Sociedade Secreta de Anti-Heróis escrita por Fernanda Melo


Capítulo 17
A Flecha do Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo fresquinho... Tenham uma ótima leitura e essa semana ainda trarei o capítulo final! Bjos!



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– Estou traçando as coordenadas de onde vocês já o viram. – Ray disse prestando atenção no monitor. – Temos onde procurar, mas o local é extenso.

– Nas extremidades da cidade? – Roy observou o mapa.

– Fica mais fácil de fugir. – Ray deu de ombros.

– Menos pessoas, menos possibilidade de testemunhas. – Diggle disse enquanto limpava sua arma. – Vamos procurá-los.

– Seria muito mais rápido se Barry estivesse aqui. – Roy se queixou.

– Eles planejaram bem Roy, ou fazemos por nós mesmos ou os deixamos. – Diggle carregava um fardo enorme de preocupação em seus ombros, não estava se permitindo ser emocional naquele momento tinha que achá-los e depois choraria o que não conseguiu chorar.

– John? – Lyla o chamou enquanto descia a escada. – Amanda disponibilizou agentes da A.R.G.U.S. para a procura. – Ela disse vitoriosa quando conseguiu convencer a mulher de que ela devia isso a eles.

– Ótimo, Thea está voltando e Laurel disse que também ajudaria. Nós iremos encontrá-los. – Diggle disse convicto.

***

Sua visão continuava turva quando abriu os olhos de longe ouvia a voz de Oliver chamando por seu nome com a voz embargada, ela olhou em sua direção e tentou se levantar, seu corpo pesava, doía, aclamava para que ela continuasse deitada onde estava, mas a oportunidade estava ali, logo mais adiante Felicity havia observado que Slade havia deixado uma bolsa com armamento e queria conseguir chegar até lá.

Ela se levantou e caminhou devagar Oliver não se atreveu a dizer nada não queria chamar atenção dos vilões para que a vissem, viu quando ela escondeu uma arma em sua calça e observou o que amarrava seus braços na parte de trás.

Foi até o fim da corrente que estava presa por um gancho na parede ela sorriu, como eles eram estúpidos. Soltou a corrente no chão e voltou até Oliver.

– A corrente está solta.

– Nós não podemos sair agora, você mal consegue ficar de pé.

– Não vamos. Espere o momento certo.

– O que você irá fazer? – Ele olhou nos olhos dela, como ele estava achando aquele ato tão comum agora tão doloroso. – Felicity cuidado, não faça de sua vida igual a minha.

– Se for necessário.

– Não, você não precisa você não tem que ser igual a mim não quero que faça isso. – Ele disse sério ainda com esperança de fazê-la desistir. Mas ela o olhou e em seguida retornou para o seu lugar seria apenas questão de tempo.

***

Diggle, Roy, Thea, Laurel e Ray vasculharam os arredores da cidade, a noite deixava a situação ainda mais apreensiva quando se aproximava de completar 24 horas de desaparecimento do casal, falta de esperança não existia em ninguém, até mesmo os agentes da Waller mantinham-se firmes com a procura.

Eles encontraram o homem que acessava o sistema e o levaram para a sede da A.R.G.U.S. lá ele seria interrogado da pior maneira se não colaborasse na investigação. O caminho ainda estava sendo longo e continuaria sendo se os minutos continuassem passando tão rápido e a cada olhada para o ponteiro do relógio era uma dolorosa fincada no coração de cada integrante do time.

Eles não pararam para respirar um pouco, para beber água, para nada apenas parariam quando encontrassem o que procuravam e eles nem imaginavam que aquilo não estava muito longe de acontecer.

***

– Olha quem acordou. – Carrie sorriu largamente enquanto Slade se mantinha sério logo atrás dela. Ele sentou-se em uma cadeira no canto do galpão enquanto apenas observava ambas as mulheres se encararem. Por certo momento ele olhou para Oliver e sorriu e ali o calafrio subiu pela espinha do herói.

– Reze garoto, implore pela vida dela, pois acho que ela irá precisar.

– Se fizerem mais alguma coisa com ela é melhor que me matem em seguida ou caso contrário eu juro que vou matar os dois.

– Estamos morrendo de medo disso. – Carrie disse sem tirar os olhos de Felicity, agachou-se para ficar na altura da mulher sentada no chão e sorriu quando tirou uma faca da manga de sua blusa. – Está vendo isso? Eu vou ser camarada com você e não te cortar com uma faca de cozinha, elas normalmente não são tão afiadas quanto estas. Prometo que serei bem rápida. – Ela sorriu e olhou para Oliver. – Ou talvez não.

Ela virou-se na direção da loira puxando seu braço correu a faca pela superfície, Felicity tentou conter o grito preso em sua garganta, mas não conseguiu a dor era imensa, a ruiva observava atentamente com seu olhar doentio o sangue que escorria do braço da mulher, ela não se contentaria com aquilo, não somente com aquilo.

– Sabe Oliver, fico me perguntando do que você seria capaz para fazê-la ficar bem. – Carrie passou a faca perto do rosto de Felicity e em seguida olhou para o homem. – E se eu cortasse a garganta dela?

– Você não faria isso.

– Ah não? – Carrie sorriu e colocou a faca no pescoço da mulher forçando-a. – Não duvide dos meus potenciais Sr. Queen. – Uma linha fina de sangue começou escapar por ali e o desespero tomou a cabeça do homem, Felicity havia percebido que ele estava prestes a jogar o plano todo pelo ralo.

– Não. – Ela disse com dificuldade ainda olhando para ele. – Não se preocupe comigo.

– Isso Oliver não se preocupe com ela. – Carrie tirou a faca do pescoço da mulher e a direcionou para seu antebraço e antes que Felicity pudesse fazer qualquer coisa o corte já sangrava.

Ela gritou de dor, de fúria, de raiva. Queria tirar aquela arma agora e atirar em Carrie odiava o modo como ela lhe encarava, aquilo era doentio demais, detestava seus sorrisos divertidos enquanto estava lhe fazendo algo de ruim ela queria acabar com tudo aquilo agora, mas não seria possível. Ela aprendeu que a rapidez era inimigo da perfeição e seu trabalho lhe ensinou que paciência lhe levava até seu objetivo esperado.

***

Não muito longe dali uma mulher ouviu os gritos, aquilo estava perto e ela andou mais um pouco e mais um pouco até ver ao longe com dificuldade um pequeno quadrado iluminado, uma única janela com algumas vedações de madeira faltando, ela não podia acreditar será que ela mesma havia encontrado o lugar onde seus amigos estavam?

– John? Ouvi gritos de mulher. – Ela chamou pelo comunicador. – Área leste, antigo depósito de materiais, avise aos outros.

“- Estamos indo Laurel.”

A mulher não podia acreditar. Ela esperou pela ajuda do pessoal, mas pela demora parecia que estavam mais distantes do que ela imaginava, quando ouviu outro grito estridente teve a certeza que deveria se aproximar e averiguar, com cuidado andou pelo local e foi impedida por Diggle a continuar.

– Você é louca? – Ele disse baixo. – Tem atiradores no topo das árvores, chamei os agentes é melhor esperarmos, mais um pouco.

– Eles estão torturando ela, eu não ia ficar parada enquanto ouço os gritos. – Laurel disse com mais medo do que imaginou que conseguiria ter naquele momento.

– Nós vamos conseguir. – Ele chamou Roy pelo comunicador disse que precisaria que ele atirasse nos homens no topo das árvores.

Um por um foi caindo e o tiroteio foi iniciado, Roy saiu de seu esconderijo quando quase foi atingido, podia jurar que ouviu uma bala passar zunindo perto de seu rosto. Diggle e Lyla ajudaram quanto podiam dando cobertura para Laurel, Thea e Palmer se aproximarem do galpão.

***

Quando o tiroteio foi iniciado Slade e Carrie pararam, se entreolharam e buscaram refúgio em seus equipamentos, a mesa ao lado de Oliver continha o arco e as flechas de Carrie as espadas de Slade e outras diversas armas e foi aquele momento que Felicity julgou perfeito, ela pegou a arma e mirou em Slade e Oliver apenas observava para entrar em cena no momento certo, quando ela destravou a arma a contagem regressiva se iniciou em sua mente e o primeiro disparo foi realizado.

***

Diggle e Laurel se entreolharam assustados com o barulho de tiro que veio de dentro do galpão. Roy tecnicamente travou e nem percebeu que havia um atirador escondido logo atrás de si com ele em mira, quando o disparo foi realizado Flash correu em uma velocidade maior tirando Arsenal do trajeto da bala.

– Faltou apenas um. – Flash disse e em seguida um homem apareceu caído perto deles.

– Valeu. – Roy disse atônito e somente quando se ouviram mais três disparos que saíram do transe.

***

Slade olhou na direção de Felicity não acreditando no que a mulher estava fazendo riu quando ela errou o tiro Carrie ergueu o arco mirando na loira, no mesmo instante Oliver se jogou sobre ela fazendo com que o arco da mulher fosse para um lugar distante, ele viu quando Slade começou sua caminhada a passadas rápidas na direção de Felicity com sua espada em punho e naquele momento de desespero houve mais três tiros e o homem caiu ao chão desfalecido, àquele era o fim para o Exterminador.

Porém Carrie ainda estava ali enfurecida por aquela reviravolta, distanciou Oliver e correu até seu arco e mirou à flecha na direção de Felicity, ela não precisava pensar apenas precisava soltar a flecha e foi o que ela fez mais que depressa, o grito de Oliver foi ouvido pelos amigos e aquilo fez que os corações de todos falhassem uma batida.

Carrie queria ter a certeza que Felicity morreria e assim como ela lançou mais duas flechas em sua direção ela só conseguiu perceber o borrão passando em sua frente e suas flechas caídas ao chão.

***

Barry havia chegado, mas era tarde demais ele havia parado por frações de segundos para ajudar Roy contra os capangas mascarados no lado de fora do galpão, Arsenal seria atingido nas costas se não fosse por ele, mas aquilo custou para Felicity custou quando ele conseguiu segurar duas das três flechas e quando olhou para trás a viu cair de joelhos não podia acreditar, não podia carregar o fardo pesado em seus ombros por aquilo, sua respiração pesada e frenética, ela ainda estava viva sentindo dor e olhava somente para uma única pessoa, Oliver. O homem estava amarrado com machucados pelo corpo, mas mesmo assim chorava por ela, ele viu quando o homem lhe olhou, Barry também estava desolado.

Ele usou sua agilidade para soltá-lo e quando ele se viu livre não conseguia mais ser racional, não conseguia mais ser humano não com aquela mulher que tentou tomar a vida de sua mulher, de sua Felicity. Ele tomou para si uma arma e atirou em Carrie sem piedade uma única vez em seu coração. Ele soltou a arma e correu até Felicity ela ainda estava consciente, mas ele conseguia perceber que ela estava fazendo um esforço imenso para aquilo.

– Felicity.

Todos estavam no galpão naquele momento Thea, Diggle, Roy, Barry, Ray, Lyla e Laurel. Thea se segurou em Roy enquanto ambos mantinham seus olhos marejados Barry tinha as mãos em sua cabeça ele não tinha vergonha de deixar suas lágrimas escaparem, Ray estava atônito assim como Laurel não conseguiam acreditar no que viam, Ray se lembrou de sua noiva Anna sua mente fez com que seu corpo reagisse mal e foi para o lado de fora. Diggle a princípio esfregou os olhos deixou algumas lágrimas escaparem buscou conforto no olhar de Lyla e prosseguiu até eles, Felicity precisava de ajuda.

***

A A.R.G.U.S. daria conta do problema dali para frente com os corpos dos vilões e sobre as mentiras muito bem contadas para a polícia no caso do casal quando eles chegassem ao hospital. Oliver foi atendido levou alguns pontos tirou raio-x ele não sofreu danos físicos, pois seu corpo não era o alvo principal sua mente era, a Felicity era. Depois de ser atendido e mesmo tendo que ficar em observação por um tempo ele discutiu querendo sair do quarto queria ter notícias dela.

Quando chegou na sala de espera viu seus amigos todos presentes, sua irmã correu até ele dizendo que ficaria tudo bem e que deveriam ser confiantes quanto aquilo. Sr. Lance estava presente também agora não mais como uma figura de segurança pública, mas sim como um ombro solidário. Ele tinha seus sentimentos também abalados no momento, não como o time, mas mantinha uma tristeza em seu coração, mantinha conversas rápidas com Felicity para manter contato com o Arqueiro, mas a considerava uma boa pessoa.

O tempo foi passando e Oliver não dizia nada, sua irmã se mantinha sempre por perto entendendo a dor dele, todos estavam ansiosos esperando por notícias e Barry estava em uma indecisa disputa mental se ia até onde ela estava ou ficava quieto ali. Foi com as horas se passando que aos poucos seus amigos tiveram que ir, ficando ali apenas Oliver, Thea e Roy, o garoto não tinha pra quem voltar e todos que ele se importava estavam ali no hospital. Thea e ele conversaram um pouco para passar o tempo até que o médico se pronunciou na entrada da sala de espera.

– São os parentes da Srta. Smoak?

– Sim, sou o noivo dela. – Oliver ágil rápido levantando bruscamente da cadeira onde estava dizendo alguma coisa desde então.

– Conseguimos controlar a hemorragia, mas o estado dela permanece instável.

– Mas...

– Ela acabou de sair da cirurgia Sr...

– Queen, Oliver Queen.

– Sr. Queen essas primeiras horas pós cirúrgicas são as mais cruciais, ela teve uma hemorragia um pouco agravante e seu fígado foi perfurado.

– Você está me escondendo algo. – O tom de voz de Oliver era ameaçador.

– Eu estou lhe preparando Sr. Queen, ela teve uma parada cardíaca durante a cirurgia e quase a perdemos, mas me parece que ela quer sobreviver, ela está sendo forte.

– Posso vê-la?

– Por enquanto não, o neurologista está fazendo exames no momento mais específicos para termos certeza que as pancadas na cabeça não se resultaram em nenhuma seqüela. Assim que puder vê-la eu o aviso.

Oliver voltou a sentar, seu olhar era pesado e sem vida e enquanto não visse com seus próprios olhos que ela estava bem não ficaria tranqüilo.

– Vocês deveriam ir para casa, pelo visto as coisas vão demorar por aqui.

– Não vamos te deixar sozinho Ollie.

– Está tudo bem Speed, vão descansem e retornem pela manhã não tem mais nada que possamos fazer.

Sua irmã ainda sim um pouco em dúvida tentou convencê-lo que ficaria, mas depois de um pouco de conversa ela cedeu à vontade do irmão, Roy a acompanhou e Oliver permaneceu naquela sala de espera fria esperando, aclamando por alguma notícia boa. Foi quando o médico disse que ele poderia enfim ir vê-la. Oliver adentrou o quarto como uma criança medrosa, ficou receoso de não suportar vê-la daquele jeito, mas ela parecia tão serena, dormindo tranqüilamente.

Ele então se permitiu dormir na poltrona ao lado da cama, com sua mão sobre a dela para ter certeza de que ela estaria ali bem ao seu lado e enfim deixou aquelas lágrimas presas caírem sem piedade, aquelas lágrimas que ele tanto segurou quando estava com medo de perdê-la, as lágrimas que não caíram enquanto ele implorava baixinho para que ela não o deixasse, as lágrimas de desespero quando ela desfaleceu em seus braços a caminho do hospital. Agora seria diferente, seus inimigos teriam o tratamento que prezarem merecer, ele estava convicto de sua nova decisão, não permitiria que ninguém de seus amigos, de sua família sofresse algum dano, não assim mais.

Percebeu que no mundo dos heróis e vilões venceria sempre o mais forte, não em atributos físicos, mas sim em uma coletânea de muitos talentos. A inteligência, agilidade, força e companheirismo, tudo isso Oliver tinha, seus parceiros lhe proporcionavam, eles são sua família e ele deve protegê-los. Em cada jornada haverá novas promessas, novas regras a serem criadas e quando julgasse necessário usar a lei da sobrevivência teria que usá-la para o bem das pessoas que ama.


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