Cold Heart Novel escrita por Riyuuki


Capítulo 7
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

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Depois dessa semana longa e cansativa, todos os sábados e domingos eu durmo até tarde. Como eu bebi além da conta ontem, acordei com ressaca, me levantei da cama e lavei meu rosto na pia do banheiro. Fiquei um pouco desorientado, comecei a pensar no que fiz ontem à noite. Briguei com meu pai, encontrei com meus amigos, Michel voltou, fomos para a balada. Beijei um homem...

Olhei para o espelho espantado. O que foi que eu fiz? Eu beijei um garoto que acabei de conhecer no ponto de ônibus... Meu deus, porque eu fiz isso?

Melhor esquecer isso e continuar com a minha vida porque o que aconteceu não pode ser evitado.

Troquei meu pijama e desci para a cozinha, meu pai estava sentado tomando seu café com o jornal aberto usando uma camiseta polo azul claro, short jeans azul e um tênis esportivo. Hoje ele não trabalha e algo me dizia que ele iria sair hoje.

— Bom dia! – Disse eu.

— Bom dia! – Disse ele sem tirar os olhos do jornal.

— Cadê a Maggie e Edu?

— Foram brincar com os amigos...

Peguei meu café e desejei subir o mais rápido possível para não poder ouvir os resmungos matinais do meu pai, mas depois que virei meu café na xícara, olhei para a mesa e vi um bolo com cobertura marrom. Droga! Deve estar uma delícia e aposto que foi o Edu quem fez...

Fui até a mesa com um prato pequeno e comecei a cortar o bolo...

— Você chegou tarde ontem, posso saber onde você foi?

Droga, meu pai largou o jornal e me olhou com uma cara mal humorada de sempre.

— Eu saí com meus amigos...

— Não foi isso que te perguntei! Onde vocês se encontraram pra você não ter chegado em casa antes das 10 horas?

Respirei bem fundo, não vou deixar meu pai estragar minha manhã de sábado de novo, tive que dizer qualquer outra coisa. Imagine o que ele faria se descobrisse que fui a uma balada gay, me mataria.

— Fiquei na casa do Rodrigo, depois ele me trouxe de carro. – Coloquei o bolo no prato, percebi que era de cenoura.

—Aquele garoto esquisito que parece boiola?

Paralisei naquele momento, não acreditei que estava ouvindo aquela palavra dentro da minha própria casa. Já não bastava aquele inferno de escola, agora tenho que ouvir do meu próprio pai.

— Eu ele temos algo em comum. É uma pena que você pense assim do seu filho também. – Disse eu me retirando.

— Volte aqui que eu não terminei! – Gritou meu pai.

Dessa vez eu não parei, andei um pouco apressado até meu quarto.

— JULIEN! – Meu pai andou atrás de mim.

No meio da escada meu pai conseguiu segurar pelo meu braço que segurava o prato do bolo me dando um leve puxão que infelizmente acabei derrubando um pouco do café no chão.

— Se eu descobrir que você está de gracinha com esse moleque juro por deus que espanco você e aquele garoto! – Ameaçou ele.

— Ele é apenas meu amigo, nunca fiz nada de errado com ele. Agora se o senhor puder me dar licença. – Disse eu me segurando para não alterar minha voz.

— Então posso saber que cheiro de perfume de homem é esse que está impregnado em você? Sei muito bem que você não usa perfume de macho!

Gelei. O cheiro do André... Como eu poderia ter esquecido? Obviamente devia ter tomado banho, mas estava com tanta fome que queria tomar meu café logo. Eu nunca poderia imaginar que meu pai pudesse sentir o cheiro tão facilmente.

— Perfume... Do que está falando? – Gaguejei.

— Andou se esfregando com algum homem por aí? Hein? Me responda!

Puxei meu braço das mãos dele e caí correndo sem me importar com o tanto de café que derrubei no corredor, chegando ao meu quarto quase derrubei o bolo no chão, mas caiu na mesa quando deixei-o lá antes de fechar a porta as pressas. Ouvi os passos do meu pai pela porta.

— Abra essa porta Julien! Eu quero uma explicação sobre isso!

— Me deixe em paz! Eu não aguento mais suas acusações! Eu juro que algum dia eu vou embora daqui! – Gritei como se estivesse tirando um peso das minhas costas.

— E vai viver do quê? Acha que é adulto o bastante para se sustentar? Não seja idiota, sem ajuda do seu pai você estaria na rua passando fome.

— Foda-se! Eu arrumo emprego, moro com alguém! Faço tudo para ficar longe de você.

— Moleque ingrato! Juro por deus que se você sair daqui eu te dou um...

DING DONG. A campainha tocou e meu pai se calou por um momento. Eu não tinha percebido, mas minhas mãos estavam tremendo, meu coração batendo forte e estava suando frio. Ouvi passos pela escada e sentei na minha cama tentando me acalmar. O que ele ia fazer comigo? Será que ele está querendo me bater? O que eu faço se ele me der uma surra?

Fiquei tão apavorado que fechei meus olhos e comecei uma oração, eu não era uma pessoa muito religiosa, mas uma oração me fortalecia de qualquer situação porque de alguma forma acredito na providência divina.

Os passos de alguém subindo voltou, meu coração que tinha se acalmado alguns minutos atrás começou a bater forte.

— Seus amigos estão lá embaixo querendo falar com você! – Disse ele seco.

— Eu... Eu já vou. – Disse eu olhando para a porta do meu quarto como se a qualquer momento meu pai fosse me atacar com um machado igual ao filme “O Iluminado”. Seus passos se afastaram, depois ouvi uma batida forte do seu quarto.

Me levantei e abri minha porta devagar, o corredor estava vazio. Desci pelas escadas e meus amigos estavam na sala me aguardando.

— Oi Julien. – Disse Rodrigo alegre depois de me ver descendo.

— Oie! – Disse Michel que estava de costas e depois se virou olhando para mim.

— Oi. – Disse eu forçando um sorriso. Tive que esquecer o que acabou de acontecer, estava morrendo de vergonha.

— Está tudo bem? Está agindo estranho. – Indagou Michel.

— Não dormi bem... — Disse forçando um sorriso de novo. — Querem subir?

— Sim. — Disse Rodrigo enquanto Michel o seguia. — Alguém derrubou café aqui no corredor.

— Ah, eu derrubei sem querer...

— Nossa, você derrubou no corredor inteiro? — Continuou Rodrigo enquanto andávamos pelo corredor.

— Não sei o que está acontecendo comigo, acho que acordei desastrado. — Disse ficando mais sem graça ainda.

Entramos no quarto, meus amigos sentaram na minha cama e eu sentei na minha cadeira giratória de frente pra eles. Rodrigo estava mais estiloso do que nunca, estava vestindo uma camiseta gola V funda cinza, em cima uma jaqueta militar e uma calça skinny. Seu calçado era um All Star de cano baixo preto e branco. Michel vestia uma simples camiseta preta com uma jaqueta de couro sem tachas dessa vez, estava usando calça também de couro bem justo com uma bota de cano alto. Usava também uma gargantilha bem presa no pescoço com tachas um pouco pontudas. Como sempre usando uma maquiagem exagerada, mas muito bonito.

Meus amigos como sempre estavam chamando atenção com seus maravilhosos estilos e beleza, fico imaginando o que meu pai pensou sobre eles na hora quando viu ele em frente ao seu portão.

— Julien você me assustou ontem, está tudo bem? — Principiou Rodrigo.

— Desculpem gente. Não estava acostumado a beber e queria ir embora logo... — Disse com voz baixa.

Peguei o bolo de tinha caído de lado, uma pena que a cobertura sujou a mesa.

— Mas agora está tudo bem?

— Sim, só estou com dor de cabeça...

— Desculpe pelo que vou comentar Julien, mas... Seu pai foi bastante seco quando nos atendeu. Vocês estavam brigando? — Perguntou Michel.

— Não... A gente não estava brigando. Por que acha isso?

— Porque eu te conheço, você está estranho... — Continuou Michel.

Michel tinha o dom de ver através de mim, não importa o quanto eu minta ou finja que eu esteja bem ele sempre sabe o que está acontecendo. Rodrigo não é assim porque de alguma forma ele nunca gostou de falar sobre problemas com ninguém, ele é um rapaz que sempre busca por felicidades e ficar o mais longe possível de desanimo. Mesmo Michel mostrar o quanto se importa, porque o mundo se mataria por um amigo assim, eu não queria mais falar sobre isso. Tem uma hora que cansa de falar de tanto problemas para não parecer chato ou um ator mexicano.

— Confesso que foi engraçado a cara do seu pai olhando para nós como se tivesse visto um fantasma. — Comentou Rodrigo.

— Está tudo bem entre a gente pessoal. — Disse pegando meu bolo. — Obrigado pela preocupação. — Me virei para o bolo. — Vocês querem bolo?

— Não valeu, já comemos antes de vir pra cá. — Disse Rodrigo.

— Eu sei sobre seu primeiro peguete. — Sussurrou Rodrigo para mim.

Engasguei com o café.

— Peguete? Do que está falando?

— Michel me contou, se abrindo agora safado? — Rodrigo riu.

— Gente, estamos em casa! Se controlem, meu pai pode ouvir.

— Ai desculpe, não me contive. Mas depois falaremos sobre isso ouviu? — Avisou Rodrigo.

— Você vai para o hospital hoje também Julien? — Perguntou Michel.

— Vou mais tarde, por quê?

— A gente pode ir com você? Queria ver sua mãe. — Disse Michel.

— Claro que pode, vou me arrumar daqui a pouco.

— Ótimo. Vamos no meu carro, depois paramos em algum lugar pra gente comentar sobre o que houve ontem sem perigo de alguém nos ouvir. — Continuou Michel olhando para o Rodrigo com olhar de reprovação.

— Como está seus irmãos? — Perguntou Rodrigo.

— Estão bem, hoje não vi eles.

— A Maggie está grande, me lembro que na ultima vez que vi ela era desse tamanho. — Rodrigo mostrou sua mão na altura do seu ombro. — Me sinto tão velho.

— Julien! — Chamou meu pai pelo lado de fora.

Levei um susto, meu coração voltou a bater forte. Será que ele vai começar a discutir de novo? Perto dos meus amigos?

Me levantei com naturalidade e fui pra fora. Meu pai estava na porta do seu quarto me olhando.

— Sim?

— Vem aqui! — Disse ele com o mesmo tom seco.

Cheguei perto dele, mas não tão perto o suficiente caso ele me pegasse pelo braço de novo.

— Porque não me disse que seus amigos viriam hoje? — Sussurrou meu pai irritado.

— Eu não sabia que eles viriam.

— Da próxima vez me avise! E já disse que não quero nenhum homem no seu quarto!

— Eles já vão embora. Por favor, não vamos discutir agora... Por favor.

Meu pai parou por um segundo me mostrando uma cara séria e entrou em seu quarto.

— Limpe essa sujeira depois! — E fechou a porta.

Às vezes acho que meu pai é meu irmão chato e está me provocando só pra me irritar. Realmente queria entende-lo para melhorar a nossa relação e tornar a nossa vivencia um pouco mais suportável.

Voltei para o meu quarto, meus amigos pararam de falar e me olharam surpresos. Fiquei curioso, estavam falando sobre alguma coisa que não queria que eu ouvisse? Bem, não importa. Melhor me arrumar logo para ir para o hospital logo depois de limpar a melequeira do corredor e da escada.

— Vou limpar o café de derramei e depois a gente vai, tudo bem?

— Agente espera. — Disse Rodrigo.

Depois de limpar, voltei para o meu quarto tirei minha camiseta e me troquei na frente dos meus amigos, da mesma forma que eles trocam de roupa na minha frente sem vergonha alguma. Coloquei minha camiseta roxa e fiquei em dúvida de qual calça usar.

— Qual dessas duas calças combina com essa camiseta Rodrigo? — Perguntei me virando com duas calças para o Ro que estava distraído mexendo no celular.

— Sem dúvidas essa preta fica melhor em você. Como eu queria ser magro como você.

— Mas você não é gordo! — Disse em choque. — Ele está gordo Michel?

— Está! — Disse Michel sem expressão nenhuma. — Está ficando uma baleia, se eu fossevocê tomava cuidado, hein!

Rodrigo joga o travesseiro na cara dele que riu logo em seguida, não em contive e ri também.

Eu normalmente gosto de demorar a me trocar, é realmente muito chato ser apressado. Durante todo esse tempo todo, Michel e Rodrigo não paravam de me zoar que demoro mais que mulher vaidosa.

Finalmente terminei colocando um tênis marrom com preto e vesti uma jaqueta simples. Saímos de casa, não encontrei meu pai em lugar algum, pelo menos evitei um momento constrangedor. Mas o que estava vindo a seguir não deixou de ser mais constrangedor, Danilo estava saindo de sua casa e vindo pela nossa direção. Não sabia se ele queria falar comigo ou se estava indo em algum lugar naquela direção.

Ele estava vestindo uma camiseta preta e bem justa que exaltava seu corpo definido, também usava uma jaqueta de couro cinza, calça preta resinada com um coturno marrom. Olhava para mim com surpresa, eu estava muito constrangido pelo ocorrido na ultima vez que fui para o quarto dele, mas parecia que Danilo não estava nem um pouco incomodado por me ver.

— Oi Julien... — Cumprimentou ele parando na minha frente.

— O-oi Danilo... — Fiquei parado olhando para ele com cara de idiota quando percebi que meus amigos estavam do meu lado esperando. — Ah, esses são meus amigos: Rodrigo. — Apontei para o Ro que estava do meu lado esquerdo. —E Michel. — apontei para o lado direito.

Rodrigo como sempre esticou sua mão para ele que apertou.

— Eaí, beleza? Eu sou Danilo.

Depois olhou para o Michel e deu um sorriso em sinal de cumprimento, que bom que ele não esticou a mão, pois isso evita o constrangimento que teve na balada com o primo do André que infelizmente acabei esquecendo o nome dele...

— Julien... Pode vir em casa hoje? Preciso muito falar com você. — Disse Rodrigo sério como se tivesse querendo dizer algo importante. Fiquei imaginando o que seria e já achei que não seria coisa boa, precisei me preparar para isso.

— Eu passo lá depois. Manda um beijo pra Mercedes.

— Ok. Tchau! — Disse Danilo mostrando um bonito sorriso indo embora pelo mesmo caminho.

— Que gatão seu vizinho Julien, minha nossa! — Disse Rodrigo se abanando. — Sentiu o perfume do bofe?

Dei um sorriso sem graça para ele.

— O que ele quer falar com você? — Indagou Michel.

— Ah... Deve ser alguma coisa sobre a mãe dele. — Menti.

— Julien, ele é muito gato. Será que ele é gay? — Perguntou Rodrigo ansioso.

— Não, ele já ficou com um monte de garotas... Eu já vi. — Disse tentando encerrar o assunto. — Vamos?

— Ahhh, que desperdício de homem. — Rodrigo estava todo manhoso.

Entramos dentro do carro, Michel no banco do motorista e Rodrigo no banco da frente, enquanto eu no banco de trás.

— Então você ficou com o seu amigo? — Começou Rodrigo.

Fiquei muito sem graça e comecei a rir.

— Eu acho que bebi tanto que nem consegui me afastar dele.

— Michel disse que o menino é mais novo que você. Mas ele é bonito?

— Sim... Mas isso não vai acontecer de novo. Ele veio para cima de mim.

— Não foi o que pareceu quando você colocou sua mão na cabeça dele. — Disse Michel com um sorriso diabólico.

— Ah... Ok, eu baixei minha guarda. Mas isso não vai acontecer de novo.

— Que pena que perdi uma cena dessas, você sempre se recusou pra qualquer cara lindo e pegável, mas fica justamente com um garoto mais novo que você. Você é uma caixinha de surpresa Julien. — Comentou Rodrigo. — Vai se encontrar com ele de novo?

— Vou... Eu me encontro com ele todo dia no ponto de ônibus...

— Você sabe que se você liberou para ele, esse cara não vai desistir? — Indagou Michel.

— Sim... Tentarei ser firme com ele. — Falei sério.

— Se precisar de ajuda, chuto as bolas dele. — Comentou Michel.

— Ah, não vai precisar, obrigado. — Disse rapidamente e rindo.

— Vamos colocar uma música? — Perguntou Rodrigo.

— Não está muito cedo para colocar música no carro? — Perguntei.

— Que nada, quantas vezes você já ouviu de manhã carro de funkeiro tocando? — indagou Rodrigo.

Michel ligou o som, nem tão alto e nem tão baixo, começou a tocar Marina and the Diamonds.

— Não sabia que você gostava dela. —Disse Rodrigo.

— Ela é muito boa. — Complementei.

Ficamos todos cantando juntos até chegar ao hospital.

FIM DO CAPÍTULO 07

Continua...


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