Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 8
Fogo




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Pov Joe:
Parei o carro na frente do sobrado e Clary olhou-o de um jeito estranho. Saltei para fora e ela também batendo a porta em seguida.
–Lar doce lar. – falei. Ela se encolheu, parecia estar com frio e sua pele começava a aparecer pequenas bolinhas e seus pelos estavam arrepiados. Tirei minha jaqueta e passei ao redor de suas costas. – Ta tudo bem?
–Tudo. – disse ela.
Subi os degraus da frente e já fui abrindo a porta que estava escancarada. Franzi a testa tinha algo de errado. Reduzi a velocidade de meus passos e Clary já foi caminhando atrás de mim fazendo barulho.
–Xiiu! – falei com o dedo na boca. Ela assentiu. – María?
–Quem é María? – perguntou ela.
–A mãe de Luke e nossa empregada. – respondi ainda tentando ouvir reposta. Entrei na sala e estava tudo escuro, acendi as luzes e pela primeira vez vi a luxuosa sala revirada, almofadas no chão, TV de plasma quebrada e vários DVDs no chão. – Tem algo errado.
–Percebi. María devia ter arrumado esta bagunça. – disse Clary sem pensar e acabei rindo.
–Não é isso tola. – respondi. – Só evita fazer barulho até eu averiguar ok?
–Ok.
Caminhei até a cozinha e acendi a luz, ouvi um Tic Tac vindo de algum lugar. Antes de sair de casa eu tive certeza que não tinha havia ouvido esse barulho. E toda a gangue havia saído para uma reunião em um armazén aqui perto. Droga. Eu suspeitava, mas não podia ser. Respirei fundo e senti o cheiro de gás, voltei rapidamente para a sala. Clary estava colocando as almofadas de volta no sofá.
–Deixa isso. – falei.
–Mas por que... – eu a peguei pela mão e fui puxando para o corredor que nos levava até a saída. Quando pisamos na calçada ouvimos um barulho de explosão e logo em seguida os vidros da casa se estilhaçaram a nossa volta. Agarrei Clary e a abracei me inclinando para protegê-la.
Quando os barulhos cessaram, só podemos sentir o calor que vinha da casa e o barulho de fogo queimando. Abaixados perto de meu carro, Clary levantou sua cabeça ao mesmo tempo em que eu olhei para a casa que pegava fogo.
–Droga... – sussurrei. – Você está bem?
Ela me olhou e arregalou os olhos em seguida.
–Você está sangrando... – disse ela tocando em minhas bochechas. Seu toque fez o corte doer ainda mais. – Me desculpe.
–Tenho que ligar para Santiago. – falei soltando-a e pegando meu celular. Levantamos-nos e ela se se encostou ao carro enquanto eu esperava impacientemente Diamond atender.
–Alô? – disse a voz do outro lado da linha. – Cara eu to ocupado. – ao fundo só se ouvia um grande silencio. Ele e Anne não deviam estar mais na festa.
–Aconteceu... Uma coisa. – foi à única frase que consegui falar diante a casa.
–O quê? – ele perguntou impaciente. – To ocupado.
–Explodiram o sobrado.
–Explodiram o quê? Já estou indo para ai. – gritou ele furioso e logo em seguida desligou.
Clary mordeu os lábios com uma expressão de medo. De repente começou a chorar e eu a abracei novamente. Ela devia ter ficado tão apavorada quanto eu, no seu caso é diferente ela não estava acostumada a escapar da morte por um triz.
–Ta tudo bem... – sussurrei.
–A gente não devia ter saído da festa... – gaguejou ela.
–Não. – eu respondi. – Eu salvei você.
Suas mãos me apertaram e confesso que gostei de perceber sua pegada forte. Minha vontade era matar, esganar Kevin. Mas ele devia ter me avisado. Ele devia ter tanto me avisado quanto Santiago. Só podia ser trabalho do pai dele, aquele velho cretino. Isso, Kevin me avisou que Owen atacaria o sobrado, e me esqueci devido aos problemas decorrentes desses últimos dias. Merda.
–Obrigado. – gaguejou ela.
–Você não teve culpa ok? Só acho que vivemos muitas emoções para um dia só. Vou te levar para casa.
–Não. Eu quero ficar com você. – disse ela apressadamente e me apertando ainda mais.
–Calma. Nada vai acontecer a você Clary! – falei pausadamente querendo acalmá-la.
–Promete?
–Se quiser eu passo a noite com você. – seus olhos castanhos me fitaram com surpresa. Ela deve ter pensando algo em duplo sentido. – Não desse jeito que pensou.
Clary balançou a cabeça e fungou em meu pescoço.
–Vamos não podemos ficar aqui. – falei olhando para a enorme fumaça que começava a deixar a casa rumo ao céu estrelado.
Afastei-me entrando no carro e ela entrou do outro lado. Tentei dirigir da forma mais calma possível, meus nervos estavam à flor da dele. Como isso pode ter acontecido, estou sem casa. O único lugar onde eu poderia me refugiar era ali e os Romenos acabaram com isso. Quero dizer, Owen. Se ele pensa que deixarei barato eu me lembrarei muito bem disso quando tiver a chance de pega-lo.
Parei de frente a casa de Clary. Ela levantou seu olhar para o enorme sobrado de janelas gigantes e depois para mim.
–Vem... – disse abrindo a porta e saindo. Em outras circunstâncias eu estaria pulando de alegria e de ansiedade de colocar minhas mãos naquele corpo. Mas deste jeito não. Ela estava confiando em mim e eu não a deixaria se arrepender. Tranquei todas as portas de meu carro e a segui jardim adentro.
Ela parou diante da porta e procurou suas chaves e destrancou. Virou-se para mim e sorriu.
–Por sorte minha mãe ainda não chegou. – respondeu.
–Que bom. – falei.
–Se sua casa está destruída, aonde vai ficar agora? – perguntou entrando na casa seguida por mim.
–Eu não sei talvez num motel ou alugar um apartamento. – respondi.
Ela acendeu as luzes e percebi que sua casa era bem melhor que o sobrado. A sala era da cor cinza, preto e branco. Sofás de couro, uma TV de plasma gigante. Um tapete de aparência cara. Separada por um balcão de madeira pura estava à cozinha. Pequena mas também chique.
–Antes de minha mãe comprar esta casa. Um casal recém casado morou aqui. – disse ela percebendo minha curiosidade. – Quer beber ou comer algo?
–Não. – balancei a cabeça. – Não precisa se preocupar.
Ela caminhou até uma escada de mármore, e tirou os tênis carregando-os nas mãos. Segui-a até terminarmos de subir a escada e me deparei com um extenso corredor. O piso era de madeira e as portas brancas e cheias de desenhos feitos a mão. A primeira porta do corredor era o quarto de Clarice, pois estava aberta e foi onde ela entrou primeiro. Quando a passei trancou a porta.
–Se minha mãe abrir a porta está ferrado. – disse acendendo a luz e me olhando. – Tudo bem?
–Nada. Só estou tendo a certeza de que é uma patricinha.
Todos os móveis de seu quarto eram brancos, e as paredes rosa com detalhes de gesso no teto. Enormes janelas do chão até o teto que tinham a visão de praticamente todo o bairro. De frente para sua penteadeira tinha um espelho que também ia do chão ao teto e tudo parecia tão feminino que tive vontade de vomitar.
–Bem... – ela prendeu o cabelo num coque e tirou sua gargantilha do pescoço deixando-a na penteadeira. –Dorme aonde?
–Com você?
Ela corou e olhou para as suas próprias mãos.
–Vou buscar um cobertor reserva e um travesseiro. – disse saindo do quarto como um furacão.
Tirei meus tênis e deixei no chão, fui até uma das janelas observando a vista. Eu nunca tive uma vista assim, as luzes dos postes e dos prédios piscavam. Meu celular em meu bolso vibrou e atendi no primeiro toque:-Alô? – perguntei.
–Joe... Eu to aqui em frente ao sobrado. – disse Santiago. – O que diabos aconteceu?
–Eu não sei. Ligou para Kevin?
–Liguei. Ele disse que não sabia de nada, pelo visto o pai dele está agindo sem consultar o filho.
–Isso é ruim. Quer dizer que o velho suspeita dele. Onde vai passar a noite?
–Na casa de minha mãe né? E meu pai também. Parece que os dois vão reviver os velhos tempos. – ele se calou e pareceu falar com alguém. – Onde você vai dormir?
–Na casa de Clary.
–Já vai comer a mina? Cara vocês mal começaram um relacionamento.
–Eu não vou comê-la. – sussurrei querendo que ela estivesse bem longe para não ouvir isso. – Aliás, amanhã a gente se fala.
–Ok. – ele desligou e guardei meu celular no bolso. Santiago era sincero até demais. Clary voltou depois de um tempo e jogou o travesseiro e o cobertor na sua cama king size. Olhou-me de cima a baixo e jogou para mim um par de calças de moletom.
–Bom, é de meu padrasto, mas acho que serve em você. – disse ela. – Bom eu vou trocar de roupa.
Ela pegou o que aparentava ser um short e uma regata e saiu do quarto. Tímida. Parecia que estava deixando seu lado arrogante de lado e isso era ótimo para mim. Tirei minhas calças jeans e vesti o par que ela me entregou. Até que serviram, só ficaram caindo um pouco na cintura. Tirei a regata que estava suja e ela voltou vestindo um baby-doll bem justo ao corpo. Percebendo o meu olhar ficou vermelha e foi em direção a cama.
Fui até o interruptor ao lado da porta e apaguei a luz, a única iluminação vinha do poste de luz do lado de fora. Fechei a porta e tranquei. Ela se encolheu na cama e pareceu sussurrar algo. Aproximei-me da cama e me deitei entrando debaixo das cobertas junto com ela que se afastou como se eu fosse um bicho papão querendo caçá-la.
–Krueger? – perguntei. – Eu não vou machucar você.
–Não é isso. – disse ela. – Eu só nunca dormi com um cara. Então se manter distância de mim agradeço.
–Ok. – assenti. Eu não ia insistir.
Fiquei olhando para a vista da janela enquanto ela se deitou de barriga para baixo e bufou.
–Por que... Explodiram sua casa? – perguntou ela.
–Eu tenho inimigos.
–Para quê, eles te deixariam sem casa?
–Eu não sei. – respondi. – Não tem um motivo certo.
–Do que adianta explodir a casa se não tinha ninguém dentro? – perguntou novamente.
–Eu não sei. Mas a gangue é muito maior que o pessoal que morava na casa. Afinal é praticamente o bairro inteiro. Não interferiu em nada, apenas nos deixou sem moradia. – respondi.
–Por mim você ficaria aqui, mas acho que minha mãe não vai concordar. – disse ela e acabamos rindo.
–Eu também acho. – olhei para o teto e uma pergunta de repente veio a minha cabeça. – Posso te fazer uma pergunta?
–Claro.
–Você é mesmo virgem? – perguntei e sei que suas bochechas se arderam de vergonha. Eu não podia ver, tinha certeza disso.
–Porque isso agora? – perguntou como se estivesse sussurrando.
–Porque eu quero saber. – respondi.
–Está interessado em tirar minha virgindade é isso?
–Se você quiser...
–Joe! – gritou espantada. – Por favor, vá dormir.
–Me responda e eu prometo que vou!
–Eu sou. – respondeu. Acabei fechando os olhos e sorrindo.
–Eu também gostaria de ser. – sussurrei.


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