Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 45
Jaime


Notas iniciais do capítulo

Jaime is back ♥



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Passar pelo portão de Porto Real sem ser reconhecido trazia à tona memórias antigas. Jaime se lembrou do momento em que entrou, maltrapilho e com um toco, por esse mesmo local. Havia defendido Brienne de Loras naquele dia, mandando-a para o calabouço, por sua própria segurança. O Lannister tinha visto em seus belos olhos azuis que a garota havia ficado extremamente triste com seu ato. Ninguém consegue entender os propósitos atrás de minhas ações, pensou Jaime, amargurado. Nem mesmo Brienne.

Lembrou também que, após olhar uma última vez para a Beleza de Tarth, ele havia se dirigido ao local onde jazia o corpo de Joffrey. Se recordou em como não ficara triste pela morte do filho, do sangue de lua que escorria por Cersei, e como havia tomado-a naquele dia. No começo, minha querida irmã quis parar. Disse que era desrespeitoso, pensou. Mas depois me lembro como ela tentou me convenver do contrário. Nem era necessário, eu já estava convencido.

Essas memórias traziam calafrios em Jaime. Como um dia pude amar uma mulher tão horrível?, se perguntou, não pela primeira vez. Logo em seguida, sem o Lannister conseguir conter as memórias, se lembrou de uma outra vez que havia entrado sem ser reconhecido em Porto Real, e em como havia estrangulado Cersei até a morte nesse dia.

– Isso é realmente seguro? - Perguntou Brienne, cortando seus pensamentos, enquanto ambos estavam parados no portão da cidade.

Os dois estavam com um manto negro cobrindo-os dos pés à cabeça. E, embaixo do manto, vestiam armadura e levavam uma espada e facas consigo.

– É claro. - Respondeu o Lannister, seguro de si. - Viajamos só nós dois. Ninguém sabe que estamos aqui.

Brienne concordou com a cabeça, mas seus olhos continham um brilho que dizia que não tinha a mesma convicção que Jaime.

Assim que passaram pelo portão da cidade de Porto Real, quatro Mantos Dourados os esperavam.

– Jaime Lannister. - Um deles disse. O leão bufou ao ouvir seu nome, incrédulo. - A Rainha pediu para escoltá-lo imediatamente até a Sala do Trono.

– Por que estou surpreso? - Perguntou, incrédulo. - Varys sabe o que comi no desjejum de três dias atrás.

– Sor, venha conosco. - Insistiu o mesmo Manto Dourado.

– O que a Rainha quer com Sor Jaime? - Perguntou Brienne.

O Lannister se virou para olhá-la. Estava pálida, seu semblante estava sério e estava agarrando o cabo da espada. Parecia com medo, e estava. Mas seus olhos de safiras continham um brilho muito perigoso.

– Não é da sua conta... Mulher. - Respondeu um outro Manto Dourado, com um desdém que irritou Jaime. - A Rainha pediu o Regicida. E somente ele.

– Acontece que é da conta dela sim. - Respondeu Jaime, seus olhos verdes desafiantes. - Ela é minha esposa.

Houve um silêncio momentâneo.

– Então venha logo os dois. - Ordenou o primeiro Manto Dourado. - Agora.

Foram obrigados, então, a fazer o que os homens pediam. Antes de entrar na Sala do Trono, eles foram despidos de seus equipamentos, ficando sem armas e apenas com a cota de malha.

Jaime achou que estava preparado o bastante para encarar seu irmão novamente, mas percebeu que estava errado.

Ao entrar na Sala do Trono, com correntes prendendo suas mãos e as de Brienne, enquanto via uma mulher de cabelos prateados, com tantas características de Aerys Targaryen, sentada no Trono de Ferro com seu irmão ao lado contendo um sorriso, percebeu que não havia como sequer algum dia estar preparado para isso.

– Minha Rainha. - Disse um dos Mantos Dourados. - Trago-lhe o Regicida, como a Senhora me pediu.

– Obrigada, Sor Velard. - Respondeu Daenerys Targaryen. - Diga ao Verme Cinzento e aos outros Imaculados que a Rainha deles os chama para a Sala do Trono imediatamente.

– Ao seu dispor, Vossa Graça. - Sor Velard tornou a responder, saindo imediatamente, deixando os outros três Mantos Dourados guardando o Lannister e Brienne.

Seus olhos púrpuros cheios de ódio fitaram centímetro por centímetro de Jaime e, pela maneira que ela o olhava, ele se sentiu despido. Um arrepio passou pelo seu corpo e pensou em fazer alguma piada, para aliviar a tensão do momento. Logo se reprimiu. Devo manter minha boca fechada, decidiu. Ela já tem motivos suficientes para querer me matar.

– Você é acusado de matar o Rei Aerys Targaryen, Sor. - Disse a mulher dragão, e dessa vez Tyrion não conteve seu sorriso sarcástico. - O que tem a dizer em sua defesa?

Abriu a boca, mas logo a fechou. Olhou para Brienne, que continuava parada ali, praticamente invisível aos olhos da Rainha. Preciso enfrentar a situação com seriedade. Pela Brienne e pelo filho que ela carrega em seu ventre, decidiu. Se essa mulher é tão louca quanto seu pai, preciso ter muito cuidado com as minhas próximas palavras, pensou.

Lambeu os lábios para ganhar tempo, antes de responder.

– Ele... - Começou Jaime, sem saber que palavras escolher. - Rei Aerys estava perdendo a guerra.

– E isso te deu o direito de matá-lo? - Interrompeu Daenerys, furiosa. - Você fazia parte da Guarda Real!

– Ele queria queimar todos. - Queimem todos!, ouviu a voz do homem ecoando pelos seus ouvidos. Se arrepiou. - Queria queimar milhares de inocentes...

– Seu pai havia se juntado à Rebelião. Quer mesmo que eu acredite que você fez isso para salvar os inocentes? - Gritou Daenerys, interrompendo-o mais uma vez.

– Aerys Targaryen era louco! - Gritou Jaime Lannister, perdendo a paciência.

– Nos chamou, minha Rainha? - Um homem interrompeu. Jaime se virou para olhá-lo. Era um homem de pele negra e olhos da mesma cor, tinha a cabeça raspada e segurava uma lança em vez de uma espada. Não demorou muito para perceber que era um dos Imaculados de Daenerys.

– Sim. Verme Cinzento, escolte o Regicida para uma das celas negras.

– Parem! - Gritou Brienne, tentando lutar em vão com dois homens dos Mantos Dourados.

– Quem é você? - Perguntou a Rainha, como se fosse a primeira vez que a havia notado. O coração de Jaime gelou.

– Essa é a puta do Regicida, Vossa Graça. - Disse um dos Mantos Dourados.

– Sou a esposa de Sor Jaime! - Disse Brienne, indignada.

O mesmo Manto Dourado que a chamou de puta cuspiu no chão.

– Puta do Regicida. - Insistiu, deixando Jaime furioso.

– Controle sua língua, Sor Damião. - Repreendeu Daenerys Targaryen. - E prendam-na também. Em celas separadas, é claro.

Seguraram Jaime com força e começaram a arrastá-lo para fora da Sala do Trono, sem chance do mesmo poder sequer olhar uma última vez para Brienne.


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