Eu ligava mas sempre dava caixa postal Kimi não era de sair pra ir em qualquer lugar sem me dizer ela sabe que eu fico preocupada, desde que a conheci eu fiquei assim com medo de perdê-la. Eu escorreguei pela parede e me sentei ao lado da porta dela, as histórias minha e de Kimi são bem parecidas porque ela também perdeu os pais dela e logo depois foi atacada por um Ghoul e por isso tem uma cicatriz muito grande em seu ombro, quando eu a conheci realmente minha tia ainda era viva e ela tinha seu namorado eu sendo a nova vizinha ela veio me cumprimentar e daí viramos boas amigas e eu sempre estava ao lado dela no que precisasse e ela do meu, eu considero Kimi uma irmã adotiva pra mim e não quero que nada de ruim aconteça com ela; Levantei-me e sai correndo não cumprimentei ninguém ao sair eu precisava saber onde ela estava. Eu corria pelas ruas olhando de um lado e pro outro procurando,procurando mas de se esperar nada dela, fui para as lojas do centro da cidade lembrei que Kimi adora ir nessas lojas por que acha as roupas lindas, mas também sem sucesso meu subconsciente gritava chamando a Kimi gritava falando que estava em perigo mas eu de certa forma não podia crer nisso.

–Por favor Kimi esteja bem onde quer que esteja!!- Meus olhos já começaram a lacrimejar ao pensar em coisas ruins

Eu corria por aquelas ruas lotadas as pessoas me chamavam atenção quando esbarrava nelas e as empurravam mas não estava nem ai, parte do meu consciente dizia "Ghoul" outra me queria fazer acreditar que ela estava bem, mas esse consciente estava sendo devorado pelo pavor de pensar que Kimi tinha disso devorada por um Ghoul ou talvez esteja muito machucada agonizando por ter sido atacada, eu tinha medo mas eu deveria me arriscar -Eu vou passar pelos locais onde ocorrem os ataques de Ghoul no distrito 20- pensei -Eu preciso ser forte para o que der e vier- fechei os olhos com força e me recompus até minha postura ficou mais ereta então eu caminhei.

Eu fui andando pelas partes do distrito 20 na qual mais ocorre ataques, enquanto eu andava muitos homens me olhavam de forma estranha eu evitava olhar de volta apenas seguia meu caminho procurando e procurando eu sabia que ali eu podia ser atacada a qualquer momento, então eu comecei a ver, algumas pessoas um pouco transparentes e outras nem tanto com aquela mesma corrente no peito, uma corrente de ferro o mais estranho era que essas correntes tinham tamanho diferente todas essas pessoas que caminhavam sem serem vistas tinham um olhar perdido triste, resolvi passar olhando apenas pra alguns analisando -Você consegue nos ver!- Uma mulher tocou em meu braço ela tinha olhos bem dourados e cabelos bastante loiros presos por um rabo de cavalo que deixava umas mexas caídas sobre sua testa, arregalei meus olhos como resposta, eu abri a boca para falar mais não saia voz eu tremia dos pés a cabeça.

–Consigo ver vocês- gaguejando e com as mãos suadas respondi ela sorriu -Finalmente! Estou feliz!!- Ela parecia esbanjar um jeito muito feliz por ter conhecido alguém que à via? -O que vocês são?- cocei a nuca, as pessoas que passavam deveriam me achar louca -Fantasmas!- isso me deixou boquiaberta arregalei os olhos e ela riu

–Meu nome é Windy- estendeu a mão gentilmente com um cumprimento, apertei a mão dela

–Meu nome é Lucy- De uma maneira estranha eu estava feliz também?

–Podemos ser amigas? Porque é meio solitário aqui... Ninguém se socializa com ninguém apenas as pessoas que ja se conheciam em vida- sua expressão mudou de feliz para uma pensativa, balancei a cabeça positivamente mas ainda com certo medo, será que eu era sensitiva ou uma medium? Para poder eu ver fantasmas eu deveria ser algo desse tipo.

Mesmo sendo um fantasma Windy parecia não se importar, eu vi que a corrente em seu peito era longa bem longa diferente do menino que já estava em quase em seu peito, não resisti e tive que perguntar - Windy o que acontece se essa corrente em seu peito acabar? Quero dizer chegar no seu peito- Ela parou e sequer mostrou uma reação, apenas puxou a corrente em seu peito várias vezes

–Ah.. se a corrente acabar viramos o que chamam de Hollow- Tentou disfarçar e sorrir.

–Hollow?-

–Hollow é o que nós viramos se essa corrente acabar vai abrir um buraco em nosso peito e viraremos o que chamam de Hollow. Os Hollows são seres que comem os espíritos como nós e até mesmo humanos, o que quase nunca acontece mais, os Hollows devoram os espíritos como eu agora-

–Você quer se tornar isso?- Eu já sabia que a resposta seria não mas mesmo assim perguntei -Não- Windy respondeu num tom de voz ardido e seco

–Desculpe não quis...- Eu não consegui terminar de falar

–Não eu que devo desculpas, as vezes minha personalidade é meio instavel não que eu seja bipolar nem nada- riu -Mas estou muito feliz de encontrar alguém que me veja eu queria que saber se podemos ser grandes amigas, e se quiser é claro!- Ela abaixou sua cabeça e suspirou -Acho que tudo bem pra mim- dei um largo sorriso -Não tenho muitos amigos também Windy-

–Vamos ser grandes amigas- Tentei não mostrar meu ar preocupado para Windy mas logo ela descobriu -Você está procurando uma amiga sua não é?- Eu não respondi -Eu posso ajudar-

–Eu tenho medo, medo de que ela possa ter sido atacada por Ghouls- cerrei o punho e apertei minhas unhas contra minha pele

–Iremos encontra-la eu prometo Lucy! Irei te ajudar a encontrar sua amiga, e ela não terá sido atacada você vai ver vamos ser otimistas primeiro viu?- Windy ergueu seu braço -No que precisar irei te ajudar!- sorriu -Porque somos amigas!-

Sorri e balancei a cabeça positivamente.

Acho que é uma ajuda em dobro com Windy para encontrar a Kimi. Eu preciso encontra-la logo!