Definição de Perfeição - Segunda Temporada escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 17
O que eu sempre quis


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Desculpa pela demora a postar. Eu tava compondo a música desse capítulo mas tô tomando o meu tempo do ano novo de uma festa aqui no banheiro pra postar. Já aviso que amanhã não te capítulo. Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569709/chapter/17

– E agora? E agora a gente tá fudido, Paula. Já era, perdemos essa porra desse festival. Duas semanas ensaiando pra nada. - reclamava Rominho, frustrado.

– Calma, Rominho. Cê tá muito nervoso. Pra todo problema tem uma solução. - disse Luca.

– E qual a nossa? Paula, você tem uma?

– Não.

– Sol?

– Desculpa, não.

– Pedro?... Pedro. Acorda.

– Ah, foi mal. - disse o guitarrista, afastando sua mente de Karina e seu paradeiro. - Gente, que tal tentarmos aquela música que eu tava compondo antes desse lance todo da batalha de bandas acontecer?

– Tá louco? A gente mal ensaiou ela.

– É nossa única opção. Sabemos tocar e um cover não vai ganhar deles. Bora?

Todos acenaram a cabeça, afirmando. Após a apresentação da Kickass o apresentador direcionou-se ao microfone e disse:

– Muito bom, com certeza. Agora, com vocês, a Galera da Ribalta!

Após aplausos, cada um posicionou-se em seu instrumento.

– Essa aqui é uma música nova nossa que a gente tava guardando só pro festival. Espero que gostem. - disse Sol.

No mesmo momento, no Ultimate Brawl, Karina preparava-se para sua grande final. Cobra a estava aconselhando.

– K, se liga, essa aí não é pra se brincar não. Conheço bem ela.

– É? Como? - perguntou a loira.

– Lembra do meu tempo na Khan? Então... essa aí é a Nat. É a melhor lutadora da Khan. Namorada do Lobão, toda mimadinha por ele. - disse o lutador com desgosto.

K sabia que era difícil para Cobra falar sobre seus momentos na Khan. Se arrependimento matasse, o rapaz estaria estendido no chão. Ele passou por momentos difíceis lá, apanhando bastante, isso sem contar as coisas ilegais que já fez. Cobreloa sempre iria arrepender-se de um dia ter sido aluno de Lobão, mas hoje fazia seu caminho de redenção, lutando por Gael.

– Relaxa que esse troféu já tem meu nome escrito nele. - disse a lutadora, querendo descontrair o rapaz.

– Por favor, as lutadoras Karina e Natália, queiram subir ao ringue. - disse o anunciante.

– Tenho que ir, mas não se estressa. Sei me cuidar. - disse Karina, abraçando o amigo enquanto tinha seus cabelos acariciados.

Quando subiu ao ringue, K pensou ter visto um sorriso nos lábios do lutador, mas decidiu ignorá-lo. Precisava concentrar-se em sua luta. Quando Nat tomou sua guarda, a loira logo entendeu sobre o que Cobra falava. Por mais que procurasse, era impossível achar alguma abertura na guarda de Natália. Ela exibia experiência apenas com a guarda alta, coisa que Karina estava longe de cumprir. As duas apenas circulavam o ringue, estudando uma a outra, até que K tomou a iniciativa ao tentar acertar um soco no lado esquerdo da cabeça de Nat. Com aquela guarda, ela facilmente bloqueou e desferiu alguns jabs em Karina.

A filha de Gael estava muito enrolada, mas não iria desistir facilmente. Tentou utilizar o chute giratório que havia lhe concedido a vitória no combate anterior, mas este foi bloqueado e Nat deu uma rasteira em seu pé de apoio, fazendo com que ela caísse. Rapidamente levantou-se e tomou sua guarda novamente. K fez uma finta pela direita, o que enganou Nat, fazendo com que a lutadora da Khan exibisse uma abertura à esquerda que foi aproveitada com um soco. Após esse, Karina socou-a novamente e, antes que pudesse reagir, deu uma joelhada no abdômen de Nat. Quando ela revidou, o sino foi soado e o primeiro round terminou.

Cada uma das lutadoras foi para seu corner e Karina respirava pesado, cansada.

– Cobra, acho que não vou conseguir. - ofegou a garota.

– Não fala isso, K. Você tem que ganhar dela. Eu confio em você. Você vai se levantar e fazer essa otária beijar a lona. - disse o rapaz, olhando profundamente nos belos olhos azuis da loira.

Karina ficou envergonhada e sorriu. Gostava do apoio que o melhor amigo a dava. O segundo round começou e Karina decidiu manter-se calma e se tornar o oposto de Nat, que era comandada por Lobão a liberar a raiva e surrar a garota. Natália lançou mais alguns socos, mas não pegaram nada além de ar. K chutou a lateral esquerda do rosto de Nat com um chute alto e a mandou um cruzado no meio do rosto. Essas sequências foram deixando a filha de Gael confiante, o que não a ajudou. Ao tentar mais uma vez acertar em Nat um chute alto, levou uma rasteira e bateu com o lado esquerdo de seu corpo na lona. A queda a deixou desnorteada e tonta. Quando recuperou a consciência, percebeu que o juiz estava na contagem.

– ...5... 6... 7...

K partiu a prender as pernas de Nat e a levar ao chão também, assim parando a contagem. Quando ambas levantaram-se, Karina não hesitou e rapidamente a prendeu em um clinch. Ali, imobilizada, Nat apenas debatia-se enquanto K lhe dava joelhadas atrás de joelhadas no abdômen. Quando Natália finalmente libertou-se, foi recebida com um chute giratório na barriga. A lutadora da Khan contorcia-se de dor no chão, enquanto o juiz começava a contagem.

– 5... 6... 7... 8...9... 10! A vencedora do campeonato feminino do Ultimate Brawl é Karina, lutadora da Academia do Gael.

K finalmente acalmou-se e baixou a guarda, enquanto era aplaudida pela incrível performance. Havia conseguido. Ganhou seu primeiro troféu em muitos anos e estava orgulhosa de si mesma. Desceu do ringue e deitou no tatame, exausta. A adrenalina ainda corria em seu sangue e seu coração pulsava forte, mas ela podia descansar. Os amigos de academia vieram parabenizá-la e Cobra a deu um abraço longo e forte. Ela só esperava que Pedro a compreendesse.

– Essa música se chama O que eu sempre quis. É em homenagem à uma garota muito especial pra mim. Essa é pra você, Esquentadinha. - disse Pedro ao microfone, no festival. - Bora, Sol.

– Você não é princesa

Mas transborda de beleza

A coisa mais linda

Garota Esquentadinha

Maquiagens não tocam seu rosto

Vaidade te causa desgosto

Não me importo, prefiro esse seu jeito

Me fascino, sempre tão perfeito

É a razão de eu perder o meu sono

Prometo, Karina, que nunca te abandono.

O que eu sempre quis

Não era uma princesinha

É uma do jeito que é

Uma certa Esquentadinha

O que eu sempre quis

Finalmente consegui

Por isso eu te peço

Que sempre esteja aqui

Sempre foi bruta

Minha lutadora de muay thai

Sempre morri de medo

Do mestre seu pai

Mas pela Esquentadinha enfrentei todos os temores

Confesso que isso me gerou muitas dores

Mas valeu a pena, amor

Lutar para amar

E agora esse amor

Quero te declamaaar

O que eu sempre quis

Não era uma princesinha

É uma do jeito que é

Uma certa Esquentadinha

O que eu sempre quis

Finalmente consegui

Por isso que te peço

Que sempre esteja aqui.

É a primeira vez que eu sinto essa paixão

Você me deixa assim, maluco, doidão.

Dedico pra você, Esquentadinha, essa canção.

O que eu sempre quis

Não era uma princesinha

É uma do jeito que é

Uma certa Esquentadinha

O que eu sempre quis

Finalmente consegui

Por isso que te peço

Que sempre esteja aqui.

Eu não sossego até que eu possa provar

Que esse teu jeito era pra não se entregar

Ainda bem que você fraquejou

E pelo Pê maluco você se apaixonooooouu...

Toda a Galera da Ribalta sorria, em expectativa da pontuação. Achavam que tinham feito bem para uma performance feita pela primeira vez. Depois dos aplausos, recolheram-se em um dos cantos do palco, enquanto eram encarados pela Kickass boquiaberta. Apenas aquela cena já era o suficiente para a Galera da Ribalta tomar como prêmio. O apresentador foi ao microfone e disse:

– Muito boa a apresentação da Galera da Ribalta, com certeza. Vamos agora às pontuações dadas pelos juízes. Vamos agora com a juíza número 1!

– Olha, eu acho que a Galera da Ribalta fez uma apresentação muito boa, mas acho também que, apesar de ser um cover, a Kickass sobressaiu-se mais. A vocalista cantou com mais animação, mais paixão. Pra Galera dou 7,5 e pra Kickass dou 9.

– Muito bom, com certeza. Juíz número 2, por favor.

– Sem sombra de dúvidas, as duas bandas arrasaram. Tudo, voz, performance, animação. Mas vou ficar com a Galera. Não só a voz de Solange é incrível, como a dedicação à composição e aos instrumentos é clara na apresentação deles. Para a Galera da Ribalta eu dou 9,5 e para a Kickass dou 8.

– Uau, parece que temos um empate. Então, quem vai decidir esta batalha será nosso terceiro jurado. Juiz número 3!

– Nossa, parece que caiu pra mim essa responsabilidade. Ok então. Ambas as bandas foram incríveis, não é à toa que estão na final, mas infelizmente, eu tenho que classificar uma delas como campeã. Eleger uma de vocês ao prêmio de 10.000 reais não vai ser fácil, mas tentarei ser justo. A julgar por ambas as apresentações, já ficou claro qual banda estava mais preparada para a final. Logo, uma candidata óbvia já vem à mente. Porém, sendo as duas músicas serem originais de uma banda e esta banda esta aqui perante nós como uma concorrente, pela originalidade, esta é minha pontuação final. 10 para a Galera da Ribalta e 7 para a Kickass. Parabéns, Galera da Ribalta, vocês são os campeões da Batalha de Bandas.

Gritos preencheram a casa de shows. Tanto dos fãs quanto dos integrantes da banda. Felicidade não é um sentimento nem ao menos próximo do que eles sentiam. Um dos membros da produção do evento aproximava-se com um cheque gigante onde registravam 10.000 reais à Galera da Ribalta. Ricardo apontava o dedo do meio para Pedro, Mel abraçava Tarcísio com uma cara de frustrada e Otávio puxava os dreads. Vicki se aproximou do apresentador com o cheque em mãos, tomou dele e se aproximou de Pedro.

– Parabéns, Cabeludinho. Você mereceu. Toma aqui o seu prêmio. - disse a vocalista, dando um selinho no rapaz.

Após entregar o cheque para um guitarrista confuso, Vicki sorriu e disse, antes de ir embora:

– Isso é só um gostinho do que você pode ter, Cabeludinho.

Luiz Cláudio e Rominho olhavam boquiabertos para Pedro enquanto o rapaz tomava tapas de Sol e Paula.

– Como é que você deixou isso?! - gritava Solange.

– Tá, tá bom, Sol. Você não ia ligar pro Wallace? Vai lá. - disse o rapaz, querendo escapar das pancadas.

– É mesmo... Negão, como é que tá? - disse a vocalista, no telefone?

– Fala, Pretinha. Ganhou o festival?

– Claro, Negão. Aqui é a Sol, pensando o que. Acredita que a Kickass cantou música nossa?

– Sério isso? Que escroto.

– Pois é. Ainda assim ganhamos. Lembra da tal da Vicki?

– A vocalista sonsa? Sei, que que tem?

– Acredita que ela beijou o Pedro?

– Eita, a K não vai gostar disso.

– É... ela nem apareceu.

– Claro que não, tava aqui no campeonato.

– Para tudo! A Karina tava lutando?! - gritou a garota, enquanto era observada por um Pedro confuso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. Gostaria de desejar a todos os leitores e leitoras um feliz ano novo. Prezo cada um de vocês e seu apoio. Vamos às perguntas.

Annabeth: Isso vai afetar o relacionamento deles?

Vamos ver no próximo capítulo. E obrigado pelos elogios.

Edu Vitti: Qual seu nome?

Olha, eu gosto do anonimato, mas acho que devo a vocês isso. Seu apoio é ótimo e prometi responder a toda e qualquer pergunta, mas vou propor um desafio. O meu nome está nesse capítulo. Quem estiver interessado, pode dar um palpite, mas só vale um comentário por capítulo pra cada um, hein. Que acham?

Bom, foi isso. Adoro vocês e feliz 2015.