Funest Cupiditas escrita por Mrs Born to Lose, Davink


Capítulo 7
Si potest ridere! - Sorria se for capaz!


Notas iniciais do capítulo

Voltamos o/
Primeiramente deixem-me pedir desculpas pela demora, bloqueio criativo me pegou e por mais que eu estivesse com o capítulo pronto há muito tempo, sempre que eu olhava para ele pensava que podia melhorar, espero que eu corresponda as expectativas e.e

Boa leitura ♥



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Hughes definitivamente não esperava ter que abrir um cadáver naquela fria manhã de sábado. Não. Definitivamente ele preferia estar em casa afogando-se em bebidas e amargura por perder sua esposa.

Porém não era como se pudesse reclamar, já que escolhera aquela profissão mesmo quando disseram que seria loucura. Mas como uma criança mal criada que faz birra, ele simplesmente ignorou todos os avisos.

E deu no que deu.

Assim que pôs os pés no necrotério da cidade e deu de cara com Jeremy Acolla, Hughes teve certeza. Ele havia atacado novamente.

Com um longo suspiro largou o copo extragrande de Cappuccino sobre a bancada e estancou na entrada, escorando-se sobre o batente da porta.

— E então? – Indagou meio desengonçado, era de praxe que de vez em quando o detetive Acolla desse as caras pelo necrotério, entretanto aquela já era a segunda vez na semana, e mesmo que fossem velhos amigos da faculdade já estava farto de ver a cara do outro. — A que devo a honra da sua visita, caro e inestimado amigo que quase nunca vem me visitar?

Jeremy limitou-se a rolar os olhos.

— Não acha que está muito velho para piadas tão sem graça? –Sugeriu demasiadamente irônico, em seus lábios u sorriso travesso que não demorou a se desfazer. Lembrar-se do garoto que se encontrava na sala ao lado tirava todo e qualquer humor que poderia haver no homem.

Quando o olhou pela primeira vez os olhos caramelos perdidos no nada, lembrou-se de seu filho Dave, não sabia onde o garoto estava e muito menos com quem. E lhe arrepiava a espinha saber que ele era o perfil exato das vitimas do tal serial killer.

— Então... O que temos aqui? – Questionou Hughes levando uma das mãos ao queixo e coçando a barba por fazer.

Jeremy recusou-se a olhar novamente para o cadáver sobre a maca. Isso evitaria que pusesse para fora todo o seu café da manhã.

Ele tentava entender o que estava acontecendo desde o momento em que pôs os olhos naquele jovem. A principio tudo indicava que o havia sido mais uma vitima do serial killer de seu caso.

Mas quanto mais analisava as circunstâncias do corpo e o local onde o encontrara, mais percebia que aquela morte se tratava de algo muito mais complexo. Era como uma teia de aranha.

Não se pode diferenciar a espécie da aranha somente pelo formato da teia, mas também pela sua textura, e era exatamente o que estava acontecendo ali. Todas as evidências apontavam para um único suspeito, mas o modo como o crime fora cometido remetia a algo ou alguém muito mais macabro.

Os dentes e unhas foram arrancados de uma maneira esquisitamente cirúrgica, como se o assassino já tivesse conhecimento sobre coisas do tipo. A marca com um D maiúsculo antes feito com um corte profundo em outras vitimas, dessa vez apresentava-se apenas desenhado com batom vermelho sangue no abdômen.

Sem contar que o garoto fora cuidadosamente maquiado, O que para não dizer estranho, era no mínimo amedrontador.

Ele mudou de padrão. Pensara de primeira. Está brincando conosco.

Mas por quê? E o que aquelas novas pistas queriam dizer?

— Eu não sei muito bem por onde começar é bizarro por si só... – Disse devagar, e por mais que não quisesse admitir, sim ele estava amedrontado. Como um ser humano poderia fazer isso a alguém? Como alguém podia ser tão frio a ponto de matar outra pessoa daquela maneira? Não sabia a resposta, e nem queria saber.

— Bem... Vamos dar uma olhada por dentro então... – Sugeriu Hughes já manuseando o bisturi. Depois de alguns minutos o corpo já se encontrava devidamente aberto, expondo órgãos e tudo mais para quem quisesse ver. Hughes soltou um longo e despreocupado suspiro. — Entendo...

— O quê? – Questionou Jeremy finalmente voltando a prestar atenção no corpo. Recusara-se a fazer tal coisa antes, dando mais atenção a seus papeis de bala no bolso do casaco. Deviam estar lá a mais tempo do que aparentavam.

— O garoto morreu de hemorragia. Apanhou feito um condenado, acho que de algum objeto com ponta circular. – Apontou para os hematomas em forma oval distribuídos pela pele alva, vez ou outra coberta por tatuagens. — Mas não foi só isso. Ele também foi amarrado pelos pés de ponta cabeça, pelo menos é que sugere os vergões no tornozelo.

Apontou cada parte do corpo, sem parecer se preocupar com a cena macabra que descrevia.

— Isso quer dizer que foi um homem? – Indagou o detetive agora um pouco mais interessado. — Nenhuma mulher conseguiria levantá-lo assim.

O necropsista o encarou com as sobrancelhas cruzadas.

— Achou mesmo que fosse uma mulher? – Rebatou com um sorriso de lado. — É impossível, todas as vitimas que me trouxe para analisar eram de porte médio a grande, não sei como esse cara fez para atrair tantos homens, mas com certeza não foi uma mulher que fez isso.

— Isso facilita um pouco as coisas para mim. – Disse anotando as conclusões em um bloco.

— Mas ainda não acabou senhor Doutor. – Hughes sorriu de um jeito bizarro, como se a brincadeira mal tivesse começado e ele estivesse gostando. — Além dos dentes e unhas, ele também arrancou a língua do rapaz e enquanto ele estava vivo.

Anunciou meio abobalhado.

— Às vezes você me assusta Hughes... – Avisou Jeremy sem muita paciência. — Deveria procurar um médico e se tratar.

— Eu sou o médico aqui, Acolla, essa é a minha arte, não me julgue se não entende o prazer de tudo isso.

Apontou para toda a sala, que não pra menos abrigava algumas dezenas de cadáveres para serem analisados.

Jeremy o encarou.

— Você é louco... – Admitiu em voz alta, deixando o necrotério da pequena cidade de Rye para trás, porém não antes de escutar a ultima frase do amigo.

"Os melhores médicos são os maiores loucos."

— É... Talvez você esteja certo, velho amigo... – Pensou Jeremy. — Talvez essa seja a maior verdade. E partiu em direção ao hospital St. Angels.

*** Funest Cupiditas ***

Encarar o teto durante algumas horas parecia ser a coisa mais legal que Ally poderia fazer pelas próximas duas horas, devanear sobre seu ultimo assassinato, pensar se tomara as decisões certas ou não, era tudo uma questão de pensar, e ela adorava fazer isso.

Entretanto seus planos foram abaixo quando o garoto de cabelos escuros e orbes tão incendiárias quanto a sua se afogou nos lençóis da cama a seu lado.

— Isso foi incrível! – Dave comemorou como uma criancinha. Levara muito tempo para que Ally decidisse realmente adicionar Dave a seu plano. Inicialmente parecia perigoso demais, se o garoto fosse como o pai, então tudo poderia estar acabado.

Porém Ally descobriu que ter Dave a seu lado era uma das coisas mais produtivas que poderia acontecer. Por mais que não suportasse como o menino agia, e tivesse repulsa a sua presença, fingir amá-lo na mesma intensidade não era nada comparado a ter a sua ajuda em seu plano.

Ele era a peça final de seu jogo de xadrez pessoal, o ator recém-contratado que ela pensou que nunca teria. Ou melhor, a marionete perfeita.

Dave era um garoto fácil de manipular, era facilmente impressionável e rapidamente criara em Ally a representação da verdade que queria seguir. Resumindo: Faria tudo que ela dissesse, sem pestanejar como um seguidor com sua religião. E o melhor de tudo, ele odiava o pai assim como Ally.

Não havia nada mais perfeito.

Desta maneira Ally não viu motivos para esconder-lhe mais nada, e com algumas poucas palavras o convenceu a ajuda-la a dar cabo Martin.

O garoto se aconchegou a seu lado, os olhos brilhando de felicidade, pelo jeito ele adorara fazer aquilo tanto quanto a própria assassina.

"Interessante..." Ally pesou consigo mesma. "Mas você não vai achar tão legal quando tudo isso acabar."

E ficou ali, a examinar sua vida, seus planos e sua vitória até que a noite chegasse, e fosse hora de caçar novamente.

"Venha meu estimado detetive, vamos brincar de assassino."


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Notas finais do capítulo

Há! O que será que a senhorita Ally está aprontando hein? hein? hein? Tá parei u-u E aí, contem-nos o que acharam do capítulo, mandem ver nas criticas e elogios, queremos saber até onde estamos agrandando.

Ah, pequena nota: O necropsista recebeu o nome de Hughes em homenagem ao Maes Hughes de Fullmetal Alchemist, porque ele era um personagem fodástico e merecia algo assim e.e só isso mesmo.

Kissus de cacau e até o próximo capítulo



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