Erros de Cálculo escrita por 2Dobbys


Capítulo 13
Tudo por Nada?


Notas iniciais do capítulo

sorry a demora... este é o penúltimo cap!!! o próximo é já o epílogo!!!



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XIII – Tudo por nada?

 

Severus e Tonks encontravam-se em frente ao número 12 de Grimmauld Place. Enquanto esperavam de mãos dadas que alguém lhes viesse abrir a porta, olhavam um para o outro com os narizes muito encostadinhos, como que para ter certeza que a noite mágica anterior não tinha sido um sonho.

Ao saírem do Ministério, foram directamente para o hotel. Ao subirem as escadas, nem repararam que Kurt os observava com um sorriso de felicidade no rosto, quase tão grande como o que eles tinham em suas próprias caras. Foi muito a custo que chegaram ao quarto. Estavam tão 'entretidos' um com o outro que nem repararam que agora, em vez de duas camas, havia uma enorme cama de casal a ocupar a maioria do aposento. Para eles, o mundo parecia que iria acabar dentro de momentos, precisando de aproveitar ao máximo cada milésima de segundo que estavam juntos. Oh, Merlin! Há tanto tempo que ansiavam estar juntos que de repente era como se tivessem uma pesada cortina a separá-los e ela tivesse sido finalmente destruída. Assim, a roupa foi ficando um desmazelo, sendo atirada para o chão como se apenas ali pertencesse, entre beijos desesperados e carícias que há muito desejavam ser demonstradas. Finalmente pertenciam um ao outro, sem ninguém a interpor-se no caminho.

Quando ambos se estavam a relembrar daquela noite fantástica que haviam passado juntos, foram 'acordados' do seu real devaneio conjunto com o abrir repentino da porta. Quem os recebia era Hagrid, o que lhes deu tempo para se desgrudarem antes que ele pensasse em olhar para baixo.

- Oh, olá Nymphad…uh, quero dizer, Tonks – acrescentou Hagrid muito atrapalhado. Olhando também para Severus acrescentou – B'dia para si também professor Snape. Entrem, entrem!

- Por favor Hagrid, eu já não sou professor há algum tempo, não acha? Já pode parar de me chamar de 'professor' – disse Severus com uma pontada de cinismo que lhe era característica. Tonks teve de reprimir um sorriso. Como é possível que depois de tudo pelo que passou ele continue a agir assim com outras pessoas? Eu era incapaz de conter a minha felicidade! No entanto, ela já aprendera a perceber quando Severus tentava esconder as suas verdadeiras emoções debaixo de uma máscara fria quase cruel, sabendo que desta vez ele mal o conseguia fazer – para sua satisfação.

- Então como vai a Olympe? – perguntou ela.

Hagrid enrubesceu – Ela 'tá óptima…

Ela insistiu divertida – Sim…?

Ele pareceu ficar sem entender onde ela queria chegar, mas mal olhou nos olhos travessos dela, percebeu que não valia a pena sequer tentar esconder. Afinal, ela era sua amiga.

- Uh, bem… - começou Hagrid agora bem vermelho – Eu…

- Propuseste-lhe casamento? – quis saber Tonks ansiosa. Severus olhou para ela com surpresa.

Hagrid deu uma risada tímida – Bem, foi mais-ou-menos isso…

Ela deu uma exclamação de felicidade. Severus reparou como os seus olhos brilhavam perante aquela boa notícia. Ela agora tem controlo total da sua mente, fazendo com ela o que bem entende… tal como aconteceu agora. De que outra maneira ela poderia saber que Hagrid pediu a mão de Mme. Maxime?

- Oh Hagrid, muitos parabéns! Espero sinceramente que sejam os dois muito felizes, tal como… - mas conteve-se a tempo. Hagrid pareceu não notar.

- Eu sei que sim Tonks. Estamos muito felizes, eu então… - aí, Hagrid ficou emocionado – Caramba, nunca pensei encontrar alguém que me quisesse assim! Tu sabes, meio-gigante… não é fácil. Ao menos houve uma coisa boa no Torneio dos Três Feiticeiros: conheci-a. As missões que Dumbledore me confiou também ajudaram a que nos conhecêssemos melhor. Até parece que ele consegue adivinhar o futuro, juntando as pessoas que seriam felizes juntas…

Tonks deu uma olhada breve a Severus, notando um ligeiríssimo rubor no rosto, que apenas ela conseguia perceber à primeira.

- Vou anunciar a data depois do que vocês falarem com o Dumbledore. Quero anunciar e convidar a todos para o efeito.

- É o que mais desejo no mundo… - ironizou Severus secamente.

Tonks lançou-lhe um olhar que o calou. Hagrid pareceu não notar.

Estavam a encaminhar-se para a sala de reuniões enquanto falavam.

Aporta à sua frente abriu-se. Na mesa estavam Dumbledore e Harry a conversarem animados, que os cumprimentaram quando eles entraram. Quem lhes abrira a porta era Ginny, sorridente.

- Bom dia para vocês! Como correu?

Tonks não soube o que dizer. Severus tão pouco.

Ginny deu uma risada e voltou para junto de Harry – A missão! Como correu?

Tonks estava encabulada, sendo por isso que foi Severus a responder, socorrendo-a – A missão correu como o planeado, é claro.

Ginny parou momentaneamente de sorrir ao receber aquela maneira gelada de falar do seu antigo professor de Poções.

Tonks estava surpresa. Porque é que ele continua a agir assim de maneira tão fria e tão isenta de emoção? Porque é que não se deixa mostrar humano aos outros pelo menos uma vez na vida?

Severus estava espantado. Ela acha que eu ajo como uma criança? E olhou para ela com incredulidade. Ela 'respondeu' com um encolher de ombros e um olhar esbugalhado. É verdade!

Dumbledore sorriu com uma expressão curiosa – Posso deduzir então Severus, que conseguiram a informação.

- Certamente… - ele respondeu de volta mas com uma calma que Tonks estranhou. Ao olhar para ele, viu que Severus estava com uma cara de pau e um olhar de desconfiança.

- Albus, em todos estes anos nunca duvidaste de mim por um minuto. Porquê agora?

- Eu nunca duvidei que conseguirias, muito pelo contrário. Apenas… digamos que demoraste mais tempo do que o costume.

Severus estava já com aquele tom azedo típico na voz – Você mesmo disse que não seria fácil, o que confirmei de imediato. Nem imagina o que tivemos de passar para conseguir que ele abrisse uma pequeníssima brecha no cofre-forte que é a sua mente. Se não fosse a Nymph…a Tonks – corrigiu-se rapidamente –, nem eu conseguiria entrar naquela fortaleza.

Harry e Ginny trocaram olhares significativos, com um sorrisinho matreiro.

Severus ficou ainda mais irritado ao ver aqueles pirralhos troçando dele – O que tem assim tanta piada Potter? Acha que ter de satisfazer TODOS os desejos de uma pessoa que não conhece, humilhando-se inevitavelmente, tem piada? Cheguei a ter a louca percepção de que tinha amadurecido, da última vez que aqui estive.

- Severus, acalma-te! – disse-lhe Tonks baixinho – Mas que coisa, tens de andar sempre em guerra pessoal contra o Harry?

Ele não lhe respondeu, mas continuava a fuzilar Harry e Ginny com o olhar.

Dumbledore sorriu com mais intensidade e voltou ao assunto anterior – Tens toda a razão Severus, em relação ao que disseste há pouco. Por alguma razão eu quis que a Tonks fosse contigo.

- Mas como poderia saber? – conseguiu perguntar Tonks com ansiedade – Eu não me lembrava de nada tanto em relação a Ligilimância como a Oclumância.

Foi Harry quem respondeu – Desde há algum tempo que sabíamos que apenas com demonstrações de amor e romance é que talvez e repito, TALVEZ – acentuou ele, temendo uma péssima reacção da parte do antigo professor – ele pudesse dispensar um pouco da sua atenção inconsciente, por assim dizer. Pelos vistos, vocês fizeram um excelente trabalho nesse campo – acrescentou ele com um leve tom irónico.

Tonks corou violentamente e Severus aparentava estar prestes a matá-lo.

- Seu grandessíssimo…

- Severus! – cortou Dumbledore – Pensei que já tivesses ultrapassado essa fase.

Ele ficou a deitar fogo pelos olhos – Fase? Ele é insuportável Albus!

Tonks rolou os olhos, num sinal de impaciência. Severus era realmente o homem da sua vida, mas ainda tinha de crescer em certos aspectos.

- Ou seja – recomeçou ele tentando deixar de lado a sua raiva a Harry – fomos apenas meras marionetas desse vosso teatro.

Dumbledore apressou-se a corrigir a situação – Precisávamos mesmo dessas informações Severus, não te iludas. Mas o facto, como já deu para perceber pela vossa reacção – aqui Tonks ficou ainda mais vermelha e Severus com cara de que iria cometer assassínio -, foi mesmo esse. Resumindo, vocês tiveram mesmo de demonstrar carinho, amor e interesse um pelo outro para que ele vos abrisse a mente. Como vocês sabem os seguidores dos ideais de Voldemort tornaram-se tão capazes de amar como ele. Assim, sabendo – e acrescentou ao ver o casal ficar ainda mais embaraçado – e/ou crendo que vocês se amavam, as suas dúvidas e possíveis suspeitas puderam ser amenizadas, abrindo uma brecha por mais pequena que fosse. Compreendem agora?

Severus foi o primeiro a perceber algo nas entrelinhas – Foi impressão minha ou você disse "precisávamos"?

Esmeralda e Safira encontraram-se mais uma vez. Harry e Dumbledore pareciam definitivamente ter algo a esconder, ainda para mais Ginny parecia estar constantemente à beira de um ataque de riso. Ela também sabia alguma coisa.

- Sim, precisávamos. Não ouviste mal, foi mesmo isso que eu disse.

- Então quer dizer que a informação já não vai ser precisa? – perguntou Tonks incrédula.

- Vocês demoraram tanto tempo que nós descobrimos os restantes esconderijos entretanto. Mas vocês estavam a parecer divertir-se, portanto, não havia necessidade de modificar semelhante bem-estar. Até me pareceu que simpatizaram com ele, pelo menos da tua parte Tonks.

Tonks e Severus estavam lívidos.

- Então…foi tudo para nada? Estivemos expostos a humilhações para afinal penetrar num raio de mente brilhante cofre-forte - que por sinal ainda ninguém tinha quebrado a 'segurança' - para NADA! Tivemos que fazer TUDO o que ele nos pediu apenas para vosso deleite! – gritou Tonks exasperada – Tiraram-me da minha paz, da minha autoproposta solidão para acalmar a mente, para afinal apenas me recordarem do porquê de estar longe de vocês, do porquê de estar isolada do resto do mundo, fazendo-me relembrar os piores momentos da minha vida para nada!

Severus olhava para ela com preocupação crescente; ela estava quase a ponto de desatar a chorar. Correu para ela e abraçou-a com força. Mal a tocou, ela escondeu imediatamente a cabeça no seu ombro. Ao vê-la assim, Severus não se conteve e não se importou se os outros ouviam.

- Nymph, não te esqueças do que perderias se não tivesses ido comigo! Achas mesmo que nada disto valeu a pena? Não te sentes livre? Não te sentes feliz por estares ao meu lado?

Ela não respondeu; nem conseguia respirar. Estava com tanto sentimento de revolta nas veias que apenas tentava controlar-se para não causar mortes desnecessárias. Ela própria estava com medo de 'explodir', de voltar a fechar-se na concha que criara à sua volta depois da guerra, que lhe levara tempo a quebrar.

Subitamente, lembrou-se de tudo o que acontecera desde que Severus a fora buscar à casa da montanha. O 'belo' almoço, o que se divertira no parque de diversões, uma recordação dele que ela encontrara por acaso a passar pela mente dele em que se via a ela própria deitada na cama a dormir e a agarrar a toalha que cobria Severus, deixando-o atrapalhado. Quase se riu quando se lembrou disso. Apenas pela memória dele soubera o que acontecera; lembrou-se das aulas de dança, daquela noite fantástica em que todos os olharam, todo o apoio de Kurt, de todo o apoio de Severus, a dança subaquática, o almoço 'do pombo', voltou-se a lembrar do parque de diversões, saltou directamente para o trabalho em conjunto para entrar na mente de Kurt, da declaração de Severus, de toda a conversa com Remus… e ficou calma. Sentia-se viva, mas calma. Recomeçou a respirar normalmente. Estava livre. Ele tem razão, eu estou completamente livre! Nada tenho que me faça sentir mal outra vez; purguei-me das más memórias. Apenas tenho as boas presentes. São as boas memórias que me mantém viva.

Abriu os olhos. Ainda estava agarrada a Severus. Ao olhar em volta, via o ar de compreensão emanado de Harry, Dumbledore e Ginny. Ninguém a acusava de má conduta, apenas compreendiam pelo que ela passara. Estava tudo bem. Severus olhava-a com preocupação, pois temia que essa calma fosse passageira. Está tudo bem Sev… agora compreendo.

Ele não tinha percebido. Compreendes o quê?

Dumbledore sempre soube que daríamos certo. Creio que quando foi ele ter com Kurt em primeiro, não só lhe explicou quem era realmente como lhe falou de nós. Ele sabia que não conseguia transpor aquele autêntico 'cofre-forte', mas que duas pessoas que fossem capazes de se apaixonar conseguiriam. Também acredito que tenha dito isso mesmo a Kurt.

Mas ele podia ter-se enganado! Foi um tiro no escuro não achas?

E desde quando ele faz sempre tudo às claras? Esse argumento apagou as dúvidas de Severus. Finalmente compreendia. Mesmo que lhe agradecessem, ele iria dar a entender que não sabia de nada. Mas…

O ranhoso do Potter também está metido nisto?

Ela hesitou um pouco. Juntamente com o olhar cúmplice entre o pirralho e Dumbledore, Severus teve a confirmação da suspeita. Porque é que o pirralho tem sempre de se meter onde não é chamado? Além disso, parece-me que a cenourinha da Weasley júnior também tem dedo nisto…

E vais fazer o quê? Fuzilá-los?

Por acaso apetece-me agradecer a todos, mas partindo os ossos ou envenenando uma certa pessoa… acrescentou ele a olhar para Harry.

Por Merlin Sev! Deixa de lado essa tua faceta de pessoa detestável…

Nem pensar! E deixar de ter o temor deles como diversão?

Tonks riu.

Toda a conversa por 'telepatia' tinha durado poucos segundos. No entanto:

- Obrigada.

Todos olharam com espanto para Tonks. Ela tinha um olhar vitorioso. Livrara-se dos seus fantasmas. Estava feliz ao lado de Severus, nada mais importava. Todos compreenderam, ninguém precisou de palavras. Começaram a chegar os outros membros


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Notas finais do capítulo

e...... o próximo é já o epílogo!!! a ficestá mesmo no fim... *snifff*
obrigada a todos os que comentam!!!!



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