Magali e Cascão - One shot escrita por Jamal, João Pedro


Capítulo 1
O Futuro


Notas iniciais do capítulo

Sem delongas, espero que gostem.



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Amanhece mais um dia no belo bairro do Limoeiro. A cidade estava tranquila já a muito tempo, desde que os invasores de outros planetas tentaram dominar a Terra e os amigos se juntaram e derrotaram todos eles. Infelizmente, muitos amigos foram perdidos na batalha, por isso, Magali sempre ia ao memorial feito para aqueles que deram suas vidas a proteger a todos.

Magali sempre ia ao memorial para homenagear seu namorado e seus amigos que perderam a vida na luta contra os invasores. Ela sempre ia sozinha, pois gostava de ficar conversando um pouco sozinha com a estátua de seu namorado. Neste dia não foi diferente, Magali estava se lembrando dos vários momentos que teve com seu ex namorado até que Mônica e Cascão chegam juntos para deixar flores.

Mônica: Você sempre chega muito cedo hein Magá...

Magali: Mônica, Cascão, que susto mulher, eu nem tinha visto vocês chegando. Dizia a garota se recuperando do susto.

Cascão: Bom dia, Magá...

Um silêncio perturbador atingiu os três naquele momento, ninguém tinha palavras para descrever o que estavam sentindo ali. Todos ficaram com seus pensamentos, cada um lembrando dos seus entes queridos, lembrando dos bons momentos que passaram juntos. Magali sempre pensava em Quim e isso lhe machucava muito, pois a falta e sensação de insegurança era tremenda, sem ele para apoiá-la e segurar seu ombro sempre que precisasse. Estranhamente, foi Cascão quem fez essa dor diminuir um pouco, ela gostava do amigo, mas, era só amigo, não é?

Mônica sempre pensava em Cebola, pensava em tudo aquilo que não puderam viver, pois ele morrera para dar a própria vida a ela, momento esse que foi a virada para o time da Terra. O que mais lhe doía, era não poder mais sentir a sensação dos seus beijos, os poucos que tiveram e que tanto lhe fazia falta. Sempre se pegava pensando, se pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente com ele, gostava do DC, mas, um buraco em seu peito jamais seria preenchida com a falta do amigo e eterna paixão.

Já Cascão, ficava pensando na Cascuda, sempre vinha em sua mente, momentos em que ela lhe dava bronca para ele se preocupar mais com os estudos. Os trabalhos que sempre faziam juntos, ela sempre fazendo tudo pelos dois, sendo que ele sempre aprontava uma ou outra gracinha e a fazia sorrir. Aquele sorriso de anjo que para ele era único, pensar nela lhe trazia uma dor imensa ao coração, como sentia falta dela. Era incrível como o tempo que vinha passando com a Magali, o fazia se sentir um pouco melhor, mas ainda sim, Cascuda sempre ficaria em sua mente.

Era sempre assim, mal tinham o que conversar, a ausência de seus amigos era tanta, que parecia que eram figuras estranhas, uns aos outros. Magali não querendo deixar morrer a amizade deles, começa.

Magali: Sabe o que sinto tanta falta? Os planos mirabolantes do Cebola, eu sempre achava engraçado como ele tinha planos para tudo e nunca davam certo. Tinha muita dó de você Cascão, sempre pagava o pato por ele. Os três começaram a rir na hora e Mônica se lembrou.

Mônica: Nunca vou me esquecer que ele sempre tentava me vencer para poder ficar comigo. Falava com lágrimas derramando pelo seu rosto. Nunca entendi por que não podíamos ser felizes juntos.

Cascão: Simplesmente porque ele se sentia inferior a você, por isso inventou o tal Fantasma Vigilante, por que queria fazer com que você entendesse o que ele sentia de verdade. Queria que você o olhasse com outros olhos, mostrando que poderia ser tão bom quanto o fantasma. Mas aí você começou a namorar o DC e ele ficou arrasadão, foi muita sorte ele ter conhecido a Jamille, ela realmente foi alguém importante para ele.

Mônica sentiu um enorme peso na consciência. Então ele era mesmo o fantasma vigilante e Cascão o ajudou a disfarçar. Ele contaria isso à ela antes de morrer, apenas alguns dias antes. E tinha Jamille. Ela morreu com ele, ao lado dele. Jamille deve ter sido mesmo importante em sua vida, talvez até mais do que si.

Magali: Cascão... – ela sussurra. – acho que pegou pesado.

Mônica: Tudo bem Magá, ele está certo. O Cebola mereceu alguém melhor do que eu, alguém que pode entender os seus sentimentos. Magali abraçou a amiga.

Magali: Ele não merecia ninguém que fosse melhor que você, nem pior. Mas foi mesmo uma pena ele ter morrido, tantas coisas que fizemos juntos, tantos planos e tantas coelhadas... Aquilo fez Mônica sorrir.

Cascão: Quem mais levava coelhadas era eu mesmo...

Mesmo assim, Cascão se juntou ao abraço. Deveria ser a maior honra para eles se lembrarem de todos os momentos em que se passaram juntos, antes de eles morrerem. Por que isso tinha acontecido? Ele se mataria por todos, mas o Cebola disse à ele antes de sacrificar – se: “Foi uma honra ter vivido ao seu lado, grande amigo.” Aquilo o fizera chorar.

Magali: Se lembram daquela vez em que Denise tentou juntar nós dois Cascão?

Por que essa droga de pergunta agora?

Cascão : É... eu me lembro.

Mônica: Por que a pergunta Magá? Magali parecia estar bem vermelha.

Magali: Naquele dia me senti como agora sem o Quim, mas foi com seu apoio que eu consegui superar.

Cascão estava vermelho de vergonha. Mônica sorria. Magali tentava olhar para outro lado. As lagrimas ainda escorriam por seu rosto.

Cascão: Por que você me disse isso?

Ele estava com medo de dizer que também acontecia aquilo com ele. De onde será que as meninas tiravam força para falar de sentimentos?

Magali: Eu só queria que soubesse.

Ela abraçou Mônica primeiro e depois Cascão. Nesse ultimo ela demorou um pouco mais. Saíram as duas sozinhas à frente. Cascão ficou lá sentado perto da rocha.

Cascão: Careca, se estiver me escutando, me explique o que aconteceu aqui, bola um plano infalível ou sei lá... Você que é bom nessas coisas, me ajuda!

Esse era o mais próximo de que ele conseguiu dizer: “Não me deixe só, estou com saudades, por favor, não vá embora.”

E ele deixou o memorial sem querer sair dali, mas não antes de dar um beijo na lapide. “ Estou com saudades, Cascuda...”

No dia seguinte, Cascão convidara Magali para tomar sorvete junto com ele. Ela não pareceu muito empolgada quando falou com o garoto pelo telefone, entretanto, o que Cascão não sabia, era o quanto ela ficara feliz com o convite. Aos poucos, ela começava a nutrir sentimentos por ele.

Se encontraram na sorveteria e pegaram os seus sorvetes, Cascão pegou duas bolas, sendo uma de chocolate e outra de flocos, já Magali, uma de morango e outra de flocos. A melhor combinação que a garota adorava. Ficaram ali se encarando, conversaram bobagens, até que Cascão não aguentou.

Cascão: Tenho uma pergunta, como você se sente quando está comigo? A pergunta pegou a garota de surpresa, mas ainda sim respondeu.

Magali: Bom, me sinto bem... você é meu amigo e gosto muito de estar com você.

Cascão: Não foi isso que eu quis perguntar e você sabe o que quis dizer, mas não precisa me responder agora se não quiser.

Magali: Eu... prometo te dizer, mas agora ainda está uma confusão danada, já faz um ano que eles morreram, mas o Quim ainda ocupa meus pensamentos, sinto falta dele, mas é que... quando estou com você, eu sinto ter valido a pena estar com ele e é como se uma nova fase da minha vida fosse começar agora.

Cascão: Ééérrr... não entendi. Magali começou a sorrir com o jeito bobo do garoto a sua frente.

Magali: Bom, eu sinto falta do Quim, mas agora que ele se foi, sinto como se... seu eu ficar triste pela perda dele, ele ficaria magoado comigo, ele sempre me fazia sentir especial... não por ficar me achando e me tornar algo que ele não gostaria, mas especial porque ele sempre me dizia que eu alegrava a vida dele. Então decidi seguir adiante, sem nunca esquece-lo, jamais esquecer tudo o que ele representava pra mim e ser o tipo de pessoa que ele gostaria. Mas é que... eu me sinto da mesma forma que me sentia com ele, quando estou junto de você Cascão. Disse a ultima parte baixinho.

Cascão: Assim você me deixa encabulado. Ei, vamos parar de pensar em coisas tristes e vamos andar de patins no parque. É que, não que eu não quisesse me lembrar de tudo o que passei com a Cascuda, mas, sinto como se fosse deixar de viver se eu ficasse triste a vida toda pela perda dela. Além disso, eu gosto de estar junto com você, porque sinto como se meus problemas fossem embora.

Os dois terminaram os sorvete, algo que sempre os alegrava em qualquer situação, rumaram para suas casas pegar seus patins e se encontrar na praça. Andavam e se divertiam, enquanto Cascão ia fazendo seus movimentos de pacourt, Magali o seguia, em certo momento, teve a ideia de filmá-lo fazendo suas manobras para deixar registrado.

A praça estava cheia e quem passava por ela, se encantava com o casal, pois ambos se divertiam tanto, que mais pareciam um casal de namorados do que dois amigos se divertindo. Cascão em um movimento não pensado, começou a andar em volta da garota que se divertia. Começaram então a dançar enquanto os patins deslizavam no chão, pareciam dois bailarinos. Sem pensar duas vezes, Cascão pegou Magali pela cintura em um abraço e a começou a girar no ar, a garota pega de surpresa, dava altas gargalhadas sem nem se incomodar com quem os estivesse vendo.

Ao pararem de patinar e fazer suas manobras, os dois só puderam escultar os aplausos de quem estava por perto os observando. A princípio, os dois ficaram vermelhos de vergonha, nem notaram o que faziam ali. De repente, um garotinho chegou em Magali e lhe pediu que o ensinasse aquelas manobras que ela estava fazendo. Ele dizia que ela andava muito bem.

Encabulada pelos elogios, ela prometeu ao garoto que podia sim ensiná-lo, mas primeiro ele tinha que estudar bastante e não deixar suas notas serem baixas na escola. Ele concordou e saiu para falar com sua mãe que estava ali perto observando os dois. A mãe do garotinho se aproximou dos amigos e começou a conversar com eles.

Mãe garotinho: Vocês andam muito bem, eu vi meu filho lhe importunando e vim aqui lhe pedir desculpas.

Magali: Não tem problemas, eu posso ensinar ele a andar. Eu só pedi a ele que antes de aprender, estude bastante e nunca deixe de fazer seus deveres de casa. Depois disso, pode vir aqui no parque que eu ensino ele os primeiros passos.

Mãe garotinho: Tudo bem mesmo, você e seu namorado não irão achar ruim?

O comentário fez os dois ficarem bastante corados, mas mesmo assim, Magali respondeu a mulher.

Magali: Pode sim, eu tenho muito tempo livre, vai ser uma alegria muito grande eu poder ensiná-lo.

Assim eles se despediram e Cascão junto da Magali foram para suas casas juntos, pensando no comentário da mulher. Chegaram a casa da Magali e se abraçaram tão forte que ambos não queriam mais largar um ao outro, mas precisavam se soltar. Ao se soltarem, ambos deram um selinho de forma inconsciente e ao se separarem, ficaram rubros.

Magali: Desculpe Cascão, eu não sei o que deu em mim, desculpe-me. Entretanto, ao invés do Cascão dizer algo, ele apenas a puxa para um beijo mais profundo, porém carinhoso, ambos se perderam no beijo e nem viram o tempo passar. Ficaram ali curtindo o momento.

Cascão: Você não precisa se desculpar, só fez algo que eu também tinha vontade de fazer. Não precisa ter vergonha dos sentimentos, talvez seja melhor nós pararmos de nos esconder e apenas vive-lo.

Magali: Eu não sei se estou pronta para viver um novo relacionamento.

Cascão: Eu também tenho dúvidas, mas não precisa se preocupar, eu não quero te forçar a nada também, vamos apenas deixar rolar as coisas. Sem pressão, sem dúvidas daquilo que queremos, ok.

Cascão deu mais um selinho na garota e foi embora para sua casa. Magali ficou ali com um sorriso tímido no rosto, ela se achava a pessoa mais feliz naquele momento, mas, tinha algo que a fazia ficar triste, se lembrar do seu namorado e da sua amiga. Por algum motivo, achava que os estava traindo estando com Cascão daquela forma. Precisava urgentemente de alguém para se aconselhar.

Naquele mesmo dia, Magali ligou para Mônica ir até sua casa, precisava urgentemente dela e não sabia mais o que fazer. Ao chegar a sua casa, Magali pulou aflita no pescoço da amiga, vários sentimentos afloravam agora em seu peito, precisava de todas as formas, tirar isso a limpo.

Magali: Mô... eu não sei o que faço, o que eu faço com esse sentimento que to agora. Dizia com lágrimas escorrendo por seus olhos.

Mônica: Primeiro me diz o que aconteceu, depois eu vejo como posso te ajudar.

Então Magali narrou o tempo que estivera com Cascão aquele dia, desde a hora que saíram da sorveteria, até o momento em que foram para o parque. Mônica ouvia a amiga atentamente já sabendo o que a afligia e sabendo exatamente o que dizer a ela.

Mônica: Me diz, porque você está se sentindo tão culpada? Você não pode controlar o coração, é algo que ninguém pode controlar.

Magali: Mas, eu estou tão feliz quando estou perto do Cascão, mas me sinto tão triste, porque sinto que estou traindo a confiança do Quim e da Cascuda.

Mônica: Você os estaria traindo sim, se não vivesse sua vida feliz e aproveitasse seus momentos até o último dia. É isso o que eu acho, se vocês estão felizes juntos, nada os impede.

Magali: Será que eles ficariam felizes de nos ver juntos?

Mônica: Acho que eles ficariam tristes se você se afogasse em uma tristeza profunda.

Magali: Tem razão. Dizia deitada no colo da amiga, enquanto ela lhe afagava os cabelos.

Os dias foram se passando e Cascão e Magali cada vez mais juntos. Se divertiam tanto que não viam os dias passando. Agora que ambos esclareceram suas dúvidas, não precisavam ficar se martirizando pelos amigos, podiam e compartilhavam a mesma dor, visitando seus amigos juntos no cemitério. Agora namoravam e todos sabiam, todos os amigos zelavam pela felicidade do casal.

Após saírem de mais uma visita ao memorial dos amigos, os dois foram pedalando para o parque, já estava quase na hora da Magali continuar ensinando o garotinho do outro dia a andar de patins. Ao chegarem ao parque, não tinha ninguém no mesmo ainda, logo começaria a aparecer as pessoas, então, resolveram ficar em uma sombra apenas curtindo um ao outro. Cascão estava deitado apoiando a cabeça com suas mãos, Magali estava deitada apoiada na barriga do garoto. Em um movimento, Cascão começou a afagar os cabelos dela, enquanto ela só fechava os olhos e ficava curtindo a sensação. Como ela gostava daquelas mãos passeando sob sua cabeça, era uma sensação que lhe dava ora arrepios, ora sonolência. E assim mais dias iam se passando com o novo casal aproveitando cada dia que seus amigos deram a vida para proteger.


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Notas finais do capítulo

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