23 de Julho escrita por EeruJin


Capítulo 1
Capítulo X - Bem-vindo, próximo.


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por clicar em ler a minha história. Isto foi escrito numa madrugada entre as 2 e 6 horas, portanto, muitos não verão sentido algum, simplesmente lerão como sendo algo sem pé nem cabeça, o que no fundo, não deixa de ser verdade. Porém, apenas para mim, esta história tem algo diferente, é de grosso modo, um despejo de todas as minhas mágoas. Mesmo você sendo apenas um leitor casual, obrigado por vir aqui, não vou lhe obrigar a entender, exigir comentário, nada disso, apenas agradecer. Peço desculpas por não ter feito nenhuma edição que prestasse na capa, mas aquela imagem realmente me assusta, eu não consigo encará-la por muito tempo.



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Oh, olá! É com um imenso prazer que acolho-te, na provável falha tentativa de cativá-lo com esta meia porção de palavras. Caro leitor desta singela estória, em algum momento de sua interessantíssima e próspera existência, já lhe percorreu pelos ouvidos a lenda de “Kazoku”? Não? Pois bem, saiba-te que deveria conhecê-la, deveria temê-la, e acima de tudo, deveria precaver-te contra tua eficácia, que sempre, sempre é certeira.

Tome cuidado com a data.

Vamos, sente-se! Aconchegue-se de maneira que possa recordar-te destas poucas frações de hora. Porém! Não beba nada! Apague quaisquer fontes de iluminação presente em seu habitável cômodo momentâneo, desligue de vez este nojento ruído que escutaste! Ah! Não diga nada a ninguém sobre este conto, não espalhe-o, quando sentar-te junto de outros, sequer pense nisto que acabarás de ler. Lembre-se, “Kazoku” é um segredo nosso, portanto, shhh.

Tome cuidado com a data.

Primeiramente, responda-me duas inteligíveis questões, sabes o que significa “Kazoku”? Vós não sabeis, certo? Contarei somente a ti, então. Isto é japonês, significa “Família”, só isso. Segunda perquisição, como andas vossa família? Espero de meu âmago que tudo vá indo às mil maravilhas, seguindo o colorindo trajeto do amor, confiança, liberdade e reciprocidade. Aproveite bem, desfrute destes momentos juntos, usufrua de todas estas boas sensações que os familiares causam-te, afinal de contas, quando a minha “Família” te encontrar, não haverá mais volta.

Tome cuidado com a data.

Ah, ah! Ainda há mais uma coisa antes de começar a história! Eu ainda não me apresentei, certo? Humildemente, peço que perdoem meu desregramento, chamo-me Servo! Isso mesmo, Servo! Contudo, necessito que me faças um favor, não me chame nunca, tudo bem? Jamais diga em alto e bom som “Venha cá, servo”. Lembre-se de nunca partilhar deste mito. Se te perguntas o que acontecerá se pronunciar tais palavras, eu lhe respondo... Tu conhecerás minha “Kazoku”.

Pondo fim às apresentações, vamos encetar nossa pequena aventura!

Há aproximadamente quinhentos anos, não, esperem... Quinhentos ou oitocentos anos? Ah, dane-se! Já faz muito tempo e é isso que importa! Enfim, nestes tempos, pai, mãe, filha e criado, residiam juntos em uma desmesurada mansão às margens do rio Mogami. Suas paredes eram pálidas, seu teto era de um lindo azul morto, e o impacto que tínhamos ao admirá-la, mesmo que por meros segundos, era intenso como nunca ninguém presenciara em vida. Se me recordo bem, havia cerca de onze ou doze janelas, circundadas por vívidas e espinhentas trepadeiras, um charme só...

Discorrendo sobre os moradores, conforme esperado, eram nobres, sofisticados e ataviados! Polidos, descomplicados, seletos, ah! Eu tenho tantas e tantas valiosas maneiras de enaltecê-los! A mãe em especial! Aquela majestosa mulher, proprietária de orbes desalumiados e intricados que, apesar de ser algo passado e herdado por toda a família, brilhava exclusivamente em seu mirante! Os lábios eram puníceos como os rubis que adornavam seus colares e anéis sumptuosos, a pele cintilava em seu tom macilento, e a cabeleira, loura e volumosa, era constante alvo de cobiça daquelas que eram caçadas.

Muito bem, agora, falemos do pai... Como já citei descrições físicas demais ao apresentar-lhe nossa mãe, irei apenas me referir à capacidade intelectual de meu senhor. Dono de reflexos extremamente afiados, pensamentos que subjugavam os demais e absoluto controle emocional, posso dizer com toda a certeza do mundo que o vermelho em sua boca, na de sua esposa e filha, não era mera sorte. Hehe, só isso, hehe!

Quanto aos últimos dois, a filha e o criado... Não há necessidade de eu expô-los à vós. Afinal de contas, quando seu momento chegar, seremos nós... Cof cof, quer dizer, serão eles que virão para lhe buscar. Sinta-se livre para imaginar, da maneira que se sentir melhor, como são e o que são, imagine! Enquanto tem tempo.

Pronto! Já acabou! Fomos muito rápidos, não? Neste momento, próximos ao final, eu lhe indago. Querido leitor que chegou até estas palavras finais, tu conseguistes, de fato, entender a lenda de “Kazoku”? Se novamente sua resposta for não, então peço-lhe para que gentilmente aguarde a chegada de vosso tão prenunciado momento. E por obséquio, não estranhe o fato de que seu dia chegará em 23 de Julho, afinal, este é o dia da “Kazoku”, o dia em que todas essas pessoas maravilhosas serão apresentadas pessoalmente a você! Não está ansioso? Não está ávido? Qualquer um estaria! Inclusive eu!

Não saia de casa em 23 de Julho, não faça nenhum movimento brusco em 23 de Julho, controle sua respiração em 23 de Julho, não abra as portas em 23 de Julho, não, não, não! Não a nada! Isso pode adiá-los, mas, definitivamente, o seu “23 de Julho” chegará.

Aguarde a criança de olhos negros e o servo sorridente.


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Notas finais do capítulo

Se conseguiu chegar até aqui, muito, mas muito obrigado mesmo. Conforme eu disse nas notas iniciais, grande parte não entendeu nada e achou uma grande perca de tempo, certo? Não vou culpá-los e nem tirá-los a razão, isto é simplesmente algo que eu precisava escrever para mim mesmo, e como a madrugada estava disponível, resolvi fazê-lo.
E para finalizar, se estão se perguntando o motivo pela qual eu usei uma linguagem mais antiga do português, bem, eu também não sei. Nunca em toda minha vida escrevi assim, nunca tivesse esse costume, porém foi algo que aconteceu de maneira completamente natural ao decorrer do capítulo, quando me dei por mim, já estava escrevendo desta maneira, e realmente achei que combinou com a história.



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