Ao ver Cobra, Jade ficou em choque, sem reação, apenas o olhava com os olhos arregalados.

– Jade... - disse Cobra

– Oi. - A bailarina olhou pra baixo, tirando sua mão, que Cobra segurava. Ela ainda parecia magoada.

– A gente precisa conversar! - disse Cobra

– Não temos nada para conversar. Eu vou embora! - disse pegando a bolsa e se levantando, mais Cobra a segurou.

– Por favor! - Cobra falou e Jade virou - se para encara - lo. Ela não resistia, ele fez uma carinha muito fofa. "Esse garoto me deixa louca" pensou. - Eu prometo, só um minuto. Me escuta.

– Tá. - disse ela, e no rosto de Cobra um sorriso enorme apareceu. - Mas... Tem que ser em outro lugar.

– Claro. - disse ele, pegando na mão da garota puxando - a para fora dali

Eles saíram da festa e atravessaram a rua, e sentaram - se no banco de uma praça que tinha ali perto.

– Fala logo. - Jade não olhava nos olhos do lutador, sabia que fraquejaria.

Cobra suspirou

– Vamos lá. - ele deu uma pausa. - Jade, você sabe que... Eu gosto muito de você, e...

– Ai Cobra estou sem paciência para os seus discursinhos. - ela estava prestes a se levantar mais ele não deixou.

– Por favor não vai embora! Você tem que me escutar. - Jade ainda olhava para baixo. - Olha pra mim.

Jade levantou a cabeça, e finalmente olhava nos olhos do rapaz.

– Eu não consigo parar de pensar em você... Eu me arrependo muito do que eu fiz! Você sabe muito bem que eu te amo... Eu não queria isso, mais aconteceu. Antes eu me preocupava só comigo mesmo, não estava nem aí pra ninguém, só fazia coisa errada. Eu sei que não me tornei nenhum santo, mais depois que você apareceu, tudo mudou! Passei a sentir uma coisa que eu nunca tinha sentido antes! No começo eu tinha medo, mais agora o que eu mais quero é ter você do meu lado... Todos esses dias sem te beijar, sem te tocar, eu vi que sem você eu não sou nada, minha dama... E eu sei que você também não me esqueceu.

– Cobra... - Jade olhou para baixo, estava com os olhos cheios de lágrimas.

– Olha pra mim. - Cobra levantou o rosto da menina. - Olha nos meus olhos, e diz que não me ama mais.

– Não vou dizer isso. - parou por um segundo. - Porque não é verdade.

– Então.... Me perdoa! Eu juro, que se acontecer de novo, eu saio da sua vida e não te procuro mais. Me dá só mais uma chance!

Jade ficou um tempo em silêncio, uma tortura para Cobra.

– Eu... Também não sou nada sem você vagabundo. - dito isso, Jade deu um beijão em Cobra.

Joaquina, que observava de longe comemorava.

– Mais não pensa que eu esqueci... - disse Jade se afastando um pouco. - Aquilo doeu muito Cobra, se você me trair de novo...

– Não pensa nisso. Isso nunca mais vai acontecer! Eu te prometo. - ele acariciava os cabelos da menina

– Você se lembra de quantas vezes me fez promessas?

– Dessa vez é diferente... Jade eu não estaria aqui se eu não tivesse certeza que eu quero você comigo.

Tinha verdade nos olhos de Cobra. Jade nunca o tinha visto assim, tão apaixonado, tão sensível. Realmente ele mudara muito, apesar de continuar sendo um vagabundo, o seu vagabundo. "Quem diria Vagabundo... No começo era só diversão, troca de favores... O destino realmente brinca com as pessoas"

Os dois saíram de carro, mais o caminho era totalmente diferente da casa de Jade.

– Para onde você está me levando? - perguntou

– É surpresa! - respondeu deixando a menina curiosa.

Durante todo o percurso, Jade tentava descobrir o que Cobra estava aprontando, sem sucesso. Cobra podia ser um pouco linguarudo, mais conseguiu não contar, e Jade ficou um pouco irritada. Ela cruzava os braços como uma criança enraivada, e Cobra se divertia. Ele realmente tinha planejado tudo direitinho. "Só você mesmo pra me fazer ficar tão careta minha dama.." pensou

Chegaram na praia, e Jade estava com os olhos tampados pela mão de Cobra. Ao abrir os olhos, Jade ficou encantada, não esperava isso de Cobra, não é muito a cara dele fazer um jantar romântico a luz de velas, na praia.

– Que lindo Cobra! - disse ela sentando na areia

– Sabia que você ia gostar... - disse sentando ao lado dela

– Convencido!

Estava um pouco frio, afinal já era quase de madrugada, mais eles não se importavam. Só queriam aproveitar aquele momento. Eles estavam com muitas saudades um do outro, e agora estavam juntos de novo.

– Você sempre me surpreendendo. - Jade deu um selinho no rapaz. - Eu adorei!

– Que bom... Apesar de eu achar meio gay, mais se você gostou... - respondeu e os dois riram

– Ah... Esse é o Cobra que eu conheço. - disse comendo uma uva. - Já estava estranhando. Estava parecendo um príncipe, não um vagabundo.

– Mais e você, prefere o príncipe ou o vagabundo? - disse ele

– Foi pelo vagabundo que eu me apaixonei. - respondeu Jade e os dois se beijaram.

E os dois se entregaram um para o outro ali mesmo, sem se importar se alguém aparecesse. Naquele momento só existia eles, nada mais importava a não ser aquele amor, que tanto demorou para ser descoberto. Um vagabundo rebelde, sem coração que vivia intensamente e uma dama trapaceira, que fazia qualquer para conseguir o que queria, ambos não acreditavam no amor, mais tudo mudou depois que se conheceram.

No dia seguinte, acordaram abraçados totalmente nus. Se assustaram ao ver um homem que os observavam.

– Desculpa. - disse o homem. - É que, é bem diferente ver um casal assim... Sem nada tão cedo na praia. Sorte de você que eu sempre sou o primeiro a chegar e... - o homem riu

– Tá a gente já vai. - disse Cobra

Os dois se vestiram e estavam indo em direção na casa de Jade, rindo do que havia acontecido. No momento ficaram morrendo de vergonha, mais depois aquilo era motivo de piada. Depois de dois meses, voltaram a sorrir com verdade.

....

Cobra estava atrasado, o rapaz estava tão concentrado em seu treino que acabou perdendo a hora. Quando viu que já passava das 14:00 horas, tirou os equipamentos e saiu correndo sem ao menos falar com o mestre Gael. Enquanto dirigia olhava o celular, 15 chamadas perdidas de Jade "Ai meu deus... Ela vai me matar" pensou ele. Cobra dirigia feito louco.

Enquanto isso, Jade estava em casa á espera do rapaz, impaciente. "Ricardo Cobreloa... Eu vou te matar" pensou. Minutos depois, Cobra abre a porta do apartamento, assuntando a garota.

– Minha dama desculpa, eu juro que na próxima eu chego na hora... - Cobra chegou se explicando, sabia que levaria uma bronca de Jade.

Ele estava falando tão rápido e tão engraçado que ao invés de brigar, ela deu risada.

– Depois a gente conversa! Agora vamos logo! - disse saindo apressada.

– Calma! Você não pode correr! - Cobra corria atrás dela, com a bolsa da garota, que nas pressas quase ia esquecendo.

– Ai Cobra! Dirige devagar! Se não nem eu e nem seu filho vamos chegar vivos. - disse Jade segurando a barriga de três meses

– Mais se eu dirigir devagar a gente perde a consulta. - disse ele

– Por culpa de quem? - Jade suspirou. - Eu já liguei pra médica... Ela disse que espera.

Ao ouvir Jade, o lutador seguiu mais tranquilo. Os dois chegaram e já foram atendidos.

– Desculpa o atraso doutora. É que o pai é meio desinteressado. - disse Jade fuzilando o namorado com o olhar.

– Sem problemas. - disse a doutora rindo.

– Olha, só para deixar claro. Eu estava treinando, aí... - explicava Cobra pausadamente sendo interrompido por Jade

– Tá bom Ricardo. - disse Jade se segurando para não rir, recebendo um olhar do tipo: "Ricardo?"

– Bom, agora vamos saber como anda esse rapazinho ou mocinha. - disse a Dra. Rosana. - E você mamãe, como está?

– Ah, eu estou bem, só um pouquinho enjoada. E também... Me sentindo gorda, ele quer comer toda hora!

– Ela é muito teimosa! Mais é só ela ficar sem comer para ela ver... Faço ela comer na marra! - disse Cobra

– Isso é normal. - disse Rosana rindo. - Mais é importante para a saúde do bebê você se alimentar bem! De preferência comida saudável.

– Ok. - disse Jade com a cabeça baixa

– Agora deite - se na maca. Vamos ver o sexo do bebê?

– Vamos! - Cobra e Jade responderem juntos sorrindo.

Depois de todo o processo, foi revelado o sexo do bebê. Cobra e Jade haviam apostado, e segundo ele, seria uma linda bailarina, já ela achava que era um mini - lutador, pelo o formato da barriga, confiando nas amigas da Ribalta, que tinham certeza que era um menino. Mais para eles, independente de ser menino ou menina, seria muito bem - vindo.

– Parabéns! Você está esperando uma menina Jade! - disse Rosana sorrindo.

Cobra e Jade não conseguiram esconder a emoção.

– Ganhei 100 reais! - sussurrou Cobra no ouvido da garota

– Cala a boca idiota! - disse ela e os dois riram

Eles saíram do consultório com o maior dos sorrisos, e quando chegaram em casa Cobra conversava com a filha.

– Oi princesa! Não sou muito bom em conversar com crianças, mais... Eu quero dizer que o papai te ama muito! - disse ele e Jade sorriu.

– Eu estou muito feliz... - disse Jade que estava deitada no sofá. - É claro que ter um filho não estava nos meus planos, mais só de ter você aqui comigo nesse momento, me sinto completa.

– Nunca quis ser pai, mais agora... Vendo sua barriga crescer a cada dia, tudo o que eu mais quero é ter vocês duas comigo para sempre! - disse ele e os dois se beijaram.