All Too Well escrita por AnaTheresaC


Capítulo 1
All Too Well


Notas iniciais do capítulo

Para quem quiser ouvir a música da Taylor (recomendo) enquanto lê, aqui está: https://www.youtube.com/watch?v=4gFugRKNrmo



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–E aqui estamos de novo – murmurou ele, parando de frente para a minha casa.

–Sim – concordei e entrei em casa, sem sequer lhe dizer adeus. Era demais, não conseguia olhar para ele, as suas palavras ainda me magoavam e ainda ressoavam na minha mente, como farpas que se entranham demasiado facilmente.

Ele também não disse nada. Sabia que tinha sido cruel comigo, com a justificação que estava a ser honesto.

Assim que entrei em casa, as lágrimas chegaram e encolhi-me no sofá, incapaz de subir as escadas e esconder-me no meu quarto. As minhas forças tinham desaparecido, como se eu fosse um copo de cristal e que, quando deitado ao chão, não se consegue refazer de novo.

E eu lembrei-me de quando, na nossa segunda semana, ainda felizes e tímidos por nos termos um ao outro, entrei em casa da sua irmã e deixei lá o meu cachecol de cachemira, porque a casa era tão confortável e acolhedora que eu me senti instantaneamente em casa.

Ele ficou com o cachecol, nem me atrevi a pedir-lhe de volta o que era meu. Porque tudo o que era meu tinha sido dele um dia e se voltasse de novo para mim, não seria mais o mesmo. Estaria com defeito e eu jamais seria capaz de olhar com os mesmos olhos e com a mesma esperança que tinha quando o tinha comigo.

No dia seguinte ali estava eu, a sair do trabalho, e ele não se encontrava à porta, à minha espera. Foi a primeira vez em muito tempo que tive que caminhar sozinha para casa. O frio era mais frio, o caminho mais longo, os pés teimavam em arrastar-se pelo chão pela falta de companhia.

Não sabia mais o que vestir, era como se tudo me recordasse ele: ele adorava aquela camisola azul clara, dizia que os meus olhos sobressaiam quando a usava; ou aqueles ténis esfolados, que tinha usado para fazermos um passeio perto da costa; os brincos que ele me tinha oferecido, conjuntamente com o colar já não faziam sentido no meu toucador, era como se de repente em vez de serem bonitos fossem peças que perfurassem a minha pele.

Quando ele me tinha dado aquela pequena caixinha de veludo preto, foi no dia em que ele me tinha mostrado o seu álbum de fotos. As suas bochechas tinham corado subtilmente enquanto passávamos as fotografias dele com os pais, na piscina, na cozinha, a comer papa de bebés. No dia seguinte, ele tinha ficado em minha casa e enquanto pegava um copo de água, ele silenciosamente seguiu-me até há cozinha e dançámos à luz do frigorífico. Rimos tanto que a barriga chegou a doer-me.

E foi quando ele começou a falar do futuro: de como gostaria de ficar comigo para toda a eternidade e eu realmente acreditei nele, naqueles lindos olhos dele e no seu jeito de falar tão doce e sentido que não havia como não acreditar. O nosso castelo começou a erguer-se aos poucos até se tornar uma obra de Arte. E eu estava tão feliz com o nosso “felizes para sempre”!

Eu não sei o que aconteceu. Se calhar pedi demais. Se calhar não passei bem a mensagem de que eu queria o mesmo que ele e foi por isso que ele saiu a correr do nosso pequeno castelo, que se desmanchou como uma folha de papel rasgada pelo vento.

E lá estava eu de frente para a minha casa, sem compreender exatamente o que estava aquela grande caixa de cartão de fazer ali. Aproximei-me cautelosamente dela e depois de perceber que tinha vindo pelo correio, entrei com ela em casa. Abri-a. E não devia de o ter feito porque ela me fez lembrar demasiado bem do nosso castelo, tão perfeito e tão desmorunável. Estava ali tudo.

Menos uma peça.

O meu cachecol de cachemira.

Porque ainda fá-lo lembrar-se da minha inocência e, por incrível que pareça, ainda tem o meu perfume nele. Agora ele guarda-o no fundo de uma gaveta de coisas que não lhe interessam. Mas dentro daquela gaveta o meu cachecol é a coisa mais importante da sua vida.

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

O que acharam?Eu tenho que dizer que já não é a primeira vez que escrevo uma one-shot (a primeira que escrevi foi sobre o passado de Alice Cullen) e é uma forma que eu encontrei de escrever sem me comprometer com prazos, visto que a uni não me dá muito espaço para escrever. Assim consigo escrever, dar-vos a conhecer o meu trabalho e continuar a trabalhar nos trabalhos da uni.XOXO



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