A outra face escrita por Karine


Capítulo 18
Capítulo 17 – Nunca mais sozinha.


Notas iniciais do capítulo

Nem sei se esse capítulo condiz com o apresentado até aqui, mas eu me senti com vontade de escrever sobre e o fiz, espero que agrade.



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            O dia tinha sido extremamente corrido, Peeta tinha tentado deixar Katniss na casa dela, mas era simplesmente impossivel com vários carros de paparazzis atrás deles, por isso ele foi até seu apartamento, um condominio fechado que dificultaria para que fossem perseguidos.

            Ao chegar lá estacionou e subiu com a garota pela escada, entraram na casa em silêncio, desde o dia em que ela tinha saido do hospital, Peeta a visitava diariamente, se viam todos os dias, se beijavam, mas nunca tinham se relacionado mais do que isso, e era estranho ter a casa toda para eles e estarem sozinhos.

            Se sentiam como adolescentes, pois não havia mais culpa ou medo, eles eram livres para se amarem, mas era estranho, essa era a palavra para definir, pela primeira vez Katniss se sentia apreensiva, não haveria desculpas para parar o que quer que eles fizessem, e ela sabia exatamente aonde aquilo os levaria e ao mesmo tempo que se sentia feliz, sentia-se também ansiosa.

            O silencio reinou por um tempo, estavam ambos sentados no sofá da sala, até que a garota começou a rir de seu proprio nervosismo.

—_ Do que você está rindo?

—_ Ah... Nada, eu estava enviando uma mensagem para Prim, avisando que vou... Ficar aqui hoje... – e novamente o silêncio. Peeta não ousava se aproximar. O tempo continuava passado.

—_ Posso te fazer uma pergunta? – A garota falou sem jeito, Peeta a olhou intensamente e confirmou com a cabeça. – Por que não sentiu raiva de mim? Eu menti pra você... Eu pensei que sua reação fosse ser bem diferente.

—_ Hum... No início eu fiquei com raiva sim, mas eu já perdi tanto tempo correndo atrás de uma ilusão que quando vi que a miragem era real, não quis perder tempo brigando, eu só queria amar você...

            As respirações estavam pesadas, os olhares intensos, e então a garota sentou um pouco mais perto dele, o garoto sorriu e a puxou para mais perto ainda, suas mão foram ao rosto dela, e ele fez um carinho antes de a beijar.

            O beijo era quente e calmo, eles se separam e colaram as testas, sentindo a respiração pesada um do outro contra o rosto, estavam inebriados com a fragancia do outro e se queriam com urgencia.

—_ Sou só eu, ou estou me sentindo um adolescente? – Peeta perguntou ansioso, a garota não respondeu, o que de primeira ele não entendeu, mas a puxou pela mão e a conduziu ao quarto.

            Katniss nunca tinha estado no apartamento de Peeta antes e sinceramente não prestou atenção em nada até chegar ao quarto, lá a única coisa que conseguia ver de fato era a grande cama, suas mãos tremiam e Peeta sorriu com aquilo, se perguntava por que ela estava assim, se seria ansiedade.

            Lá a garota sentou na ponta da cama, onde Peeta começou a lhe beijar mais intensamente, deitou as costas da garota na cama e suas mãos estavam incontrolavelmente passeando pelo corpo dela, era a primeira vez, mas ele já sentia vontade de fazer aquilo quantas vezes fosse possivel.

            A levantou outra vez e ela elevou os braços para ajudar a retirar a blusa que vestia, depois com suas mãos tremulas começou a abrir os botões da camisa de Peeta, sentiu vontade de beijar o peito do garoto e o fez, Peeta soltou um pequeno gemido e sem resistir mordeu o pescoço de Katniss.

            Se ajeitaram na cama, e Peeta ficou por cima da garota, quase não se aguentava de desejo, suas mãos foram rapidamente até a calça e a tirou delicadamente e saiu beijando as pernas de Katniss, deixando uma trilha de fogo, quando chegou perto demais a garota rapidamente o puxou para cima nervosa e o beijou.

Peeta sorria e correspondia, Katniss era linda de lingerie, e apressadamente tirou suas próprias roupas. Ao ficar apenas de sunga foi que percebeu algo em Katniss, e com muito esforço se afastou.

—_ O que está acontecendo Katniss? – Ele perguntou curioso, a garota corou dos pés a cabeça e respirando muito pesadamente correu para a primeira porta que encontrou, torcendo para ser o banheiro e de fato era. – Katniss? O que...?

            Colou o ouvido na porta e a garota parecia chorar lá dentro, ficou realmente nervoso e confuso, o que tinha feito de errado?

—_ Katniss eu estou realmente preocupado agora, fala comigo ou vou arrombar essa porta, o que aconteceu?

—_ Eu... Me desculpe Peeta, eu sei que você percebeu...

—_ Do que você está falando? – Silencio do outro lado, e ele já estava realmente nervoso com aquilo. – Abre essa porta Katniss, vamos conversar.

—_ Eu estou tão envergonhada que jamais ousaria abri-la.

—_ Vergonha do que?

—_ De você... De mim...

—_ O que... – A ficha parecia estar caindo para Peeta, engoliu em seco, nunca tinha tido relações com uma virgem antes, mas Katniss parecia definitivamente uma. – Abre a porta meu amor.

            Katniss então reuniu toda coragem e abriu. Peeta entrou e a puxou pela mão a abrançando, estava assustado... Ela já era bem grandinha e bonita, por que então...? Se sentia realmente curioso. A conduziu até a cama e a sentou lá.

—_ Vamos conversar...

—_ Eu sei que percebeu que não tenho experiência, eu devia ter deixado isso claro, me desculpa... Mas...

—_ Você nunca fez isso antes, fez? – Ela apenas negou com a cabeça. – E por que não?

—_ Eu nunca namorei ninguém antes... Eu sei que não é preciso namorar pra fazer isso, mas, eu só nunca pensei a respeito sabe, lá em casa a gente sempre tava tão corrido e garotos eram tão idiotas e relacionamentos eram cansativos, não me fazia falta.

            Falou nervosamente e Peeta apenas sorriu para ela e a puxou para um beijo, ela o correspondeu de forma ardente, tirar aquele peso das costas a tinha soltado um pouco mais.

—_ Eu não esperava que isso fosse especial, eu só queria que fosse com alguém que eu respeitasse e que me respeitasse, e eu estou muito no lucro com você Peeta, por que eu te amo e sei que me ama... Sei que não sou romantica, mas eu quero estar aqui, só que me deu uma crise, eu não sei estar com alguém e quero que me ensine. – Ela falou isso realmente corada e Peeta não resistiu e avançou sobre ela, a puxou para a cama novamente e lhe deu beijos intensos.

—_ Eu não vou te tratar como uma criança Kat... Mesmo que eu quisesse, eu realmente não conseguiria pois cada parte de mim te ver como mulher. Então se prepare para mim que hoje você vai ser minha! – Peeta falou rouco e a garota se arrepiou dos pés a cabeça. Num instante as peças de roupas que ainda sobravam em ambos os corpos já estavam longe.

            Peeta ofegava e se enterrava nos seios da mulher, Katniss delirava com sentimentos que nunca tinha sentido antes, e o garoto se demorou nas preliminares como nunca tinha feito antes, e quando se tornaram um Katniss tremia sob o toque de Peeta que a olhava como se a examinasse.

            O fogo os consumia, os corpos estavam quentes, e não demorou para Katniss compartilhar do prazer sentido por Peeta, não estava em sincronia da primeira vez, mas mesmo assim era prazeroso, Peeta aguentou o maximo para fazer a mulher ter uma sensação única logo da primeira vez, e ele conseguiu.

            A garota tremia e gemia o nome dele baixinho, se segurando para não gritar, ainda era vergonhoso demais, nunca ninguém a tinha visto tão... Nua, estava exposta, e se sentia envergonhada por ver a face vermelha do amado ao chegar ao apice depois dela, sentia-se realmente bamba.

—_ Uau... É sempre assim? – Katniss perguntou ofegante enquanto Peeta deitava ao lado dela exausto.

—_ Foi realmente... Excepcional...

—_ Eu... Fui bem? – Perguntou nervosa, ele sorriu e foi até ela a beijando.

—_ Foi a melhor! – Ao dizer isso a garota mordeu o labio e Peeta gemeu, era sexy demais.

—_ Eu... Quero novamente. – Ela falou sorrindo e se jogando sobre o corpo do rapaz, Peeta sorriu e lhe beijava intensamente.

—_ Você vai acabar comigo garota... – E a dança continuou novamente, com beijos quentes e muito amor envolvido.

            Aquele casal não dormiu aquela noite, se amaram quantas vezes foi possivel e cairam exaustos num sono profundo na manhã do dia seguinte, acordaram durante a tarde, famintos e com o telefone de Katniss tocando insistentemente.

—_ Alo... – Peeta o pegou sem perceber. Ao notar o silencio do outro lado foi verificar quem era e gelou ao perceber que o telefone era da garota, levantou rapido como se tivesse alguém ali para julga-lo.

—_ Olá Peeta... Vejo que acabou de acordar, minha prima está ai?— Peeta nervoso olhou para o lado e viu Katniss dormindo tranquilamente, o lencol mal cobria a garota, as costas nuas e as pernas a mostra o fizeram engolir em seco. Com a demora na respota a garota suspirou alto do outro lado. – Deixa pra lá, só avisa pra ela me ligar quando puder. – E desligou.

            Depois do primeiro momento de constrangimento, o garoto sorriu vendo a mulher que dormia ao seu lado, nunca tinha se sentido tão completo antes, tão realizado e feliz, beijou as costas da mulher e deitou ao lado dela, a puxando para si.

            Katniss acordou naquele instante, ainda sonolenta encarou Peeta confusa, e então percebeu a nudez do parceiro e a sua propria, ficou corada mas tentava disfarçar.

—_ Você é linda logo de manhã... – Ela sorriu. E ficou confusa quando ele ficou serio de repente. – Eu... Você poderia vir morar comigo.

            E então silencio que demorou pouco, seguida de sorrisos cumplices.

            Na mansão Mellark uma mulher encontrava-se sozinha, sentia-se melancolica tomando seu uísque sem gelo, ria de si mesma e lembrava de sua vida como se estivesse prestes a morrer, mas era jovem e sabia que sua vida teria longa, e então mudava o rumo de seus pensamentos, para o futuro inseguro, e sentia medo como a muito tempo não sentia.

            Sua mascara tinha caido perante a sociedade que ela tanto lutou para proteger, mas se sentia em paz consigo mesmo, afinal, se importava menos do que pensou que faria.

            Estava ainda sozinha, perdida nos pensamentos quando uma empregada chegou a avisando que a polícia se encontrava no portão e estavam atrás dela, sorriu e pediu que os deixasse entrar, já tinha contactado seu próprio advogado.

            Os policiais entraram na casa e ela foi levada com eles, na porta, vários jornalistas e curiosos tentavam ve-la ou entrevista-la, ela apenas olhava a tudo, não poderiam ve-la pelo vidro fumê. Na delegacia o advogado já estava a espera dela, depois de um tempo de conversa ela pagou algumas multas e foi liberada, mas ainda responderia um processo.

            Quando o advogado a deixou na porta da mansão, Gale estava lá a esperando do lado de fora, ela sabia exatamente o que aquilo significava, sentiu-se vazia mas em paz ao mesmo tempo.

—_ Então não vai mais me deixar entrar?

—_ Você deveria ficar feliz que não vai ser presa, não me faça prestar queixa...

—_ Nosso casamento vai ser anulado...

—_ Eu sei disso. – Homem falou duro, pela primeira vez desde que a mulher tinha morrido, Gale quis chorar, nunca tinha se sentido tão humilhado. – Você não tem mais direitos nessa casa... Eu preparei isso. – E mostrou o cheque, ela o viu e sorriu, também haviam ações que assegurariam sua vida de luxo por muito tempo e uma passagem aerea para aquela noite.

—_ Está me dando mais do que eu pediria.

—_ Você não perguntou pelo seu filho nenhuma vez.

—_ Então é isso? Eu não ousaria tentar tomar ele de você...

—_ Mesmo? – Ele perguntou e a mulher sorriu.

—_ Ele é meu filho Gale, eu não queria uma criança, mas ele veio, eu não quero que ele seja infeliz... Ele é como Katniss pra mim...

—_ Sua irmã? É estranho ouvir você falar esse nome... Sempre foi você a Katniss.

—_ Eu não quero ter que pedir desculpas por isso, não pra você, afinal, essa vida foi só uma conseguencia, eu não tomei o nome da Katniss pra casar com você, eu fiquei com o nome dela pra conseguir uma vida que eu pudesse ter tudo.

—_ Eu entendo, não espero suas desculpas, depois que minha mulher se foi... Você foi a primeira mulher que eu amei depois dela. – Eles se olharam e sorriram sinceros um para o outro, como se rissem das suas desgraças. – Eu vou sentir sua falta.

—_ Eu sei. – Ela falou rindo mais, jamais diria que sentiria falta dele, mas sabia que em algum momento isso aconteceria, foram anos... E um dia definitivamente retornaria pelo filho, mas não nesse momento, não tinha maturidade para uma criança.

            E assim ela não chegou a entrar naquela casa, se surpreendeu ao deixar cair uma lágrima quando o taxi saiu pelo portão. E dali, deu o endereço da tia, ao chegar lá viu uma reluzente Katniss arrastando uma mala para fora da casa, quando viu Peeta correr até a garota e a ajudar entendeu tudo. Saiu do carro e foi de encontro a irmã.

—_ Não acha que estão indo rápido demais?

—_ Jennifer! – Katniss se virou para ela, e se sentia incrivelmente aliviada, pois a irmã não tinha sido presa e as chances disso acontecer eram remotas. – Eu...

—_ Não precisa me falar nada, não me deve satisfações e eu realmente não me importo com quem você se envolve mesmo achando estranho esse relacionamento de vocês.

—_ Jennifer não me importa o que você pensa ou deixa de pensar, o que você quer?

—_ Não se meta Peeta, essa conversa é entre mim e Katniss.

            O garoto já ia falar algo quando Katniss o impediu, e eles pareciam conversar com os olhos, contrariados o garoto entrou na casa e deixou as duas mulheres sozinhas do lado de fora.

—_ Eu vim me despedir.

—_ O que? Mas... Nós finalmente podemos ser uma família.

—_ Nós sempre fomos uma família Katniss, mas isso, de ficar se vendo e fingindo que quer saber uma da vida da outra não é pra mim, ainda mais quando você está com o filho do meu marido, ex-marido, ou sei lá como se define um casamento anulado.

—_ Jennifer você sabe que eu sempre senti sua falta. – Katniss falou com os olhos cheios de lagrimas.

—_ Eu sempre soube, todos os dias da minha vida... Mas isso não me impediu de te abandonar Katniss... Eu... Me perdoe por ter levado seu nome comigo, eu realmente sinto muito por isso, mas eu não quero brincar de casinha com você, esse clichê todo, isso não é pra mim, eu te amo, você é a minha única família... Mas eu não quero viver com você, quando você está por perto eu sinto que minha existencia se torna pequena, eu detestaria respirar o mesmo ar que você.

—_ Mas... E o seu filho?

—_ Gale vai cuidar dele... Eu sei que ele vai se sair bem, assim como Clove e Peeta... Ele no final das contas é um bom pai.

—_ Você vai deixa-lo, como me deixou?

—_ Acredite, a maior prova de amor que posso dar pra vocês é me afastar.

—_ Mas... Podemos sobreviver a tudo juntos.

—_ Você pode Katniss, mas eu não quero isso... Não quero me cansar ou me estressar, não quero descobrir até que ponto posso brincar com seus sentimentos, você viu o estrago que eu causo, só... Deixe-me ir novamente.

            E suas palavras eram cheias de sinceridade. Katniss correu até a irmã com o rosto coberto de lágrimas, Jennifer deixou escapar uma lágrima que limpou rápidamente.

—_ É hora de ir, ou vou perder meu voo. – E assim ela se foi, deixando uma Katniss aos prantos no meio da sua.

            Quando Peeta chegou e a encontrou naquela situação apenas a abraçou. Na mansão outra garota se encontrava como Katniss, Delly tinha assistido toda a cena de Gale e Jennifer e tinha achado que finalmente seria ela, como antes de Jennifer invadir suas vidas, mas para sua surpresa, nada tinha mudado, Gale ainda não a amava e ele tinha acabado tudo com ela naquele momento.

—_ Por que ainda não sou eu Gale? – Perguntou baixinho chorando, o homem andou até ela e a abraçou.

—_ Me desculpe... Mas hoje, depois de conversar com Jennifer, percebi que não é correto com ninguém amar pela metade... Me perdoe.

            Mas ela não conseguia mais ouvir... Se desvencilhou dos braços dele e andou calmamente, para fora da sala, de lá foi até a cozinha, onde pegou um copo d´agua e o tomou calmamente, misturado com suas lágrimas, vislumbrou o brilho das facas e sem conseguir se controlar ela as pegou depois de deixar o copo vazio como ela abandonado sobre o balcão...

            O amor nunca foi fácil para ela, e Delly já estava farta, por isso quase não sentiu o gume cortando sua pele, ficou ali, no chão da cozinha, sangrando até que Clove a encontrou.

            A vida não é fácil e nunca sabemos a dor real de alguém, e a luta diária de Delly a tinha destruído, a vida dos outros seguiam, ela só queria parar. Nunca mais ser sozinha, estava cansada, e ao acordar numa cama de hospital se surpreendeu ao perceber que Gale estava lá... Chorou até novamente adormecer.        

 

 


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Notas finais do capítulo

Ano novo e fim de história, esse é o último capítulo, agora só falta o epílogo e será um adeus dessa história, obrigada por terem me acompanhado até aqui.



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