Villa Lobos escrita por Ale Brenny


Capítulo 14
Mais do que certo.




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Ainda perto da cachoeira, chorava sem parar. Sentia angústia, medo, dor pelo que podia ter acontecido com o amor de minha vida. Estava arrependido de tudo o que dissera, relembrava de todos os momentos que passamos juntos, não foram tantos, mas ficaram na memória!

Pensei também em me jogar daquela cachoeira, eu a encontraria no céu? Ou aonde eu deveria ir depois de tudo aquilo, para o inferno talvez? Eu a deixei morrer por tudo o que falei, então, eu a matei. Que ódio que sinto de mim mesmo, ódio. Estava cabisbaixo, uma de minhas mãos enxugava minhas lágrimas enquanto a outra desarrumava meu cabelo. Nada mais seria o mesmo sem ela.

– Tirando conclusões precipitadas – disse uma voz, a mesma voz da pessoa que tocou no meu ombro e em um reflexo me fez olhar para trás.

– O que você está fazendo aqui?... Como chegou aqui? – perguntei pasmo.

– Quando Franja jogou aquela bomba, a porta de onde eu estava trancado abrira, assim consegui escapar dos lobos. – ele explicou.

– Há sobreviventes?

– Os lobos? – ele perguntou e eu balancei a cabeça afirmando – Não que eu tenha visto. Afinal, escapei rápido do lugar, um lobo à uma hora dessas já poderia ter acordado...

– Não diga isso – eu o interrompi. Fiquei meio tonto só de pensar que um dos lobos poderia estar solto uma hora dessas, que Mônica podia ter se jogado ou caído da cachoeira, e se não tivesse acontecido isso, como ela estaria agora. Por este motivo, fiquei com pressão baixa, tudo ficava escuro e meus passos não eram retos, era como se eu estivesse bêbado. Estava sem coordenação, assim dei muitos passos para o lado, tropecei e caí na cachoeira.


--x--

Cebola continuava inconsciente, o tempo voou desde que ele caiu da cachoeira enorme. Agradeço por ele ter sobrevivido à queda, apesar de não saber como. Assisti ao que ele passou, e quando o vi cair corri até o local onde a água da cachoeira desembocava. Pouco tempo depois o encontrei, próximo a borda do lugar, corri pela água até alcançá-lo e quando isso aconteceu, eu o trouxe até um lugar onde pudesse cuidar dele, que não fosse na água.

Percebi que ele respirava, isso indicava que ele continuava vivo. Esperei ao lado dele por muito tempo, sem comer, sem ele acordar. Se ele ficasse assim por muito tempo ele poderia morrer. Ouvi passos ao longo da floresta, passos lentos, calmos, vinham em minha direção.

– Eu presenciei também o que aconteceu – o homem disse, era Do Contra eu acredito, um dos amigos de Cebola.

– E por que não veio ajudá-lo? – perguntei indignada, quase gritando com o moço.

– Pensei que faria a coisa certa... Mas vejo que demorou muito então vim aqui para dar-lhe o incentivo! – o que este homem queria dizer?

– O que você quer dizer com isso? – perguntei ansiosa.

– Toda mulher quer um beijo do príncipe encantado. – ele disse e se retirou do local. Não demorou muito para entender que eu deveria beijá-lo, não que eu acreditasse nessas coisas de que ele ia melhorar com o beijo do amor verdadeiro, mas eu o beijaria de qualquer jeito. Porque além de amá-lo incondicionalmente, ele era mais que uma simples pessoa para mim... Ele era o meu lobo!

Finalmente selei meus lábios aos dele, visões na minha cabeça vieram, me mostravam o paraíso, mostravam ele e eu no paraíso! Meu destino era com ele eu sabia, e não havia mais nada que podia separar-nos.

Novamente exceto pela presença de mais um lobo na floresta, era uma risada feminina, e acompanhava os passos lentos que a pessoa dava em minha direção. Era aquela menina ruiva, a loba... Denise. Deixei Cebola ali onde ele estava ainda desacordado, não sabia se havia funcionado o beijo como cura, mas eu enfrentaria agora a menina, nem que tivesse que morrer para salvar meu amado.

– Então... Mônica – disse ela dando ênfase ao falar meu nome, com tom de deboche – está preparada para morrer? Dessa vez a briga será entre você e eu na forma humana. – ela queria mesmo lutar comigo, e eu com ela. Olhava para seus olhos fixadamente, enquanto ela fazia o mesmo comigo, também andávamos em círculos, porém quando ficava muito distante de Cebola, mudava o meu rumo indo para o outro lado e ela seguia o mesmo rumo.

Quando enfim nos atacamos brigamos feito garotas mesmo, nos descabelamos, rolamos no chão enquanto nos estapeávamos. Porém resolvi usar um método mais radical, soquei-a e chutei-a também. Denise agora gemia.

– Nesse jogo não tem regras amiga. – disse.

– Não, não tem. – ela disse ainda deitada me dando uma rasteira e me derrubando no chão.

--x--

O que aconteceu? Eu me perguntava repetidas vezes. Quando minha visão voltou ao normal, avistei um óculos ao meu lado e gritos. Peguei o óculos e coloquei em meu rosto, olhei para frente, ainda deitado no chão, e vi Denise e Mônica brigando. Rapidamente me levantei e entrei na frente de Mônica, segundos depois Denise já estava em sua forma de lobo.

– Isso não estava valendo – disse Mônica.

– É? Há dois minutos este jogo não tinha regras. – Mônica ficou quieta diante desse comentário.

Porém Mônica pulou para a minha frente para atacar Denise, mas eu a agarrei pela cintura impedindo-a desse modo ela começou a berrar:

– Por que você está fazendo isso conosco? Não vê que nos amamos, deixe-nos felizes, deixe-nos em paz. – agora ela implorava. Denise a olhou com uma cara de quem não se importava com sentimentos ou amor e disse em resposta:

– Eu já disse que eu sou o lobo que vai entrar para a história. Então, é bom eu começar a inventar uma história na qual o casal do lobo e da humana assassinos tentaram matar a coitada loba e ela venceu – disse ela feliz. – a começar pelo dia de hoje!

Quando ela foi atacar-nos, um clarão tão grande invadiu a floresta que ninguém foi capaz de se mexer. Um homem vestido de branco andava em nossa direção.


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Notas finais do capítulo

Se lerem e gostarem, até se não gostaram deixem reviews.
É muito importante para um autor saber como está caminhando a sua história!  



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