Sex Without Commitment escrita por Mary Andrade, Lah Oncer


Capítulo 8
A Break


Notas iniciais do capítulo

Demoramos de novo neah? Pois é... Pode pedir desculpas outra vez? ^^



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Minha liberdade de estar na casa de Killian sempre apenas aumentava, tinha passado mais a noite com ele do que em casa desde que me mudei. Quando eu acordei durante a manhã quente ele já tinha acordado, mas eu não sei porque se recusava a se levantar. Agarrei uma maçã verde na cesta fui andando ate ele só de lingerie.

– Logo vou ter que voltar a trabalhar mas porque você esta assim?

Me deitei ao lado dele oferecendo uma mordida da minha maçã.

– Estou pensando.

Ele mordeu mais da metade da minha maçã e respondeu frio.

– Pensa no transito. Acho que é a única função de engarrafamento.

Senti os braços dele segurando meus pulsos com força.

– Emma você tem que aprender a me ouvir também.

Ele me olhou agora triste. De onde tinha brotado aquela bipolaridade? Era minha função.

– O que aconteceu? Quem morreu pra você ficar assim?

Ele me soltou irritado e se levantou direção ao banheiro, a cueca presa em sua cintura que mesmo sem querer me provocava.

– Eu preciso não só de uma namorada nova, mas de uma amiga nova também, porque assim tá foda.

Eu segui ele e me sentei em cima da pia do banheiro enquanto ele estava de costas pegando uma toalha.

– Não precisa de nada novo não. Você precisa é de algo pra ocupar a cabeça. A de cima de preferência.

Ele se virou assustado e eu dei risada quando ele fez menção de me perguntar como eu estava sentada em cima do mármore da pia.

– Posso por favor ter privacidade?

Eu respirei fundo e olhei em seus olhos.

– Olha, eu vou sair daqui e vou comer alguma coisa, vou para minha casa e você pensa se você realmente quer parar com isso. Pra mim okay, mas não quero perder sua amizade. Toma um banho quente e relaxa. Se você decidir parar com tudo é fácil... Só não vai atrás de mim. Mas se você quiser...

Eu respirei fundo mais uma vez e esbocei um sorriso mínimo.

– Sabe aonde pode me encontrar.

Eu disse com um fundo de humor na voz, desci de cima da pia e passei a mão pelo ombro dele enquanto pegava um roupão e batia a porta, pulando para a janela do meu quarto. Minha mãe estava me esperando ali mesmo.

– Aonde estava?
Eu coloquei a mão na cabeça tentando aliviar os pensamentos e decifrar o quebra cabeça que éramos eu e Killian. Respirei fundo mais uma vez e sorri para minha mãe.

– Nada mãe... Deixa isso pra lá.

– Esta preocupada, e eu vejo isso.

– Mãe sabe o Killian?

Ela sorriu safada como sempre e eu rolei os olhos enquanto dava risada também.

– Sei...

– Estamos em um negocio meio que “sexo sem compromisso” e tal só que eu acho que não está dando muito certo.

– E porque?
– Porque ele tava todo estressado essa manhã, falando que precisava de uma namorada e de uma amiga nova, de que eu tinha que escutar ele e que precisava de privacidade. Meio estranho sabe?

Eu disse enquanto jogava o pescoço para trás e buscava um biquíni para usar depois de uma ducha pra tentar tirar o peso de tudo isso de meus ombros.

– É normal. Em um relacionamento...

– Não estamos em um relacionamento.

– Sim estão. E calada. Ele só precisa pensar um pouco. Vai pra praia?
– Vou sim.

– Faz o seguinte, eu vou falar para o teu pai ir pra areia com você pra ver se você consegue entender um pouco a cabeça dos homens.

– Intimidade é uma droga.

Minha mãe deu risada e assentiu. Eu tomei banho e coloquei meu biquíni azul e a saída de banho quase transparente, estava pegando o guarda sol na garagem quando meu pai entrou.

– Bom dia loirinha.

– Pai.

Eu sorri automaticamente quando ele beijou minha bochecha e me ajudou a pegar o guarda sol que estava enganchado em um baú de madeira com coisas de quando eu era criança.

– Valeu.

– Sua mãe disse para que eu te acompanhasse ate a praia.

– É... Por favor me fala que tá com aliança.

– Porque?
Mesmo vermelha apontei para o corpo descoberto de meu pai devido ao fato de ele usar apenas o shorts de praia e o óculos de sol.

– Não quero falar, mas você já entendeu.

Meu pai deu risada e me abraçou de lado beijando minha testa. Não andamos muito com os pés na areia ate chegar na parte da praia aonde a água era mais azul e a areia mais fofa,sem muitos turistas. Entrei na água em silencio com meu pai e estalei o pescoço antes de perguntar.

– Vou repetir o fato de que eu odeio ter intimidade com você e minha mãe. Malditos vocês de terem a mesma idade do que eu.

Ele deu risada. Na verdade minha mãe era a irmã mais velha de meu pai, só que ela morreu depois de um tempo e o meu “pai de agora” conseguiu minha guarda. Por causa disso a diferença de idade entre mim e meu pai que era caçula é de apenas dois anos. E mesmo quando meu pai tinha dois anos de idade e eu era recém nascida, ele cuidara de mim. A historia da minha família é meio complicada, explico depois.

– Porque vocês são tão... Filhos da puta?

– Como assim?

– Killian. Eu estava meio que em alguma coisa com ele só que... Ele acordou meio revoltado falando que eu tinha que ouvir ele e não sei o que mais...

– Medo. É tudo medo de se envolver.

– Tem certeza?
– Killian tem quantos anos?

– 29.

– E eu Emma?
Eu segurei a gargalhada.

– 30.

– Como eu disse, é exatamente assim. Eu meio que sei como ele pensa.

– Então vai. Eu vou te falar exatamente o que tava acontecendo e você me explica a sua cabeça, que deve ser quase a mesma coisa do que a de Killian...

– Devo ter medo?

– Sim! Eu e Killian fizemos amizade desde o dia em que nos mudamos, e estabelecemos um acordo de que ficaríamos... Transando sem nenhum compromisso. Só que nenhum dos dois se envolveu. Noite passada decidimos ir a uma boate para ficar com outras pessoas, só que... Foi ruim. Ficamos juntos outra vez e ele acordou meio irritado, pedindo privacidade. Ai eu sentei em cima da pia do banheiro pra tentar animar ele, detalhe que eu tinha acabado de acordar e estava de lingerie, falei pra ele pensar sobre o que ele realmente queria e sai da casa dele com um roupão.

Meu pai fechou os olhos e negou com a cabeça.

– Me diga que você esta brincando.

– Não...

– Você praticamente declarou morte ao cara. Ele está morrendo de medo de se envolver e começar a necessitar de você pra viver. Homens tem isso, ele acha que tem que sempre estar com varias mulheres e não ficar só com você, mas ao mesmo tempo ele gosta muito de você e não quer que você seja só mais uma. Ele esta... Com medo.

– Medo do que exatamente? Meu raciocínio é lento.

– Medo de se envolver e ao mesmo tempo de te perder. Então agora duas opções para o que ele vai fazer. Parar de falar com você pra tentar te esquecer, ou sair correndo pra te encontrar.

Um sorriso brotou no canto da minha boca junto com um fio de esperança. Naquela manhã e tarde eu e meu pai voltamos a ser uma criança de 14 e outra de 12 anos, brincando no mar como se o amanhã não existisse. Tinha deixado meu celular em casa e quando cheguei jogando areia em meu pai ate esqueci da existência do mesmo. Meu pai propôs uma viajem ao campo naquele final de semana, eu, ele e minha mãe. Eu aceitei, mas ao mesmo tempo tinha a esperança de que ao ver a tela de meu celular teria mil mensagens de Killian, ou minha mãe me dissesse que ele foi atrás de mim. Nenhum dos dois foi real. Apesar da forma como aquilo me abalou, coloquei um sorriso no rosto, esperei minha mãe ir se trocar e quando a lua já estava no céu, a areia estava gelada e a água do mar estava quente, a noite pairava sobre nos três, fomos para dentro da água, e por aquela noite eu esqueci de tudo que me perturbava. Os dois não eram mais meus pais, eram meus amigos.


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Notas finais do capítulo

Sobre essa zona na família da Emma: Explico Depois! :')
Até a próxima e vamos nos esforçar para postar logo desta vez!
Beijos Carol, Mary e Lah.