Avalanche escrita por Aarvyk


Capítulo 19
Suspiro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Alexander pressionava a mão na mesa de madeira, os nós de seus dedos estavam brancos pelo esforço. Ele arfava, tentando em vão manter a compostura. Em partes, eu via o quanto o príncipe queria se aproximar para escutar o que Igor dizia, ao mesmo tempo que tentava me dar a maior privacidade possível para fazer a negociação.

Pela primeira vez, senti uma intensidade gigante entre nós dois. Eu havia acabado de falar tudo o que precisava para Igor Pyetov, confiado até a última gota da minha integridade e esperança por Illéa.

Como o bom russo que ele era, eu sabia que o príncipe dos sovietes estava do outro lado da linha refletindo, como se estivesse prestes a dar um xeque-mate em mim. O maldito suspense quase me matava, e minha visão apenas focava na mão de Alexander sobre a mesa.

O chiado da respiração de Igor ressoou pelo meu cérebro, fazendo milhares de perguntas explodirem em pensamentos.

— Os seus termos são tão exigentes, minha cara amiga. – disse, esbanjando uma falsa tristeza na voz. – Acho que estou quase arrependido de ter lhe dado meu contato.

Ele soltou um curto riso abafado. Como se tudo não passasse de apenas um jogo muito divertido.

— Infelizmente, você quis ser meu amigo. – Incitei o humor daquele russo maluco, fazendo sua risada aumentar.

— Acho que não sou muito inteligente no final das contas. – As palavras soaram sarcásticas, e por um instante ficamos em silêncio. – Conte-me um pouco sobre Illéa. Gostaria de levar em conta a opinião de minha amiga. – Mordi os lábios ao vê-lo dar ênfase nas últimas cinco letras.

Ao meu lado, vi Alexander se remexer inquieto. No entanto, eu precisava me manter focada, não podia prestar atenção em cada movimento que ele dava ou iria enlouquecer.

— É diferente. – Suspirei, tentando pensar em uma descrição boa e que fosse chamativa. – Quente, amável e à beira de uma guerra civil. Talvez você goste dessa mistura.

— De fato, parece promissor. – Igor parecia calmo demais, como se já soubesse o bastante sobre Illéa. Eu não duvidava nada de que ele houvesse feito algumas pesquisas por si só. – Aliás, conte-me um pouco sobre seu amado noivo. Aposto que você já deu um jeito de se livrar dele.

O riso do príncipe russo parecia sarcástico até demais. Mesmo tentando lutar contra o impulso, encarei Alexander. Seus olhos me diziam claramente que ansiava por saber o que estava acontecendo, mas eu só conseguia pensar em como Igor o subestimava.

Não precisei pensar muito, meu humor estava começando a ficar temperamental.

— Ele é bom, diferente do outro. – O tom autoritário denunciava meus sentimentos. Não queria falar demais, não queria que Alexander entendesse que eu falava dele em comparação com Mason. – Diga-me sua resposta, Igor. E se escolher ajudar, vou ficar te devendo um favor precioso.

Esperei a gargalhada do outro lado da ligação, ele sempre fazia isso por motivo algum. Entretanto, tudo o que obtive foi um silêncio mortal. Merda.

Engoli em seco. Os segundos passavam lentamente. O nervosismo e o arrependimento bateram. Será que meu temperamento havia destruído tudo?

— Igor? – quase implorei, meus olhos se enchiam de lágrimas, e Alexander parecia querer soltar um berro em minha cara.

— Perdão, Avery. – O sotaque russo irrompeu do silêncio com um ar galanteador. – Mulheres com atitude sempre me deixam um pouco afetado. – Lutei para não desligar aquela chamada de uma vez por todas. – Aliás, quero que conheça uma pessoa quando eu for para Illéa. Acho que vocês vão se dar bem.

— O que? Você vem? – ele riu de meu desespero.

Por outro lado, Alexander começou a passar a mão em seus fios loiros de uma forma quase neurótica. Completamente agoniado.

— Quero ir essa semana ainda. – Igor disse, um tanto civilizado e calmo, como se nunca tivesse sido um cafajeste antes. – Entrarei em contato com rei Maxon assim que possível. Não posso deixar uma querida amiga na mão, não é mesmo?

Respirei fundo. Acalmando meu estômago que parecia querer se revirar.

— Perfeito. – Sussurrei, mordendo os lábios e esperando o pior. – E o que você vai querer em troca?

Igor ficou um pouco receoso. O silêncio que ele emanava era diferente do de antes.

— Gosto de você, Avery. – Sua respiração pareceu ficar pesada por um instante, fazendo alguns chiados irromperem em meus ouvidos. – Talvez um dia você entenda que nunca esteve em dívida comigo.

E cerca de um segundo depois, Igor desligou a chamada. Por um bom tempo, continuei com o gancho encostado na orelha, tentando entender o que havia acontecido.

Alexander estava roendo as unhas quando eu finalmente deixei o telefone em seu lugar. Ele implorava por respostas em cada canto de suas íris, como se estivesse contendo uma bomba dentro de si.

Fiz que sim com a cabeça, incapaz de dizer uma palavra sequer.

Antes que eu pudesse notar a rapidez dos movimentos, eu senti os braços fortes do príncipe ao meu redor, apertando-me com alivio e força. Havia calor por todas as partes do meu corpo, era inegável e surreal. Me entreguei ao sentimento como se caísse em um precipício, estava cansada demais para lutar contra qualquer coisa.

O cheiro agradável da pele de Alexander impregnava todos os cantos. Ele era quase uma fortaleza construída em torno de mim. Coloquei meu rosto na curva de seu pescoço incapaz de raciocinar, fechando meus olhos em um estado de alívio e satisfação. Em um dado momento, senti seu hálito quente de café perto de meus lábios, enquanto minha mão perpassava por seu peito musculoso.

— Você é uma mulher incrível, Avery Black. – Sussurrou, fazendo uma sensação única se intensificar dentro de mim.

— Eu sei disso. – Respondi baixinho.

Eu via claramente a imensidão oculta por trás de cada pequeno ato dele, sentia sua essência tão junto a minha que queria colapsar. Se Jasper era como um fogo, Alexander seria um incêndio inteiro, pronto para me consumir em suas chamas agridoces.

Meus lábios encontraram os dele sem que eu percebesse, mergulhada em um beijo de calmaria e efervescência. Suas mãos ao meu redor me apertaram com uma certa força, o que me fez buscar ainda mais por sua língua quente. As respirações ofegantes eram como uma sinfonia e eu só conseguia me sentir envolta naquele único momento.

Puxei seu corpo para mais perto do meu, encostando-me na mesa atrás de mim. Alexander suspirou quando o toquei no rosto. Meus olhos o encaravam com um desejo que até então vinha crescendo e era reprimido, mais forte do que todos os outros instintos naquele momento. Seu rosto jovial escondia uma maturidade intensa até então imprevisível, mas era bastante claro o fato de eu deter mais experiências que o príncipe naquele aspecto.

Minha boca se contraiu em um pequeno sorriso malicioso, enquanto os olhos de Alexander se abriam aos poucos. O desejo por tê-lo era maior do que eu podia prever, então o beijei mais uma vez, inundando-o de volta no mesmo clima, antes que perdêssemos o impulso. Ele parecia preso a mim, sob um feitiço conjurado pela minha própria língua.

Eu sentia meu corpo pedir por mais, almejando obter o mesmo prazer que Jasper e eu tínhamos nas madrugadas escondidas. Quando me dei conta, já estava sedenta, o suficiente para tentar colocar as mãos por debaixo da camisa de Alexander, que parecia estar buscando o mesmo que eu ao mordiscar meu pescoço enquanto suspirava.

Seus dedos afoitos foram em direção ao zíper de meus vestidos, na minha nuca. Foi quando gelei ao notar exatamente o que estávamos fazendo, e, como um tiro, nada parecia mais como se fosse bom. Minhas costas.

— Pare. – falei, a voz embargada em um misto de desolação e torpor.

Alexander se afastou bruscamente com sua respiração desregulada, olhando para mim com os olhos incrédulos. Ele parecia mal se dar conta do que estava fazendo, suas íris doces garantiam isso ao estarem arregaladas com o sentimento de culpa.

— Sinto muito, Avery. Sinto muito mesmo. – pediu, remexendo o rosto sem saber para onde olhar. – Por favor, eu não queria ter agido dessa...

— Chega! – Engoli o choro enquanto mil facadas pareciam apunhalar meu coração. Mantive a postura autoritária. – Isso não significa nada de qualquer forma. Como eu te ajudei, não sou mais sua noiva ou nada do tipo.

Os olhos do príncipe pareciam abatidos com cada palavra que eu dizia, as quais me machucavam em dobro por estar agindo tão ríspida com alguém que havia sido tão gentil comigo. Sua pele bronzeada parecia, de um momento para o outro, pálida e sem vida, como se estivesse morrendo.

Eu não tinha culpa. Ele jamais entenderia o que eram aquelas cicatrizes nas minhas costas. Seria mais seguro desfazer nossa amizade do que pôr o caráter de rei Desmond II à mostra, se meu pai descobrisse, eu poderia pagar um preço alto por isso.

Desviei o olhar, ignorando completamente Alexander. Meus dentes fincavam a pele dos lábios com tanta força que eu já sentia o gosto de sangue escorrendo.

— Resolva a chegada dos russos. – Cuspi as palavras, ansiosa para acabar logo com aquela tortura. – Vou fazer esse acordo dar certo e ajudar no que conseguir. Voltarei para a Nova Inglaterra quando meu irmão for coroado, não tenho nenhum plano de continuar em Illéa.

Atordoada e tremendo, dei passos na direção da escada para sair logo dali. Ao cruzar com Alexander, nos encaramos brevemente em um misto de surpresa e dor, os olhos indagativos pareciam mais melancólicos do que nunca. E eu só consegui me odiar ao causar tudo aquilo. Por um segundo achei que ambos estávamos contendo as lágrimas, mas tão rápido quanto um flash e eu já descia cada degrau com a certeza de que havia estragado tudo.

Aceitei que jamais iria governar como rainha. Aceitei que a sombra manipuladora de Desmond sempre existiria. Aceitei que nunca seria livre do destino que os outros haviam tecido para mim.

Corri para fora dos estábulos, o coração palpitando em cacos. O sol brilhava como se nada mais importasse, e meus olhos choravam amargamente tantas derrotas em um único coração. Nem mesmo a grama fofa amaciava nada, então continuei correndo buscando pelo refúgio dos meus aposentos.

Quando estava quase adentrando o castelo, vi Dallas interceptar meu caminho. O semblante do soldado era quase inexpressivo, menos por sua boca semiaberta, a qual mostrava o quão surpreso ele estava com minha aparência de choro.

— Soldado Dallas. – Respirei fundo, limpando o rosto como se nada tivesse acontecido.

Ajeitei minha postura, tudo para tentar parecer menos horrível do que me sentia.

— Chegou uma carta de príncipe Cameron para a senhorita, Alteza.

Um impulso nervoso fez com que eu me curvasse um pouco, parecia que eu ia jogar todo o almoço para fora em apenas um instante.

Revirei os olhos. Maldito Cameron. Tudo parecia desandar justamente quando estava dando certo. E ainda podia ficar pior.

— Alteza! – Dallas exclamou, posicionando sua mão com cuidado em meu ombro.

— Estou bem. Me dê a carta, por favor. E não saia do meu lado. – Segurei cada emoção que tentava me derrubar.

Ao pegar a carta da mão do soldado, não perdi tempo buscando o mínimo de privacidade. Eu a abri ali mesmo. Já estava de saco cheio de tanta política e desconfiança.

— Alteza, eu devo...

— Não! – implorei, meu coração continuava aos prantos. – O senhor será um conselheiro de meu irmão um dia. É bom saber quem o futuro rei é de verdade.

Mesmo com os olhos embargados e uma tristeza abismal dentro de mim, eu ainda sentia um pouco de raiva de Cameron. A decepção de estar passando por tudo aquilo, o próprio momento horrível que havia acabado de acontecer entre mim e Alexander... Nada teria acontecido se meu gêmeo tivesse me consultado antes de armar tudo sozinho.

Abri a carta com os olhos levemente turvos, porém tão atenciosos quanto os de uma águia. Posicionei o papel de forma que Dallas ao meu lado conseguisse ver cada letra. Era a hora da verdade.

Minha irmã, minha gêmea

Não sei exatamente o que lhe escrever dada nossa situação tão distante nos mais variados sentidos. Dei tempo para que me perdoasse, mas imagino que nem um milênio seria capaz disso. Só posso desejar que voltemos a ser um dia a cara metade um do outro. Você me conhece como ninguém, porém, ainda há segredos que ainda não são de seu conhecimento. Depois que perdemos nossa mãe, tudo mudou a partir daquele fatídico assassinato ao qual apenas você presenciou. Nosso verdadeiro pai foi posto à prova, e nada mais conseguiu ser como era antes.

O motivo de meu contato é porque quero te contar outra coisa que ainda não sabe: Thomas Schmidt estava na Rússia esse tempo todo. O senhor Archibald deixou escapar recentemente enquanto conversávamos a sós. Parece que por motivos variados ele pediu ao Thomas que se afastasse de nós dois. Após a morte da rainha, não havia sentido em continuar ao nosso lado, e poderia ser mal visto pelas outras famílias conselheiras. Então Thomas seguiu sua carreira militar. Mas não antes de que Igor Pyetov fizesse um convite para ele ajudá-lo na situação da Ucrânia Russa, a qual estava em constante guerra cinco anos atrás.

Imagino que consiga fazer mais bom uso dessa informação do que eu. Igor sempre foi um pouco frio comigo e deixou claro em sua última visita que ele é leal a você, mas não mim. Não consegui cortar minhas relações com Thomas e sua influência de minha vida, hoje vejo que nada posso fazer referente a isso. No entanto, se eu for rei algum dia, a única pessoa que preciso ao meu lado é você.

Por favor, investigue o que der com a máxima discrição, caso não queira fazer isso por mim, faça por si mesma. Eu te amo mais do que a minha vida. E sei que nada no mundo vai mudar isso, nem a sua fúria infinita.

                                                                                   De seu irmão, seu gêmeo

                                                                                            Cameron Black

Lágrimas escorriam sem que eu quisesse, a tensão em meu estômago apenas aumentava como se eu fosse explodir ao ler o nome de Thomas. Era como se não existisse mais sanidade mental.

Eu estava sendo vigiada todo esse tempo.

Não havia informações sobre Edwin. Não havia notícias da Nova Inglaterra. Apenas mais um segredo que “coincidentemente” envolvia Igor.

Dallas ao meu lado parecia tão estupefato quanto eu. Com o mínimo de meu cérebro funcionando, tentei pensar nas entrelinhas.

— O senhor disse alguma coisa sobre Illéa ao meu irmão? – indaguei, o timbre tentava se manter firme, mas apenas podia contar com a confiança do soldado.

— Não, Alteza. – disse, seus olhos pareciam acompanhar a sinceridade de seu tom.

Senti mais lágrimas escorrerem, manchando a carta em um pedaço. Não havia mais porquê esconder nada de qualquer forma. Pelo menos tinha certeza de que Alexander não havia me traído daquela forma, ele mesmo afirmara que não estava conseguindo entrar em contato com meu irmão.

— Fiz uma ligação sigilosa para Igor Pyetov a poucos minutos atrás. – Esperei a reação de surpresa aumentar no rosto de Dallas, que se contraiu em um semblante confuso demais para julgá-lo culpado. – Alguém está vazando informações para Cameron. Talvez por isso ele não se preocupou em manter contato antes...

O soldado engoliu em seco. Seu rosto parecia estar receoso demais.

— Alteza, sobre isso não faço a menor ideia de quem seja, mas... – Começou a dizer, perdendo-se nas palavras enquanto fitava meus olhos esverdeados. –  O que o príncipe disse sobre Thomas Schmidt é verdade. Eu me lembro bem de quando a rainha morreu, ele ficou dilacerado. A Câmara achou que devia puni-lo de alguma forma por não tê-la protegido, meu pai era um dos poucos conselheiros que defendia a família Schmidt. No final, Thomas acabou sumindo antes que os conselheiros tomassem uma decisão.

Meu queixo caiu. Talvez eu não tivesse mais um coração àquele ponto. A dor e o alívio pareciam andar lado a lado em um paradoxo complicado dentro de mim. As memórias dolorosas voltavam à tona em minha mente, porém com outra ótica.

— Está dizendo que Thomas não me abandonou, então? – questionei, semicerrando os olhos chorosos.

Tudo rodava dentro de mim. Eu ia do meu passado até o presente com Alexander, implorando para que apenas as coisas boas fossem reais.

— Juro por meu país, Alteza. – Dallas apertou meu ombro, enquanto eu só conseguia fungar cabisbaixa. – Thomas Schmidt jamais o teria feito se não tivesse sido forçado.

Aquela frase havia batido fundo dentro de mim, ressoando junto as palavras ríspidas que eu acabara de proferir para Alexander. De certa forma, me sentia forçada a me afastar do príncipe. E se Thomas tivesse estado em uma situação parecida?

Meus neurônios queimavam. Será que Jasper sabia daquilo?

Vi o soldado buscar algo em um dos bolsos de sua calça militar. Dallas me estendeu dois papeizinhos rasgados. Eu o olhei estarrecida.

— Sua criada achou em seus aposentos e resolveu me entregar. – Deu um pequeno sorriso, o suficiente apenas para ser gentil. – Acho que isso pode ser útil em breve.

Era o contato de Thomas, o qual eu havia rasgado da forma mais rebelde e infantil possível quando recebi os documentos da Nova Inglaterra. Agora eu via o quanto ele queria apenas ajudar. No entanto, ainda não explicava o porquê de ter ajudado a me tirar da linha do trono.

— Obrigada, Dallas. – falei, enquanto sentia minha cabeça pegar fogo. Eu não estava nada bem. – Preciso chegar aos meus aposentos, penso depois no que fazer...

Suspirei, sentindo uma cachoeira em meus olhos, pronta para molhar todos os travesseiros de minha cama.

— Descanse por um tempo, Alteza. Eu tentarei descobrir para a senhorita quem é o aliado de seu irmão aqui no palácio, caso queira.

— Esqueça sobre isso. – Pedi com minha voz fraca, eu já não aguentava mais. – Deve estar bem debaixo de meu nariz e ainda não me toquei.

Segredos. Dor. Desconfiança.

Mal sabia eu se havia feito o certo ou o errado em tratar Alexander daquela forma. No entanto, pensando no beijo e em nossos lábios entrelaçados, sentia uma pequena chama no meio da escuridão que me consumia.


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Notas finais do capítulo

É, esse beijo demorou.... Mas rolou! Ai ai
O que vocês acharam?