Funest Cupiditas escrita por Mrs Born to Lose, Davink


Capítulo 2
Mors in angiportum - Morte no beco


Notas iniciais do capítulo

Yoo o/ Segundo capítulo chegou (ouviram cantos de aleluia? kkkk)

Bem, galera só queria agradecer por cada review, favorito e acompanhamento, só pra vocês saberem Mrs. Suicidal respondeu vossos comentários mas eu também li todos eles, e fico feliz que estejam gostando.

Capítulo escrito e postado por eu -qq Chocolates do Mello

Espero que gostem ^^



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Os risos ecoavam em minha mente, como se quisessem se fixar ali por algum motivo.
Porque eles riem tanto? Eu não estou tão feio assim, estou?


A minha frente, se juntava mais um daqueles grupinho de idiotas que insistiam em me atormentar, minha visão estava fora de foco eu não podia ver quem ali estava mas podia jurar que era Dylan, a minha primeira vitima.


Meus sonhos geralmente são assim, apenas rabiscos e lembranças do que um dia eu vivi, do que um dia eu sofri. Logo o cenário já tinha mudado, estava escuro e frio, e eu apanhava.


Um breve fato sobre mim: Aprendi a enganar a dor, tanto emocional quanto física, por isso depois de alguns anos sofrendo com o preconceito dos demais, comecei a não me importar mais, me tornei apenas uma casca de ser humano, uma sombra de um homem. Não, eu não era um homem, nunca fui, nunca me senti assim, podiam me chamar de qualquer coisa: Aberração, esquisito, mulherzinha.... mas nunca me chamaram de homem, uma coisa que tempos depois comecei a respeitar.


Era comum eu me lembrar daquela parte da vida, os tempos da adolescência são os piores, os jovens tendem a ser intolerantes com as escolhas dos outros, o lugar e o tempo haviam mudado, mas o delinquente era o mesmo: Dylan, ainda estava lá, suas roupas também tinham mudado, ele não era mais o encrenqueiro do colégio, agora ele era o queridinho, o que todo mundo amava, o exemplo de garoto que todos deviam seguir, não para mim pelo menos.


Os punhos me acertavam com mais força, com mais ódio, com mais raiva, gostaria de saber o que eu fiz para tantos sentimentos negativos serem direcionados a mim.


Ah sim, eu era o esquisito/aberração da escola, aquele cujo as pessoas queriam apenas distância, aquele que não tinha amigos. O ultimo soco veio com mais força que o necessário, sangue se espalhou pelo beco, misturando-se ao liquido podre que se espalhava pelo chão do mesmo.


Eu adormeci.

E pela terceira vez o sonho mudou de cenário. Uma vez li que se você sonha com mais de três lugares diferentes em apenas uma noite, seu cérebro está em desordem, eu particularmente não duvido muito disso, afinal eu não tenho argumentos para defender o funcionamento da minha mente, eu não tenho argumento para defender minhas ações.


Eu sou um fracasso mesmo.


Não! Um fracasso não, eu sou mais do que isso, eu sou mais do que esses idiotas que me julgaram injustamente, que acabaram com minha vida. Agora eu vou acabar coma vida deles!


Estava claro dessa vez, a janela do quarto estava aberta e eu deitado sobre a cama, era o típico sonho que se repetia todas as noites. Meu pai se aproximou lentamente da porta, como de costume ele tinha algo em mãos, uma embalagem prateada que até então eu desconhecia o conteúdo, da cozinha minha mãe gritou:


–Mitchell, vou fazer compras e já volto meu amor!


E então ele sorria, um sorriso um tanto amedrontador se querem saber, já que ele tinha perdido mais da metade dos dentes devido ao uso continuo do tabaco e álcool. Subitamente eu entendia o que ia acontecer, eu sabia que não seria legal e que no fim eu seria apenas mais um. Mas no fundo aquilo martelava em meu coração, com uma pergunta evidentemente sem respostas: Isso está certo? Quer dizer tudo isso é mesmo o certo? O que eu deveria fazer a partir de agora, agir como uma garota?


Sim, Mitchell você é uma garota.


Pelo menos era o que a voz em minha mente insistia em dizer, eu me conformei com o passar do tempo, sim eu era uma garota, e acabar de me tornar uma mulher.


–Vai, geme pra mim! – meu pai dizia lenta e arrastadamente em meu ouvido, e eu obedecia.


____________________ Funest Cupiditas ( O amor te enlouquece?) ________________

Acordei com o peito suado, minhas mãos tremiam freneticamente devido ao susto, sem querer bati a cabeça na parede ao levantar rápido demais.


–Merda!! – levantei-me correndo e fui ao banheiro ver o tamanho do estrago, não era grande coisa mas iria deixar um galo.


Olhei pro relógio, já passava das quatro da tarde, eu tinha de me arrumar rápido se não quisesse perder o metrô. Não me entenda mal, eu até poderia ir de carro até meu destino principal, mas o metrô me dava várias vantagens, a primeira é que ninguém nunca me ligaria aos locais dos assassinatos ou onde a vitima esteve perto.


Sem contar que posso escolher os alvos já dentro do mesmo, e foi exatamente o que aconteceu, lá estava ele, alto, loiro e forte. A pasta na mão esquerda indicava duas coisas: Ele era canhoto e era executivo. Tentei não chamar muita atenção, não por enquanto pelo menos, eu tinha de descobrir mais sobre ele, sobre seu estilo de vida, onde ele trabalhava, o que fazia e o principal quem ele era.


Já beiravam as seis quando o homem desceu em seu ponto, sem perceber que estava sendo seguido ele dirigiu-se á estação Grand Central e entrou em um das cafeterias que lá havia, Entrei alguns minutos depois e . Ele estava no balcão, um copo de café, e um donut se colocavam a sua frente.


–Um café duplo, por favor. - pedi para a garçonete que assentiu e se dirigiu a cozinha, que ficava atrás de uma porta branca e preta, um pequeno retângulo de vidro permitia-me ver os cozinheiros caminharem de lá para cá, preparando os pedidos. Não me detive por muito tempo observando-os


O loiro continuava lá, sem se mexer, o que me pareceu estranho, o rosto enterrado atrás de um jornal aberto. Observei-o com mais atenção, na mão direita não havia nenhum sinal de aliança. Ótimo, sempre é mais fácil com os solteiros.


Pigarreei.


–Hum.. como estão as noticias hoje? - Perguntei e logo depois joguei meu melhor sorriso fofo, um dos muitos que já fizeram vários homens se derreter.


E não foi diferente com este. Um outro breve fato, os homens são TODOS iguais, se derretem pelas mesmas coisas, são tão... ridículos, ou melhor, eles são tão inferiores, talvez não tenham evoluído tanto quanto pensam.


–Nada de diferente, eu diria. - Ele me lançou um olhar avaliativo de cima a baixo – Algumas pessoas morrendo, outras enriquecendo, é a vida, não?
Mais do você pensa.


–Claro, er... você não...


–Aqui está seu pedido, senhorita. - a garçonete me interrompeu. - São dois euros.


Ela sorriu docemente esperando o pagamento, como planejado eu havia saído sem dinheiro, pelo menos não o suficiente, de dentro da bolsa tirei algumas moedas.


–Mas que droga! - murmurei.


–Algum problema moça? - a garota perguntou de detrás do balcão.


–Está é só que... eu não tenho dinheiro pra pagar e, ah me desculpe eu sou mesmo um desastre, me desculpe, pode levar de volta se quiser.


E como previsto o homem se levantou rapidamente do assento, um sorriso satisfeito no rosto, como se finalmente tivesse encontrado a oportunidade perfeita para abater a caça. E ele nem desconfiava do quanto estava certo.


–Eu pago! Uma moça tão bonita não pode ficar sem seu café, não é mesmo?


Ele pôs o dinheiro na superfície transparente do balcão. A mulher assentiu, pegou o dinheiro e saiu rapidamente, como se não quisesse atrapalhar.


–Obrigada! - disse timidamente, a cabeça baixa evitando nossos olhares.


–De nada, mas olha, acabei de lhe pagar um café, o que acha de retribuir o favor?


–C-com o quê? Eu não tenho dinheiro como você já deve ter percebido.


–Ora, eu não sou um homem que se interessa por dinheiro se é o que está pensando, estava pensando em algo mas... informal.


Remexi os cabelos e esfreguei as palmas das mãos.


–Tipo, o quê senhor... ah me desculpe eu nem sei seu nome.


Ele sorriu como se minha suposta timidez fosse divertida.


–É Albert, pode me chamar de Albert.


No fim, foi tudo como sempre era, ele me convidou pra sair, como todos os outros fizeram antes, passeamos, conversamos, descobri praticamente tudo sobre ele,o fato de não ter esposa nem filhos, e que não tinha nenhuma família, a não ser uma prima distante.


Eu o conhecia, o bastante pelo menos para saber, onde e quando matá–lo. Para ele, eu era Alyssa, uma mulher desempregada que acabar de se mudar para a cidade, e que infelizmente não tinha um lugar para morar, eu fui enganada por meu noivo que roubou tudo de mim, e me deixou na miséria.


Eu não sou um mentiroso, apenas digo ás pessoas o que elas querem ouvir, nada além disso. Se eles são fáceis de enganar e manipuláveis, o problema não era meu, a culpa não era minha. Não costumo ser do tipo maldoso, eu sou até bom eu diria, dou a eles o que eles querem antes que acabar com suas vidas, não é maravilhoso?


No fim da noite, ele insistiu para que eu fosse para a casa dele, típico. E eu como a boa moça que era desamparada e necessitada de carinho, aceitei, mas não chegaríamos a casa dele. Seu fim seria antes disso.


Caminhando pelas ruas e becos, conversávamos sobre tudo e todos, como velhos amigos, ou até quem sabe na mente dele, futuros amantes. Parei em sua frente a encarei-o.


–Você me ama?


Ele pareceu se assustar com a pergunta, mas esboçou um sorriso no canto dos lábios.


–Não acha meio cedo para pensarmos nisso?


–Você me ama ou não? Responde!


Ele se afastou alguns passos, poque ele não dizia? Diga, desgraçado! Eles sempre acabam dizendo, sempre.
Saquei a faca de dentro da bolsa.


–Hey, o que você vai fazer com isso?


–Você não disse! Diga! Você me ama?


O desespero era óbvio em seu rosto, os olhos arregalados, a boca entreaberta. Ele poderia correr, mas eu esperava que não, eles sempre estão chocados demais para fugir.


–Tudo bem, se é tão importante pra você, sim eu te amo!


Ele respondeu em um fôlego só, é incrível como eles conseguem ser patéticos.


Enterrei a faca em seu peito, um grito de dor ameaçou sair de sua boca, mas extingue–o com um beijo.
Se me ama tanto assim, não diria tais palavras, humano tolo.


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Notas finais do capítulo

Esperando ansiosamente que tenham gostado tanto que vão comentar sem nem pensar u.u

*Beijinhos de cacau*