Pov Joe:

Quando acordei na manhã seguinte a loira ainda estava em meus braços. Esfreguei os olhos e bocejei que horas são? Levantei-me sem querer acordá-la e peguei minha cueca no chão vestindo-a em seguida, meu celular estava no chão também, disquei o número de Santiago. Fui até a sacada do quarto vendo a vista do deserto americano.
–Alô? Joe você disse que ia me ligar depois.
–E o que eu estou fazendo? – o sol da manhã quase me cegou, pisquei um pouco até minha visão se acostumar.
–Esquece.
–Esquecer? Tu ferras seu relacionamento com a ruiva e vem chorar as magoas comigo? Aprende a ser homem cara.
–Ah. Onde você está?
–Sei lá. Uma paisagem deserta parece que eu to perto de Los Angeles.
–Dois dias viajando para isso?
–Não. To só seguindo a droga do GPS. – respondi. – Agora eu vou desligar porque vou vazar.
–Ah Joe. Eu não quero ser fofoqueiro nem nada... - como se ele não cuidasse da vida dos outros. -Um cara me contou que viu Kevin beijando na Clary.
–Kevin o quê? – gritei arregalando os olhos.
–Ah... Aprende a ser homem cara. – disse ele antes de desligar. Aquela frase era minha! Como assim Kevin beijou Clary? Minha Clary. Minha vontade era jogar o telefone longe, me lembrei que ia precisar dele. Disquei o número da ruiva que atendeu no ultimo toque.
–Alô? Ligue depois estou na missa.
–Anne.
–Joe? – ela parecia surpresa. – Porque está me ligando?
–Porque eu não tenho o número de Clary e preciso falar com ela.
–Ah... – ela pareceu sussurrar algo. –Estamos na igreja e tive que vir até aqui fora atendê-lo.
–Chame Clary, por favor, Anne não custa nada.
–Entendeu a parte igreja? Se você não freqüenta uma o problema é seu. Ligue daqui à uma hora e talvez eu a deixe falar com você. – e desligou na minha cara. Sinceramente as duas se mereciam de tão arrogantes que eram.
Voltei para o quarto e peguei minha calça e vesti. Enfiei meu celular, minha carteira e minhas chaves no bolso. Fui até o banheiro e lavei o rosto, voltando para o quarto Karina dormia completamente nua debaixo dos lençóis. A idéia me excitou, mas molestar uma garota dormindo não era minha praia. Peguei minha regata perto da porta e a passei pelo pescoço terminando de vesti-la já fora do quarto.
Fiz meu caminho de volta para o carro e estava morto de fome. Só ia comer na próxima parada, quanto antes eu chegar à fronteira, melhor.
[...]
Parei num posto de gasolina e enquanto abasteciam o carro entrei no restaurante dali e resolvi almoçar. Depois do almoço, peguei meu celular e disquei o número de Anne, já era meio-dia.
–Ah você de novo não... – resmungou ela.
–Posso falar com ela agora? – perguntei encostado no carro.
–Vou passar. – ela gritou algo e logo em seguida ouvi uns chiados. Estavam sussurrando, as duas.
–Oi Joe. – respondeu Clary depois de um longo tempo.
–Eu viajo por dois dias e você já beija quem não deve?
–O quê? – perguntou ela. Anne pareceu rir ao fundo, porque as garotas tinham que deixar suas amigas ouvir suas conversas.
–Kevin. – falei pausadamente e ela suspirou do outro lado da linha.
–Foi um acidente.
–Carros batem em motos, motos batem em postes. Incêndios acontecem, mortes acontecem, isso são acidentes. Agora uma pessoa não beija a outra por acidente.
–A não ser que seja obrigado, que tenha uma arma apontada para sua cabeça.
–Ele fez isso com você? – perguntei ficando cada vez mais furioso.
–Não Joe, eu o beijei porque eu quis.
–O que...
–Está com ciúmes? Você é muito hipócrita Joe... Aposto que não está sozinho nessa viajem. Deve ter achado uma puta para se divertir. E não venha com essa, porque eu sei muito bem que fez essa viajem para FICAR LONGE DE MIM!
–Clary...
–Não. Não me chame assim, a partir de hoje é Clarice! E boa viajem Joe.
–Clary para de... – ela desligou na minha cara. Não acredito. Eu dei um soco na lataria do carro e amassou. Joe 2 X Clary 2. Ela estava empatando comigo. E esse jogo não ia ficar assim.
Voltei para dentro do carro e segui meu rumo.