Eu amo admirar os olhos de Sherlock. Parece que através daquela singular parte do seu corpo eu posso enxergar o céu de noite ou um belo amanhecer. Eu posso ver ali tudo que ele passou para chegar aonde ele está agora.

Sherlock sempre fora muito solitário além de muito inteligente. Nunca fez amigos e passava sua vida nos livros. Não sabia socializar muito bem e sem querer acabava afastando os outros, aumentando mais ainda seu estado de solidão.

Depois da morte de RedBeard tudo piorou. Desistira de vez das outras pessoas e de relacionamentos, clamando que "se importar não era uma vantagem". Mycroft havia lhe ensinado isso. Mas só após a morte de seu amiguinho que finalmente levou as palavras de seu irmão à sério.

Na adolescência se envolveu no mundo das drogas e todos pensavam que dali ele não sairia. Que os dons dedutivos dele acabariam perdidos em algum beco obscuro da Inglaterra.

Mas como o Universo é raramente preguiçoso para coincidências, Gregory Lestrade, um detetive inspetor da Scotland Yard um tanto desesperado, resolveu aceitar a ajuda de um drogado que se encontrava na cena de um crime e dizia saber quem era o assassino. E assim, sem saber, Lestrade havia resgatado de um poço sem fim, aquele que viria a ser o único Detetive Consultor do mundo.

Após consolidar seu emprego único, Sherlock resolvera se mudar para o centro de Londres e comentou com Mike sobre um possível colega de quarto com quem dividir o aluguel. Mais tarde, no mesmo dia, Mike voltara ao Bart's com um amigo que recentemente havia ido para o Afeganistão.

Depois de uma aventura para resolver um caso, com apenas um dia de conhecidos. Eu resolvi dividir o apartamento com Sherlock, eu apenas senti que ele tinha algo de muito especial. E foi assim, Emma, que eu conheci seu pai - disse John, olhando para sua filha de 14 anos que estava sentada na poltrona de Sherlock com as mãos abaixo do queixo exatamente como o pai fazia, quando o moreno entrou pela porta.

- Ah John! Já está aborrecendo a criança com histórias entediantes? - deu um beijo na testa de cada um.

-Pergunte a ela se achou essa história entediante.

-Emma?

-É a melhor história que papai já contou em anos papa - disse a menina empolgada.

Sherlock olhou confuso para John, mas acabou entendendo sobre o que eles estavam falando e sentou-se no colo do loiro.

-Bom... essa é só metade da história. Quer ouvir a outra?