A menina de olhos tristes escrita por Angel Black


Capítulo 7
Encantamento




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Um mês se passara desde a última vez que Alice viera morar na mansão Malfoy. Draco acompanhava em segredo as notícias do mundo bruxo e sabia que a situação estava cada vez mais difícil para eles. Hermione havia iniciado buscas para a pobre Alice e havia publicado em todos os jornais bruxos que Alice Donovan era na verdade, Tricia Bulstrode, filha de Emilia Bulstrode e Voldemort. A simples menção do Lord das Trevas havia impulsionado uma verdadeira e literal caça às bruxas. Na primeira semana havia uma recompensa mixuruca pela sua apreensão. Depois de algumas semanas, o preço foi elevado a 3 mil galeões de ouro por Alice, VIVA OU MORTA.

No último profeta diário, havia uma reportagem com LongTorn Bulstrode (o velho Donovan) dizendo que Tricia sempre fora uma garota malévola e que ele, com sua humildade e senso de justiça (Ah, tá!) havia tentado, em vão, ensinar Alice os conceitos de ética e moral que podem conduzir uma sociedade para o bem.

Malfoy trancava todos os jornais que recebia no porão de sua mansão e a chave estava sempre no seu bolso. Se Alice soubesse, ele tinha certeza de que ela sofreria muito.

Desde então, Alice esforçou-se ao máximo para aprender tudo o que Malfoy ensinava. Devora os livros que ele lhe indicava e treinava fervorosamente os feitiços que ela precisava aprender.

Infelizmente, ela não conseguia produzir nem mesmo um simples feitiço como o Wingardium Leviosa. E embora fosse uma cozinheira habilidosa, conseguia destruir mesmo a poção mais boba. No final daqueles dias, ela sentia-se um completo fracasso.

Draco era bondoso e gentil e não era capaz de lhe dizer que ela era um desastre na arte da magia, mas era assim que ela se sentia. E temia que chegasse o momento em que ele a abandonaria à sua própria sorte e ela teria que retornar à sua família.

Não que não se sentisse triste por estar longe deles. Ela sentia falta de sua mãe e de seus irmãos, mas agradecia por cada dia que amanhecia longe de seu pai. Seu pai que nunca lhe amou, que nunca lhe enviou uma só palavra carinhosa.

Alice enxugou a lágrima que teimava em lhe brotar dos olhos, o que chamou a atenção de Malfoy que estava muito próximo dela, tentando inutilmente ensinar-lhe um feitiço.

— Está tudo bem? – perguntou ele, com uma cara de preocupação.

— Sim, senhor... – respondeu ela, timidamente, mas não conseguiu disfarçar o embargo na voz.

— Vamos, diga-me, o que está acontecendo? Saudades de sua família? – insistiu ele, abaixando a varinha para aproximar-se dela.

— O senhor é tão bondoso comigo... enquanto eu sou um fracasso!!!

— Não diga isso! – disse Malfoy, com um sorriso alinhado - Aprender magia é processo lento.

— Mas eu deveria ser capaz de fazer alguma coisa a essa hora... – desabafou Alice.

Malfoy franziu o cenho. Não admitiria, mas estava preocupado com isso também. Alice demonstrava um poder nato, então porque não conseguia fazer nenhum feitiço?

Talvez, os anos de abuso nas mãos do velho Donovan tenham criado algum tipo de trauma que a impedia de se desenvolver em magia.

— Alice... você confia em mim? – perguntou ele, aproveitando para envolver seu braço no ombro de Alice. Quanto antes a seduzisse, melhor seria para controla-la e embora tenha mantido distância no mês que se passara, Malfoy sabia que precisava acelerar o passo e tentar conquista-la o quanto antes.

— Sim, Senhor... eu confio no senhor... confio como nunca confiei em ninguém. – Disse ela, com os olhos brilhantes. Malfoy tinha até pena de estar tentando conquistá-la. A pobrezinha jamais teve uma boa alma que se compadecesse dela. – O senhor não imagina o quanto é especial para mim.

— Então, eu quero que me diga o que aconteceu enquanto estava com o seu pai...

Alice arregalou os olhos tristes e depois baixou a cabeça, como se estivesse acuada.

— Ele te machucou sexualmente, Alice?

Alice ficou vermelha na mesma hora, visivelmente envergonhada.

— Senhor... – disse ela, relutante.

— Você não disse que confia em mim? Eu preciso saber, Alice. Por que isso pode estar te impedindo de avançar na arte da magia. Eu preciso saber, querida... você sabe que eu jamais te machucaria como ele...

— Sim, eu sei... – adicionou ela, rapidamente. – É que... eu tenho vergonha.

— Não precisa ter vergonha de mim. Quando confiamos numa pessoa, não é vergonha dizer toda a verdade e abrirmos o nosso coração para ela. E você pode confiar em mim, querida. E pode também confiar seu coração a mim...

Alice baixou a cabeça. Os olhos ficaram vermelhos, ainda mais tristes e abatidos, apesar de serem tão redondos e brilhantes.

— Ele nunca conseguiu... mas ele tentou... – disse ela, com uma vozinha quase inaudível. – Eu tinha 10 anos quando ele começou a tentar. Ele já tinha tocado em mim antes e sabia que estava imune ao meu poder. Então chegou um dia em casa, bêbado e foi para o meu quarto. E eu não consegui me livrar dele. Ele era muito forte e me bateu. Eu não consegui me livrar, mas então, ele sentiu alguma coisa muito ruim e começou a gritar como se eu o tivesse machucando... eu tentei parar, mas não conseguia fazer parar.

Alice desatou a chorar, enquanto Malfoy a abraçava. Naquele momento, ele queria poder voltar a casa dos Donovan e quebrar a cara do velho Bulstrode. Ele sabia o tempo todo quem Alice era e mesmo assim tentou se aproveitar de uma menina...

Não que ele tivesse muita moral para reclamar dele, afinal, Alice ainda era uma menina e Malfoy intencionava seduzi-la para usar do seu poder. Contudo, Malfoy dizia a si mesmo que jamais faria mal a ela como o pai. Ele a protegeria de qualquer mal e se esforçaria para fazê-la feliz. Aquela pobre garota precisava de alguém para ajuda-la.

— Isso quer dizer que você jamais esteve com um homem, Alice?

Alice ficou ainda mais envergonhada. Malfoy tinha que ter cautela, pois não queria assustá-la. Mas precisava saber, embora fosse óbvio pelo comportamento dela que Alice era virgem. E isso caía como uma bigorna em sua cabeça. Seria mais fácil moralmente para ele, se ela já tivesse estado com outra pessoa antes dele. Não gostava de mulheres inexperientes. Elas tendiam a ser voláteis e Malfoy não queria uma garota inconstante em suas mãos, embora isso facilitasse a arte da sedução.

— Não... nunca... – disse ela, com os olhos ainda mais intensos, necessitados, como se pedissem por um beijo. Malfoy não poderia deixar passar aquela oportunidade. Por isso, afagou os cabelos dela. Depois, desceu as mãos até a sua cintura e a puxou levemente para si. Alice espalmou as mãos no peito largo de Malfoy e encostou seu corpo no dele. – Senhor... eu...

— Draco, Alice... Draco... – disse ele, encostando seus lábios levemente nos dela. Precisava ser doce, terno. Precisava ter muita paciência para controlar o desejo que tinha de apossar-se dos lábios e do corpo dela com paixão.

— D-dra-c-co... – disse ela, trêmula, como somente uma adolescente em seu primeiro beijo pode ser. Malfoy nunca se sentiu tão cafajeste quanto naquele instante, seduzindo uma menina frágil e problemática como Alice. Ainda assim, ele mal conseguia se controlar. Beijou-a sedutoramente, fazendo-a entreabrir os lábios, provando cada vez mais daquela inocência.

— Eu estou apaixonado por você, Alice. – mentiu ele, puxando-a ainda mais para si, afagando seus cabelos, beijando o rosto de Alice e o pescoço também, numa carícia sensual, tentando despertá-la sexualmente.

— Ah... senhor... eu também... também estou apaixonada... nunca pensei que isso pudesse acontecer. Eu sonhei tanto com isso, mas não me achava digna de ser amada...

Malfoy afastou-a por um segundo, observando-a com um olhar preocupado.

— Eu disse alguma coisa errada? – perguntou ela, insegura.

— Você merece ser amada, Alice. Nunca deixe ninguém dizer algo diferente. Você merece uma pessoa que te ame do seu lado, você merece um homem que te faça feliz... – disse ele, pensando que ele não era homem para ela. Ela merecia um homem decente, um homem bom, um homem honrado. Se ele fosse honrado, pararia agora mesmo de tentar seduzi-la. Se ele fosse honrado, ele cuidaria dela e jamais a usaria. Mas ele não era honrado.

Malfoy aproximou Alice novamente de si e beijou-a sedutoramente. Ergueu-a nos braços e caminhou lentamente até seu quarto no segundo andar. O quarto que ela ocupava era ao lado do seu, mas por alguma razão, quis leva-la até o seu espaço. Depositou Alice na cama e depois beijou-a novamente. Ela estremecia em seus braços, cada vez mais consciente do que estava para acontecer. Mas Malfoy quis reassegurá-la.

— Não tenha medo de mim, Alice... eu não vou te machucar, nem você irá me machucar. Esse momento será único e belo e terno... Nós nos amaremos para sempre, Alice. E você será sempre minha... você confia em mim, não confia?

— Sim, D-draco... – disse ela com um sorriso tímido, doce e honesto. – Eu confio em você...

Ele novamente a beijou, dessa vez, tirando o robe de bruxo que ela estava usando. Desde que ele a trouxe para sua mansão, Malfoy lhe deu roupas de bruxo para que ela se acostumasse a usar. Ela ficava muito bela com os robes coloridos e luxuosos, mas ainda assim, Draco gostava de ver a pele branca e macia de Alice, como agora. A roupa de baixo que ela usava era uma camisola branca e simples, mas que a deixava com uma aparência etérea, quase como se ela fosse um anjo.

Ele colocou a mão no ombro de Alice e fez com que a alcinha da camisola caísse para o lado. Depois beijou-lhe os ombros nus. Ela sorriu, com cócegas da carícia que ele fazia, o que fez Draco achar graça também. A menina não sabia nada da arte da sedução e ainda assim, era adoravelmente sedutora.

Draco tirou também o robe de bruxo e depois, tirou o paletó e a camisa que usava, ficando com os peitos nus.

Alice ficou tensa e tímida nesse instante, mas Draco percebeu. Tomou a mão dela e colocou sobre o peito bem definido que ele tinha.

— Está ouvindo as batidas do meu coração, Alice? – disse ele, acariciando a mão de Alice com o polegar. – Ele pulsa por você... mas não precisamos fazer nada se você não quiser. Só o que eu quero é que você saiba que eu amo você e nada poderá impedir esse amor...

Os olhos tristes marejaram. De emoção, de amor, de carinho. Era uma confusão de sentimentos que haviam naqueles grandes olhos tristes, mas Malfoy não conseguia distinguir ao certo o que havia. Tinha pena por ela. Ele não a amava. Não sentia nada por ela, a não ser desejo em controla-la. Era tão injusto e cretino de sua parte estar arquitetando uma noite de amor – a primeira noite de amor de Alice – daquela forma tão deliberada. Entretanto, não poderia mais voltar atrás. Queria o poder que ela tinha e aquela era a única forma de tê-lo... a única.

— Meu amor.... – disse ele, novamente, para ter certeza de que ela estava entendendo.

Ela se aproximou dele. Encostou os lábios em seu peito e beijou-o docemente. Malfoy teve um estranho arrepio lhe cruzando a espinha. Ele tivera muitas mulheres em sua cama, mas jamais sentiu aquela sensação antes.

Ela tocou sua cintura com as pequenas mãos e envolveu-o delicadamente, descansando a cabeça em seu ombro. De novo, seu corpo reagiu estranhamente ao toque de Alice. Sentiu um formigamento lhe cruzando o corpo como se toda a extensão de sua pele estivesse sendo magnetizada por ela. Alice, de fato, tinha poderes incríveis. Só poderia ser a magia dela, afinal, não poderia ser outra coisa, poderia?, pensou Malfoy, inebriando-se naquele encanto que Alice despertou nele.

— Eu quero ser sua, Draco... só sua... – disse ela, aproximando seus lábios dos dele.


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