Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 58
Sansa


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para postar esse capítulo! Minhas aulas voltaram, então meu ritmo para escrever a Fic diminuiu. :( Mas eu garanto que irei com ela até o final! Boa leitura!



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Não era a primeira vez que se casava, mas a sensação de tristeza era a mesma de quando teve que se unir ao anão da Casa Lannister. A diferença é que, dessa vez, sabia que a estratégia do matrimônio estava em seu favor. Eu preciso de Euron, pensou, tentando se convencer disso.

Deu uma última olhada no espelho. Seus cabelos ruivos estavam presos em um coque, e trajava um vestido cinza e branco, com um manto de pele envolto em seus ombros, preso por um enfeite do lobo gigante de sua Casa.

Respirou fundo, lembrando de sua infância. Eu costumava sonhar com um casamento em que eu amaria meu marido, e que nós seríamos felizes para sempre, lamentou. E então a cabeça de meu pai foi cortada em Porto Real, e eu fui obrigada a encarar a dura realidade. Sem conseguir se conter, pensou em Sandor e onde ele poderia estar no momento. Será que está bem?, se perguntou. Só de pensar na pequena possibilidade de que seu cavaleiro do rosto queimado poderia estar morto, isso a apavorava. Respirou fundo, tentando conter esses sentimentos. Sandor apenas precisa de tempo. Ele entenderá minha posição e voltará para mim, disse a si mesma, certa de que isso aconteceria.

Saiu de seus aposentos acompanhada de Grande Jon Umber, sendo levada até o Bosque Sagrado, onde seus nortenhos, Euron Greyjoy e os homens de ferro a esperavam para a cerimônia.

— Quem vem aos antigos Deuses esta noite? - Perguntou um homem de ferro, que Sansa conhecia pelo nome de Cedric. Fora o escolhido por Euron, já que não havia ninguém de sua Casa para fazer esse papel da cerimônia.

— Sansa, da Casa Stark, filha de Eddard Stark com Catelyn da Casa Tully, e é a Rainha do Norte. Veio para se casar. - Respondeu Grande Jon Umber. Euron havia concordado em fazer a cerimônia de casamento no estilo do Norte, pelos Deuses antigos, e Sansa ficara feliz com isso. Ele me parece um bom homem, pensou consigo mesma enquanto fitava o semblante de seu futuro marido, se sentindo bem pela escolha. Se não posso me casar por amor, que seja com um homem que não irá me desrespeitar. - Apresenta-se para pedir as benções dos Deuses. - Concluiu o nortenho. - Quem veio reivindicá-la?

Euron sorriu, com sua boca e seu olho sorridente. Aquilo sempre deixava Sansa arrepiada, como se, de alguma forma, não pudesse confiar nele. Mas já havia deixado esses tremores para trás. Intuições bobas para nada me servem. O homem de ferro se aproximou, sem deixar de fazer contato visual com sua futura esposa.

— Euron, da Casa Greyjoy. Herdeiro das Ilhas de Ferro e Winterfell. - Disse, calmo e ainda sorridente. - Quem dá a mão dela?

Grande Jon Umber se aproximou, seu semblante demonstrando orgulho.

— Jon, da Casa Umber, senhor da Última Lareira.

— Vossa Graça, Sansa Stark, você aceita este homem? - Cedric perguntou.

A Rainha do Norte se aproximou de Euron Greyjoy, olhando-o nos olhos. Ficou momentaneamente triste, querendo chorar. Se amaldiçoou por isso. Ele é um bom homem, disse a si mesmo, outra vez. Parece ser, não é?, se perguntou. Mas nunca o amarei, concluiu. Já amava um homem, e isso nunca mudaria.

— Eu aceito este homem.

xxx

A festa após o casamento foi animada, enchendo o cômodo de risadas. Todos seus nortenhos bebiam muita cerveja, festejavam e dançavam, e os Homens de Ferro pareciam fazer o mesmo.

Seja lobo ou lula gigante, todos os homens adoram uma boa festa, percebeu Sansa, sorrindo, enquanto analisava a situação, sentada em uma mesa com outras Senhoras de alto nascimento.

Sansa viu Euron Greyjoy se aproximando, com um sorriso sedutor em seus lábios.

— Minha Rainha. - Cumprimentou, ainda sorridente. Pegou ambas as mãos de Sansa e levou até seus lábios, beijando-as suavemente. A Stark não pôde deixar de sorrir. - Temo que essa festa de casamento já foi o bastante para mim. Já bebi muito, e tudo que gostaria no momento era um tempo a sós com minha nova esposa.

Ao ouvir suas últimas palavras, um frio percorreu pela barriga de Sansa, e imediatamente seu coração começou a bater mais rápido. Não vou conseguir fazer isso, percebeu, apavorada. Engoliu em seco e se obrigou a continuar sorrindo, e se levantou devagar da cadeira.

— Claro. - Respondeu, sua voz não saindo mais que um sussurro. Levou suas mãos até seu vestido, afim de arrumá-lo, e se despediu das pessoas ao seu redor.

Chegando ao quarto, Euron se apressou para acender a lareira. Mas não importava o quanto quente o ambiente poderia ficar, o coração de Sansa permaneceria gelado.

Euron chegou perto da mesma, beijando-a delicadamente no pescoço, no rosto e, finalmente, em seus lábios. O beijo era suave, mas para Sansa, tinha um gosto amargo. Ao fechar os olhos, vislumbrou o rosto de Sandor.

Euron deslizou suas mãos devagar pelo corpo de Sansa e, sentindo suas curvas e seus seios. Sem muita demora, arrancou seu vestido.

Olhou para Sansa, sorrindo com seus lábios e com seu olho, e a mesma respirou fundo. Estava trêmula. Não vou conseguir, repetiu para si mesma.

Euron passou seus olhos apressados pelo corpo nu de Sansa, a mesma contendo os impulsos de se esconder. O Greyjoy selou seus lábios aos dela novamente, mas agora toda aquela suavidade de antes havia desaparecido, dando lugar à beijos apressados, rápidos, selvagens.

A jogou na cama violentamente. Sem preliminares, introduziu-se dentro de Sansa. Se havia percebido que ela não era mais virgem, nem se importou. A mesma soltou um gemido de dor, mas fingiu que era de prazer. Forçou um sorriso, mas percebeu que não precisava se dar ao trabalho. Euron nem sequer olhava em seus olhos.

Ao terminar o trabalho, Euron, suado e cansado, de virou para o lado e dormiu, sem dizer mais nada. Sansa também se virou, se cobrindo com as peles de animais envolta da cama, pensando que nunca mais se sentiria quente e acolhida em seu próprio quarto.

Novamente, sem poder se conter, pensou em seu cavaleiro. Foi um erro não encontrá-lo na estalagem, se lamentou, arrependida. Se permitiu derramar uma lágrima ou duas. Oh, Sandor... Onde você está?

xxx
Três luas se passaram, enquanto o rosto de Sansa se tornava cada vez mais pálido e sem vida. Envolta de seus olhos azuis, que uma vez já conteram um brilho de tirar o fôlego de muitos homens e mulheres, haviam grandes olheiras roxas. Seus olhos quase sempre vermelhos e sensíveis, por conta das lágrimas que caíam à noite.

Havia terminado o desjejum, quando Grande Jon Umber chega à sala:

— Vossa Graça, há um homem lá fora querendo falar somente com a Senhora. Ele se recusa a dizer seu nome ou dar alguma informação.

Sansa franziu o cenho. Se fosse Sandor, Jon Umber saberia quem é, pensou, desapontada.

— Mande-o entrar.

— Não é arriscado, Senhora?

Sansa Stark refletiu por um momento.

— Ele está sozinho?

— Sim, Vossa Graça. Disse que seus homens estão acampados aqui perto.

— Então mande-o. Vigie a porta. - Ordenou. - Se precisar de algo, o chamarei.

Grande Jon Umber fez uma reverência e saiu do cômodo. Pouco tempo depois, um homem de barba cortada em forma de tridente e tingida de azul entra no ambiente.

— Rainha Sansa Stark. - Ele fez uma reverência.

Sansa o analisou por um instante. Seus olhos e cabelos cacheados têm o mesmo tom de azul da barba, enquanto seus bigodes são pintados de dourados. Ele também possui um nariz grande e curvo, embora sua pele parece ser suave. Sua roupa é toda dourada e verde, muito chamativa, principalmente para Sansa que está acostumada com tons de cinza. Em seu quadril, há um arakh dothraki e uma lâmina com três mulheres nuas esculpidas de ouro no cabo. O homem acariciava-a como se fossem de verdade.

Percebendo a demora de Sansa para respondê-lo, o mesmo deu um sorriso sedutor e sagaz, deixando à mostra um dente de ouro que enfeitava sua boca.

— E você é? - Ela perguntou, um tanto grossa.

O homem se abaixou, fazendo outra reverência.

— Sou conhecido como Daario Naharis. Um mercenário, capitão dos Corvos Tormentosos.

— Um mercenário? - Sansa repetiu as palavras, pensando o que Daario Naharis estava fazendo tão ao norte de Westeros.

— Gostaria de me juntar à sua causa.

— À minha causa?

— Tenho muitos homens ao meu lado. Um número significativo. Só dessa maneira você terá chances contra Daenerys Targaryen.

— Quantos homens? - Quis saber.

— Quinhentos. - Daario prontamente respondeu.

Sansa refletiu. Tenho os nortenhos e os homens de ferro ao meu lado, pensou. Mas quinhentos mercenários poderiam fazer uma diferença significante.

— Então você gostaria que eu comprasse a sua espada.

Daario Naharis deu outro de seus sorrisos sagazes.

— Meu preço é justo.

Sansa levanta uma de suas sobrancelhas, incrédula. Normalmente, os mercenários são procurados pelos seus serviços, não ao contrário, refletiu.

— E qual seria? - A Rainha do Norte quis saber. 

— Quero que seja eu a arrancar o coração da Rainha de Prata. - O mercenário respondeu prontamente. Agora, em seu semblante, continha um sorriso maldoso.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem, por favor!