Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 23
Daenerys


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571408/chapter/23

– Lorde Mace, da Casa Tyrell. - Anunciou Missandei.

Daenerys estava sentada no Trono de Ferro, tendo ao seu lado direito Sor Barristan e, ao esquerdo, Verme Cinzento.

A Targaryen havia chamado todas as Nobres Casas para jurar fidelidade à ela e ficar para seu casamento com Quentyn Martell, que ocorreria na próxima lua.

O homem que descia as escadas da Sala do Trono para ir de encontro à Rainha não tinha a aparência de um Lorde. Era obeso, porém seu rosto permanecia bonito. Mace Tyrell tinha cabelos castanhos e encaracolados e uma barba em forma de folha, salpicada de branco.

Sor Barristan havia mencionado que a Casa Tyrell era poderosa. E, apesar de Mace ser seu representante, ele era de longe, o menos inteligente da família. Não tinha experiência política e sua única conquista militar foi o Cerco de Pedra do Dragão, como seu bondoso cavaleiro a lembrou minutos antes de receber o Lorde Tyrell.

Daenerys deu seu melhor sorriso ao velho e obeso homem à sua frente. Mace Tyrell, ao ver que a Rainha prestava atenção nele, prontamente se ajoelhou.

– Minha Rainha. Venho aqui, na presença dos Deuses e dos homens, como representante da Casa Tyrell, jurar a fidelidade de Jardim de Cima. Cedemos-lhe nosso ouro e nossa colheira, Vossa Graça. Nossas espadas, lanças e flechas estão às suas ordens. Conceda misericórdia aos nossos fracos, ajude nossos impotentes e faça justiça a todos, e nunca lhe faltaremos.

O discurso parecia completamente decorado. Preciso tomar cuidado com essa Casa, pensou com tristeza. Se vier ao caso, será a primeira a me trair. Soube que a filha de Mace se casou com o filho do Usurpador.

– Aceito suas palavras. Eu juro que nunca pedirei nada à sua Casa que possa sujar a honra da mesma. Serei misericordiosa com os que merecem, e responderei à injustiça dos demais com justiça. Pode se levantar agora, Lorde Tyrell. - Pediu Daenerys, e o homem o fez prontamente, embora desajeitado.

Quando Mace foi embora, Daenerys se virou para o Comandante da Guarda Real:

– Parece que os Lannisters são os únicos que ainda não juraram fidelidade à mim.

Daenerys respirou fundo. De todos seus inimigos, sabia que a Casa Lannister era o primeiro.

– Peço para que espere mais alguns dias, Vossa Graça. - Pediu Barristan, o Ousado. A Rainha fitou o velho e bondoso homem por alguns segundos. Confiava nele. Se o mesmo pedia para ter paciência, que assim seria.

Antes que pudesse respondê-lo, viu que Missandei se aproximava timidamente.

– Vossa Graça, um homem, alegando que se chama Varys, está aqui esperando uma audiência com a senhora.

– Varys? - Sor Barristan repetiu o nome, surpreso. - É o eunuco.

– Quem é ele, Sor Barristan? - Daenerys quis saber.

– Era espião do Trono de Ferro. Mas sua lealdade é incerta.

– Mande-o entrar. - Daenerys pediu, e Missandei deu a ordem.

A Rainha esperava um homem de aparência ameaçadora, mas tudo que viu foi um homem gordo e careca. Usava vestes elegantes, que pareciam ser feitas de seda com as cores violeta, vermelho e laranja. Nos pés, calçava chinelos. Enquanto andava até a Mãe dos Dragões, seus passos não podiam ser ouvidos.

– Vossa Graça. - Começou Varys, fazendo uma reverência. Sua voz era suave como as sedas que vestia. Quando percebeu que a Rainha não responderia, continuou. - Vou me apresentar apropriamente. Me chamo Varys, ou, se preferir, pode me chamar de Aranha. Sou considerado o Mestre dos Sussurros. Não tem nada que meus passarinhos não sabem. Venho observando você, Minha Rainha.

– O que quer dizer com isso? - Perguntou Daenerys, seu coração batendo mais rápido. A presença do eunuco careca a deixava desconfortável.

– Eu venho trabalhando com Mestre Illyrio muito antes de Viserys morrer. Uma crueldade. Matá-lo com ouro derretido, foi realmente uma barbaridade. Meus pêsames, minha Rainha.

Como esse eunuco sabe da maneira que Viserys morreu?, se perguntou, estupefata. E como ele sabe de Illyrio?

A maneira como os olhos do eunuco brilhavam ao falar a deixava inquieta.

– Aonde você quer chegar, Aranha? - Perguntou Daenerys, sem se permitir mostrar a surpresa na frente daquele homem.

– Eu quero dizer que a muitos anos venho trabalhando para que você suba nesse Trono, Daenerys. Sempre fui leal ao Reino e à verdadeira Rainha. - Varys se ajoelhou. - Peço para que eu possa ser o seu Mestre dos Sussurros. Nada passará despercebido para você se me aceitar.

Espontaneamente, a Rainha de Prata olhou para Barristan. A expressão de seu Comandante estava indecifrável. Se fosse mentira, como Varys saberia de Illyrio?, se perguntou. Não poderia confiar no homem por completo, mas ele poderia ser útil.

– Eu aceito você como meu mestre dos sussurros. - Disse Daenerys, por fim. Varys abriu um sorriso, mas seus olhos continham um brilho indecifrável.

– Obrigado, minha Rainha. Parabéns pelo seu casamento com o Príncipe Quentyn Martell, e que seu Reinado seja longo e de paz. - Dito isso, fez outra reverência e saiu da Sala do Trono.

Daenerys pediu para que todos saíssem da sala, menos seu Comandante da Guarda Real.

Sor Barristan continuava com a expressão indecifrável. Sabia que não aprovava a decisão da Rainha, mas já tinha dado a sua opinião.

– Eu não confiarei nele. - Ela disse, com a necessidade de se explicar para o velho cavalheiro.

– Não confie, Vossa Graça. Mas use-o, ele pode ser útil.

Daenerys se sentiu satisfeita ao ouvir as palavras de seu velho Comandante, e deu um sorriso cansado.

– Obrigada, Sor Barristan. Está dispensado. Por favor, me escolte até meus aposentos. Preciso descansar, amanhã será um longo dia.

– Sim, Vossa Graça, será. - Respondeu o homem, dando o braço para a Rainha. A mesma suspirou fundo, antes de dizer:

– É, meu segundo casamento.

xxx

Daenerys decidiu que faria um casamento pequeno. A festa foi no Salão de Baile da Rainha, um salão com menos de um décimo do tamanho do Grande Salão da Fortaleza Vermelha, que suporta cem pessoas. A Rainha de Prata achou apropriado, já que apenas alguns nobres das Grandes Casas estavam presentes, com exceção dos Lannisters.

O Salão possuía espelhos de prata batida junto a cada arandela, fazendo com que as luzes dos archotes pareçam ter o dobro de luminosidade. As paredes eram cobertas com painéis de madeira belamente esculpidos, e esteiras com um cheiro agradável cobrem o chão. Uma fileira de janelas arqueadas estendiam-se ao longo da parede sul. E muitas flores silvestres foram espalhadas como decoração.

Havia um tapete preto e vermelho, as cores de sua Casa, indicando o caminho em que a noiva deveria passar.

Daenerys entrou pela porta, e todos os olhares pararam nela. Trajava um vestido branco com detalhes em vermelho e um colar de rubis no pescoço. Nos ombros, tinha um manto com o símbolo de sua casa, o dragão de três cabeças, em fundo preto e vermelho. Esse casamento será bem melhor que meu casamento com Drogo, pensou a noiva. Pelo menos sei que não ocorrerá nenhuma morte.

Procurou Daario, mas não havia nenhum sinal do mercenário. Caminhou lentamente pelo tapete, com Barristan ao seu lado, até chegar perto de Quentyn.

O Príncipe de Dorne usava uma túnica fechada laranja, com o símbolo de sua Casa. Não pela primeira vez, Daenerys notou como o homem tinha traços de garotos. Definitivamente, nada parecido com homens como Daario ou Drogo, não conseguiu deixar de pensar.

Sem nenhuma palavra, Daenerys virou de costas para o príncipe. Quentyn tirou o manto da Rainha para por o de sua Casa. Um manto laranja, com um sol atravessado por uma lança. Dany percebeu que o garoto tremia levemente as mãos.

Ela se virou para o mesmo e ambos juntaram as mãos. Dany olhou nos olhos de seu noivo, mas Quentyn pareceu não conseguir encará-la por muito tempo sem ruborizar.

– Na presença dos Sete, - Começou o Septão, sua voz ecoando pelo Salão em silêncio. - agora selo essas duas almas ligando-as como uma só pela eternidade. - O homem enrolou um pedaço de pano na mão dos noivos, prendendo-as. Os costumes westerosis são estranhos, refletiu. - Olhem um para o outro e digam as palavras.

Daenerys tinha as palavras decoradas em sua mente, e os dois disseram ao mesmo tempo:

– Pai, Ferreiro, Guerreiro, Mãe, Donzela, Senhora, Estranho.

– Eu sou dela, e ela é minha. - Quentyn disse, sua voz fraca e rouca. Permitiu dar um sorriso tímido para sua Rainha de Prata. Daenerys devolveu o sorriso forçado.

– Eu sou dele, e ele é meu.

Sou mesmo?

– Deste dia em diante, até o final dos meus dias. - Os dois disseram em coro.

Após a cerimônia, ocorreu uma pequena festa, com bebida e comida. Depois disso, Daenerys se recusou a ir para a cama com seu novo noivo, inventando que estava indisposta. Quentyn não pareceu bravo e não fez menção de discutir.

Mais uma vez, me vendi pelo meu povo, pensou Daenerys, triste, enquanto fitava a escuridão do seu lado e sentia Quentyn, seu novo marido, ao seu lado, dormindo. Sua respiração estava regulada e tranquila, enquanto Dany não sabia se conseguiria descansar seus olhos essa noite, pois fechava os olhos e tudo que conseguia ver em sua frente era o rosto de seu mercenário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3 comentem, por favor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oathkeeper II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.