Mais um dia comum na Cidade Central, crianças na escola, carros na rua, pessoas trabalhando, bom, algumas pessoas realmente deviam estar trabalhando, mas como sempre, na sala do Coronel Mustang,isso não acontecia.

 Ele, Roy Mustang, olhava distraidamente pela  janela, Havoc e Breda conversavam, Fallman trabalhava, mas toda hora parava para dar palpite na conversa dos outros dois, e Fuery era o único que realmente fazia seu trabalho. 

 - Então, vamos sair para beber depois do expediente? - Heymans Breda perguntou enquanto desabotoava mais um pouco seu uniforme

 - Com certeza, não aguento mais ficar trancado nessa sala. - Havoc pousava os pés na mesa - Aqui nunca tem nada para fazer.

 - Teria, se vocês fizessem o trabalho. - Ralhou inocentemente Fuery.

 Os outros olharam para ele por um tempo, e depois, caíram na gargalhada.

 - Cara, essa foi boa! Se a gente fizesse o nosso trabalho...

 
 - Ele tem razão, vocês não fazem nada. - Palpitou Fallman - Mas a culpa de verdade, é de outro certo alguém... - Lançou um olhar cheio de acusações ao Coronel.

 - Cara, não fala mal do Coronel. Você sabe que agora que ele está noivo, sobra mais gatas pra gente.

  Há três meses, Roy tinha ficado noivo, de Rebeca Blanks. Não por que queria, claro, mas sim porque eles já eram "comprometidos" informalmente há um certo tempo, e sua querida mãe achava que já estava na hora do seu filhinho se casar. Agora, ele e Rebeca moravam juntos,ela estava totalmente na dele, e ele,bom... Tentava enrolar o máximo possível o casamento. 

 - Se sobrasse minhas namoradas não continuariam me trocando por ele. - O Segundo-Tenente segurou as lágrimas.

 - Meu caro, você realmente acha que eu vou me prender com uma mulher só? - O superior finalmente entrou na conversa.

 - Pois deveria, não tem por que de você sair com outras, quando a sua noiva é tudo aquilo e mais um pouco. Com todo respeito. - Acrescentou Breda, rápido.

 - No dia que eu me prender a uma mulher só, dou minha agenda de telefones para o Havoc.

 - Jura? - Perguntou cheio de esperança.

 - Claro, primeiro porque eu isso nunca vai acontecer, e segundo porque eu sei todos de cabeça.

 ...

  Depois do expediente, Roy foi para casa, sem nem ao menos sair para beber com os amigos, ter uma noiva realmente tinha suas desvantagens. Mas, é claro, ela não precisava saber disso, se ele tinha que manter esse relacionamento, pelo menos ia fazer ser agradável.
  Ele entrou em casa, e ela estava deitada no sofá de camisola, coisa que o agradou muito.

 - Amor! - Ela enlaçou seu pescoço e se beijaram por um longo tempo.

 - Caramba... - Disse o moreno depois de recuperar o fôlego - Isso foi incrível. O que você fez? - Perguntou desconfiado.

 - Nada. Eu não posso ser gentil? - Fez uma cara inocente, coisa que não enganou o noivo.

 - Claro... Eu quero ver um pouco dessa gentileza mais tarde. - Ele jogou um de seus sorrisos arranca suspiros e foi para o quarto. Pegou uma muda de roupas e entrou no banheiro para tomar um banho. Quando saiu, Rebeca estava tentando fazer parecer que estava ali por acaso.

 "Lá vem bomba, pensou"

 - Sabe, bebê, minha prima foi transferida do trabalho, para a Cidade Central. E eu prometi para ela que eu a buscaria, e seria muito legal se o meu lindo, maravilhoso, e gentil Royzinho fosse comigo.

 - Só isso?
 
 - É...

 - Tudo bem, então. "Até que essa não foi nada demais"
  
 - Você é demais! - Pulou no pescoço dele - Então amanhã...

 - O que? Amanhã? - Sábado era o dia de futebol com o pessoal, dia sagrado! - Sabia que você estava boazinha demais.

 - Por favor...

 - Mas... - Ela o interrompeu com um beijo no pescoço, depois foi para a boca, ele começava a puxá-la pela cintura, aí ela se afastou.

 - Você vai?

 - Isso é jogo sujo. Claro, eu já estou contando as horas. - Disse com ironia

 - Obrigada! Você vai adorar a Riza! Ela é demais, quando éramos crianças fomos muito unidas, mas depois eu me mudei para a Central - Quando ele viu que ela ia começar a tagarelar, ela a pegou no colo e jogou-a na cama.

 - Depois você termina de me contar sobre a sua prima Cristiana.
  
 - O nome dela é Riza.
 
 - Foi o que eu disse.
 
 - Roy Mustang, você não vai me distrair com essa sua conversinha... - Tarde demais, ela já tinha conseguido "distrair" ela. Amanhã ele se preocuparia com a história da prima Luiza, mas agora é outra história.