Avalanche escrita por Aarvyk


Capítulo 21
Russos


Notas iniciais do capítulo

Estava tão ansiosa para vocês lerem esse capítulo ♥ Contemplem o Igor! Meu personagem secundário preferido ♥
Laurentino, se estiver lendo, HALA MADRID!!!!! 3X1



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O despertador soou como um berro, e logo me vi diante de Eli. A criada encarava minha aparência horrível vendo o grande trabalho que teria pela frente. Havia sido mais uma noite de insônia lendo alguns livros sobre a Rússia, imaginando mil situações diferentes para um único momento.

A rainha havia passado no Salão das Mulheres após o jogo de cartas com as Selecionadas, pedindo-me encarecidamente que recebesse Igor junto a Alexander e Mason. Eu ainda não sabia como iria encarar nenhum daqueles rostos, queria apenas fingir que os últimos dias não haviam acontecido. Mal dava para acreditar que Igor havia omitido todo esse tempo sua conexão com Thomas. Era insano demais para ser real, e finalmente compreensível como o russo parecia me conhecer tão bem mesmo com pouco contato e algumas partidas de xadrez.

Suspirei como se tivesse acordando para um pesadelo.

— Vai dar tudo certo, Alteza. – Garantiu Eli, pegando meu traje para a ocasião. – Venha se vestir enquanto lhe trago o café da manhã.

Fiz o que a criada pediu enquanto ela saía pela porta, não estava em posição de negar nada a ninguém. Vesti o traje preto com detalhes dourados, colocando uma meia calça igualmente preta com uma bota azul marinho.

Quando Eli voltou, foi um sacrifício ter que comer enquanto ela tentava cobrir minhas olheiras com pó e corretivo. Assim que me olhei no espelho, no entanto, vi que aquilo tudo havia valido a pena. Eu estava apresentável.

Os russos chegariam para uma recepção e almoço nos jardins, a tarde seria o momento para as reuniões importantes e a noite teríamos uma grande festa. Teria que estar presente em tudo, com fotógrafos e Alexander para encarar. Eu ainda não havia assimilado a conversa que havia captado do rei com o príncipe, não podia acreditar que ele havia feito todas aquelas coisas em silêncio.

Respirei fundo.

— Já está atrasa... – antes que Eli pudesse terminar seu sermão, algumas batidas vieram da porta.

Merda.

Fiz um sinal de mão para a criada não atender, indo eu mesma até a maçaneta para abri-la em uma pequena fresta. Dei de cara com um olhar sério e intenso, fios loiros rebeldes e um peitoral levemente musculoso. Óbvio que era ele.

Alexander me encarou sem jeito.

— Sei que não estou em posição de pedir algo do tipo... – sua voz em tom de súplica parecia mais rouca que o normal. – Poderia pelo menos me desculpar e não fazer o dia de hoje ser mais complicado do que já é?

Bufei, desviando nossos olhos. Ele sempre tentava ser um pacifista, manter o mínimo de tranquilidade entre nós. Eu sabia que minha atitude não era justa, mas não sabia nenhuma forma de explicar os segredos que carregava. Ao analisar um pouco como Alexander parecia nervoso, já conseguia muito bem ver o quão pior eu havia tornado as coisas para ele nos últimos dias.

— Esqueça o que aconteceu entre nós dois. – falei, ainda sem coragem de encará-lo. – E não precisa se desculpar...

— Preciso. – Interrompeu-me. – Não foi o de acordo com minha conduta.

Um pequeno riso irônico se formou dentro de mim, mesmo que ainda estivesse me sentindo desconfortável.

— Desde quando você se importa com sua conduta? – questionei, erguendo meu olhar por um instante, o suficiente para ver o alívio surgir em seu semblante.

— Desde o momento em que passei a afetar você quando ajo como um idiota. – disse.

Um silêncio ecoou entre nós dois. E logo Alexander me ofereceu seu braço, o qual aceitei com um pouco de lentidão.

Estar perto dele novamente e ser inundada por seu calor me deixava um pouco sem ar.

— Não se preocupe comigo. – Dei alguns passos em frente, sendo acompanhada por ele. – Eu sou uma fortaleza.

O príncipe tentou conter um sorriso, mas vi seus lábios se curvando mesmo assim.

— Para conseguir ser amiga de Igor Pyetov, você certamente não é alguém comum, Avery.

Mordi os lábios, controlando o riso que se formava em minha boca. Em partes, só de escutar meu nome sendo pronunciado já era um sinal de que Alexander parecia bem mais uma vez, mesmo que não por completo ainda.

Descemos as escadas e fomos para o corredor da recepção, o qual eu podia ver muito bem a figura impaciente de Mason.

— Vocês estão atrasados. – Rugiu o príncipe-herdeiro, revirando os olhos. Pelo visto, ele não havia mudado nada.

Alexander me lançou um olhar culpado, talvez se recordando de quando enchia minha paciência a poucas semanas atrás. Devolvi um sorriso tímido para ele, notando a má influência que eu havia sido.

Quando encarei os portões da entrada do palácio, vi que um dos guardas se aproximava de Mason com rapidez.

— Chegaram, Alteza! – ele avisou. – Vão entrar a qualquer momento!

Uma pequena tensão consumiu meus interiores. Precisava parecer não saber de nada, mesmo repleta de segredos na manga. Já havia cansado de estar naquela posição tão desgastante.

O barulho dos portões se abrindo preencheu meus ouvidos, e eu logo pude avistar as fardas pretas do temido exército russo. Haviam cerca de dez homens e mulheres ali, era fato que as Forças Armadas da Rússia eram mistas há décadas, mas era sempre uma surpresa para alguns.

Enquanto eles caminhavam, pude ver quando abriram alas para que duas figuras proeminentes adentrassem o palácio.

Igor, trajado em roupas finas e com o olhar fixo em nós três, andava com a força e a coragem em cada passo que dava. No entanto, o russo não estava sozinho. Diferente de tudo o que eu esperava, não havia nenhum dos príncipes mais novos ao seu lado, mas sim uma mulher de pele alva e cabelos rubros extremamente escuros, trançados em um penteado tribal. Ela vestia uma calça escura e um sobretudo de panos leves. Por incrível que pareça, a mulher parecia ser mais altiva e determinada que o próprio Igor.

Afrouxei o meu braço do de Alexander, tentando conter a surpresa ao encarar aquela cena. Quanto mais o príncipe russo se aproximava, mais desregulado meu coração batia. Raiva e nervosismo estavam misturados de forma tão inextrincável que eu não sabia o que sentir.

— Príncipe Igor, é um prazer. – Mason tomou a dianteira, mudando totalmente seu tom de voz para algo próximo de gentil.

Quando a distância se tornou ainda menor, notei que Igor parecia ainda mais velho do que da última vez o que vira. A barba por fazer lhe dava vários anos de idade, além de sua postura se parecer ainda mais com a de um monarca. Igor nunca tinha sido daquela forma quando seu pai de fato comandava o país.

Captei a malícia nos olhos do príncipe russo, enquanto a mulher ao seu lado parecia analisar cada parte de Mason. Ao encará-la, observei que seu olho direito detinha uma cor esbranquiçada, assim como uma cicatriz no supercílio que descia até sua bochecha. Quando ela finalmente piscou, entendi muito bem o que aquilo significava: seu olho direito era cego porque havia sido cortado.

— Senhores! – disse Igor, estendendo a mão para cumprimentar Alexander e Mason. – Avery Black... – sorriu com seu tom sarcástico de sempre, gesticulando na direção da mulher ao seu lado. – Conheçam minha noiva. Yekaterina Petrushevych Kublai.

Tanto Mason quanto Alexander a cumprimentaram com calma e polidez. No entanto, minha mente parecia entorpecida. Encarei a mulher que também me olhava, ela detinha um sorriso irônico muito parecido com o de Igor.

— Pokhozhe, ona tak khorosha v posteli, kak ty skazal. No nos nekrasivyy. – falou rapidamente em russo, soltando uma risada alta para Igor enquanto dava batidinhas no braço dele.

Meu rosto ferveu em raiva assim que traduzi aquela frase em minha mente. As aulas de russo na infância enfim tinham sua utilidade.

Ela tem cara de ser boa na cama como você disse. Mas o nariz é bem feio mesmo.”

— Nikto nikogda ni na chto ne zhalovalsya. – Respondi na mesma moeda, mal me importando com a etiqueta já que as coisas haviam começado daquela forma.

Ninguém nunca reclamou de nenhum dos dois”.

Lancei um olhar irado a Igor, que parecia estar quase chorando de rir enquanto sua suposta noiva me olhava fascinada. Ele havia dito mesmo aquilo sobre mim? Que tinha cara de ser boa de cama?

— O que você disse a ela? – Mason questionou-me, claramente preocupado ao notar minha fúria

Alexander parecia um pouco confuso e perdido.

— Elas deram as boas-vindas! – Interveio Igor, ainda se concentrando em não rir. – E parecem ter se dado muito bem.

Yekaterina piscou seu olho esquerdo para mim, o qual era de um azul inconcebível. Mesmo com a cicatriz e a cegueira, ela era extremamente bela e forte, além de compartilhar do mesmo humor horrível de Igor.

— Não sabíamos que estava noivo. Que bela surpresa. – Alexander disse, tentando mudar o assunto.

— É, sabe como é... – O príncipe russo aproximou-se de nós dois. – De repente acordamos um dia e estávamos noivos... Com certeza vocês devem entender!

— Compreendo bem. – Alexander riu, entrando no jogo de Igor com maestria, mas logo voltando a sua postura. – Nos deem a honra de suas presenças no jardim por agora. Meus pais o aguardam para uma pequena recepção, onde iremos almoçar.

— As Selecionadas também estão lá. – Complementou Mason de uma forma um tanto neutra, mesmo que eu jurasse que ele fosse deter um tom malicioso a respeito de suas “namoradas”, aquilo não aconteceu. – Vai ser uma honra maior ainda para elas conhecerem vocês dois!

Igor e a futura esposa se entreolharam com uma certa cumplicidade. Até mesmo aquele russo cafajeste tinha conquistado o coração de alguém, eu simplesmente não conseguia entender o amor.

Mason guiou o casal para dentro do palácio, enquanto Alexander pareceu se distanciar um pouco deles de propósito ao segurar meu braço.

— O que vocês disseram uma à outra? – ele perguntou baixinho, começando a andar lentamente na mesma direção das figuras que se distanciavam. – Você parecia muito irritada para ter sido uma fala de “boas-vindas”.

Corei. O coração à boca por mais um momento.

— Ela disse... que... meu nariz é feio. – Demorei para conseguir dizer a frase, certa de que seria o suficiente para ele não continuar no assunto.

— Ah. – Ele riu, apressando-se um pouco nos passos. – Não acho seu nariz feio. E adorei o seu russo.

Minha vergonha subiu ainda mais. Alexander parecia conseguir ignorar o nosso beijo com mais facilidade do que eu e acabara de me elogiar com tanta simpatia que minha mente se embrumava em dúvidas. Ou ele era um desinteressado antipático ou um gentil cavalheiro ou... alguém que beijava muito bem.

— Obrigada. – Respondi um tanto tímida, enquanto adentrávamos os jardins.

Haviam tendas de quitutes e bebidas, bem como uma outra tenda vermelha bem grande com mesas para as Selecionadas e a monarquia. Assim que meus olhos se acostumaram com a luz, vi com exatidão o momento em que Yekaterina abraçou a rainha América. Um ruivo claro contra um ruivo escuro. Ambas trocaram algumas palavras, e pude notar Igor sorrindo com aquilo.

— Fico feliz que as coisas estejam dando certo. – Alexander suspirou ao meu lado, encarando a mesma cena que eu. – Quem diria que Igor teria uma noiva esse tempo todo, confesso que até achei que...

— O que? – indaguei assim que suas palavras se perderam.

O príncipe pareceu um pouco sem jeito por um instante.

— Achei que Igor e você...

Quase engasguei com a própria saliva.

— Nunca. – A palavra saiu como um rugido. – Nós somos rivais que ficaram amigos, mas nada além disso...

— Desculpe. – Alexander disse, fazendo uma careta. – É que não conseguiria entender de outra forma o ódio dele por Illéa...

Sentei-me em uma das cadeiras, convidando o príncipe a se sentar comigo enquanto todos conversavam entre si. As Selecionadas pareciam histéricas.

— Ele não odeia Illéa, já falei. – Raciocinei por uns instantes, se Igor havia estado esse tempo todo com Thomas Schmidt, o homem que havia sido um pai para Cameron e um tutor valioso para mim, então éramos como irmãos, criados pela mesma mente geniosa. – Igor gosta de se passar por louco para não ser questionado.

Alexander pareceu pensar por uns instantes.

— Talvez eu devesse ter descoberto essa técnica anos atrás.

Soltei um pequeno sorriso, recordando-me da briga que havia presenciado entre rei Maxon e seu filho. Diferente daquele tipo de discussão, eu e meu pai travávamos guerras nas quais eu acabava torturada. Já Igor e o antigo rei Sergey... Não conseguia nem imaginar que tipo de pesadelo ele vivia para seu pai estar curiosamente “acamado” há meses.

Os burburinhos foram se tornando mais altos entre as Selecionadas, que encaravam Yekaterina com olhos curiosos, enquanto a russa conversava com general Leger e a rainha como se já fosse uma forte aliada de Illéa. Com certeza, a aparência da russa não era comum, mas os dois pareciam sorridentes em suas conversas com ela. Enquanto isso, o rei e Igor conversavam animadamente, em alguns momentos o monarca até mesmo riu das idiotices do russo.

Tudo pareceu correr bem por meia hora, Marian passava de tenda em tenda e às vezes me cumprimentava, Alexander pegava chá para mim e alguns quitutes. No entanto, em um dado momento eu vi cabelos ruivos escuros seguirem na direção da nossa mesa, o sorriso determinado no rosto proeminente da mulher era chamativo demais para eu não notar.

— Posso me sentarr? – o sotaque de Yekaterina ecoou como um sustenido.

O príncipe e eu fizemos que sim, embora minha postura estivesse um tanto nervosa. A russa se sentou com elegância, afrouxando por um momento o sobretudo que usava devido ao calor de Angeles. Mesmo que tivesse sido um movimento rápido, foi o suficiente para eu notar a prata reluzir em seu pescoço.

Meus olhos se arregalaram ao entender do que se tratava. Era um pingente de leão, exatamente igual ao meu.

— Soube que vocés foram os responsáveis pela ligação a Igor – disse, sem nem perceber que eu havia visto o que ela carregava consigo no peito. – Acho fascinante o caráterr que detém, príncipe. E se não estou a me enganarr, confio que terminarão este brreve noivado já que vosso país estará a salvo caso tudo saia como o correto em nossa negociação.

Alexander não pareceu surpreso, ou pelo menos escondeu muito bem o que sentia, mantendo-se firme diante do sotaque confuso de Yekaterina, apenas assentindo com a cabeça para que prosseguisse.

— Pois bem, diga a vosso pai para utilizarr uma parte dos soldados que iremos negociarr para a segurança de teu palácio. Me parece que trata-se de uma etrutura antiga... – a mulher parou por alguns instantes, medindo as palavras o máximo que conseguia. – Fácil de penetrarr, entende? Podes parecer um atentado a vossa realeza, mas confiem na Rússia... Se quiséssemos tomarr Illéa ao colocarrmos nossos homens e mulheres aqui dentro, acredito que já estaria feito, correcto?

Senti uma tensão ao meu lado, o príncipe parecia ter mudado seu semblante drasticamente. Enquanto isso, Yekaterina nos estendeu sua mão por debaixo da mesa, deixando duas pulseiras finíssimas de ouro à mostra em sua palma rosada.

— Ganharam a confiança da Rússia, Avery Black e Alexander Schreave. – Ela curvou os lábios em um pequeno sorriso. – Mostrem essa joia em qualquerr canto de meu país e serão recebidos como filhos.

Os olhos castanho-claro de Alexander pareciam intensos demais para uma emoção só.

— Dê o meu a Mason, por favor. Eu não posso aceitar isso.

Fechei os olhos. É sério que ele faria isso pelo próprio irmão? E Yekaterina? Estava fazendo aquilo por quem? Ela carregava o símbolo da família Schmidt e somente Thomas em pessoa poderia ter lhe dado aquilo. O que ela havia feito para merecer a lealdade dele?

— Seu irrmão terá o dele no tempo correcto. – A russa posicionou uma das pulseiras na mão do príncipe, que foi obrigado a aceitar o presente mesmo a contragosto. Seria uma desfeita gigante da parte dele caso recusasse. – E vocé, Avery Black?

A forma como ela pronunciava meu nome era carregada de um misto de intimidade e admiração que só me fazia pensar no quanto ela me conhecia por intermédio de Thomas.

Suspirei. Era hora de tirar algumas satisfações.

— Vejo que carrega um belo colar por trás desses tecidos, Yekaterina. – falei com a voz tão afiada quanto uma navalha, mas não em tom ofensivo. – Aceito seu presente se ele for endereçado a mim sem outras influências por trás, se é que me entende.

No exato momento seguinte, um flash de um fotógrafo fez meus olhos doerem, ele focava as Selecionadas com Mason ao nosso lado. Pisquei enquanto a russa não parava de me fitar.

— Vocé tem uma visão tão sensível, Printsessa. — Seus lábios soltaram uma risada amarga, como se ela se divertisse em um mundo próprio. – Não é como se eu estivesse surrpresa com esse facto. No entanto, digo que meu presente é de puro coração, pois Igor sabe o quanto escutamos de sua pessoa e apenas ficamos satisfeitos quando vocé se prrovou ser digna de tantos elogios.

Yekaterina levantou-se da cadeira, não antes de deixar a pulseira de ouro em cima da mesa bem a minha frente. Encarando a mim e a Alexander, a russa colocou uma de suas mãos na barriga, mais precisamente na região de seu útero.

Mordi os lábios, assim como Alexander ao meu lado pareceu endurecer.

— Espero que Arvyn nasça tão nobre quanto vocés dois. – Ela voltou-se para mim lançou um olhar afiado. – Foi Igor quem escolheu o nome, a prropósito.

E tão rápido quanto o som das palavras, a futura rainha da Rússia caminhou para longe de nós.

Avery. Arvyn. Se aquilo não fosse uma prova clara de lealdade eu não sabia o que era, mesmo mal entendendo o que havia feito para ser tão admirada por alguém que havia acabado de conhecer.

Sem pensar duas vezes, encolhi-me perto do príncipe. Ele parecia novamente um bom refúgio para se esconder, mesmo não admitindo isso por completo.

Alexander pegou a pulseira sobre a mesa com cuidado, colocando-a em meu pulso imóvel. Sua pele triscando a minha era como um incêndio, e eu queria queimar para não precisar sentir mais nada.

Abaixei minha cabeça para apoiá-la nas mãos, chegando ainda mais perto dele. Sem que eu pudesse prever, suas mãos tocaram com carinho minhas costas. Naquele momento, não me importei com as cicatrizes.

— Ainda tem o meu apoio, se quiser. – Sussurrou, o calor de sua respiração fustigando meus cabelos.

Aninhei-me por alguns instantes com a testa tocando seu peito, resguardada em um canto só meu. Queria recobrar a capacidade de pensar com clareza, mas acabava sendo tomada apenas por mais emoções.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam do Igor e da Yekaterina? Será que dá para confiar mesmo? Por que eles estão tão preocupados em ajudar a Avery e o Alexander??
Respostas nos próximos capítulos...
Obrigada pelo apoio, pessoal ♥