Under blood red moon escrita por lifeisforthealive


Capítulo 3
How you gonna see me now




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Haviam em torno de sete corpos no chão, corpos totalmente sem vida. Os olhos vazios como suas almas, com a expressão de apavorados congelados em seus rostos.

Julia estava imunda de sangue, dos pés a cabeça. Pensar em que acabara de realizar um ato de homicídio a deixava inquieta, nervosa e angustiada, mas isso não queria dizer que não se sentia ao mesmo tempo satisfeita, prazerosa, saciada. Antes que qualquer um pudesse ver o ocorrido, com agilidade agarrou corpo por corpo e os colocou na cozinha da lanchonete, para que ficassem ocultos, fora de vista por pelo menos algum tempo. Assassinar essas pessoas poderia ter sido um ato de egoísmo, beneficiando só a si própria, mas haveria outra solução?

Certas lágrimas de desespero saiam de seus olhos enquanto se limpava na pia da cozinha, observando todo aquele sangue saindo de sua pele. O quão horrível e o quão bom ela podia se sentir com isso?

Na bancada da cozinha, encontrou algum acessórios dos tais funcionários que provavelmente usavam fora do trabalho.
Se agarrou sobre um casaco grande e que transmitia uma forte sensação de calor, se aproveitou igualmente sobre um óculos escuros.
Julia saiu pelas portas do fundo, esperando novamente, que ninguém a visse naquele estado.


Caminhava contra o vento nas estradas, orando para que não amanhecesse tão cedo, para que assim, não tenha que se preocupar com mais outra coisa. Lembrava de que os raios solares poderiam ferir gravemente a sua pele de pálida de vampira, queimando-a tão profundamente quanto estar em chamas.

Uma luz iluminou a escuridão da estrada, um automóvel vinha chegando e Julia não viu melhor ideia a não ser pedir uma carona. Fez sinal para o carro parar, o mesmo obedece a sua ordem. Um homem baixa a janela de seu carro.
– Aonde é que a cinderela deseja ir? Não percebe que já se passaram da meia noite? – O homem pergunta, tirando o cigarro de tabaco de seus lábios, sorrindo maliciosamente.
Julia revira os olhos, mesmo não suportando esses tipos de pessoas, essa era a sua única esperança.
– Gostaria de lhe pedir uma carona, se não incomodar.

– Claro que não me incomodaria... – O homem destranca as portas, fazendo sinal com seus dedos para que Julia entrasse. Ela se senta ao seu lado e assim, o homem pisa no freio. Enquanto dirigia, o homem continuava mantendo seu sorriso malicioso em Julia, enquanto ela tentava o ignorar, olhando para a paisagem da janela.

– Sabe, eu precisaria que você me levasse o mais rápido possível para a praia mais próxima daqui. – Julia diz, evitando olhar para o estranho. – Se não for pedir muito, antes do nascer do sol.
– Pode deixar. – Ele responde, colocando o cigarro em sua boca.

Os dois permaneceram quietos durante toda a viagem de carro, a única coisa barulhenta que havia era o som da rádio que ele ligara.

“Agora com vocês: Alice Cooper.” Disse o homem da rádio.

“Dear darlin' surprised to hear from me?

Bet you're sittin' drinkin' coffee, yawnin' sleepily.”

Julia fechou os seus olhos, lembrando-se da festa que os Collins deram em sua mansão, com a presença de Alice Cooper.

Foi naquela festa, sim, exatamente naquela festa.

Just to let you know

I'm gonna be home soon

I'm kinda awkward and afraid

Time has changed your point of view

Julia estava sentada na festa, Alice Cooper estava emitindo diversos sons melodiosos, deixando-a cada vez mais fascinada. Não parava de beber desde que a festa começou, e com o copo de uísque na mão, ousou-se levantar, andando sob as pistas de dança onde mal conseguia andar em linha reta.

Enquanto dançava desacompanhada, criava diversos tipos de passos de dança, sentindo-se liberta por completo. Barnabas enquanto passava pela pista de dança para chegar ao outro lado da sala, esbarra em Julia, que derruba seu uísque em suas vestes.
– Doutora Hoffman. – Barnabas diz, enquanto Julia não deixa de dar risada da situação. – Está embriagando-se?

– Quando é que eu não estou? - Julia responde dando de ombros, comprovando o óbvio.

Barnabas revirou seus olhos, saindo da pista de dança. Julia agarra suas mãos frias.
– Espere! – Ela diz, se aproximando de Barnabas. – Não quer ser o meu acompanhante de dança?

– Eu não sei dançar no som desse tipo de música. – Responde. – Apenas consigo fazer meus passos de dança com músicas... tranquilas, do tipo de músicas clássicas.
– Deixa de ser chato. – Julia diz. – É só sentir a música dentro de você.
Julia começa a rodar em círculos, Barnabas sem tirar os pés do chão, apenas se balança um pouco para trás e para frente, seguindo em sua cabeça, o ritmo da música, deixando escapar um sorriso de seus lábios, observando a dança bêbada de Julia, e o quão engraçada ela estava. Julia escorrega e cai em cima de Barnabas, que a segura pelos braços.
– Acho que a senhorita precisa descansar. Já estás sem controle.

How you gonna see me now

Please don't see me ugly babe

'Cause I know I let you down

In oh so many ways”

Barnabas consegue tirar Julia da pista de dança, mesmo ela tentando lutar contra isso. Ele a leva para seu quarto, onde ela se joga em sua própria cama de barriga para baixo.
– Barnabas... – Ela diz, quase num suspiro aliviado. – Você pode me ajudar a tirar o meu vestido?

Barnabas se aproxima, sentando-se em sua cama. Ele abre o zíper por trás, Julia tira o resto do vestido, ficando nua em sua frente. Barnabas observa os traços do corpo de Julia, achando-o agradáveis a vista, mas não comenta nada.
Julia se deita de costas sobre a cama, olhando nos olhos de Barnabas, que estava sentando ao seu lado . Os dois permaneceram em um contínuo silêncio, apenas se comunicado através do olhar. Vão se aproximando, sem perceberem, até conseguirem sentir um a respiração do outro. Seu lábios se tocam e suas línguas se encontram na escuridão de suas bocas, fazendo diversos movimentos.

“How you gonna see me now

Since we've been on our own

Are you gonna love the man

When the man gets home”

– Doutura Hoffman... – Barnabas se afasta. – A senhorita está com um alto teor de álcool no sangue. Não sabe o que está fazendo, e não irei continuar com isso.

– Vai me dizer que não está com vontade.- Julia deixa as palavras saírem de sua boca involuntariamente. – Não reclamou disso quando eu lhe mostrei a confidencialidade entre médico e paciente.
Barnabas não respondeu, se levantou da cama e se dirigiu até a porta.
– Quando estiver sóbria... – Barnabas diz, antes de apagar as luzes de seu quarto. – Podemos falar disso.

And just like the first time

We're just strangers again

I might have grown out of style

In the place I've been”

– Chegamos. – O homem da carona diz, atrapalhando Julia de seus pensamentos. Ela abre os olhos, e vê a praia logo a sua frente. Saberia se virar sozinha até encontrar a casa dos Collins, era só caminhar sobre a areia.
– Obrigada pela ajuda. – Julia diz, saindo do carro.

– Opa, espera ai meu amorzinho. – Ele diz, agarrando o braço de Julia, trazendo-a de volta para o assento e fechando a porta. – Não vou receber nada em troca?

– O que disse? – Julia pergunta, franzindo a testa.
– Ora, você bem que poderia, sabe? – Ele abre o zíper da calça.
– Ugh. – Julia responde, tentando novamente sair do carro, mas ele tranca as portas.
– Escute bem minha querida, eu não te trouxe aqui de graça. Você vai vir aqui, abaixar a sua cabeça e me matar de saciedade.
Lágrimas se encheram nos olhos de Julia, não crendo no que estava havendo. Mas tinha de se mostrar forte, e além do mais, teve uma ideia.
– Tudo bem. – Ela responde, sentando-se em seu colo. Ela lhe dá um beijo em seus lábios, chegando cada vez mais perto de seu ouvido. – Você é nojento. – Ela sussurra. Então, se aproxima de seu pescoço, mordendo-o fortemente.

O homem não transmite som nenhum, apenas fica boquiaberto, caindo logo morto.

Julia sai de perto dele, limpando seus beiços sujos de sangue com o braço direito.

“Babaca.” Ela pensa, enquanto sai do carro e fecha a porta, deixando-o ali, dentro do carro em uma praia deserta.
Finalmente chegara na praia, agora não faltava muito para encontrar todos os Collins, incluindo Barnabas, quem ela mais queria ver.

“And just like the first time

I'll be shakin' inside

When I walk in the door

There'll be no place to hide”.


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