Sweet Memories escrita por Uru Take-hime


Capítulo 1
O Doce de Memórias


Notas iniciais do capítulo

Ehhhhhhhhhhhhhhh!! Uru Take-Hime na área, postando uma nova fic: Sweet Memories!

Oh God... Minha primeira fic de Harry Potter. Eu não costumo ler muitas fics dessa categoria, gosto de poucos casais e achei que nunca iria escrever nada assim, mas... A ideia veio e eu não pude me negar em fazer. Será que tem outras AxL/LxA pelo Nyah? Eu gostaria de saber e leria com prazer... Alias, espero que gostem do que fiz, tentei ter uma boa base para não sair muito da personalidade de ambos.

Sem mais delongas: Boa Leitura!



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O Natal estava chegando e muitos alunos de Hogwarts saiam do castelo para voltar as suas famílias e passar aquela data e a virada do ano junto com eles. Pouquíssimos alunos ficavam no castelo, mas podia acontecer com certas circunstâncias. No momento, só havia dois alunos dentro daquele lugar enorme e um deles estava sentado no parapeito da janela de um dos corredores, observando os flocos de neve caírem lentamente até o jardim. Mesmo estando tão frio continuava ali por não ter nada melhor para fazer, sua respiração saia como uma nuvem de seus lábios e se perguntava o que iria ficar fazendo ali até as aulas recomeçarem.

Seus cabelos eram de um loiro tão claro que chegava a ser quase platinado, passando um pouco dos ombros e preso com uma fita verde que combinava com seu uniforme da Sonserina. Sua pele era branquinha e tinha olhos acinzentados, além de ser um aluno muito conhecido por sua família, prestigio e por ser o Monitor-Chefe. Lucius Malfoy estava em seu segundo ano em Hogwarts e os professores tinham muita expectativa e seu jeito superior indicava que faria tudo para conseguir o que queria, mas no momento ele estava contrariado por não poder estar em casa em frente à lareira tomando algo quente e abrindo seus presentes. Era Natal e ser obrigado a ficar no castelo não lhe agradava em nada.

– Oh, tem mais alguém aqui... Pensei que todos tinham ido embora.

Aquela voz repentina fez com que o loiro saísse de seus pensamentos e olhasse para o corredor, encontrando o segundo aluno que ficara no castelo. Estava no quarto ano e era da Grifinória, seus cabelos eram ruivos e curtinhos, os olhos azuis tinham um brilho encantador que era ressaltado pela meia luz do corredor e um sorriso amistoso pairava em seus lábios. Arthur Weasley era um rapaz naturalmente caloroso e gentil, nem ligava muito para a rixa que havia entre as duas casas, por isso mesmo se aproximou sem pensar e com isso apenas foi ignorado pelo mais novo que voltou a olhar para fora.

– Hm... Não está muito frio? – perguntou, tentando uma aproximação novamente.

– Está.

– Então é melhor sair da janela...

– Eu faço o que eu quiser e você não tem nada a ver com isso.

A resposta atravessada fez o ruivo engolir em seco, pensando se todos os alunos da Sonserina tinham que ser assim tão egocêntricos e de nariz em pé. Não custava ser um pouco amigável, não é? Ainda mais que só estavam os dois no castelo, tirando alguns professores e o zelador. Deu alguns passos, dessa vez parando a meio metro de distancia dele e observou a neve caindo lá fora assim como ele. O silencio durou mais alguns minutos até que Arthur fizesse uma nova tentativa.

– Porque ficou em Hogwarts?

– Isso não é da sua conta, é? – Lucius não dava brechas, se perguntando o que é que o outro queria afinal.

– Realmente, não é... Mas é raro ver alguém ficar no castelo nessa época.

– Se é assim, o que você está fazendo aqui afinal?

– Eu? – o mais velho acabou suspirando e abrindo um sorriso sem jeito, ainda mais que o loiro olhou em sua direção – Minha família não tem muito dinheiro para fazer festa, ceia e essas coisas... Para evitar dar mais despesas a eles resolvi ficar aqui. De qualquer forma, pode ser um Natal divertido em Hogwarts.

– E o que tem de divertido em ficar nesse castelo vazio? – o loiro resmungou, revirando os olhos – Definitivamente preferia estar em casa.

– E por que não foi?

– Hm... – Malfoy suspirou, acabando por ceder um pouco – Meu pai está viajando a negócios e minha mãe aproveitou para viajar também, então de qualquer maneira eu ficaria sozinho lá.

– Entendi. Mas você não está sozinho, eu estou aqui.

– Há! Grande coisa. – o deboche estava presente na voz do mais novo – E o que você pode fazer?

– Bom, não sei... Mas seria muito ruim passarmos esse dia cada um num canto, não acha? Podemos fazer alguma coisa...

– E porque eu iria fazer algo com alguém como você? – Lucius o mediu de cima a baixo com aquele ar superior, mas isso não pareceu abalar o mais velho.

– Porque acho que não quer ficar aqui sozinho congelando, certo? Vamos! Pelo menos passaremos essa data juntos...

Malfoy não parecia nenhum pouco feliz com isso nem animado com tal proposta, mas a verdade era que realmente não queria continuar ali sozinho. Acabou saindo da janela e ajeitou o manto do uniforme, mostrando em silencio que iria com ele. Arthur ficou contente e deu meia volta, caminhando pelos corredores em direção ao Grande Salão, tinha uma ideia em mente e pelo menos isso ocuparia bastante o tempo deles. O loiro o seguiu até entrar no local e observou a linda decoração natalina ao redor além do teto que dava a sensação de que estava nevando ali dentro. Por fim seus olhos caíram no mais velho que tinha acabado de colocar algo sobre uma das longas mesas do Salão.

– Xadrez de bruxo? Essa é a sua grande ideia? – o menor debochou, sentando-se na frente do outro.

– Bom... Foi a única em que consegui pensar. – o ruivo admitiu, rindo sem jeito enquanto organizava as peças sobre o tabuleiro – Sabe jogar?

– Sei sim... – Lucius se mostrava bem entediado, não tendo a mínima vontade de jogar com o outro.

– Ei, que tal se fizermos um acordo? – Weasley não queria que o outro estivesse tão desmotivado daquela maneira – Quem perder vai ter que dar algo para o vencedor, como um presente de Natal. O que acha?

– Hm... Por mim, tudo bem.

Com isso o loiro ficou mais interessado e isso animou o mais velho, começando o jogo já que estava com as peças brancas. O tempo passava enquanto os dois se concentravam no que faziam, pensando bem parava fazer os movimentos certos em busca da vitória. Arthur chegou a pensar que realmente sairia vitorioso, mas Lucius conseguiu mudar o jogo ao seu favor até que chegou ao derradeiro xeque e mate. O mais velho deu um longo suspiro derrotado enquanto o outro parecia muito satisfeito, cruzando os braços frente ao corpo.

– E então? O que vai me dar?

Malfoy não deixaria o outro escapar e o acordo deveria ser cumprido, só não imaginava o que alguém como o ruivo poderia lhe dar. Arthur via o menor com a sobrancelha arqueada e aquele olhar duvidoso sobre si, não queria dar qualquer coisa a ele para criar uma brecha para mais grosseria ou humilhação, muito menos poderia dar algo valioso ou que o loiro considerava ser a altura dele. Estava quebrando a cabeça ao pensar no que poderia dar ao outro e acabou colocando as mãos nos bolsos, sentindo que havia algo dentro de um deles. Ao se lembrar do que era, retirou do bolso sem pensar duas vezes e estendeu para o menor com um sorriso. Quando viu o bombom, Lucius se perguntou se aquilo era mesmo serio ou o outro só estava gozando da sua cara.

– Eu estava guardando para mais tarde, mas pode ficar pra você. – Arthur insistiu ao notar a incredulidade por parte do outro – É a única coisa que posso lhe dar... E é muito gostoso, acredite! É da Dedos de Mel.

O ruivo estava dando aquele doce de coração, cumprindo assim o acordo que tinham feito. A simplicidade de seu gesto e seu sorriso largo e gentil alcançou o mais novo e acabou aceitando um pouco hesitante. Seus pais eram pessoas rígidas e gestos carinhosos eram praticamente inexistentes, por isso não sabia muito bem o que fazer num momento como esse. Assim que abriu a embalagem, pode ver estrelas se formando na superfície do chocolate antes de morder e degustar o doce, era realmente uma delicia e tinha um sabor único em seu interior. Segurou a embalagem e leu o que estava escrito: “Ao abrir o bombom um desenho se forma de acordo com seu sentimento no momento, além do sabor variar com isso. Se estiver triste, o sabor será amargo. Se estiver feliz, o sabor será doce e assim por diante.”

– Feliz Natal!

Arthur tinha mesmo um bom coração e mesmo com as grosserias anteriores, imaginava que Lucius também tinha seu lado amável. Principalmente depois de vê-lo comer o bombom com uma expressão mais serena e mesmo não tendo uma resposta direta, o menor assentiu positivamente. Por algum motivo aquele era o doce mais gostoso que Malfoy já havia provado antes. Podia não ser o Natal mais perfeito do mundo, mas pelo menos não ficaram sozinhos e deram um passo para que pudessem se conhecer melhor.

... X ...

O tempo passava enquanto a vida estudantil de Hogwarts seguia sem maiores problemas. Os alunos receberam o direito de ir a Hogsmead como uma excursão e só precisavam que seus pais ou responsáveis assinassem o pedido dando permissão para irem. Alguns alunos não conseguiam isso e entre eles estava Malfoy, pois seu pai considerava uma completa perda de tempo deixá-lo ir para um vilarejo qualquer sendo que não aprenderia nada de útil por lá. No fundo o loiro queria ir, mas respeitou a decisão do pai e ficou no castelo, vendo o retorno dos alunos por uma das janelas do corredor. Estava descendo uma das escadas para ir jantar quando encontrou o Weasley no caminho com um daqueles sorrisos largos.

– Como foi o passeio?

– Maravilhoso! É uma pena que não tenha ido...

O ruivo sentia pena pelo outro não ter ido, mas sabia que Lucius jamais se mostraria abalado por algo assim. Desde que passaram o Natal juntos acabaram por formar uma amizade inesperada, embora não andassem junto o tempo todo já que cada um tinha seu próprio grupo de amigos. Arthur começou a contar como havia sido em Hogsmead com toda a animação possível enquanto o menor o ouvia em silencio. Quando chegaram ao corredor que levava até o Grande Salão o mais velho retirou um saco do bolso e estendeu para o outro.

– O que é isso?

– Bombons! São os mesmos daquele que te dei no natal. – Arthur comentou, abrindo o saco e mostrando o conteúdo a ele - Como você pareceu gostar tanto, eu comprei um monte para dividir com você. Foi uma pena não ter ido, poderíamos ter nos divertir juntos... Então eu quis trazer um pouco de Hogsmead pra você.

Malfoy foi pego de surpresa com aquelas palavras do mais velho, arregalando os olhos enquanto olhava do saco para ele. O ruivo sempre era gentil e aturava sua personalidade tão desagradável como poucos, isso o fazia pensar no porque dele insistir em manter contato consigo. As palavras e gestos sinceros do Weasley eram os que o deixava mais sem reação, além de lhe transmitir uma sensação agradável e calorosa que só conseguia sentir com ele. Aceitou pegar dois bombons do saco e guardou no bolso para poder comer depois do jantar, apressando o passo para encontrar com os amigos mais a frente.

... X ...

– Eu ainda me pergunto o que vim fazer aqui com você. – Lucius resmungou enquanto abria um dos livros que estava sobre a mesa.

– Não fale assim, pode ser que um ajude o outro! – Arthur suspirou, abrindo o caderno.

Os dois estavam na biblioteca e o ruivo havia convidado o menor para estudar consigo, os dois podiam ser de anos completamente diferentes, mas cada um tinha mais facilidade com uma ou outra matéria. Além disso, estudar juntos era mais divertido e o Weasley não pode chamar mais ninguém por seus amigos terem outras coisas a fazer. O Sonserino não se incomodava em estudar, mas preferia fazer isso sozinho, só veio com o mais velho por esse jurar que tinha mais daqueles bombons deliciosos da Dedos de Mel... Definitivamente havia se tornado seu doce preferido.

Arthur tirou um saco com os bombons do bolso e colocou sobre a mesa, assim ambos poderiam ir se servindo enquanto estudavam. Ficavam em silencio na maior parte do tempo, salvo os momentos em que o ruivo perguntara alguma coisa sobre Poções para o mais novo, definitivamente não era o seu forte. Malfoy era inteligente, então mesmo os preparos mais complicados ele poderia fazer muito bem e isso era o que salvou o outro em muitos momentos. Foram comendo os doces até sobrar um único no saco e o menor foi bem mais rápido para pegá-lo.

– Ah não... Malfoy, você comeu a maioria, isso não é justo! – o Weasley resmungou, esticando a mão para pegar o bombom do outro, mas este esticou o braço para trás do corpo, assim o outro não poderia alcançar. A mesa estava entre eles afinal.

– Foi você que me chamou para te ajudar, então eu tenho todo o direito de ficar com isso. – o loiro era mimado, não entregaria o bombom ao outro por nada.

– Que isso? Deveria me dar por eu ser o mais velho.

– A idade não tem absolutamente nada a ver com isso. Eu peguei primeiro.

O ruivo estava muito contrariado e começou a falar todos os motivos possíveis para ter aquele bombom, mas estava sendo completamente ignorado pelo mais novo. Mesmo que pudesse parecer que estavam brigando, na verdade era um momento de descontração entre os dois, tanto que a expressão de Malfoy estava bem serena enquanto se divertia silenciosamente pelo outro estar tão desesperado pelo doce. Por diversos momentos se pegou olhando demoradamente para o rosto do Weasley, mas sem saber realmente o porque disso afinal o rapaz não era nenhum padrão de beleza e também não era de se jogar fora.

Decidiu deixar essas duvidas de lado assim como o falatório do maior, abrindo a embalagem do bombom e se surpreendeu ao ver pequenos corações aparecendo na superfície de chocolate. Era a primeira vez que tais desenhos apareciam, geralmente via estrelas quando estava feliz ou espirais quando estava triste. Mas... Corações? O que isso significava? Seus olhos voltaram a fitar o ruivo que se encontrava emburrado ainda falando e como um estalo em sua mente, pareceu compreender. Silenciosamente colocou o chocolate na boca, mas ao invés de morder se levantou e apoiando-se na mesa, colou seus lábios nos do Weasley.

Sua ação foi impulsiva e completamente inesperada tanto para um como para o outro. Felizmente a mesa em que estavam ficava num canto afastado e não havia ninguém por perto no momento. Com a língua, Malfoy empurrou metade do chocolate para a boca do maior e cada um pode desfrutar o doce de uma maneira bem inusitada. Os olhos arregalados de Arthur fitavam o mais novo que mantinha os olhos fechados, pois sabia que se os abrisse ia ter que encarar o outro. Quando o chocolate finalmente se dissolveu na boca deles, as línguas chegaram a se encontrar por um breve instante, mas o loiro logo se afastou e sentou-se corretamente na cadeira.

– Malfoy...? O que foi isso? – o ruivo conseguiu perguntar após o choque, encarando o mais novo.

– Já que você não calava a boca, achei melhor dividir o bombom. – o menor respondeu com tranquilidade, mas dentro de si havia um turbilhão de sensações.

– Mas... Pra isso você precisava me beijar? – Arthur estava confuso ainda, querendo entender as reais intenções do outro.

– Se ficar reclamando eu vou te dar outro! – apesar da ameaça, era o que Lucius queria fazer realmente.

– ... Me daria outro mesmo?

A pergunta direta do maior conseguiu arrancar um leve rubor das bochechas branquinhas de Malfoy e isso fez um sorriso nascer nos lábios do Weasley. Podia não entender completamente as intenções dele, mas aquela ação inesperada foi muito apreciada além de ser muito bom ver outros tipos de expressões naquele rosto que sempre parecia olhar os outros com desprezo. Mas esses momentos tranquilos e únicos ainda seriam devastados por muitos outros momentos onde os ideais deles bateriam de frente com toda a força.

... X ...

Encostado na parede de um dos corredores do castelo, Malfoy girava um dos bombons entre seus dedos enquanto sua respiração pesada era a única coisa que poderia ser ouvida. Estava irritado como poucas vezes ficava e a culpa de estar assim era do ruivo. Como pode defender aquele sangue-ruim com toda a força quando era ele que estava com a razão? O nojo que sentia por trouxas ou nascidos trouxas era de família, fora ensinado a ser assim e não deixaria nenhum deles sair melhor do que si em alguma coisa. Mas Weasley veio em defesa dele e era isso que o irritava mais.

– Então você está aqui...

– O que quer? – Lucius cuspiu grosseiramente a pergunta, erguendo o rosto para fitar o mais velho.

– Está tão zangado assim? Ora vamos... Você estava errado.

– Eu nunca vou estar errado com um sangue-ruim! – os olhos acinzentados brilhavam de ira na direção do outro – Como é que pode defender pessoas assim?

– Eu já disse a você que não ligo se alguém não nasceu bruxo, todos tem os mesmos direitos...

– Direitos?! Que direitos eles podem ter? Somos uma raça muito superior, a magia corre em nossas veias e vem me dizer que eles tem direitos?!

– Malfoy, essa sua visão sobre os trouxas é completamente errada! Se pelo menos você pudesse entender...

– Eu não quero entender nada! Você e esses sangues-ruins que vão para o inferno! Eu não quero mais saber... Eu não quero andar com alguém que gosta dessa gente.

– É assim que vai ser? Tem certeza disso? – Arthur tinha uma expressão entristecida no rosto, não querendo ouvir aquelas palavras.

– Tenho! Eu te disse, eu jamais vou estar errado quanto a isso. Já chega Weasley... Não pense que vai poder andar comigo de novo, fique bem longe!

Os olhares se chocavam com diversas sensações diferentes, mas o mais velho foi o primeiro a quebrar o contato visual, dando um longo suspiro e aceitando silenciosamente a quebra do vinculo que tinham. Sabia bem dessa ideia distorcida e preconceituosa do loiro, mas achou que pudesse fazê-lo mudar de ideia e melhorar sua personalidade... Mas suas tentativas foram todas em vão e quando viu Malfoy destratando um nascido trouxa apenas pelo fato de não ser um sangue puro não pensou duas vezes antes de entrar no meio da discussão e defendê-lo. Pode ver o choque no rosto do menor e agora recebia sua raiva com toda a força. Não tinha mais jeito... A partir dali, não falaria mais com Lucius.

Assim que o ruivo sumiu no corredor, o menor praguejou e mordeu os lábios com força, tentando se acalmar. Agora estava feito, não poderia mais voltar a trás... Mesmo com o seu coração apertando no peito. Ficou ali no corredor por mais um tempo , tentando diminuir sua raiva e quando se lembrou do bombom em sua mão, decidiu abri-lo e comer para relaxar. Na superfície do chocolate apareceram diversos X e assim que colocou na boca, uma expressão de desagrado surgiu. Sua ira contaminou o doce de tal forma que estava intragável.

... X ...

– Weasley, eu não sei mais o que fazer com você. – o loiro ditou após um suspiro e se encostou no apoio de sua confortável cadeira em seu escritório no Ministério da Magia – Parece que você gosta de fazer coisas que envergonham os bruxos. Um carro voador... Fico abismado com sua falta de intelecto.

– Eu já disse que temos opiniões diferentes quanto a isso, Malfoy. – o ruivo estava cansado. Já tinha tido sérios problemas quanto a isso e não precisava ouvir mais um sermão, ainda mais vindo de Lucius.

– De fato, isso já ficou claro há muitos anos... Mas com isso você provou que não tem capacidade de subir na vida. Vai continuar sendo um mero empregado de um departamento completamente inútil aqui dentro.

– Prefiro ficar onde estou. – Arthur tinha vontade de falar muito mais, mas sabia que só estaria provocando o outro a lhe humilhar ainda mais então teve que se contentar com isso – Posso ir agora?

– Claro, ficar olhando para você já está me dando náuseas. – o mais novo respondeu com deboche, fazendo um sinal com a mão para que ele saísse.

O ruivo deu um longo suspiro, dando as costas ao outro e indo para a porta a fim de ganhar sua liberdade, colocando as mãos nos bolsos. Foi quando sentiu algo bem familiar ali e parou, chamando a atenção do loiro. Acabou se voltando na direção de Malfoy novamente e retirou o bombom do bolso, depositando-o lentamente sobre a mesa do outro. O loiro olhou do doce para o mais velho, lembrando-se de diversas coisas que havia escondido no fundo de sua memoria, assim como o outro. Weasley não disse nada e nem se demorou mais por ali, saindo finalmente do escritório de Malfoy.

Eram homens feitos, casados e com suas famílias devidamente formadas. Para todos eram homens que não se suportavam – o que não deixava de ser verdade já que brigavam sempre que se encontravam. Mas o passado... Aqueles momentos em que estiveram juntos de uma forma bem diferente era um segredo que apenas os dois compartilhavam e mesmo que não dissessem, sentiam saudade. Lucius pegou o bombom depois da saída do mais velho e abriu a embalagem lentamente, encarando com um sorriso triste os corações formados na superfície. Jamais poderiam estar juntos como antes... O doce e o amargo do bombom se misturando em seu paladar era a única coisa que restou para si.


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