Cyborg ficou olhando para Mutano sem saber o que falar. Ele podia ver que o metamorfo estava se esforçando para continuar em pé, mas mesmo assim ele andou até o amigo e colocou a menina delicadamente do chão. Mutano sorriu para ele e olhou em volta.

– O que... Como?

– É uma longa história. – ele disse se sentando no chão. – Onde estão os outros?

– No hospital. Ravena passou mal. – ele respondeu ainda confuso.

– Ela está bem? - ele perguntou preocupado.

– Sim. Foi apenas uma queda de pressão. – ele respondeu. – Desculpa, mas como você pode estar vivo? Andando?

– Eu não sei explicar. – ele disse fechando os olhos. – Cyb, eu e ela precisamos ir para o hospital.

– Tudo bem.

O jovem cibernético pegou a menina no colo e saiu. Mutano o seguia lentamente. Ele parecia cansado e com dor. Os dois chegaram no carro e ficaram em silêncio pelo caminho. Mutano estava com a cabeça encostada no banco e com os olhos fechados. Assim que chegaram ao hospital eles se separaram. Mutano foi para um quarto onde seria examinado e Cyborg foi para o quarto de Ravena. Assim que ele entrou viu os amigos. Ravena estava acordada e chorava abraçada com Estelar. Robin estava ao lado da cama e falava com alguém em seu comunicador.

– Cyborg? O que aconteceu? Você parece que viu um fantasma.

– Mutano está vivo. – ele disse na lata.

– O que? – os outros três falaram juntos.

– Ele conseguiu se trancar na sala de provas. Está bem e está sendo examinado agora mesmo. Não falamos sobre o que aconteceu, mas ele está bem.

– Onde ele está? Eu vou lá. – Ravena disse tentando se levantar.

– Não. Ele está sendo examinado, depois ele vai vim aqui. Você precisa descaçar.

Eles ficaram em silêncio. Todos estavam tensos e agitados. Cyborg não conseguia ficar parado. Andava de um lado para o outro agitado. Ele não sabia se falava ou não que Mutano estava andando. Ele ainda não acreditava no que tinha visto. Não acreditava que de repente ele estava andando.

– Ele está demorando muito. – Ravena disse agitada.

– Eu vou ver o que está acontecendo. – Cyborg disse indo para a porta.

– Eu vou junto. – Robin disse.

Os dois saíram em silêncio. Eles falaram com uma enfermeira e foram até o quarto de Mutano. Assim que entraram viam Clarie ao lado dele examinando a coluna dele. Os dois ficaram na porta e esperaram um pouco.

– Você está bem. – Clarie disse. – Ainda não sei o que aconteceu, mas sua coluna está ótima.

– Eu sei. – ele disse se virando na cama. – E minha perna?

– Está bem. A ferida não foi tão feia. Apenas alguns dia e ela vai estar ótima. – ela tirou a luva e sorriu para ele. – Bom, eu te diria onde Ravena está, mas vejo que já estão aqui para te busca.

Mutano olhou para a porta e viu Cyborg e Robin olhando para ele.

– Oi. – ele disse se sentando.

– Oi. Você não sabe como é bom te ver. – Robin disse sorrindo para ele.

– É. Eu posso imaginar.

Mutano colocou os pés no chão e se levantou. Robin estava tão surpreso que deu um passo para trás. Mutano sorriu e foi até a porta.

– Você vão me levar para ver minha mulher? – ele perguntou cruzando os braços.

– Vamos. – Cyborg disse.

Os três andaram em silêncio. Robin abriu a porta do quarto e deixou Mutano entra. Ravena olhou para o marido e colocou a mão na boca. Ela estava tão nervosa que nem notou que ele estava andando. Mutano foi até a cama e a abraçou. Ravena afundou a cabeça no peito dele e chorou. Ela pensou que nunca mais fosse ver ele novamente. Mutano a abraçou com força. Ele pensou que tinha sido o fim dele. Pensou que morreria e nunca poderia dizer que a ama mais uma vez.

– Está tudo bem. – ele disse passando a mão nas costas dela. – Estou aqui e estamos juntos.

– O que aconteceu? Como você se salvou? – ela perguntou com a voz abafada.

– Slade atacou a torre querendo me levar para o lado dele. Disse que não ia. Então ele mandou o pessoal dele explodir a torre. Me transformei na Fera e tentei me arrastar, mas minhas pernas estavam mais pesadas. Com esforço consegui mover uma depois a outra. Corria para a sala de provas. Uma das ajudantes de Slade estava caída no chão feria. A levei e fiquei com ela até que Cyborg apareceu hoje

– Como sua coluna pode...

– Meu DNA. Bom, a Fera é o ser mais forte que posso me transforma. O mais poderoso de todos. O poder de cura dele foi mais forte do que o trauma. Não sei por que me transformei nele, mas foi o primeiro que me veio na cabeça. – ele beijou a testa da esposa. – Clarie disse que o trauma está totalmente curado, mas mesmo assim não posso abusar. Ela disse que minha coluna voltou para o lugar e que isso quer dizer que não vou precisar operar.

– Serio? Eu te disse que devia tentar se transforma. – Estelar disse sorrindo animada. – Agora temos muitos motivos comemorar.

– Tirando que estamos sem casa? – Robin perguntou. – Por que não me surpreendo que tenha sido Slade que atacou a torre. O que vamos fazer agora?

– Podemos ficar na minha casa até reformamos a torre. – Mutano disse se sentando ao lado da esposa. – Podemos ficar lá por um tempo. Acho que vai demorar para reformarmos a torre, não é?

– Com nosso poderes, não. – Cyborg disse. – Podemos chamar alguns dos outros titãs nos ajudar. Com um bom planejamento, um ano no máximo.

– Tudo bem. – Robin disse. – Vamos sair e deixar vocês sozinhos.

– Até depois amigos. – Estelar disse sorrindo.

Mutano e Ravena estavam sozinhos. A empata olhou para o marido e o beijou. Ela nunca mais tiraria os olhos dele. Nunca mais mesmo. Ela beijou ele com paixão, com saudade. Ela pensou que nunca mais ia ver ele. Que nunca poderia pedir desculpa por ter sido tão agressiva com ele.

– E o que aconteceu você, Rae? Por que você está no hospital? Está tudo bem? - ele disse tirando o cabelo dela do rosto.

– Sim. Apenas fiquei estressa demais. – ela sorriu para ele. – Eu tenho uma coisa importante para te contar.

– O que foi?

– Eu estou gravida.