Como é que se Diz Eu Te Amo? escrita por tata-chan


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

up!



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Minha cabeça estava estourando, todo o meu corpo estava pesado e eu não conseguia me lembrar de nada do que havia acontecido. Forcei minha memória e de repente lembrei.

Meu deus! Aquele cara deve ter me estuprado! Bosta, então onde eu estava? Largada completamente nua naquele beco? Mas eu estava tão confortável... Talvez eu esteja na cama de um motel imundo... Espera aí. Algo não bate Onde eu estou afinal?

Tomei coragem e abri os olhos. Que lugar é esse? Eu estava em um quarto sim, mas não era um quarto sujo de motel. Era um quarto simples, com uma cama de casal com lençóis e edredons preto e branco, uma mesa com computador um guarda roupas e uma pequena estante de livros. Eu me sentei e percebi que não estava nua, tampouco com minhas roupas. Estava usando uma camiseta masculina preta com a estampa de um ponto de interrogação branca. Haha, que humor negro! Estava vestindo também uma cueca samba canção e estava sem sutiã. Puta que pariu, onde eu estou? A porta do quarto se abriu. Finalmente vou conhecer o meu estuprador...

-Até que enfim você acordou, eu já estava ficando preocupado! Espero que você tenha uma ótima explicação para eu ter encontrado você bêbada num beco com um tarado... O que foi Hina,não me reconhece mais não?

-K... Kei? – Eu engasguei. Era ele?

-É, pelo visto você ainda não me esqueceu – ele disse sentando-se no meu lado e me dando um leve selinho.

Era ele mesmo. Os mesmos cabelos negros lisos e um pouco desarrumados, os mesmos olhos azuis intensos por trás das lentes dos óculos quadrados, os mesmos lábios macios e doces que me beijam sem aviso. O mesmo amigo de infância que havia sido meu primeiro amor e de quem eu havia me afastado por não ter coragem de me confessar.

-Ah, desculpa, eu havia me esquecido de que você me deu um fora, se mudou e saiu da minha vida sem aviso... – ele disse se afastando de mim. – e aí, como você está alem de pensar que foi molestada... Ah, a propósito, você não foi.

-Como você me achou? – eu lhe perguntei incrédula.

-Ora, eu ouvi alguém gritando e fui ver. Imagina como eu me surpreendi quando te vi quase sendo estuprada... Mas você não deve ter achado muito melhor eu ter te achado...

-Mas que droga! Quer parar de falar como se eu te odiasse? – eu disse furiosa. Já estava começando a me irritar.

-Ora, você não deve gostar muito de mim para ter sumido daquela forma, Hinata!

-Keitaro...! – antes de eu concluir minha frase ele me interrompeu.

-Se já começamos a nos chamar pelos nomes, é melhor pararmos por aqui – ele disse andando até o guarda roupas, pegando algumas peças e jogando pra mim. – você vai se encrencar se chegar em casa com aquele vestido. Acho que essas roupas servem em você. Minha irmã as largou aí... É melhor você tomar um banho também. Está com uma cara péssima. – ele começou a sair do quarto rindo.

-Ei – eu gritei e ele se virou – onde está meu sutiã? – perguntei com o rosto corado cruzando os braços na frente dos seios.

-Guardei de recordação – ele disse rindo.

-ME DEVOLME MEU SUTIÃ SEU TARADO! – eu gritei.

-To brincando, ta aqui! – ele riu e tirou meu sutiã de seu bolso, o cheirou e depois o jogou pra mim. – hum... Você continua cheirosa. – ele disse com um sorriso cínico. – é melhor você ir tomar banho logo, que depois eu te levo em casa.

Ele saiu do quarto e eu fui atrás dele. Me vi em uma cozinha americana, simples e bem arrumada. Keitaro andou até a parte de sala e se sentou no sofá. De repente eu me lembrei que ele havia me visto nua.

-Espere aí, pessoa, acha que eu esqueci que você me viu pelada?? – eu disse furiosa e corada.

-Tecnicamente eu te vi seminua – ele disse calmamente e segurando o riso. – Eu não sou tão pervertido a ponto de tirar TODA a sua roupa enquanto você está praticamente em coma alcoólico. A propósito, seus seios cresceram barbaridades.

Eu estava a ponto de pular no pescoço dele quando ele disse distraidamente:

-O banheiro é essa porta a sua esquerda, esteja à vontade.

Eu respirei fundo e entrei no banheiro trancando a porta. Respirei fundo algumas vezes até me acalmar. Tirei as roupas que Keitaro havia colocado em mim sem resistir ao impulso de cheira-las. Que saudade de seu cheiro! Que saudade de ficar horas em seus braços! Mas agora ele me odeia.

Há dois anos eu praticamente fugi dele por medo. Nós estávamos deixando de ser apenas amigos para ser algo mais. Em vez de nos cumprimentar com beijos no rosto, ele apenas me beijava na boca. Nessa época minha família ia se mudar, então eu não passei meu endereço, mudei o numero de meus telefones e fugi dele. Quando me arrependi e tentei encontra-lo era tarde demais, ele também havia se mudado.

Eu suspirei e me virei, olhando para o espelho sobre a pia. Eu realmente estava com uma aparência horrível. Cara inchada, olhos vermelhos, e estava completamente descabelada. Entrei no Box e liguei o chuveiro. Fui relaxando enquanto sentia a água quente cair. Lavei bem meus cabelos que ainda cheiravam a álcool.

Saí do chuveiro quase dez minutos depois. Me sequei, penteei meus cabelos. Abri o armarinho em busca de um anti-séptico bucal. O usei, me vesti e sai do banheiro. Já estava bem mais calma.

Keitaro estava na cozinha fazendo café. Como sempre ele era muito prestativo, sem contar que também era muito fofo. Algo veio a minha mente.

-Você está morando sozinho agora? – perguntei.

-É, você sabe que eu nunca tive muita paciência com meus irmãos, queria um pouco de privacidade. Arranjei um emprego e aluguei esse apartamento... – ele disse calmamente, me passando umas torradas e um pote de geléia de morango. Minha preferida. Ele tinha uma boa memória. Ele encheu uma xícara com café e me entregou. – quer leite?

-Não, obrigada, eu prefiro puro – claro, com a ressaca que eu tava, nada melhor que um café preto pra tentar me acordar. Ele riu e eu fiz cara feia. Tomei um gole do café – você até que é organizado.

-Faço o que posso – ele riu enquanto também comia – e então, o que você tem feito além de ficar bêbada e ser agarrada num beco?

-Muito engraçado... – disse sarcasticamente. – Nada demais... E você?

-Também nada...

Depois disso ficamos num silencio incomodo. Acho que no fim das contas havia uma barreira entre nós – uma barreira que eu havia criado. Eu precisava dizer alguma coisa. Mas o que?

-Me desculpa. – as palavras saíram da minha boca sem eu perceber.

-Pelo que? – ele perguntou, mas eu sentia que no fundo ele sabia.

-Por ter feito você sofrer – eu respondi de cabeça baixa.

Keitaro deu a volta na bancada e levantou um rosto unindo nossos lábios. Ele me beijou de forma doce, mas profunda, invadindo minha boca com sua língua.

-Só esteja ciente que isso não mudou – ele sussurrou em meu ouvido. Eu estremei e permaneci parada e atônita.

-Vamos, eu vou te levar em casa – ele disse andando até o canto da sala e pegando dois capacetes. – ah, mas se você quiser ir de ônibus pra eu não saber onde você mora, por mim tudo bem.

-Vamos logo! – eu disse andando até ele sem olha-lo e peguei um capacete – eu não me importo se você souber onde eu moro.

O ouvi rir. Olhei vagamente na sua direção e o vi pegar uma sacola no sofá.

-Seu vestido e sua bolsa estão aí – ele me entregou a sacola – vamos?

Ele abriu a porta e a segurou pra eu sair e saiu logo depois de mim. Estávamos num prédio domiciliar no centro, não tão longe da tal boate de ontem. Novamente aquele silencio constrangedor apareceu enquanto esperávamos o elevador.

-Ah... – eu comecei sem ter idéia do que dizer quando entramos no elevador.

-Esse clima ta estranho, não é? – ele me disse rindo – o que houve conosco?

Era uma pergunta retórica, mas eu respondi do mesmo jeito.

-Eu estraguei tudo – o que estava acontecendo comigo? Lagrimas não paravam de manchar meu rosto enquanto eu sentia como se meu coração tivesse sido arrancado do meu peito. Eu tinha que falar pra ele. – Você era importante pra mim  e eu estraguei tudo. Eu tentei te procurar, mas já era tarde demais... Eu... Eu...

Estava parecendo uma louca, chorando desesperadamente. Tentei secar minhas lágrimas, mas era impossível.

-Me perdoa, Kei, por favor, me perdoa! – eu continuava chorando, não conseguia parar de forma alguma. Eu tinha medo de perde-lo novamente.

Ele largou o capacete que segurava, puxou meu braço e me abraçou com força, beijando o topo da minha cabeça. Eu abracei sua cintura com toda a minha força, temendo perde-lo se soltasse.

-Você é uma boba – ele disse no meu ouvido, enquanto acariciava meus cabelos. – só me promete que não vai fugir de novo e ta tudo bem.

-Eu prometo! – disse entre os soluços.

-Resolvido então – disse ele pegando os capacetes e a sacola que haviam caído e me puxando pela cintura para fora do elevador. – Mas para de chorar agora, vai. Se não eu vou me sentir culpado. – Ele secou meus olhos, me deu mais um abraço, beijou minha bochecha e depois meus lábios – só não se esqueça que eu tenho segundas intenções, então se você tiver um namorado agora é a hora certa pra dar um pé na bunda dele.

-Eu não tenho um namorado. – eu disse, parando de chorar. – e é bom você também não ter.

-Ciumenta como sempre – ele riu – ah Hina, você sabe que eu só tenho olhos pra você há muito tempo.

Eu corei ao ouvir isso e ele me abraçou novamente.

-Vamos, seus pais já devem estar preocupados – ele disse.

Droga! Meus pais! Tinha esquecido dessa parte. Ainda bem que eu disse que ia dormir na casa da Yume ou eu estava perdida.

Chegamos a uma moto e ele subiu. Subi atrás dele e coloquei o capacete, segurando levemente em sua blusa.

-Segura direito, se não você vai sair voando. – ele disse e segurei em seus ombros. Ele suspirou, pegou meu braço e me fez abraça-lo pela cintura – Assim, Hina! Ta com vergonha de me abraçar ou nunca andou de moto mesmo? – ele perguntou. Na verdade eram as duas coisas, mas eu não iria admitir. Eu o abracei e ele riu de novo. Engraçadinho...

-Segura firme, aí vamos nós! – ele disse partindo com a moto. Eu me agarrei mais a ele tremendo de medo.

Não havia muito que falar durante o caminho. Além de estar apavorada, era difícil conversar com a velocidade. Mas rápido do que eu imaginava, eu estava indicando a minha rua. Ele parou no começo da mesma.

-Você pode se encrencar se seus pais virem você chegar de moto, mesmo se for comigo. Ainda sou homem, não é? – ele disse com um sorriso e me ajudou a descer da moto. Nós dois tiramos os capacetes e eu entreguei o meu pra ele. Ele me entregou a sacola com minhas coisas e me puxou para mais um abraço, beijando meu rosto.

-Não suma! – ele sussurrou em meu ouvido.

-Não vou sumir – respondi retribuindo seu abraço.

-Bem, então nos encontramos por aí – ele me deu mais um beijo no rosto e subiu novamente na moto. Ele acenou, mandou um beijo e então partiu.

Fiquei olhando o caminho que ele havia tomado por um momento depois caminhei até em casa.


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Notas finais do capítulo

Como prometido eu postei o primeiro capitulo o/


Espero que vocês continuem gostando =3

Esperando por reviews!

beijinhos