12/12 escrita por roux


Capítulo 3
– Ir ou não ir? Eis a questão!




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Olhei sério para o garoto a minha frente e sorri. Como assim conversamos no final das aulas? Fiquei olhando para ele, mas ele desviou seus olhos de mim e começou a prestar atenção na aula de português que o barrigudo dava. Eu não conseguia prestar atenção, a frase ‘no fim das aulas conversamos’, ainda estava em minha cabeça. O que isso queria dizer? Ele queria conversar comigo no final das aulas? Será que nós seriamos amigos? Será que ele queria mesmo falar comigo? Claro que ele queria, caso contrário não teria dito aquilo. Sorri sozinho novamente. Na verdade durante aqueles cinqüenta minutos em que fiquei na aula de português, eu olhei para Potter, umas quatrocentos vezes. Ele era tão bonito. O cabelo castanho claros, fios finos, tudo bem... Meio ressacado talvez, mas nada que um bom shampoo não resolva. Olhos verdes e expressivos, o garoto parecia sorrir com os olhos o tempo inteiro, seus cílios eram claros e cheios, longos como se ele usasse rímel, mas com certeza isso ele não fazia. Potter tinha porte e jeito de ser o badboy da escola. E pelo jeito que ele havia agido na tarde do dia anterior, ele deveria ser o manda chuva por aqui. Houve horas que ele percebeu que eu o olhava e sorriu para mim. Só depois de meia hora o observando foi que me toquei. Eu havia combinado com o Kyle, o garoto da química quântica, havia combinado de ficar com ele no fim das aulas. Droga. E agora? Fiquei pensativo, e até esqueci que estava em aula.

― Está tudo bem? ― Perguntou Potter baixinho.

― O que? ― Perguntou para ele meio sem entender, no mesmo tom usado por ele.

Ele riu baixinho para que o professor não ouvisse e desse mais uma bronca. Pareceu pensar no que iria dizer e disse baixinho.

― Você está fazendo cara de quem ta com dor de barriga ou segurando peido... Achei que estivesse passando mal! ― Ele afirmou, e sorriu para mim com os olhos.

O.k! Definitivamente, talvez ele não fosse tão legal. Jogar na lata que eu estava com cara de quem quer soltar pum? Fala sério, garoto. Ridículo! Mega ridículo viu. Mega ridículo.

― Eu estou bem! ― Disse seco.

― O.k! ― Ele riu.

Comecei a fingir que estava prestando atenção na aula. Que garoto mais estúpido como assim ele tem coragem de dizer que estou com cara de quem quer ‘peidar’ reparem na palavra que ele usou. ‘peidar’ invés de ‘pum’, ‘flatulência’ ou qualquer outra palavra. Realmente ele deve ser desses garotos badboy ogro. Respirei fundo, mas não demorou muito e me vi olhando para ele novamente. Ouvi quando o sinal tocou.

Os alunos começaram a sair da sala. Ele então olhou para mim. Sorriu.

― Acho que não teremos mais aulas juntos... ― Ele disse. ― Talvez Ensino Religioso, eu também reprovei nessa matéria. ― Ele riu.

Ensino Religioso? Que porra reprova em ensino religioso? Mudando os conceitos sobre o garoto em três, dois, um... Garoto bonitinho que me salvou meio burrinho e disse que eu estava com cara de quem queria peidar.

― Ah sim... ― Disse arrumando meus cadernos dentro da mochila. ― Então a gente se vê!

― Ah nos fim das aulas, novato. ― Ele disse rindo. ― Quero te apresentar para uma galera. Qual seu nome mesmo? ― Ele perguntou.

Garoto burrinho.

Garoto boca porca.

Garoto esquecido.

Enquanto eu não tirei os olhos dele, ele nem lembra o meu nome, você é mesmo um idiota, Noah.

― Noah! ― Falei seco e fechei o zíper da minha mochila.

― Noá? ― Ele perguntou rindo. ― Engraçado.

― É! ― Eu disse seco e desviei meu olhar.

― Me encontra na fonte em frente ao pátio. Sei lá, umas 18 horas. Vai dar tempo de você tomar um banho, se arrumar ou sei lá o que... ― Ele disse sorridente.

― Eu não sei se vai dar pra comparecer, talvez esteja ocupado... ― Falei tentando desconversar.

― Faz um esforço, tchê! ― Ele falou rindo e levantou. ― Até.

Saiu da sala e me deixou sozinho.

Bufei.

― Você está bem, Noah? ― Uma voz perguntou.

― Ah oi... ― Eu disse. ― Guto! ― Consegui lembrar o nome dele, ele sorriu, mas não esbocei expressão nenhuma.

― E o Cabeça! ― O outro garoto disse rindo.

Apenas o ignorei, não sou de rir para qualquer um, e muito menos pro brincadeiras tão toscas.

― Qual matéria você tem agora? ― Guto me perguntou.

Ele estava falando menos ou era impressão minha?

― Eu tenho natação. ― Falei para ele, pois tinha olhando meu horário antes de guardar minhas coisas.

― Nós temos a mesma aula, podemos ir juntos... ― Guto disse alegre.

Yupi, juntos a vocês? Que maravilha. Realmente, pelo que pude avaliar só nessa aula de português, a única pessoa legal que eu conheci hoje foi o Kyle. Espero ter mais aulas com ele.

Saímos os três da classe e fomos os últimos.

Caminhávamos os três lado a lado. E pude reparar melhor no Cabeça. Ele não é feio, muitas espinhas, para dar e vender, mas não é feio mesmo. E de corpo... Bom, ele é bem jeitosinho, não o meu tipo de jeitosinho. Vou precisar abrir um parêntese. (Vocês sabem que sou gay, né? Sim, sou gay assumido, e acho que as pessoas aqui da escola já começaram a reparar). Voltando ao assunto cabeça. Ele é jeitosinho, mas eu não o pegaria. Não pegaria ninguém daqui, talvez o Kyle...

Entramos no vestiário.

― Estamos atrasados, dez minutos! ― O cabeça disse olhando em seu relógio.

― Droga... Não quero levar suspensão... ― Guto se desesperou.

― Calma Guto. Não vai levar suspensão por atraso, mas bronca com certeza... ― Falei tentando ser fofo, coisa que não consigo ser nunca.

O cabeça nem se importou com nada, arrancou sua roupa e ficou pelado na nossa frente. Ual, o garoto realmente era jeitosinho, corpo malhado, peitoral e abdômen definido. E lá em baixo, não era só a cabeça que era grande. Coitada da menina que transar com esse cara, ele deve fazer um estrago. O pênis era longo e grosso, mesmo estando mole. Era bem branquinho e tinha veias grossas roxas. Desvie meus olhos, não queria que ele achasse que eu estava desejando-o.

Arranquei também minha roupa, e Guto fez o mesmo, resumindo ficamos os três peladões antes de vestirmos nossas roupas. E pela primeira vez, não senti vergonha de ficar pelado na frente de alguém, talvez eu realmente estivesse amadurecendo.

― Que bundão hem, Noah! ― Elogiou Cabeça. ― Eu faria um estrango.

Resumindo: garoto jeitosinho é um garoto retardado e também veado.

― Tira o olho da minha bunda, garoto. ― Eu disse bravo, mas acabei por rir. Ninguém nunca tinha elogiado a minha bunda assim do nada.

― Ele tem razão... ― Guto disse rindo.

― Vamos parar com a palhaçada e ir logo para aula. ― Eu disse já saindo do vestiário masculino de sunga. Fomos os três correndo para a piscina.

Talvez eu gostasse desses garotos, mesmo sendo sem noção, ou falando demais, eu já tinha até rido com eles, coisa que não faço normalmente.

Ao chegar à piscina, avistei Kyle... Ele estava sozinho num canto da piscina, e quando me viu acenou pra mim.

― Quem é aquele gato? De onde você o conhece? Qual o nome? Poderia me apresentar? Oh deus... ― Guto disse baixo no meu ouvido.

Eu ri alto. E nem estávamos atrasados, o professor não havia chegado ainda. Para nossa sorte.

Kyle caminhou até mim.

Eu tenho de concordar com Guto. Ele é um gato, caminhou de um jeito tão sexy até mim e sorriu.

― Fico feliz em ter um amigo nessa aula! ― Ele disse sorrindo.

― Kyle... Esses são Guto e cabeça! ― Apresentei os meus ‘novos amigos?’ talvez...

― Oi. ― Kyle disse e sorriu de um jeito que eu achei sexy.

Um apito soou.

Todos nos viramos assustados e vimos um homem de sunga caminhando em nossa direção rindo.

― Bom dia galerinha. Eu sou o Renato Novaes. Professor de vocês de natação. ― Ele sorriu e piscou. ― Espero que esse ano seja um bom ano para todos nós, certo?

Os alunos ficaram em silêncio, nenhum resolveu se arriscar a responder.

― Vamos começar com alguns aquecimentos. Dividam-se em dois grupos. ― O professor ordenou.

Fizemos o que ele mandou. Fiquei no mesmo grupo que meus novos amigos e graças a deus, o outro grupo começou. Eu não estava nem um pouco a fim de entrar naquela água que aparentava estar gelada.

Ficamos de canto enquanto os outros faziam o que o professor mandava. Observei os garotos se olhavam como se cada um fosse um prato diferente, ops...

― Nessa escola todos são gays? ― Eu perguntei baixinho para Kyle e então ri.

― Se não forem quando entram aqui passam a ser... ― Kyle admitiu e sorriu. ― Imagina um monte de adolescentes homens a flor da pele, hormônios loucos... É acho que rola um troca troca louco aqui!

― Você? ― Perguntei.

― Sim, também sou! ― Ele admitiu e riu.

Sorri.

― Acho que o Guto ficou interessado em você. ― Disse tentando ajudar o Guto. Por que fiz isso? Também não sei, mas acho que seria legal fazer isso... Ele tem cara de ser legal, e eu acho que quero amizade. Ele vai me adorar.

― Hmmm, ― Kyle disse e sorriu. ― Podemos sair todos juntos no final das aulas então.

― Ah sim! ― Aproveitei a deixa. ― Podemos nos ver, tipo umas 19h30min?

― Claro. Encontramos-nos todos em frente a ala onde você dorme pode ser? ― Ele perguntou.

Sorri afirmando que sim. Chegou nossa vez de ir pra piscina.

O dia passou rápido, e chegou o fim das aulas, todos os alunos voltando para seus dormitórios, para descansar ou fazer o que quiser antes da janta. Fui direito pro banheiro tomar banho. Eu tinha compromissos essa noite.

― Droga! ― Me xingue.

Ir ou não ir, ver o Potter? Aliás, onde será que ele me levaria? Porra, o que fazer? Precisei relaxar. Sentei no vaso sanitário e comecei a acariciar meu pênis. Em poucos segundos meu pau estava duro e eu comecei me masturbar, não parei até gozar e depois tomei um banho rápido.

Chegou a tão louca hora. Eu resolvi ir, encontrar com aquele cara e descobrir porque ele insistiu tanto para que fosse vê-lo no fim das aulas. Espero não me arrepender.


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