Miley escrita por Nymeria Martell


Capítulo 4
Cap. 4: Fico maluca e acabo com a minha vida


Notas iniciais do capítulo

"Vou para casa, está na hora de excluir algumas lembranças e perder minha família para sempre."



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Ela me leva para sua casa. Acabo conhecendo sua família. Sua mãe de criação se chama Dakota, ela é legal e bonita, talvez muito nova para ser sua mãe. Seus cabelos são castanhos cacheados, seus olhos cor de pérola. Deve ter trinta anos.

Sua avó Tereza, mãe da Dakota, é sabia sincera e diferentemente divertida. Tem os cabelos brancos, mas continua em boa forma, tem os olhos iguais aos da filha.

Não vi nenhum homem na casa. Mas Nique – apelido para Dominique – me diz que tem um irmão.

− E tem mais um membro – Dizia Tereza – mas ela está ausente. Fui passear com a mãe.

Nesse instante Harris rosnou, parecendo detestar essa ideia.

− Avó, Miley diz que gostaria de… daquilo.

Olho para ela confusa.

− Mas ela sabe? Da nossa… coisa?

− Não faço ideia – Digo – Mas quero fazer o bem sendo malvada, essa vida não me agrada mais. Nique disse que poderia me ajudar.

− Venha querida, − chamou Tereza indo para o porão – Vou lhe contar uma história.

Sigo-a, mesmo desconfiada e nervosa.

Entramos num lugar escuro, ela acende um candelabro e vejo que o local é magnificamente assustador.

As paredes são roxas e pretas, há um armário com varias pedras e ervas, vejo amuletos e símbolos estranhos.

− Nossa família é de uma longa geração de justiceiros. Nós, as mulheres sempre fomos e seremos bruxas. Oh! Não se assuste querida. Nossos homens eram espécies de ninjas. – Ela ri com minha expressão – Sim, sim. Ninjas diferentes, mas ninjas. Você já viu uma espada samurai? – Ela me entrega uma. – Eles usam isso. Pra que? Vou lhe explicar.

Ela me faz senta em um banquinho.

− Há muito tempo, existiam dois clãs inimigos. Japoneses. Nossa família era um deles. O outro era um clã que não pregava magia alguma. Só eram bons em lutar. Já o nosso só pregava bruxaria. Mas tinha uma coisa em comum. Eles derrotavam o mau. Mesmo se odiando, um dia se uniram para derrotar um inimigo poderoso. Após a batalha terminar, uma bruxa e um ninja se apaixonaram. E pela primeira vez ouve uma união assim. Então cada vez mais foi se juntando os clãs, até que hoje somos um só. Mas, obviamente, sou descendente de bruxos. Você gostaria de entrar para nosso clã?

− Mas já? É que… vocês mal me conhecem e…

− Querida, há profecias. Você está em uma delas. Não somos pessoas de enrolar. É só você escolher, se disser que sim lhe ensinaremos…

− Bruxaria? – Interrompo.

− Ou artes marciais. Se não quiser aparemos sua memória, mas você vai ficar sem o cão, pra sempre.

− Achei que os homens é que lutavam…

− Olha só… há machismo em você. – Ela me olha com um olhar persuasivo.

− Por que vão me tirar o cão?

− Ele é nosso. Só saberá se aceitar.

Estou com medo. Quero muito aceitar. Mas e a minha família? Se bem que nunca fui apegada a ela.

− Nunca mais irei vê-los não é? – Sorrio amarelo.

− boa menina, quer apagar a memória deles? Para que ninguém se lembre de você?

− Sim. Acho que é o certo a fazer.

Dakota me entrega um frasco.

− Quando você por isso na comida ou bebida deles eles irão te esquecer.

− Quanto tempo demora?

− Quando eles forem dormir começara a fazer efeito.

− Ok. E o cachorro? Eles vão esquece-lo também?

Ela faz um sinal positivo com a cabeça. Eu sei que não deveria confiar em pessoas que acabo de conhecer. Mas é uma força maior que me domina. Não posso controlar.

Vou para casa, está na hora de excluir algumas lembranças e perder minha família para sempre.

Na hora do jantar despejo tudo na sopa que minha mãe está fazendo. Quando ela vai ao banheiro faço-o.

Vou até meu quarto e pego tudo de importante para mim, roupas, calçados, maquiagem, etc.

Vou ao banheiro pegar meu shampoo, mas Thiago me esbara pelo caminho.

− Oi docinho.

Dou um empurrão nele.

− Me deixa. Idiota.

− O que ouve Miley? Por que esta agindo assim? Se é por causa da bronca de…

− Peguei você com outra. Você só estava me usando! Seu cretino…

Nesse momento meu padrasto surge no corredor. Ele dá uma encarada. Estou presa na parede e Thiago me bloqueia com os braços. Ele se afasta de mim rapidamente e sai em direção ao seu quarto.

− Ele te fez algo Miley? – Cézar me pergunta.

− Por pouco não. – Entro no banheiro e tranco a porta. Que alivio.

Cato minhas coisas e volto correndo para o quarto. Sempre mantendo o cuidado da porta fechada.

Minha mãe nos chama para jantar, desço e finjo. Mereço um premio como atriz.

− Meu bem, −diz minha mãe – não vai querer sopa?

Obviamente eu não havia tocado nela.

− não mamãe… vou apenas tomar um café.

Acabado o jantar ajudo minha mãe, os outros se retiram para dormir… pois estranhamente estão com muito sono.

Minha mãe vai dormir logo depois. Pego minhas coisas e saio, pra sempre. Agora não tem volta.

Chego à casa de Nique, ela me espera na sala com uma criança; as duas estão num colchão, deitadas. Os cabelos de Nique estão presos no alto por um elástico, está usando uma camiseta branca e um calção. Extremamente à vontade. A criança deve ter um ano, uma garotinha. Com cabelos ruivos e olhos azuis.

− Olá. – Digo sorrindo. – Ela é sua irmã? Os olhos são tão…

− Ó não, não. Ela é minha sobrinha. Filha do meu irmão.

− Eu, não sabia que ele era casado e tão velho…

− Shiu, ele não é velho. E nem casado. A mãe da criança não está por perto. Ela a vê poucas vezes ao mês.

− Hum… entendo, então cadê o pai dela?

− Presente. – Uma voz masculina diz isso atrás de mim.

Me viro com um susto. Há um cara, extremamente gato atrás de mim. Não parece ser pai, com certeza. Ele é uma mistura incrível de raças, parecido com a irmã. Mas ela é toda asiática com olhos azuis. Ele, não. Tem cabelos pretos, muito escuros. A pele é branca, mas não pálida. Seus olhos não são puxados, mas as feições deixam claramente que ele descende de asiático. Seus cabelos caem sobre os olhos sensualmente. São lisos e volumosos, mas não exageradamente. Também estão levemente espantados, o que o faz mais gato, mesmo nem querendo. Seus olhos são de um tom azul incrível, fico até com inveja. Deve ter um metro e oitenta, e ainda por cima é musculoso, não exagerado. Está com uma camisa azul clara, aberta, mostrando seu peito, um colar de identificação militar. Usa uma calça jeans rasgada, meia caída, e pés descalços. Ele esta com a cabeça jogada para trás, uma sobrancelha levantada me avaliando. Uma mão dele está com o polegar nos passadores pra cinto calça. A outra segura uma garrafa d’agua.

Como ele não para de me olhar, meu rosto fica ruborizado. Percebo que, apesar eu estar bonita, poderia ter me arrumado melhor. Vesti uma calça rasgada e manchada, coturnos marrons, uma blusa sem ombros, de manga comprida preta, com uma caveira purpura brilhante estampada. Mas não estou com nenhuma joia, nem com maquiagem. Meus cabelos tem rastafári numa pequena parte do lado esquerdo, que não vai até o fim. O que faz o cabelo todo cair para o lado direito, sim ele está azul.

− ah! Oi, prazer. Eu sou Miley. – Estendo a mão pra ele.

− É, eu sei. – Ele ignora minha mão e passa por mim. – Você já deve me conhecer, não?

Ele se vira novamente e ergue as sobrancelhas.

Não acredito que ele agiu desse jeito comigo! Será que teve má impressão de mim por conta do conflito com sua irmã? Decido não gostar dele.

− Não. – Faço uma careta e cruzo os braços.

Ele ri.

− Não nessa forma. Irmã, você não disse nada para ela a respeito de mim? – Ele fala sarcasticamente. ­­­– Estou ofendido. Permita-me dizer que já nos conhecíamos antes.

Não me lembro dele, mesmo se quisesse. Com certeza lembraria de um cara lindo de morrer e ao mesmo tempo metido e arrogante.

− Não me recordo. – Falo de um modo sarcástico, apesar de ser verdade.

Ele estende a mão pra mim, do mesmo jeito que fiz antes. O que me deixa mais irritada ainda.

− Prazer. Eu sou Taeyang, mas pode me chamar de Tae. Mas Harris… sabe, odeio esse nome que você me deu.

Puta que pariu. Não acredito, mesmo com todas as semelhanças e evidencias. Mas é. Posso ver. Esse desgraçado é o meu cachorro, o que eu dei banho, dormi junto, o que sabe dos meus segredos… e pior, o que me viu nua fazer coisas que não deveriam ser vistas.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap.:"Ele ri, olho para ele para lhe dar um sermão. Mas esqueço, nossos rostos estão muito próximos, um palmo de distancia. O sorriso dele some, e surge um brilho em seus olhos, percebo que estou ofegando e sinto um leve arrepio na barriga, ele começa a se aproximar, sinto um desejo voraz de…"



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