Morfeu escrita por Ferbs


Capítulo 1
O passeio pelo museu


Notas iniciais do capítulo

Bem, estou começando essa nova história, espero que todos gostem.



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Blá Blá Blá, aquela instrutora que mais parecia uma múmia continuava falando sobre uma estátua grega super importante para a história da humanidade, que não estava nem aí. Preferia continuar em casa com meus fones de ouvido olhando para o teto.

— Thomas?

Distraído demais, não ouvi Nana me chamar.

— Thomas?! - agora ela me balançava.

— Que? Oi?

— Que distração, presta atenção no que a velha tá falando.

— Não to nem aí pra uma estátua.

— Não estamos mais falando da estátua.

Realmente, quando olhei para a múmia viva na minha frente, ela não falava mais da estátua, mas dessa vez apontava para um quadro com a imagem de um homem com grandes asas com uma mulher deitada em seus braços.

— Alguém sabe quem está sendo representado aqui? - perguntava a mulher com aquela voz da vendedora da Top Therm. - Ninguém? Você na frente, Thomas, não é?

Porque logo eu? Porque eu tinha que usar aquele crachá tosco pra ela me reconhecer de nome? Com tantos idiotas nessa sala, porque eu?

— Sim? - fingi interesse.

— Você sabe quem está sendo representado nessa imagem?

— Morfeu.

— E quem é Morfeu?

— Morfeu é o deus grego dos sonhos. Ele vinha lhe visitar em seus sonhos com a forma da sua pessoa amada. Daí surgiu a expressão "dormir nos braços de Morfeu", pois quem sonha com Morfeu, com certeza tem uma bela noite de sono.

— Correto.

Pude ver as veias de ódio se formarem na sua testa, enquanto ela quase quebrava uma caneta entre os dedos. Sem dúvida ela não esperava por essa.

— Pensei que não se importasse com essas coisas. - perguntava Nana.

— Sim, mas Morfeu é diferente.

Foi então que quando a turma se deslocou que pude ver um garoto escorado em uma pilastra me observando. Ele tinha mais ou menos 1,70m de altura, um pouco mais baixo do que eu, sua pele era muito branca e seus cabelos negros curtos e levemente arrepiados na frente combinavam perfeitamente com seus enormes óculos hipster. Ele me olhava com um misto de admiração e curiosidade, mas disfarçou e começou a andar assim que percebeu que eu o observava também.

— Quem é aquele? - eu puxava Nana para perguntar.

— Hmm... não sei. Mas conheço ele de algum lugar. Acho que ele é do primeiro ano, mas não sei o nome.

— Ah.

— Por quê? Interessado? Posso te conseguir ele. -dizia Nana já saindo rumo ao garoto.

_Eiei! - eu a puxava pelo braço. - Prefiro não. Só porque você sabe que sou gay não quer dizer que eu deva sair dando em cima de qualquer um assim. A gente não conhece ele e nem sabe se ele é gay também.

— Bem, do jeito que ele tava te olhando...

— Então você também percebeu?

— É claro, ele começou a te olhar no momento em que você abriu a boca.

Tive que puxar Nana pelo braço para nos apressarmos, a turma já estava bem longe. Passamos mais algumas horas naquele museu, e aquele garoto misterioso continuava a me observar vez ou outra. Até que na saída paramos em uma lanchonete do lado de fora, eu peguei meu lanche e me sentei em uma mesa afastada. Disse para Nana não me acompanhar, queria ficar um pouco sozinho. Mesmo distraído olhando pra baixo mexendo no meu celular, percebi alguém sentar na minha frente.

— Nana, eu disse que queria ficar um pouco sozinho.

— Nana?

Olhei rapidamente para frente ao ouvir aquela voz rouca e máscula. Quem estava ali não era Nana e sim o garoto que me observava mais cedo. Eu estava boquiaberto sem saber o que dizer, até que ele quebrou o gelo.

— Muito legal o que você fez lá no museu hoje.

— Responder uma pergunta? - só depois percebi que fui grosso.

— Não, mostrar pra aquela múmia que ela não é a única que sabe das coisas. - dizia ele com um sorriso entre os dentes.

— Haha, só não queria sair de burro na história. Me chamo Thomas

O garoto estendeu a mão pra mim sobre a mesa e eu a apertei. Só então percebi os músculos se contraindo em seu braço e vi que ele era um garoto bem forte, mas nada extravagante. Assim que soltamos a mãos, ficamos nos olhando por alguns segundos e vi um sorriso brotar repentinamente no rosto dele. Não nego, sentia meu rosto esquentar e um sorriso deve ter aparecido também. Mas esse momento foi completamente estragado por Nana, que apareceu do nada sentando do meu lado.

— Oi. - dizia ela sem tirar a cara do telefone.

— Oi.

— Oi.

Só então ela percebeu o garoto ali e levantou o rosto.

— Eu.. desculpa! Eu não estou atrapalhando nada, estou?!

— Não, está tudo bem. - dizia ele soltando um sorriso e revelando seus lindos dentes. - Eu já estava de saída, só vim dar um oi.

Ele então se levanta e pisca pra mim apontando pra minha mão. Eu apenas sorri enquanto ele se afastava e assim percebi um pequeno papel em minha mão direita. Quando desenrolei, era um pequeno bilhete.

"Enry"

E embaixo seu número de telefone.

— Isso é? - dizia Nana bisbilhotando.

— Nada! Sai! - exclamei amassando o papel e colocando no bolso.

Ela então me olhou com aquela cara que só melhores amigos entendem e começamos a rir.

— Vamos, o ônibus deve estar quase indo.

Horas mais tarde eu me encontrava em casa, todo largado na cama e não conseguia parar de pensar em Enry. Desamassei o papel que estava no bolso e adicionei seu número na agenda do meu celular. Instantaneamente já fui até o WhatsApp para observá-lo, e lá estava ele. Na sua foto ele estava sozinho, com um sorriso bobo e um olhar sincero. Eu não sabia quem era aquele garoto, mas ele já estava me atraindo de uma maneira diferente dos outros caras.

Ele poderia ser qualquer um somente atrás de sexo, ou poderia ser o amor da minha vida, eu não sabia. Mas eu iria descobrir se eu falasse com ele. Eu particularmente votava na segunda opção. Apesar de ser um garoto completamente completo, eu me sentia sozinho às vezes. Sentia frio e a falta de alguém pra me aquecer. E Enry poderia ser meu cobertor. Mas até lá muita coisa poderia e deveria acontecer.

Eu hesitava, temia qualquer coisa, fui falar com Nana, mas ela foi mais rápida e já veio falar comigo.

"Falou com ele?"

"Não..."

"O q tá esperando??"

"Não sei."

"Ta inseguro de novo, né?"

"Talvez."

"Olha, ele te deu o número dele, ele quer algo. Vai fundo nessa amg."

"Sim, tu tem razão."

"E larga de ser seco e fala comigo direito seu viadinho."

"Hahaha, tá bom sua puta"

Fechei a conversa com Nana e abri novamente a janela do Enry. Ele estava online. Respirei fundo, pensei no que escrever, desisti do que ia escrever, pensei em outra coisa e desisti dela também. No fim, acabei fechando os olhos, e clicando no enviar. Depois os abri.

"Oi".


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Notas finais do capítulo

That's all Folks, espero que tenham gostado. Por favor deixem qualquer tipo de comentário pra eu saber que alguém está gostando (ou não), pq senão eu paro haha.



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