de duas pessoas se encontrarem. -falei indiferente.

–Mas não é a mesma coisa. Entenda, não sou o tipo de garoto que beija por beijar, assim como o Valdez. -ele disse a última parte de forma sugestiva.

–Sinceramente eu não vejo grande diferença. E não me importo com isso. Independente de ser ou não. Isso é irrelevante. -falei dando os ombros.

–O que você prefere, que te beijem por beijar ou por um motivo especial? -ele perguntou. Tenho que admitir, ele tem razão. Mas...

–Espera, você disse que não beija por beijar. Isso quer dizer que você beijou a Hana por um motivo especial? -perguntei. Agora ele está encurralado.

–E-eu não disse isso. -ele se atrapalhou com as palavras. Dei um sorriso vitoriosa.

–Suas próprias palavras te entregaram. -falei.

–Tá, você ganhou. Eu sinto algo pela Hana. -ele admitiu. -Mas não conta pra ela. -ele quase implorou.

–Fique tranquilo. Não sou esse tipo de pessoa. E...-comecei- Boa sorte. -disse estreitando os olhos e dando um sorriso sarcástico.

–Nick, tem alguma chance dela gostar de mim? -ele perguntou triste.

–Não vou falar sobre isso. Não tenho nada a ver com isso. -rebati.

–Ok. Ah, e só pra registrar, eu e o Leo vamos sempre proteger vocês. -ele falou com o olhar perdido. -E antes que eu me esqueça, entrega isso pra ela. -ele pediu me entregando um embrulho.

–O que é isso? -perguntei curiosa.

–Nada de mais. -ele respondeu.

–Sei... -falei desconfiada.

–O que você quer que diga? Quer que eu acabe com a surpresa?-ele retrucou.

–Que surpresa? - perguntou Hana que tinha acabado de chegar com o Leo. Nesse momento ele puxou o embrulho de volta.

–N-Nenhuma. -ele falou nervoso e corado.

–Fala. Por favooor. -ela pediu fazendo uma carinha muito fofa, tadinho do Nico.

–Entrega logo sua linda carta de amor pra ela, Nico! -falei brincando pra provoca-lo. O garoto ficou corado que nem um pimentão.

–N-não é nada disso! -ele reclamou e eu comecei a rir da cara dele.

–Até parece que eu ganharia uma carta de amor. -ela falou olhando pro chão. Antes que eu dissesse qualquer coisa ela levantou a cabeça sorrindo de lado e foi andando até o Nico lentamente.

Ela se aproximou dele com agilidade e ficou olhando nos olhos dele. Por um momento achei que eles fossem se beijar, mas Hana segurou o embrulho e correu pra onde estava antes. Nico continuou parado, sem reação.

E eu ri novamente com a situação. Fazer o que, não fazia sentido, mas as pessoas eram muito engraçadas nessas situações. Acho que jamais entenderei o porque.

Ela abriu o embrulho e vi seus olhos brilharem. Era uma adaga com o uma caveira esculpida no pomo e uma rosa gravada na lâmina.

–Linda. -ouvi a Hana sussurrar enquanto analisava a adaga

–Parece algo mágico. Hana vê se acontece algo quando se clica na jóia do cabo. -falei.

Ela apertou e a adaga se transformou em uma espada.

–How! Como você sabia que isso ia acontecer? -Leo perguntou abismado.

–É! Como você sabia? -perguntou Nico também surpreso.

–Intuição eu acho... -declarei é eles ficaram me encarando.

–Normal. -Hana falou enquanto examinava a espada.

–Pra quem é a adaga? -Hana perguntou. Ela tinha feito a espada voltar a ser uma adaga.

–É sua Hana-chan. O Nicozinho aqui tinha pedido pra eu entregar pra você porque ele estava com vergonha. -contei. Estava adorando provocar e zoar o filho de Hades.

–P-pra mim? -ela perguntou surpresa.

–B-bem. Não era pra você ver assim. Eu queria que fosse surpresa. -ele falou envergonhado, passando a mão pelos cabelos e olhando pro chão.

–Ver essa melação é irritante. Tchau pra vocês. -disse andando na direção da floresta.

–Me espera Nick. Também não quero ficar aqui. -Leo falou enquanto vinha na minha direção.

–Não tem melação nenhuma. -Hana gritou irritada.

–Posso ser muita coisa, mas não sou cega nem idiota. Eu sinto e sei quando tem alguma coisa ocorrendo. -eu disse olhando pro "casalzinho". Ela que começou dizendo que eu e o Leo ficamos fofos juntos. Agora vai ter que aguentar. -Além disso uma garota não se pode ficar sozinha numa floresta nessa bela noite?

–Claro que não, além de ser perigoso os outros garotos do acampamento podem tentar alguma coisa. -Leo falou irritado.

–O que foi Leo? Ciúmes? -Nico perguntou provocando.

–Sei cuidar de mim mesma. Nunca precisei de ninguém e não é agora que vou precisar. E a floresta nunca vai ser perigosa pra mim. -as palavras saiam pela minha boca frias e afiadas.- Não é só porque teve um beijo entre nós que o torna meu dono e que o dê direito de mandar em mim, Leo.

–Entenda, eu sei que não sou seu dono, mas eu tenho respeito por você e me preocupo com você, eu vou te proteger. E só pra avisar, tem uma aposta, quase todos os garotos estão participando e eu já avisei que se tentarem fazer qualquer coisa com você eu mato. -ele falou tão frio e sério quanto eu, arregalei os olhos, eu nunca tinha visto esse lado dele.

–Uma aposta? Que maldita aposta é essa? -perguntei impaciente e incomodada.

–Tirando eu, Nico, Jason, Percy, Kenzo e Frank, todos os garotos estão participando. Uma aposta pra ver quem vão ser os primeiros a tirar a pureza da filha da lua e da princesa mestiça. -ele falou irritado, como se fosse matar quem estava participando disso.

–Que? Eles acham qie nós somos o que? Troféus? -Hana falou irritada, sua voz saiu fria e dura.

–Quem foi a pessoa imbecil que criou essa aposta?!! -perguntei no mesmo tom que minha prima. Ah... Tinha gente pedindo pra levar uma surra, ou morrer. Mas a morte é bondade demais.

–Eles que tentem tocar na Nick, vão sofrer nas mãos dela e nas minhas. -Hana disse com um olhar sombrio. Adoro quando ela fica assim, é quando ela realmente quer matar alguém.

–Ah... Com certeza... Eles vão sofrer tanto que vão preferir nunca ter seque pensado em nascer, vão implorar pela morte, mas não vamos dar essa dádiva a eles. -disse dando um sorriso maligno e sombrio.

–Nick, quero doce. -Hana falou sorrindo fofa. Acho que até faz sentido ela ser filha de dois deuses diferentes. Ela é muito bipolar. Sorri pra ela.

–Vamos pro chalé fazer brigadeiro, pipoca e panquecas. Aí podemos assistir um filme, pode ser? -perguntei, estava louca pra comer pipoca.

–Eu faço as panquecas e o brigadeiro dessa vez. Você faz a pipoca. -ela falou pulando nas minhas costas. Conclusão: nós duas caímos no chão. Ela levantou e me puxou pelo braço, o que me fez levantar.

–Ok, dessa vez você faz as panquecas e o brigadeiro e eu a pipoca, mas eu escolho o filme. -falei rindo. Os garotos apenas nos olhavam com um misto de susto e confusão.

–M-meninas? Porque vocês não podem simplesmente aceitar que as protegemos e evitam sujar as mãos com aqueles lixos? -eles perguntaram meio perdidos- E como vocês conseguem mudar de assunto tão facilmente?

–A gente não tinha terminado esse assunto? -Hana perguntou.

–E não tem motivo pra nos preocuparmos com isso agora. Não é tão importante. -eu falei calmamente. Ainda pensando em qual filme iríamos ver.

–NÃO?! -Leo repetiu abobado.

–Ok... Mas iremos ficar com vocês essa noite de precaução. -Nico falou suspirando aceitando nosso estranho jeito de agir.

–Não vão não! -rebatemos.

–Não foi um pedido. -eles falaram sérios.

–Vocês tem uma missão. -Hana lembrou.

–Ah é... Santo Hefesto! A missão! Quando nós estivermos na missão elas estarão desprotegidas! -acho que o Leo não ouviu ou se ouviu não levou a sério o que eu e Hana dissemos- Já sei! Vocês vão junto com a gente na missão!

–Ok. -falamos juntas, piscando. Conseguimos o que queríamos. Agora era nossa chace de saber quem era o novo semi-deus.

Pov's Hana

Depois de andarmos um pouco ouvimos vozes.

–...com a surpresa? -reconheci a voz de Nico.

–Que surpresa? -perguntei curiosa.

–N-Nenhuma. -ele respondeu, parecia nervoso.

–Fala. Por favooor. -pedi, torcendo pra não estar fazendo aquela droga de carinha.

–Entrega logo sua linda carta de amor pra ela, Nico! -Nick falou em tom de provocação. Tadinho, o Nico ficou muito corado.

–N-não é nada disso! -ele reclamou, fazendo a Nick rir da cara dele. Nossa, sou tão horrível assim? Eu sei que sou.

–Até parece que eu ganharia uma carta de amor. -falei um pouco sentida, olhando pro chão. Tive uma ideia. Levantei a cabeça e fui andando lentamente na direção do Nico. Me aproximei e olhei em seus olhos, estávamos muito próximos. Segurei o embrulho sem que ele percebe e corri pra onde eu estava antes.

Ele continuou parado no mesmo lugar.

Ouvi a Nick rindo, mas eu estava mais concentrada no embrulho. Se meus olhos fossem grandes e brilhantes eles estariam ofuscando agora. Meus Deuses. É a adaga mais linda que eu já vi. Ela tinha uma caveira esculpida no pomo, uma jóia no cabo e uma rosa gravada na lâmina.

–Linda. -sussurrei sem pensar. Eu sabia que tinha algo mais, eu ia apertar a jóia do cabo, mas...

–Parece algo mágico. Hana, vê se acontece algo quando se clica na jóia do cabo. -Nick falou. Continuei o que estava fazendo antes. Assim que apertei a jóia a adaga se transformou em uma espada.

–How! Como você sabia que isso ia acontecer? -Leo perguntou abismado.

–É! Como você sabia? -perguntou Nico também surpreso.

–Intuição eu acho... -respondeu.

–Normal. -falei sem tirar os olhos da espada.

–Pra quem é a adaga? -perguntei. Eu tinha feito a espada voltar a ser uma adaga.

–É sua Hana-chan. O Nicozinho aqui tinha pedido pra eu entregar pra você porque ele estava com vergonha. -contou. Ela estava adorando provocar e zoar o filho de Hades.

–P-pra mim? -perguntei surpresa.

–B-bem. Não era pra você ver assim. Eu queria que fosse surpresa. -ele falou envergonhado, passando a mão pelos cabelos e olhando pro chão. Que fofo, ele está sem graça.

–Ver essa melação é irritante. Tchau pra vocês. -Nick disse andando na direção da floresta. Temos esse hábito de não gostar de coisas melosas e românticas.

–Me espera Nick. Também não quero ficar aqui. -Leo falou enquanto ia na direção dela.

–Não tem melação nenhuma. -gritei irritada, assim como ela eu também odeia melação.

–Posso ser muita coisa, mas não sou cega nem idiota. Eu sinto e sei quando tem alguma coisa ocorrendo. -ela disse olhando pra mim e pro Nico. -Além disso uma garota não pode ficar sozinha numa floresta nessa bela noite?

–Claro que não, além de ser perigoso os outros garotos do acampamento podem tentar alguma coisa. -Leo falou irritado.

–O que foi Leo? Ciúmes? -Nico perguntou provocando.

–Sei cuidar de mim mesma. Nunca precisei de ninguém e não é agora que vou precisar. E a floresta nunca vai ser perigosa pra mim. -Nick falou fria. -Não é só porque teve um beijo entre nós que o torna meu dono e que o de direito de mandar em mim, Leo.

–Entenda, eu sei que não sou seu dono, mas eu tenho respeito por você e me preocupo com você, eu vou te proteger. E só pra avisar, tem uma aposta, quase todos os garotos estão participando e eu já avisei que se tentarem fazer qualquer coisa com você eu mato. -ele falou frio e sério, vi Nick arregalar os olhos, eu nunca tinha visto ele falar desse jeito.

–Uma aposta? Que maldita aposta é essa? -ela perguntou impaciente e incomodada, eu também não estava gostando nada dessa história.

–Tirando eu, Nico, Jason, Percy, Kenzo e Frank, todos os garotos estão participando. Uma pra ver quem vão ser os primeiros a tirar a pureza da filha da lua e da princesa mestiça. -ele falou irritado, como se fosse matar quem estava participando disso.

–Que? Eles acham que nós somos o que? Troféus? -falei irritada, minha voz saiu fria e dura.

–Quem foi a pessoa imbecil que criou essa aposta?!! -ela.perguntou no mesmo tom que eu. Eles não tem noção de perigo. Se eles queriam morrrer estam ferrados, minha parte favorita é a tortura, principalmente a lenta.

–Eles que tentem tocar na Nick, vão sofrer nas mãos dela e nas minhas. -falei sombria. O que eu mais queria é matar alguém.

–Ah... Com certeza... Eles vão sofrer tanto que vão preferir nunca ter seque pensado em nascer, vão implorar pela morte, mas não vamos dar essa dádiva a eles. -falou dando um sorriso maligno. Mas logo minha raiva passou. Percebi que estava com fome de doce.

–Nick, quero doce. -falei tentando não fazer carinha fofa.

–Vamos pro chalé fazer brigadeiro, pipoca e panquecas. Aí podemos assistir um filme, pode ser? -perguntou, provavelmente estava louca pra comer pipoca.

–Eu faço as panquecas e o brigadeiro dessa vez. Você faz a pipoca. -falei pulando nas suas costas. Conclusão: nós duas caímos no chão. Me levantei e a puxei pelo braço, o que a fez levantar.

–Ok, dessa vez você faz as panquecas e o brigadeiro e eu a pipoca, mas eu escolho o filme. -falou rindo. Os garotos apenas nos olhavam com um misto de susto e confusão.

–M-meninas? Porque vocês não podem simplesmente aceitar que as protegemos e evitam sujar as mãos com aqueles lixos? -eles perguntaram meio perdidos. -E como vocês conseguem mudar de assunto tão facilmente?

–A gente não tinha terminado esse assunto? -perguntei. Já tínhamos resolvido.

–E não tem motivo pra nos preocuparmos com isso agora. Não é tão importante. -Nick falou calmamente. Pra estar tão calma ela devia estar pensando em qual filme iríamos ver.

–NÃO?! -Leo repetiu abobado.

–Ok... Mas iremos ficar com vocês essa noite de precaução. -Nico falou suspirando aceitando nosso estranho jeito de agir. Peraí. O que ele disse?

–Não vão não! -rebatemos.

–Não foi um pedido. -eles falaram sérios.

–Vocês tem uma missão. -falei para lembrá-los.

–Ah é... Santo Hefesto! A missão! Quando nós estivermos na missão elas estarão desprotegidas! -acho que o Leo não prestou atenção no que nós dissemos- Já sei! Vocês vão junto com a gente na missão!

–Ok. -falamos juntas, piscando. Conseguimos o que queríamos. Agora era nossa chace de saber quem era o novo semi-deus.

–Mas... Nós vamos ficar no chalé com vocês hoje. -ele complementou e Nico concordou com ele.

–Não precisa. -falamos.

–Eu já disse que vamos. -ele disse enquanto eles nos puxavam pra dentro do chalé.

–Não quero. -falei parando e colocando as mãos no quadril.

–Não foi um pedido. -Nico falou. Ele passou um braço por baixo dos meus joelhos, o outro nas minhas costas e me carregou até o chalé. Olhei irritada pra ele. Nessas horas eu odeio ser pequena. Olhei pro lado e vi que Nick estava na mesma situação, só que o Valdez a pegou pelos joelhos e a colocou no ombro, como um saco de batatas.

–ME SOLTA! Me coloca no chão! -ela gritava batendo nele e lutando pra se libertar.

–Já disse que eu não vou te soltar. -ele falou rindo da situação.

–Seu moleque atrevido! Me solta! POR FAVOR! -ela disse.

–Não. -ele respondeu rindo ainda mais.

–Qual o seu problema?! Porque não pode me deixar ir andando? Logo porque estamos indo pro MEU chalé. -ela falou. Sabia que ela estava frustrada e irritada com a situação.

–Nick, olha pelo lado bom. Eles estão nos carregando. Pede pro Leo te carregar direito. -expliquei. -Leo, parece que você está carregando um saco de batatas. -briguei com ele.

Ele ajeitou ela em seus braços sem colocá-la no chão. Cansada de lutar Nick virou o rosto, corada pela situação, e cruzou os braços revoltada. Quando ela aceitar essas coisas de bom grado, sem ficar irritada acho que vão cair meteoros.

Eles entraram no chalé. Nos colocaram delicadamente nas camas e fecharam as janelas e a porta. O que eles pensam que vão fazer?

–Pronto agora estão seguras. Ninguém vai entrar aqui. -Nico falou.

–Ninguém entra no chalé de Ártemis. -Nick falou irritada.

–Ela tem razão. Se alguém fizer algo aqui seria tipo uma profanação. -eu falei concordando.

–Vocês são inocentes demais. -Leo falou debochado.

–Por que não aceitam que os garotos do acampamento querem vocês? -Nico perguntou.

–Porque isso não faz menor sentido. Porque eles iriam querer alguém como a gente? -falamos juntas com uma cara de interrogação.

–Ok. Temos que resolver isso. -Leo falou olhando sugestivamente pra Nico.

Eles nos levantaram outra vez e nos posicionaram de frente para o grande espelho que tinha no guarda-roupa. Fechei os olhos antes que conseguisse ver o meu reflexo.

–Qual é a lógica disso? Acha que nunca vimos nosso reflexo? Acham mesmo que não sabemos nossa aparência? -ouvi Nick dizer sarcástica.

–Se sabem então por que acham tão difícil eles querem algo? -Leo perguntou indignado.

–Exatamente por que eu sei a minha aparência. -respondi com olhos ainda fechados.

–Como você sabe sua aparência se você não olha pro espelho? -Nico perguntou, ele estava logo atrás de mim, podia sentir suas mãos em meus braços.

–É por eu saber como eu sou que não gosto de me olhar no espelho. Sei que se olhasse só acharia mais defeitos. -falei ainda na mesma posição.

–Eu estou olhando pra você faz tempo e ainda não achei nenhum. -ele falou me abraçando por trás, com os braços envolvendo a minha cintura.

–PARE DE MENTIR PRA MIM! -falei irritada. Por impulso abri os olhos, coisa que eu não devia ter feito.

–Hana. Não. -Nick se jogou na frente do espelho e ficou bloqueando minha visão. -Contenha-se. Lembra? -ela falou seria me olhando nos olhos.

–E-eu... n-não... -falei com os olhos cheios d'água, não consegui formar nenhuma frase.

–Hana... -ela falou me abraçando depois ela se afastou e segurou minhas mãos- Está tudo bem. VAI ficar tudo bem. -falou confiante. Depois seu olhar ficou sério e ela olhou pro Nico- Se afaste dela. Você não sabe de nada.

–O que ela tem? O que eu fiz? -ele perguntou nervoso. Eu pensei em dizer algo, mas nada saía da minha boca. Por que isso tá acontecendo comigo? Qual o meu problema? Por que eu sou tão fraca e idiota? Eu me odeio, me odeio, me odeio. Não posso chorar, não na frente deles.

–Você não sabe nada MESMO. -ela falou -Nenhum de vocês sabe nada sobre nenhuma de nós. Como é que podem achar que conseguem nos entender?

–Eu nunca disse que sabia tudo sobre ela. Talvez eu realmente não saiba nada, mas eu não vou sair daqui. Eu não vou deixar ela. -ele falou sério. Me afastei da Nick e fui de cabeça baixa até o banheiro. Tranquei a porta antes que algum deles entrassem.

–Hana NÃO. Você prometeu. -Nick gritou batendo na porta. Não tenho forças, eu sou uma fraca inutil. Fui até a pia e peguei uma caixinha que eu tinha escondido em uma das gavetas.

–O que ela foi fazer? Do que vocês duas estão falando? -ouvi Nico perguntar, embora a segunda pergunte tenha ficado sem lógica porque eu não tinha falado nada até agora.

–Adivinha, gênio. Ela se trancou no banheiro, o que você acha que ela vai fazer? -ela perguntou irritada. Eu já tinha feito cinco cortes, isso me deixou mais calma e eu consegui falar.

–Não fala pra eles. Por favor não fala. -pedi suplicante.

–Ela foi lavar o rosto oras! Sabe a Hana tem uma mania horrível de lavar o rosto com água fervente e sabe isso é horrível pra pele. Eu sempre brigava com ela por causa disso então a fiz prometer não fazer mais isso. Entendeu? -ela falou. Mentiu descaradamente. Tive que me segurar pra não rir. Essa Nick... Como pude achar que ela contaria?

–Ok, vocês são muito estranhas. -Leo falou.

–E vocês são muito normais né? -ela retrucou.

–Parem de discutir. -falei saindo do banheiro.

–É uma das coisas que eu faço de melhor esqueceu? -ela falou.

–Ei, tudo bem? O que houve? -Nico falou me abraçando, ele parecia preocupado.

–N-não foi nada. -respondi surpresa, não esperava ser abraçada.

–Não sei não. Vocês duas estão agindo muito estranho. -ele falou me olhando nos olhos mas sem deixar de me abraçar.

–Já disse que não foi nada. -falei tentando passar confiança, ainda olhando em seus olhos. Provavelmente eu estava muito corada.

–Cara, deixa ela respirar. -Leo falou provocativo.

–Se eu fosse você ia falar com a Nick. -falei apontando pra ela, que estava parada encarando o espelho.

Ele foi andando até ela. Provavelmente ela estava muito concentrada. Ele a abraçou por trás surpreendendo-a.

–Você é linda. Só queria que soubesse. -ele falou próximo ao seu ouvido.

–Nunca dei motivo pra acharem contrário, nem nunca achei. -ela comentou fugindo do abraço.

–Ainda bem que você sabe. Pode ficar tranquila, eu já disse que não vou te obrigar a nada. -ele disse pegando-a no colo e colocando-a na cama. Logo depois ele a encarou. Todos ficaram esperando para ver o que ele iria fazer. Pra surpresa de todos ele começou a fazer cócegas na Nick.

–Não...! Pare! Chega! - ela dizia entre as gargalhadas e tentado fugir dele. E parece que o Nico gostou da ideia pois me pegou no colo e fez a mesma coisa.

–Não... consigo... respirar. -falei entre gargalhadas.

–Vocês não fazem ideia de como é legal ver como vocês estão agora. -declara Nico parando um pouco com as cócegas.

–Tem graça por que não é com vocês. -falei fazendo bico.

–Não é porque é engraçado. É porque vocês ficam fofas! -fala Leo esquecendo um pouco de fazer cócegas na Nick, que ao ouvir o que ele disse da um soco no coitado.

Eu apenas observava e tentava normalizar minha respiração.

–O que vocês estão fazendo? -Kenzo perguntou entrando no chalé.

–Nada! Esses loucos começaram a fazer cócegas! -Nick respondeu. Parece que de nós ela era a menos envergonhada com a situação. Pelo menos era o que ela aparentava, mas eu sabia que ela estava tão constrangida quanto eu.

–E por que você e o Leo estão agarrados na sua cama? -ele perguntou.

–Não estamos. Não compreenda as coisas errado. Eles agarraram a gente nós tacaram na cama e começaram a fazer cócegas na gente. -ela replicou. Pude notar que ela estava corada. Eu sabia!

–Vamos logo. Nós temos uma missão pra cumprir. -Kenzo falou.

–Elas vão com a gente. -Nico falou. Ela não devia ter dito isso. O Kenzo olhou pra ele de cara feia.

–O que você pensa que está fazendo com a minha irmã? -Kenzo perguntou irritado.

–Que eu me lembre vocês todos são filhos de Hades. -Nick comentou divertida. Como eu pude esquecer disso? Nico é meu meio irmão. Meu meio irmão me beijou. Ai meus deuses! Comecei a ficar cada vez mais corada.

Me livrei do abraço e saí correndo pro estábulo. Como eu posso ser tão idiota? Eu sabia, ele é meu irmão, sem falar que ele gosta do Percy.

Pov's Nick

–Droga! Eu e minha boca grande porque eu tinha que falar aquilo?! -pensei em voz alta.

–O que houve? Porque ela saiu correndo assim? -perguntou Kenzo um pouco perdido.

–Por que eu sou uma idiota e falei besteira. -respondi saindo do chalé pra procurá-la.

Corri até chegar no estábulo, sabia que ela estaria lá. É a cara dela.

Ela estava fazendo carinho em um cavalo que ficava no fim do estábulo.

–Hana...? Me desculpa por ter falado aquilo. -falei me aproximando dela cautelosamente.

O cavalo relinchou irritado quando me viu chegando perto.

–Está tudo bem garoto. Não vou machuca-la. Sou amiga. -falei pro cavalo.

Ok, isso não está dando certo, ele continua irritado.

–Hey, calma menino. Pode confiar nela. -Hana falou olhando-o nos olhos.

Estranho normalmente sou boa com os animais.

–Não estranhe. Me disseram que ninguém consegue chegar perto dele. -ela falou em tom de consolo.

–Me desculpe por aquilo Hana... -falei novamente.

–Tudo bem. Eu devia lembrar disso. -ela falou sorrindo pra mim. -Deixa isso pra lá. Não é importante.

–Se não fosse importante você não sairia correndo. -retruquei. Eu conhecia bem ela pra saber quando algo está errado.

–Do que exatamente nós estamos falando? -ela perguntou parecendo realmente confusa.

–Hana eu falei que você e o Nico são irmãos, aí você ficou muuuuito corada e depois saiu correndo. Lembra? -perguntei -Pode me contar.

–Não foi só pelo que você disse, eu também lembrei que ele admitiu que era apaixonado pelo Percy. E outra, com tantas filhas de Afrodite dando mole por que ele me escolheria? -ela desabou, bem na minha frente e eu não sabia o que fazer. De nós duas quem desaba sou eu, ela costuma apenas ter pequenos surtos, por causa da bipolaridade.

–Porque você é diferente? É especial? -falei enquanto a abraçava pra tentar consola-la.

–Para de falar isso. Você é especial, eu sou só uma aberração, um erro. Não tem por que alguém gostar de mim. -ela rebateu. -Aquelas garotas tem razão sobre mim. -completou.

–Eu? Especial? Pela lógica eu nem devia existir. Nenhuma de nós. Não fale como se nossa situação fosse tão diferente! Elas me chamaram de monstro lembra? Se o que elas disseram é mesmo verdade isso se aplica ao que elas falaram pra mim também. -rebati.

–Lembra o que o Kenzo disse sobre os deuses colocarem seus poderes no feto? Ártemis pode ter feito isso, não estaria quebrando o juramento. -ela falou séria. -Dois deuses colocarem no mesmo feto é por que houve um erro, eles cometeram um erro. Era pra terem colocado em fetos diferentes, mas eles erraram. -completou.

–Falou bem. Ela "pode" ter feito isso. Mas aí porque Zeus estaria tão irritado? Porque na profecia estaria escrito "A deusa da lua QUEBROU o tratado"? -falei, ta mais pra "sussurrei".

–Nick, você é única. Elas só tem inveja por que você é mais inteligente que elas e é especial. -ela sussurrou de volta.

–Não tem porque elas terem inveja de alguém como eu. -falei desviando o olhar.

–Claro que tem, você é bonita, inteligente, habilidosa e corajosa. -ela falou.

–...- fiquei quieta e olhando para longe.

–Odeio isso. -falei.

Ela sorriu de lado.

–Ao menos tem motivo para sentirem inveja de você. -falou se levantando e indo até o cavalo.

–As pessoas só vêem o que querem ver. Elas não ligam realmente pra quem eu sou. E sim pelo que eu aparento ser. Não devemos ligar pra elas Hana. Independente do que elas pensam de nós. -falei séria.

–As pessoas se importam com as aparências, levando em conta que quase ninguém sabe a minha e eu odeio ela, provavelmente elas estão certas sobre não ter como eu ser uma delas. -ela rebateu fazendo carinho no cavalo.

–Nenhuma de nós é. Por isso nós tratam diferente. -falei me aproximando dela. Ainda me sentia culpada por fazer ela se sentir mal pelo que eu disse.

–Você não entendeu. Eu quis dizer que não sou uma delas, não sou uma filha de Afrodite. Você tem um lugar certo. -ela falou se esquivando.

–Eu entendi. Mas não concordo com isso. -disse.

–Não entendo o por que. -ela falou.

–Afrodite não é só beleza Hana. -falei.

–Mas todos os seus filhos são lindos. -retrucou.

–Você tem o charme Hana. Isso não pode ser negado. Você não é igual as filhas de Afrodite tem razão. Você é mais que isso. Não se esqueça que também é filha de Hades. -retruquei.

–Primeiro, eu não tenho o charme. Segundo, independente de ser filha de Hades a beleza é a marca registrada de um filho de Afrodite. Eu poderia ser bonita e não ter o charme, que é o normal. -ela falou tentando controlar a voz.

–Hana. Acho que não queiram nós matar por causa da nossa aparência. Eles temem nossos poderes. Seja lá quais eles forem! -disse nervosa. Porque sempre acabamos discutindo por essas coisas simples?

–Você não entendeu? Eu não sou bonita, eu não tenho o charme, eu não sou filha de Afrodite. Eu sou apenas mais uma filha de Hades. -ela falou ainda contendo a voz.

–Se você disse só filha de Hades não teriam motivos pra matá-la também! -rebati sem conter meu tom de voz, basicamente eu estava gritando.

–Eles erraram. O Kenzo errou. Os deuses erraram. Eu não sou uma filha de Afrodite. Eu não posso ser, eu não consigo ser, eu não pareço ser e eu estou cansada de todos mentirem pra mim. -ela falou alterando um pouco a voz e cravando as unhas nos braços, os cortes abriram e marcharam sua blusa de sangue. Acho que ela exagerou na profundidade, eles nunca sangravam tanto.

–HANA! PARE! Eu não estou mentindo pra você eu nunca mentiria! Não pra você! Então por favor... Por favor! Pare com isso! -falei com lágrimas nos olhos.

–Chata, feia, burra, insensível, covarde, inútil, irritante, irresponsável, estranha, aberração, monstro, incompetente, lerda, boba, retardada, ... -ela sussurrava enquanto afundava ainda mais as unhas.

–PAREEE! -Gritei com todas as minhas forças. Me esse grito atraiu atenção pro estábulo. Ouvi passos. Depois Kenzo e os garotos chegaram.

–Não. -ela sussurrou. -Eles não podem ver isso. -completou desesperada.

–Você devia ter pensado melhor antes se fazer isso aqui! Vá pra um lugar com pouca luz. Vou tentar distrai-los. -falei ainda com a voz alterada.

–Vou dar uma volta com ele até o lago, lá eu me lavo e... -a frase morreu. Acho que o cavalo tinha gostado da ideia de sair.

–Vai tirar essa blusa e ficar só com a de baixo? -perguntei. Eu sabia que ela não faria isso. Ela é a primeira filha de Afrodite que não gosta de mostrar o rosto ou o corpo.

–Vou. Ninguém vai me ver. -ela respondeu séria.

–Ok então. Faça o que achar melhor Hana. -falei.

–Diga pra eles que eu já volto. -ela pediu enquanto subia no cavalo.

–Está bem. -respondi nisso os garotos entraram.

–Ei, pra onde ela está indo? -Nico perguntou.

–Ela só foi dar uma volta no lago. Ela volta logo. -respondi.

–Vou lá, quero falar com ela. -Nico falou.

–Não vai não. -respondi grossa.

–Por que não? Vocês estão escondendo algo? -ele perguntou.

–Ela precisa de um tempo sozinha agora. E duvido que o que seja lá o que você queira falar com ela seja tão importante e tenha tanta urgência assim. -disse fria.

–É importante e urgente sim! -ele respondeu revoltado pelo que eu disse.

Antes que eu pudesse me mexer ele sumiu. Droga! Odeio o fato deles poderem se transportar pelas sombras.

–A Hana vai me matar. -falei nervosa.

–O que? Por que? Por que ela faria isso? -Leo perguntou confuso.

–... - não respondi. Estava ficando nervosa por causa disso.

Ficamos em silêncio nos encarando. De repente ouvi um grito, vinha do lago. Sem esperar por eles saí correndo na direção do grito. Os meninos vinham logo atrás. Chegando lá vimos Nico e Hana.

Ela estava estava só com a blusa de baixo, limpando a outra e os braços machucados. Ele que havia gritado.

–Hana... Me desculpe eu não consegui impedi-lo... -falei tensa e preocupada.

–Hana o que é isso nos seus braço? Quem fez isso? Quem te machucou? -Nico perguntou preocupado.

–Alguém pode me emprestar uma blusa larga? -ela perguntou calmamente, ignorando as perguntas de Nico.

Eu assobiei e o Toby veio trazendo uma mochila, a mochila da Hana. Eu peguei uma blusa larga e de manga comprida dela e entreguei pra ela.

–Hana me responda. Você não pode simplesmente esconder isso e fingir que nada aconteceu! -exclamou Nico.

–Não aconteceu nada. -ela falou depois de vestir a camisa.

–Pra que colocar outra blusa? Já vimos você com bem menos roupa. -Leo falou provocando. Nico e Kenzo olharam irritados pra ele.

–Garotos são realmente idiotas. -eu falei irritada.

–Do que você está falando Valdez? -Kenzo perguntou irritado.

–Leo desafiou a Hana a ficar só de roupa intima por 4 rodadas. -disse Nico visivelmente incomodado com a lembrança.

–Como se você não tivesse adorado a visão. -Leo falou provocando.

–Você fez o que? -Kenzo perguntou ainda mais irritado.

–Foi só um desafio no jogo Kenzo. Não tem porque você ficar irritado. -Leo falou "tentando" permanecer calmo.

–Você fez esse desafio pra minha irmãzinha inocente? -Kenzo falou ainda mais irritado.

–"Irmãzinha"? Eu sou mais velha do que você! -fala Hana.

–Mas você é pequena e frágil. -ele explicou.

–Pequena e frágil?!! -falamos juntas e incrédulas que ele havia falado aquilo.

–É. -ele respondeu.

–Eu não sou pequena e frágil. -ela falou cruzando os braços irritada.

–Pequena você é sim. -Leo falou.

–Mas de frágil ela não tem nada! -eu a defendi. Embora o que eu tenha falado seja a verdade, literalmente.

–Como não? Olha pra ela, parece uma boneca de porcelana. -Kenzo quase gritou.

–Por acaso você não conhece o ditado "Nunca julgue um livro pela capa"?! -rebati.

–Se ela não é frágil então por que se esconde tanto? -ele perguntou.

–Ser frágil ou não, não tem nada haver com se esconder! -Hana falou incomodada e ficando irritada com isso.

–Então você admite que se esconde? -ele perguntou como se chegasse onde queria.

–Gente, chega... Acabou o assunto. -falei tentando amenizar as coisas.

–Como assim acabou?! Não tem como ficarmos sem falar ou fazer nada depois do que vimos! -reclama Kenzo irritado.

–Vocês não tem nada com isso. -Hana falou controlando a voz.

–Porque você está falando isso? Nós somos seus amigos é claro que temos! Você não pode se esconder pra sempre! -ele fala mas pude notar que aquelas palavras da Hana tinham o afetado tanto quanto os outros.

–Ninguém pode fazer nada. Não é uma doença. Não tem nada que possam fazer. -Hana falou correndo pra floresta.

–Droga. Porque vocês nunca podem deixar as coisas como estão?! -falei irritada.

–Por que queremos ajudar. -Kenzo respondeu.

–Tem coisas que seriam melhor não se envolver. -falei fria.

–Estamos preocupados com ela. -ele disse irritado.

–Ah é? Ela estaria bem melhor se ninguém tivesse vindo aqui agora! -falei.

–Ela não teria feito isso se você não tivesse falado besteira. -respondeu.

–Nada disso teria acontecido se vocês não nos fizessem olhar no espelho. -gritei olhando pro Nico e pro Leo, levantando os braços de forma que minha blusa de manga comprida verde escura revelasse um dos cortes já cicatrizando. Quando percebi meu erro abaixei os braços rapidamente.

–Vocês atrapalham tudo. -gritei irritada. Comecei a correr na direção da floresta, tinha que achar a Hana antes que ela fizesse alguma besteira.

–Nick! -ouvi um deles gritando. Não reconheci quem mas pouco me importava. Tinha que achar a Hana.


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