O Milênio escrita por dinhovylon


Capítulo 1
Capítulo 1




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Estava tudo escuro novamente, sentia algo molhado e quente escorrendo pelo meu nariz, até eu notar que aquilo estava entrando na minha boca, era meu próprio sangue. Quando estava retomando a consciência haviam algumas pessoas em volta, uniformizadas, outras com materiais escolares, mochilas, cadernos e etc... Elas estavam pulando agitadas, brandindo os punhos, até que pude ter certeza que uma menina posta ao meu lado gritou.

– Acaba com ele! - BUM senti algo duro e pesado vim contra meu queixo, e voltei ao chão, minha vista ficou novamente embaçada, rezei para não apagar, olhei para frente, pra ter uma visão melhor do meu agressor, reconheci na hora, era o Jimmy Waler, um dos traficantes playboys do bairro. Um cara alto, e musculoso de tanto tomar esteroides, e o desgraçado sabia brigar e não era só forte na aparência, o infeliz sabia brigar e era do time de futball da universidade conte eu estudo e todo aquele pessoal. Depois daquele soco ele foi se mostrar para sua platéia o quanto era bom. Não pensei duas vezes, peguei um taco velho de sinuca que estava de baixo de um aglomerado de aluns e explodi o bastão em suas costas. Antes que ele tivesse tempo de fazer alguma coisa, eu iria apanhar feio. Todos ouviram barulho da sirene da polícia em segundos, todo aquele pessoal que estava ali para ver a briga, tinham sumido, eu ainda estava "grogue" pelo soco daquele cara, desgraçado!

***

Era mais ou menos oito e meia da noite, eu estava na delegacia de polícia de Ferguson, á cidade onde eu moro, fica no interior do Missouri, dentro do condado de St.Louis. Não era a primeira vez que eu vinha na delegacia aqui da cidade, nem a segunda. Já tinha vindo por assalto, vandalismo, tráfico de entorpecente, digamos que eu não sou o tipo de cara que vai com as leis. Alguns minutos depois, ouvi um estrondo vindo na porta de entrada da delegacia, minha mãe, era uma mulher comum como todas as outras, só que aparência um pouco mais desgastada, falta de sono, por dormir pouco e fica até tarde no trabalho.

Em casa só moramos eu e minha mãe, nunca conheci meu pai e sempre que tentava falar dele, minha mãe mudava de assunto, eu e minha mão não partilhamos muitos segredos de um para o outro, acho que isso deve ser a falta de convívio. Quando era mais novo, ele me deixava na casa de algumas senhoras aqui da rua, não ia com a cara de nenhuma delas e a maioria dizia que eu iria me tornar o pior tempo de gente possível... elas acertaram. Assim que minha mãe mirou os olhos em mim, tive a impressão de ser fuzilado pelas quelas íris negras, prestes a explodir de raiva.

– JOSEPH, DE NOVO? SEU DESGRAÇADO, IMBECIL, QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? - Ela praguejava alto, vociferando, todos dentro da delegacia na área da recepção olhavam pra ela, como se fosse louca.

Depois que fui liberado, sai ás passadas brutas pelo piso do local, entrei pela porta do passageio pelo carro Fiesta 2003 da minha mãe, e estava disposto a mandar aquela mulher ir se danar, se ela falasse alguma coisa, pela minha sorte e a dela, ela percorreu o caminho todo em silêncio. A gente morava numa casa simples, na rua Dr. Saint Louis, n° 188. Assim que passa a porta de entrada, você se depara com a sala, um hack, com uma televisão velha (Tv á gato) um jogo de sofás e alguns enfeites da minha mãe, joguei a mochila no sofá, rezando que minha mãe fizesse alguma objeção, ela estava calada demais... não seis e me preocupava ou se me irritava. Subi pro meu quarto, chequei meu computador pra ver se tinha alguma mensagem e adivinha? Nada... como sempre, me despi das roupas da universidade, por algum motivo, me interessei em lê o brasão que estava escrito na camisa o nome da instituição:"St. Louis Community College–Florissant Valley Campus ". Amassei a camisa e joguei com tudo dentro do guarda roupa, coloquei um shorts tectel e um casaco preto, totalmente velho e esgaçado, só para dormir, estava fazendo frio naquela noite. Desci uma duas vezes, à primeira para jantar a segunda pra te certeza que minha mãe já tinha se trancado no quarto, subi correndo pro meu quarto, abri de novo meu guarda roupa, de baixo das pilhas e pilhas de roupas sujas, um saquinho com algumas ervas verdes, não que eu me orgulhasse muito do que fazia mas, aquilo era a única coisa que me deixava na realidade, dizendo que realmente eu existo e não fazer alguma loucura maior.

Enrolei um pouco da erva num fino papel de seda, acendi a ponta da planta, pra ter certeza, de começo deu um forte puxão, concentrando a fumaça por uns dez segundos no pulmão, depois exalei bem devagar pelo nariz, como isso me relaxava, coloquei o baseado na estante de roupas, destravei a janela de vidro que estava emperrada e enferrujada. Saindo pela janela do meu quarto, tem um telhadinho bem de frente, costumo ficar ali todas as noites como essa, olhando o vazio da minha rua, coloco meus fones de ouvido, fico tragando meu baseado... pra mim não existia coisa melhor.

Não, não, não... acho que finalmente a fumaça desse maldito baseado subiu a cabeça, eu fiquei louco? E-eu acabei de ver um cara, na minha frente, na casa da frente quer dizer, parecia ter asas, num piscar de olhos ele estava ali, no outro ele sumiu dai veio a voz na minha cabeça: "Joseph... você não está só, eu prometo."


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Notas finais do capítulo

Aah, ainda não acabou... parece que marquei terminar, sem lê o aviso... :(



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