(Por Ludmila)

O sinal da saída bateu e rapidamente me dirigi até o portão, o Federico estava me preocupando, e muito. Estava quase saindo quando o Christian me chamou:

– Ludmi, vamos dar uma volta no parque?

– É... Não posso Chris.

– Porque?

– Eu...

– Ludmi parece que você tá meio nervosa, o que aconteceu?

– É....- Eu não queria mentir, mas também não podia falar a verdade.- Eu tenho muitas coisas pra fazer e essas coisas são muito difíceis não sei nem se vou conseguir.

– Você tá meio misteriosa né Ludmi

Ri e disse:

– Bom, eu vou indo tchau.

– Tchau.

Saí de lá correndo e fui pra casa do Fede, nada. Comecei andar pela cidade para procura-lo, mas nada. Comecei a entrar em desespero até que meu telefone toca, era ele. Atendi e percebi que a voz não era dele.

– Alô, Fede?

– Não, é do hospital da cidade. Aconteceu um acidente com ele e como só achamos seu numero no celular.

" Como assim hospital?" pensei, mas só disse:

– O que aconteceu?

– Ele foi atropelado. Você poderia vir aqui por favor?

– Já tô indo.

Entrei no primeiro taxi que vi e fui direto pra lá. O medico veio falar comigo.

– Oi doutor como ele tá?

– Ele está desacordado, com alguns ferimentos bem leves e uma fratura no braço, mas fora isso está tudo bem. Era pra ser muito pior, foi um pancada e tanto.

– A é?

– Sim, o homem que o atropelou está aqui no hospital e nos contou tudo. Ele estava muito nervoso e andando depressa o carro estava na velocidade permitida, a 100 km por hora. O Federico atravessou sem olhar e foi atropelado.

– Eu posso vê-lo?

– Pode, ele está naquela sala.

Entrei lá e o vi com alguns cortes no rosto, mas tratados e uma gesso no braço. Ele ficava ainda mais bonito dormindo, eu fiquei lá olhando ele, ouvia seus batimentos cardíacos. Ele parecia tranquilo, mas eu sei que não estava e eu sabia que a culpa era minha, quando ele me viu com o Chris e saiu correndo devia ter acontecido o acidente, eu ainda amava ele, mas tem coisas que não dá pra perdoar. Segurei sua mão e meu celular tocou, era o Christian.

– Alô?

– Oi Ludmi. Eu queria te fazer um convite.

– Fala.

– Quer sair comigo amanhã?

Não tive como recusar.

– Quero, claro!

– Bom, amanhã as sete tá?

– Combinado.

– Vou deixar você fazer suas coisas agora tá.

– Tá, tchau.

– Tchau, te amo.

Ele desligou e eu fiquei em choque. Ele falou que me amava, ele falou que me amava e eu estava segurando a mão de outro garoto, eu me senti culpada e confusa ao mesmo tempo. Eu olhei pro Fede e ele estava acordado me olhando, mas com uma olhar bem triste. Ele com certeza acordou enquanto eu estava falando com o Chris e ele, pelo meu jeito de falar, sabia exatamente que eu estava falando com ele. O Fede me olhava com os olhos marejados então para quebrar o clima eu disse:

– Como é que você tá?

– Não muito bem, todo quebrado.

Eu ri então ele continuou.

– O que você tá fazendo aqui?- Lembrei que ainda estava segurando a mão dele, porque senti que ele estava fazendo carinho nela. Eles conseguiam me deixar ainda mais confusa.

...