Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 15
Meu irmão!




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Pov Clary:

O homem se endireitou na cadeira e fez um gesto de mão para Kevin.
–Deixe-nos a sós. – disse e o garoto ainda discordou, saiu assim mesmo. Algo me dizia que ele estava ouvindo a trás da porta. – Então...
–Meu nome é Clarice Krueger... – comecei e sua expressão mudou para totalmente interessado.
–Krueger? – repetiu pensativo e olhando para algum ponto que eu não conseguia decifrar. – Qual o nome de sua mãe garota?
–Marylin. Marylin Krueger. – falei firme e forte e totalmente orgulhosa de nossos nomes.
Ele ficou boquiaberto e virou a cadeira voltando a olhar para a janela e me dando as costas. Ah... Valeu pela atenção! Mordi os lábios, eu estava em terreno perigoso, muito perigoso e qualquer passo em falso eu cairia. Aquele silêncio estava me matando, droga aonde eu fui me meter. Com certeza ele ia me matar em seguida e me preparei para quando ele virasse e acertasse um tiro em meu peito. Percebi que lá fora na pista de dança tocava TKO de Justin Timberlake e quase comecei a cantar quando ele virou a cadeira e me olhou de cima a baixo.
–O que faz aqui?
–Minha mãe me contou a verdade sobre meu pai! – falei.
–E o que veio fazer aqui?
–Pensei que o senhor soubesse. – falei.
–Clarice. – ele se levantou e um tremor me percorreu. – Você não sabe o quanto eu quis conhecê-la e o quanto a procurei durante estas semanas...
–Minha mãe disse que você não queria me conhecer. – ótimo eu estava à frente de meu suposto pai.
–É pura mentira. Eu sempre quis conhecê-la. Por mim eu tinha levado você e sua mãe junto comigo quando fugi, eu não podia colocá-las em risco.
–Fez muito bem! – exclamei. – Deixou-a acreditando que estava morto e ainda por cima eu fui descobrir, ontem quem era meu pai!
–Clarice eu juro por tudo que é mais sagrado. – quem ainda usava essa expressão? Minha avó? – Eu a procurei, e a sua mãe também. Mas Harry...
–O meu padrasto.
–Então é isso? – ele abriu os braços. – Eu fujo e confio a ele a vida das duas mulheres mais importes de toda a minha vida e ele assume controle sobre elas. Sendo seu padrasto e noivo de Mary?
Respirei fundo e desatei a bandana de meu pulso.
–Eu não tenho nada haver com isso. Você não estava presente, o único pai que eu tenho lembrança de ter era meu avô e ele morreu, foi o pior dia da vida da minha mãe. Ela chorou, e quase se matou junto. Você não estava presente quando fiz um cartão dos dias dos pais e quando cheguei em casa tive que jogá-lo no lixo porque eu não tinha um pai para entregar.
–Clarice eu sinto muito.
–Clary! – alertei. – Apenas Clary! – ele olhou para baixo e se apoiou na mesa.
–Eu amava sua mãe e ainda a amo.
–Por que não vai atrás dela?
–Ela jamais me perdoaria depois de tudo. Ela não quer um marido que pode morrer durante seu trabalho, que pode nunca mais voltar para casa depois de um dia de trabalho. – respondeu. – Eu sinto muito, as circunstâncias foram essas.
–Porque não ficou? Não cuidou de mim e de minha mãe?
–Meus inimigos iam acabar matando todos nós. – disse ele voltando seu olhar para mim. – Deixe-me abraçá-la. Vê-la de perto.
Eu não senti, mas percebi que já estava chorando. Aproximei-me dele e ele passou os braços ao meu redor me aconchegando. Eu acabei desatando a chorar como um bebê. Essa era a sensação de abraçar o homem que nunca esteve presente na minha vida, que eu não sabia que existia até agora e que realmente parecia me amar.
–Escute. – disse ele me soltando. – Eu vou pedir para que Kevin a leve para casa.
–Não... Eu estou com minha amiga lá embaixo. – respondi.
–Clary, eu quero muito ser o seu pai. Quero muito recuperar o tempo perdido. Podemos, nos ver amanhã? Conversar?
Assenti com a cabeça. E ele sorriu. Mas não aparentava estar a ponto de chorar.
–Acho que deve desculpas a minha mãe.
–Escute, eu prometo que vou abandonar essa vida, acabar com a gangue. Deixá-la. – disse ele pausadamente. – E então vou assumir vocês duas e vamos morar bem longe daqui. Nós e bem... Kevin.
–Como vai fazer isso, disse que seus inimigos não te deixariam em paz? – lembrei-me dos Touros, de Joe e de todo o resto.
–Eu vou acabar com todos. Me dê apenas um mês.
Acho que fiquei boquiaberta, pois ele me abraçou novamente.
–Não se preocupe. É o preço que vou ter que pagar para ser um homem livre.
Quando ele me soltou, caminhei até a porta. Ele passou por mim e a abriu, todos na outra sala nos encaravam. Todos com olhar de respeito diante ao chefe, e alguns com desprezo por causa de mim. Entreguei a bandana a Owen, digo, meu pai. Kevin que estava encostado na porta e como eu havia sentido, escutara toda a conversa sorriu.
–Kevin leve-a para casa. – disse Owen. – Depois volte, temos o que conversar!
Owen entrou na sua sala e fechou a porta. Kevin se aproximou e esperou que eu caminhasse a sua frente. Ele me seguiu e saímos de lá, os seguranças me olharam estranho e Kevin sussurrou algo para eles enquanto descíamos as escadas. Não vi Anne em parte alguma da boate, e eu havia deixado meu celular em casa, não tinha como avisá-la.
Bom, de qualquer maneira ela estava segura ou nem tanto com Santiago. Kevin passou a minha frente e saiu da boate, eu o segui apressando o passo, pois ele estava praticamente correndo.
–Então você é minha irmã! – disse ele sorrindo. –É bom saber que meu pai acha finalmente o que ele tanto procurava.
–Ah...
–Não se preocupe. Eu não mordo. – disse ele simpaticamente. – Então já andou num Porshe na sua vida?
–Não. Apenas numa Ferrari.
–Uau. Sua mãe é tão rica assim?
–Não. O carro dos pais da minha amiga! – falei. E vi que nos aproximávamos do tal Porshe, o carro era todo preto e eu gostei. Achei legal.
Ele fez a gentileza de abrir a porta para mim e depois fechá-la. Como ele parecia Joe em quase tudo, a diferença era que seus olhos eram negros e seus cabelos castanhos, além dele parecer um pouco mais musculoso, mas esse detalhe passou despercebido. Ele entrou e já foi ligando o carro.
–Coloque o cinto. – avisou e eu o fiz.
Enquanto nos distanciávamos da rua da boate o silêncio entre nós pesava ainda mais o ambiente.
–Então Krueger... – Droga ele realmente era muito parecido. – Onde mora?
–No condomínio de casas, zona norte.
–Hum... Sua mãe deve ter bastante dinheiro.
–Sim comparado ao tanto que ela se mata de trabalhar. E a sua mãe?
–Ela morreu. – Merda. O silêncio reinou novamente. – Não se preocupe, eu não me importo ela só sabia me maltratar mesmo.
–Ah... – olhei para minhas mãos.
–Então... O que meu pai disse a você, sobre ir morar com você e sua mãe longe daqui... Eu não vou.
Acabei rindo de sua sinceridade.
–Eu também não quero ir. Gosto daqui, das pessoas, dos lugares e de meus amigos.
–Eu também. Mas as garotas daqui dão um pouco de trabalho... – sussurrou e eu ri novamente. – Vejo que é muito alegre.
–É que você fala umas coisas idiotas.
–Eu sou idiota? – perguntou ele se sentindo ofendido. –Desculpe-me.
–Não o acho idiota. Apenas fiquei com muito medo quando te vi lá, e você me chamou de vadia.
–Perdão. Não gosto de ser gentil.
–Ah... Então está sendo gentil agora comigo por obrigação? – perguntei olhando-o nos olhos.
–Não, é porque eu realmente quero.
Mordi os lábios diante a sua revelação. Acabamos parando num sinal.
–Espero que fique longe dos Touros Clarice.
–Eu estou longe dos Touros. – falei quase rindo.
–Sei... – sussurrou.
–Aliás, eu não gosto de Clarice acho um nome de velha. Clary apenas.
–Ok, Clary! – disse ele gentilmente e tive que sorrir.
O resto do caminho foi de conversas totalmente paralelas e idiotas. Ele apenas me perguntou do que eu gostava e vice-versa. Quando ele parou na frente de minha casa, um frio passou por minha barriga. Minha mãe não me viu o dia inteiro, devia estar uma fera.
–Tchau. – ele se inclinou para beijar-me a bochecha e eu me virei e acabei colando nossos lábios. Droga, Droga, Droga! Seu toque foi tão suave e seu gosto de hortelã era tão bom que acabei retribuindo o beijo e nenhum de nós se afastou o que foi muito estranho. Sua mão acariciou minhas bochechas enquanto a outra puxava minha trança levemente. ELE É MEU IRMÃO! Gritava meu subconsciente PARE AGORA!
Acabei me afastando quando o fôlego nos afastou.
–Isso não devia ter acontecido... – falei balançando a cabeça repetidas vezes e abrindo a porta e saindo o mais rápido que pude para não olhar para ele novamente. Corri praticamente para dentro de minha casa e quando fechei a porta minha respiração estava tão acelerada que demorou alguns segundos para eu me acalmar.
Fui até a janela da sala vendo seu carro sair em seguida. DROGA, DROGA, DROGA. Para quem não tinha uma vida nenhum pouco emocionante minha vida estava começando a se tornar emocionante demais nos últimos dias.
–Clarice Krueger! – a voz de minha mãe me assustou. Ela estava sentada no balcão da cozinha jantando sozinha com uma taça de vinho, até de pijama e com o cabelo despenteado minha mãe ficava linda e sexy. Eu devia estar vermelha, eu estava morrendo de vergonha, eu beijei meu irmão! – Que cara é essa?


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Notas finais do capítulo

Nossa vocês são rápidos. Nem pude deixar o mistério no ar.