A arte da Guerra escrita por A Dreamy Girl


Capítulo 4
Broken


Notas iniciais do capítulo

Voltei darlingsss, desculpa a demora, fim de ano e tal, vocês entendem né? No último caps Regina escorraçou Emms do quartinho e um climão paira entre as duas, espero que lembrem e boa leitura!



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De novo as duas não dormiram bem, no dia seguinte se desculparam, mas Emma continuava com aquela pulga atrás da orelha. Dois meses se passaram, as duas se aproximavam mais a cada dia, eram amigas íntimas e confidentes, mas sentiam falta de algo, a coisa não estava completa, e nenhuma das duas sabia o que era, só sentiam. Emma estava no abrigo, e havia algo estranho com Regina, que não saía de baixo do cobertor enquanto a loira estava lá, de jeito nenhum, e isso acontecia há alguns dias. A loira estava deitada em um colchão do lado da morena e as duas conversavam olhando para o teto, como se estivessem olhando para as estrelas.

– O que você pretende fazer quando tudo isso acabar? - perguntou a loira.

– Vou procurar minha família e me mudar para um país neutro, e que tenha bastante biodiversidade.

– E esse país terá que ser bem quente não é mesmo?

– Por mim tanto faz. Por que a pergunta?

– Mesmo hoje estando um calor infernal você não sai debaixo desses cobertores, o que você está escondendo aí? - a loira rolou para o lado e começou a fazer cócegas em Regina, a morena empurrou Emma bruscamente mas o cobertor escorregou e a loira finalmente viu o que não deveria.

– Vai embora daqui! Agora! Sai Emma! - Regina expulsou a loira, que saiu atordoada, tentava juntar peças, entender o que tinha acabado de ver, nada fazia sentido. Emma não dormiu, passou a noite olhando pro teto, bolando teorias para o que tinha presenciado, a morena também não conseguiu pegar no sono, chorou a noite inteira, não sabia se Emma tinha percebido o que estava acontecendo, estava com muito medo. Assim que sua mãe levantou, Emma desceu correndo sem se trocar, pegou comida e desceu para o abrigo, precisava de respostas.

– Bom dia Emma.

– Bom dia Regina - a loira respondeu e colocou as comidas em um canto e deitou-se do lado da morena, entrou de baixo do cobertor, as duas ficaram apertadas e olhavam pro teto - você vai finalmente me contar o que está acontecendo aí Gina? Eu vi ontem, pare de esconder as coisas de mim por favor.

– Não por favor não - Regina sentia-se envergonhada, a loira não tinha entendido nada ainda mas via que a morena precisava de apoio e abraçou ela, as duas ficaram ali naquele colchão por alguns minutos, Regina chorava envolta pelos braços da loira.

– O que estamos fazendo? - perguntou a morena, com os olhos marejados.

– Eu não sei, só sei que é bom. Vou ficar aqui até você me contar tudinho, não tenho pressa.

– É uma longa história.

– Sou toda ouvidos.

Regina sentou-se e continuou se cobrindo, a loira sentou-se no chão, de frente para ela.

– Eu, eu - Regina não conseguia controlar o choro e soluçava, não conseguia falar.

– Vamos Gina, sou eu, Emma, eu vou te entender, seja o que for - a loira segurou a mão de Regina e deu um fraco sorriso para ela.

– Vou contar tudo desde o começo, pra você entender - a morena se recompôs e começou a falar - eu e minha irmã Zelena estávamos cavalgando quando de repente começamos a ouvir estranhos barulhos vindos da casa principal, fomos para lá e vimos os soldados da SS prendendo nossos pais. Assim que nos viram os soldados também nos prenderam e disseram que por ordem do Fuhrer nos levariam de lá, que não merecíamos tudo que tínhamos. Fomos colocados em um caminhão imundo e viajamos por alguns dias até chegarmos aqui. Estávamos na estrada e eles pararam para as pessoas evacuarem, já fazia mais de um dia que eles não deixavam a gente descer do caminhão. Eu e minha irmã descemos juntas e nos afastamos uns 50 metros, fomos para trás de um arbusto. Um soldado nos seguiu, estávamos abaixadas. Ele me puxou pelo braço, me xingou de alguma coisa, me lembro da minha irmã gritando pelo meu nome, e aquele soldado me levando para trás de uns arbustos e árvores. Ele abusou de mim e - a voz da morena embargou, ela chorava copiosamente. Novamente Emma a abraçou e esperou enquanto Regina se recompunha - depois que ele, você sabe, se satisfez, ele ficou deitado sobre mim e eu vi uma adaga presa em seu cinto. Puxei e a cravei no pescoço dele que nem gritou. Como ele me levou a uma floresta densa, consegui escapar e fugir, fui correndo pela floresta até sair numa rua, a sua rua. Consegui entrar no seu quintal e me escondi naquele quartinho, e aqui estou.

– Então você está... - a loira fez uma pausa - dele?

Regina só balançou a cabeça afirmativamente e começou de novo a soluçar, e abraçou seu próprio corpo. Emma passou seu braço pelos ombros da morena e a abraçou, apoiando sua cabeça e sentindo o doce aroma de maçã dos cabelos da menina, ela também não conseguia segurar as lágrimas.

– Vai ficar tudo bem, eu prometo, não vou deixar nada de ruim acontecer - Emma disse, abraçando e balançando levemente a morena.

Ficaram naquele abraço silenciosamente até que Regina parou de chorar, Emma deu um beijo na testa da morena e pediu:

– Eu posso sentir?

Regina afastou o cobertor, ela estava com uma blusinha larga que mesmo assim não escondia o tamanho de sua barriga. Ainda com um braço envolvendo a garota, Emma colocou sua mão por baixo da bata da morena, e sentiu seu ventre, que carregava uma criança de quase 4 meses. Regina colocou sua mão por cima da mão da loira, e deu um sorriso, olhando nos olhos verdes de Emma. A loira sentia algo no coração que nunca havia sentido, e olhar naqueles doces olhos castanhos a fazia se sentir completa, começou a aproximar seu rosto cada vez mais do da morena, até que percebeu o que estava fazendo.

– Eu... eu tenho que ir, tome seu café da manhã, mais tarde estou de volta - Emma se despediu e subiu para o seu quarto, atordoada.

POV Emma

O que eu estou fazendo? Ela é só uma garota, uma ga-ro-ta! Eu não posso sentir nada por ela, no máximo uma forte amizade, só isso. Sinto estranhos sentimentos olhando em seus olhos, que não deveriam se manifestar. É bobagem, invenção da minha cabeça, não posso mais abraçar e beijar ela, meu coração está confundindo as coisas. Ela é mulher e além disso só tem 19 anos! Já sei o que fazer. Vou contar tudo para minha mãe, que cuidará da gravidez de Regina e eu vou levar comida pra ela e só. Manter pouco contato físico e visual me fará esquecer esses confusos sentimentos.


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Notas finais do capítulo

E aí genten, o que estão achando? Odiaram? Amaram? O que vocês esperam para o futuro dessa história? Preciso do incentivo de vocês para continuar, pois essa fic escrevo somente por e para vocês. Se houver uma próxima, até lá!



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