Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 21
Brienne


Notas iniciais do capítulo

OBS: Eu sei que o Tormund dos livros tem cabelos brancos, mas estou me inspirando no ator da série. Acho que combina mais com ele a barba e cabelos ruivos, hahaha.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571408/chapter/21

Brienne acordou assustada e suando frio. Sua cabeça latejava e sua boca estava seca. O céu acima estava negro, indicando a ela que ainda era noite.

– Água...

– Já te daremos água, garota. - Uma voz extremamente grossa respondeu. Só então que Brienne percebeu que estava sendo carregava nas costas de um homem.

Com muito esforço, virou a cabeça para o lado. Sua visão estava turva mas, mesmo assim, conseguiu reconhecer um dos homens que trouxeram as armas de obsidiana junto com Jon Snow. Sua barba e seus cabelos ruivos eram difíceis de não reconhecer.

– Quem é você? - Perguntou, sua voz não passando de um sussurro. O homem demorou alguns segundos para responder.

– Me chamo Tormund. - Respondeu. - Tormund Terror dos Gigantes. Há! - Acrescentou, divertido, após uma pausa.

E então, o céu acima da cabeça da Beleza de Tarth sumiu, dando lugar à um teto de madeira. Tormund a colocou em uma cama macia, e Brienne agradeceu aos deuses por isso.

O selvagem chegou perto, e a dama de Tarth pôde ver que seus olhos eram da cor de chocolate, muito parecidos com os de Podrik. Um aperto em seu peito indicou que sentia falta do menino.

Então, sem nenhum convite, o selvagem tocou sua cabeça e Brienne gritou de dor.

– Precisamos dar um jeito nesse galo. Se não fosse por mim, você teria sido morta por um Outro, garota.

– Obrigada, Senhor.

Tormund caiu na gargalhada.

– Oh, não sou nenhum Senhor. - Então o selvagem deslizou os olhos pelo corpo de Brienne, fazendo a mesma se sentir constrangida. - O ferimento de seu ombro não parece muito sério, mas essa mordida tem que ser cuidada logo. - Brienne apenas assentiu, sem ser capaz de olhar nos olhos do selvagem por muito tempo. - Chamarei o curandeiro. - Avisou, saindo do quarto.

Foi só naquele momento, sozinha no quarto iluminado apenas por duas velas, que se esforçou para lembrar dos últimos acontecimentos antes de apagar.

– Jaime... - Sussurrou, seus olhos de safiras se arregalando imediatamente. Lembrou o porque de ter se distraído e, assim, levado um golpe na cabeça.

– Ajudem! O Lannister está ferido! - Recordou da voz de Jon Snow.

– Senhor, acho que ele não vai sobreviver.

O coração de Brienne começou a bater mais rápido e suas mãos começaram a suar. Sua respiração ficou entrecortada e a cabeça pareceu doer mais.

Levantou da cama devagar, tentando ignorar as dores que percorriam seu corpo, principalmente a dor da mordida de seu braço, e saiu do quarto.

Estava mancando. O mínimo esforço de se levantar pareceu ter sido demais para a Beleza de Tarth. Sua visão começou a ficar turva novamente, e percebeu que estava perdendo os sentidos.

– Ei, ajudem aqui! - Gritou a voz de uma mulher. Uma selvagem, é claro, pensou Brienne. Não existem mulheres na Patrulha da Noite.

Brienne caiu de joelhos no chão de madeira e ergueu os olhos. A mulher que a fitava tinha olhos negros e cabelos castanhos claros que não passavam dos ombros. Mais dois homens vieram ao encontro da dama de Tarth e a seguraram.

Brienne começou a sentir as pálpebras pesadas, sabia que perderia a consciência a qualquer instante.

– Jaime... Onde está Jaime? - Conseguiu perguntar, e viu que a mulher ficou confusa.

– Quem é Jaime? - Perguntou, mas Brienne já havia fechado os olhos e não foi capaz de responder. - Chame o curandeiro! - Gritou a selvagem. Foi a última coisa que a dama de Tarth conseguiu ouvir.

xxx

Ao acordar, Brienne percebe que está em uma cama novamente. Senta-se rápido, fazendo percorrer dores por todo seu corpo. E então, se vê frente a frente a um senhor calvo e de olhos cinzas e bondosos.

– Não faça muito esforço. - Ele pediu.

– Quem é você? - Perguntou Brienne. Sua voz estava rouca e sua boca estava seca. O homem gentil deu um sorriso tímido.

– Sou o Meistre da Patrulha da Noite. - Explicou. - Me chamo Elias. - Fez uma pausa e então continuou, olhando fixamente para o braço de Brienne. - Está melhor?

Brienne leva seu olhar para o braço onde o Outro a mordeu. Estava com uma atadura suja de sangue. A dor da cabeça era mais forte do que as demais, mas a mordida causava uma reação peculiar na dama de Tarth. Ela estava ardendo, mas parecia um arder frio, em vez de quente.

A mulher levantou seus olhos para encarar o Meistre novamente e assentiu com a cabeça.

– Estou melhor. Jaime... - Sua voz começou a falhar ao pronunciar o nome do marido. - Como ele está?

O Meistre Elias suspirou fundo e a Beleza de Tarth percebeu que havia algo errado. Involuntariamente, a mão direita da dama se fechou e seu coração começou a bater mais rápido.

– Minha Senhora, não tenho jeito bom de dizer isso. - Começou, seus olhos contendo um brilho de piedade. Não quero piedade, a dama pensou. Quero Jaime. Desembuche, velho, quis dizer. - Mas creio que Sor Jaime não vá sobreviver.

Ao ouvir aquelas palavras fez Brienne perder o fôlego por alguns segundos.

– Jaime vai morrer. - Sussurrou a moça, para ninguém em especial, enquanto fitava o nada. Tinha que proferir aquelas palavras, caso contrário elas nunca pareceriam reais.

– Senhora... - Continuou o Meistre, escolhendo as palavras com cuidado. - Fiz tudo que pude. Ele está deitado inconsciênte. Estou dando leite de papoula para as dores dele, mas uma hora isso não vai mais funcionar. - Brienne olhou nos olhos do velho homem. - A lança perfurou sua barriga e feriu seu fígado. - Fez uma pausa antes de continuar. Agora Elias já não mais conseguia fitar a dama de Tarth. - Fiz tudo que pude. - Tornou a repetir. - Sinto muito.

O rosto de Brienne não mostrava reação alguma. Por todo o tempo que ficou com Jaime, nunca considerou de verdade que o leão poderia morrer. A mulher fitou o chão por alguns segundos, sem saber o que dizer. Nem chorar ela conseguia. Estava completamente em choque.

Então uma náusea insuportável pareceu tomar conta de si, e ela logo sentiu um gosto ácido subir em sua garganta. Deu um impulso para frente e vomitou no chão de madeira do quarto.

O Meistre se levantou imediatamente.

– Minha Senhora... - Ele começa, segurando o braço esquerdo da dama, aquele que não estava machucado. - Venha comigo. Vamos para outro quarto.

Brienne apenas assentiu. Ela já não estava lá. Se Jaime realmente morrer, uma parte de mim morre junto com ele, percebeu.

Deixou Elias a conduzir para outro quarto limpo. O mesmo a colocou na cama e a cobriu até o pescoço e acendeu a lareira.

– Voltarei daqui a uma hora para checá-la. - Informou o Meistre e, em seguida, fechou a porta do aposento, deixando Brienne sozinha, no escuro, apenas com seus pensamentos.

Agora, sozinha, no escuro do quarto, ela se permitiu chorar.

– Oh, Deuses. - Murmurou baixinho. - Deuses antigos, Sete Deuses, R'hllor. Não me importa qual, apenas me ouçam. Salve Jaime. Salve-o. - Sussurrou seu pedido em meio de seus soluços e então, adormeceu chorando.

xxx

– Pronto. Está melhorando bem rápido. - Disse o Meistre Elias, dando um sorriso fraco, enquanto terminava o curativo do braço direito de Brienne.

– Sim, obrigada. - Respondeu Brienne, sem conseguir sorrir. Estava abatida e chorava todas as noites, embora não permitir demonstrar fraqueza na frente de qualquer um dos homens que estavam em Castelo Negro.

De tempos em tempos, ia escondida até o quarto de Jaime. O via, sempre suando frio e com o semblante tenso. Beijava seus lábios suavemente e fazia uma prece. Ficava lá, por longos minutos, olhando o rosto de Jaime, pensando se algum dia veria seu olhar de esmeralda novamente.

Já havia desistido de fazer perguntas sobre o estado de Jaime para o Meistre. Todas as vezes, o velho homem a olhava com piedade e dizia que ele continuava na mesma. Mas Brienne não conseguia perder as esperanças.

Tinha se passado três dias, mas para a dama de Tarth, parecia séculos sem o seu leão. Oh, Jaime, volte para mim. Ao pensar no marido, seus olhos se encheram de lágrimas. Mas respirou fundo, decidindo que não choraria. Não na frente de Elias.

– Brienne! - A garota olhou para a porta de seu aposento, alarmada. Uma voz grossa a chamou. Era uma voz que já estava se acostumando a ouvir. Tormund. Tinha criado uma certa afeição pelo selvagem. Então, o homem de cabelos e barbas ruivas chegou até a porta do aposento. - O homem acordou.

Tormund não trabalhava muito com nomes. Já foi uma surpresa para a garota que ele havia decorado o seu. Mas ela sabia que o homem de quem estava se referindo era Jaime Lannister.

Ela se levantou imediatamente e isso causou algumas tonturas. Vinha vomitando muito ultimamene e estava a maior parte do tempo na cama para se recuperar.

Não olhou para o Meistre e nem para Tormund, apenas saiu em disparada até o aposento que sabia pertencer ao Lannister.

Ao chegar no quarto, percebeu que Jon Snow estava lá, parado em frente a cama do homem. Sua expressão demonstrava preocupação, embora não parecesse muita. O Meistre chegou logo depois de Brienne e, ofegante, perguntou:

– Comandante, o que houve?

– Jaime acordou. Murmurou o nome de Brienne e voltou a ficar inconsciente. - Então, o bastardo se virou para a mulher. - Sinto muito. Foi questão de segundos até ele apagar novamente.

Os ombros de Brienne caíram e sentiu náuseas novamente. Não posso perder as esperanças, decidiu. Sentiu uma mão pesada em seu ombro e, quando se virou para olhar, viu que era Tormund.

Todos a olharam preocupados. Percebeu que deveria estar pálida. Uma sensação estranha subiu do seu estômago até a sua garganta, e aquele gosto azedo tão conhecido nos últimos dias voltou para a sua boca. Virou-se para o lado e vomitou.

Após o ato, correu até os seus aposentos como uma garotinha assustada. Se sentia estúpida. Por que estou vomitando tanto?, se perguntou, não pela primeira vez. Sabia que, no fundo, sabia a resposta.

Ouviu passos atrás dela e se virou em direção ao som. Avistou o velho Meistre Elias indo até seu encontro.

Brienne sentou na cama, e Elias sentou em sua frente, a olhando com desconfiança.

– Senhora, a quanto tempo você não sangra? - Ele perguntou.

A Beleza de Tarth levou sua mão direita até o tecido de seu vestido grosso azul e sentiu seu seio por baixo do mesmo. Estava um pouco maior, ela já havia percebido isso. E também estava duro e sensível.

Brienne apenas olhou para o Meistre. Seus olhos de safiras entregaram a verdade. Não precisava responder para o velho homem confirmar que a mulher de Tarth estava grávida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem, por favor :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oathkeeper II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.