One Shot

-31 de outubro, 19h30, casa da Akira-

Teria um baile de Halloween na escola, nunca gostei muito de ir nesses bailes ou festas que a escola produzia, mas depois de uma ser humana me ligar quase implorando para ir, eu acabei não resistindo mais.
Não que eu quisesse ir, apenas... Toda a baboseira que ela falava estava me irritando, Emilly estava dizendo que Matheus estaria lá, e ela não queria ficar sozinha para se caso algo der errado, e eu de uma ótima amiga disse não, mas como ela não parava de implorar eu disse sim.

Era para ir fantasiado, minha fantasia era de boneca sinistra, passei uma maquiagem leve e fiz as "costuras" no rosto com lápis de olho para terminar a fantasia e pronto, tinha acabado. Peguei minha bolsa e desci as escadas, ah sim esqueci de lembrar, tinha que ter par, como se já não bastasse ir eu teria que ir com alguém... Ou pior... Iria com ele. Com ele eu quero dizer Viktor, ele é o típico garoto Badboy que faz todas suspirarem, e eu, infelizmente -ou felizmente-, estava entre esse "todas". Só que por incrível que pareça, nós somos amigos... Isso mesmo, apenas amigos, comigo ele larga a postura de garoto rebelde e vira um tremendo gay, e as vezes demonstra superproteção, mas, ele é lerdo o suficiente para não perceber que eu gosto dele.

Exatamente, gosto dele de verdade, não como as outras garotas que ligam apenas para sua popularidade ou pela sua beleza -E que beleza-, pensava comigo mesma.

Ele tem cabelos negros, olhos verdes, pele parda, lábios carnudos, e se ele parasse para pensar um pouco, perceberia o que eu sinto... Eu resolvi falar para ele hoje no baile, vou me declarar. Declarar soa muito clichê, mas não posso fazer nada, eu sou clichê.

Me olhei no espelho da sala e sorri, me sentia... Bonita, eu sorria enquanto procurava meu celular pelo sofá, quando eu achei, a campainha tocou, fui abrir e lá estava ele, cabelos bagunçados e um pouco úmidos, fantasiado de boneco sinistro, isso mesmo, a nossa fantasia era a mesma só que em versões masculinas/femininas, tinha que ser assim. Ele estava como sempre... Lindo.

-Está bonita tampinha. -ele disse enquanto estava dando espaço para mim passar pela porta.

Fiquei um pouco vermelha e comecei a mexer na minha franja para esconder um pouco.

-Obrigado, você também esta bonito. -eu disse sorrindo, olhando para o chão.

Ele pegou minha mão, o que me fez corar mais ainda, como a escola era perto, fomos caminhando em silêncio. O silêncio estava incomodando, quando ele resolveu falar algo.

-Eu estou gostando de uma garota. -ele disse baixo.

Senti meu coração se quebrar, era como se ele tentasse se concertar mas sempre quebrasse suspirei e falei com a voz falhando.

-Legal... Q-quem é? -perguntei olhando para o chão. -Ah, chegamos. -eu disse logo para não ter que ouvi-lo

Entramos e fomos até nossos amigos, abraçados todos e eu disse que iria até o banheiro.
Me olhei no espelho, não podia lavar o rosto ou tudo o que eu tinha feito para a fantasia iria por água a baixo, literalmente.

_Droga, Droga. Ele é tão lerdo que não percebe que gosto dele. -eu falei sozinha.

Respirei fundo para não chorar e sai do banheiro como se não houvesse nada, suspirei ao ver ele conversando com uma garota, ela era alta, corpo definido, cabelos loiros e olhos verdes. -Deve ser ela. -pensei segurando as lágrimas.
Fui para um lugar mais calmo e sentei na escada em que levava ao segundo andar, estava menos.barulho que lá fora...

-Não posso competir com ela, ela é... Linda, não tenho chance. -pensei suspirando.

Uma sombra parou na minha frente e eu olhei para cima e Viktor me olhava com um sorriso. Ele sentou-se ao meu lado e olhou para mim, ficamos nos fitando por algum tempo.

-Por que esta aqui? -ele perguntou-me depois de um tempo em silêncio.
-Você estava com a loira, achei melhor não atrapalhar. -eu disse tentando olhar para todos os lugares menos ele.
-Mas você é meu par. -ele disse e segurou meu rosto me obrigando a olhar para ele.- Vem.

Ele me puxou sem me deixar responder nada, ele parou num local mais afastado da festa, tinha umas flores e um banco, ele sentou-se e eu fiz o mesmo.

-Por que me trouxe aqui? -perguntei.
-Queria conversar. - ele disse calmo.
-sobre...? -incentivei ele a continuar.
-Sobre o assunto que começamos antes de chegar. -ele parecia nervoso.
-Sobre a garota que você gosta? -perguntei seria.
-É... Eu queria achar um jeito para contar a ela. -ele se enrolava ao dizer as palavras.
-Diga a ela de uma vez e pronto, e eu não quero falar sobre isso. -eu disse levantando e ele me segurou.
-Por que? -ele perguntou.
-VOCÊ É TÃO IDIOTA QUE NÃO PERCEBE. -Eu gritei e ele se assustou. - Você sai com outras garotas e quem fica em casa chorando sou eu, você me pede ajuda para conquistar outra garota e EU ajudo mesmo sem querer, eu viro cupido, e isso me destrói. EU saia com outros garotos para ver se você ficava com ciúmes, ou para tentar te tirar da cabeça. QUANDO VOCÊ IRIA PERCEBER QUE EU GOSTO DE VOCÊ IDIOTA? -eu já chorava.
-K-kira... E-eu... -ele falava.
-Esquece. -eu disse enxugando as lágrimas que corriam pelo meu rosto. -Quem é a sortuda? Eu posso dar uma de cupido de novo. Virou rotina já. -eu disse isso e sai de lá.

Estava correndo para chegar em casa, ele corria atrás de mim, até que me alcançou.

-O QUE VOCÊ QUER? -eu gritei.
-M-me escuta por favor... -ele estava... Chorando?
-Fala logo. -eu disse quase começando a chorar de novo.
-Eu ficava com outras garotas sim, mas não gostava delas, eu ficava sim com ciúmes quando você saia com outro homem, mas eu vão demonstrava, eu queria te ver feliz, e se sua felicidade fosse com ele eu aceitaria... Mas, de qualquer outra garota... Eu quero você, quero que você seja minha, de mais ninguém, você seria minha... E eu seria seu... Eu não queria te magoar, eu tinha medo de estragar nossa amizade... -ele aproximou o rosto do meu e encostou sua testa na minha. -Eu quero apenas você e mais ninguém.

Seus lábios encontraram os meus com suavidade, eu devia estar sonhando, o gosto de seus lábios era doce, sua língua pediu passagem e eu cedi, ele explorava cada canto de minha boca, coloquei os braços em seu pescoço, uma de suas mãos estava no meu rosto e a outra foi até minha cintura, então o ar fez falta. Ele separou seus lábios dos meus ainda encostando sua testa na minha e sua mão continuava em minha cintura.

-Você é um lerdo. -eu disse baixo e ele sorriu.
-Não sou o único. -ele disse.
-Você não demonstrava. - eu disse ainda ofegante.
-Ah sim. -ele disse sorrindo. -Você quer... Namorar comigo? -ele disse baixo e fechou os olhos.
-Você é um idiota -eu disse seria.

A expressão do rosto dele passou a ficar triste.

-Isso é um... Não? -ele perguntou abaixando a cabeça.
-Me beija logo. -eu disse e ele sorriu
-Então... Agora você é minha...
-E você é meu. -sorri.

E ele me beijou mais uma vez, a sua outra mão foi até minha cintura me puxando mais para perto, o que era impossível, eu mexia em seus cabelos enquanto o beijava. Mordi de leve seu lábio inferior e ele sorriu durante o beijo, quando o ar faltou, nós nos separamos, estávamos sorrindo bobamente.

-Eu te amo. -ele sussurrou no meu ouvido.
-Eu também te amo. -eu o abracei.

Entramos na minha casa abraçados e caminhamos até o sofá, tirei o sapato e joguei em qualquer lugar, deitei no sofá e fechei os olhos, alguns segundos depois algo pesado deitou em cima de mim e eu abri os olhos lentamente.

-Você é pesado sabia? -perguntei
-Também te amo. -ele disse e me deu um selinho.
-É sério eu preciso de ar. -eu disse ofegante.
-Não saio. -ele disse e eu fiz bico.
-Ok, então eu te tiro.

Empurrei ele um pouco e ele caiu do sofá, ele levantou e voltou para cima de mim, só que dessa vez suas mais estavam ao lado de minha cabeça segurando seu peso, ele se aproximava lentamente, quando iria o puxar mais para perto o mesmo segura minhas mãos acima de minha cabeça, ele chega mais perto e me da um selinho.

-Não vale, isso é tortura. -bufei.
-Você gosta que eu sei. -ele disse.

Mordeu meu lábio inferior e o puxou para si, tentei me soltar e fazê-lo me beijar de uma vez mas não consegui, ele desceu seus beijos até meu pescoço me causando arrepios, suspirei quando ele segurou minhas mãos com apenas uma de suas mãos, enquanto a outra alisava minha barriga por baixo da blusa.
Não preciso dizer o que iria acontecer daqui para frente, e apesar de minha inexperiência, que não passou despercebida ocorreu tudo bem, ele foi carinhoso e cuidadoso comigo; e Nós nos amamos, naquele momento percebemos, que nos pertencemos, ele era meu, e eu era dele.
Juntos, e seria para sempre