Double face escrita por Nymeria Martell


Capítulo 17
Cap. 17: A meia irmã de Rick


Notas iniciais do capítulo

"Sinto vontade de vomitar. Preferia transar com um homem, ou aceitaria até uma velha de 80 anos, do que se quer beijar essa coisa."



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Como posso explicar…? Vou tentar simplificar pra vocês, a garota, meia irmã do Rick e filha daquela beldade… é, nada mais nada menos que… um cadáver.

Claro que ela fala e tudo… é como se fosse uma morta viva. Sua pele é podre. Isso me dá náuseas. Ela está sem um olho, seu cabelo está mofado, aparecem ossos em determinados pontos. Eca. É como se ela fosse a noiva cadáver… Mas tenho uma leve impressão de que a do filme é mais apresentável.

Eu poderia por uma venda. Seria uma ótima ideia. Se não fosse pelo cheiro. Ela fede a carniça.

Ainda bem que não está nua. Está usando uma camisola branca encardida.

Tento sorrir pra ela. Mas, digamos que não dá muito certo.

− Você é meu salvador? – Ela pergunta animada. Sua voz é rouca e fraca. Como se fosse uma voz de uma velha de 200 anos.

− Provavelmente. Sua mãe é a ruivinha não? Bom… que tal acabarmos logo com isso?

− Não, não e não. Tem que ter um clima… é minha primeira vez, sabe?

Ela faz uns gestos de sonhadora, cara, ela parece aquelas princesinhas dos filmes da Disney. Tirando a aparência.

− Claro… − Digo de mal humor.

Vou até uma lareira – acho que é uma lareira. Tateio para ver se é mesmo. Descubro que sim, e até acho uns fósforos. Acendo um fogo. Quando volto para a garota me arrependo. Ela era menos feia no escuro. Agora percebo que seu cabelo é marrom. Com verde em excesso em alguns pontos. Mas ela devia ser ruiva. Posso ver que não é um marrom natural. É como se fosse sujeira. Vejo de relance uma barata entrando por seu olho.

Sinto vontade de vomitar. Preferia transar com um homem, ou aceitaria até uma velha de 80 anos, do que se quer beijar essa coisa.

Mas se eu não fizer isso, adeus Amanda. E Provavelmente adeus vida.

− Você tem um som? Pra dar um clima romântico, sabe?

− Claro meu bem… − Ela vai até um lado do quarto, no caminho, uma parte de seu joelho direito cai no chão. Socorro.

Ouço musica. Pelo menos ela tem bom gosto musical. Wedding Dress, de TaeYang. Como minha irmã ouve k-pop eu conheço. Essa até não é tão ruim.

Chego perto dela, imagino Amanda. Esqueço os cheiros, fecho os olhos, toco seus lábios com minha boca. É fria. Mas posso imaginar estar beijando uma vampira supergostosa.

Pego em sua cintura. Beijo-a reprimindo a vontade de vomitar. Alguns pedaços de sua língua se desmancham, sinto algo caminhando pra dentro da minha boca. Não suporto e corro até a janela, vomito.

− Aff… Você acha que eu gosto disso? – Ela pergunta – Eu vivi com isso por cinco anos! Quero voltar a ser normal. Certo, como estou com pressa de voltar a ser humana… Não precisa de clima nenhum. Venha cá chorão.

− Eu não estou chorando! – Vomito mais um pouco – Cof, cof… Se coloca no meu lugar ô… Qual seu nome mesmo?

− Ana Julia. Vai vir ou não?

− Gostaria de não ir. Mas vou, cof, cof, não tenho opção né.

− Não. – Ela tira um pano preto do armário. – Vou venda-lo. Acho que será melhor assim.

Deixo-a me vendar. Ela me atira na cama e me despe. Depois de um tempo ouço um suspiro estressado.

− Qual problema? – Pergunto sorrindo.

− Você sabe qual é! Para de sorrir! Agora de um jeito dele ficar duro.

Rio. Não consigo segurar. A culpa não é minha. É dela.

− Hei! Eu não tenho culpa de ele ser exigente. E mesmo com a venda dá pra sentir seu cheiro podre.

Ela sobe em cima de mim e me dá um tapa na cara.

− Se não tem outro jeito… − ela sai e volta a subir novamente em cima de mim, sinto que ela está com o vestido. Mas por baixo está nua. Sinto bichos pegajosos caminhando dela pra mim. Ela ponha algo em minha boca, me obrigando a engolir. Meus sentidos começam a embaralhar. Como se eu estivesse muito chapado. Esqueço os bichos e o fato de ela estar morta, e sinto uma vontade incrivelmente louca de transar. Ela só pode ter me drogado ou algo do tipo.

Rick

Fazia pouco tempo que Lipe tinha saído, mas já dava pra se ver o dragão cortando o céu novamente. Digamos que a garota não devia estar tão longe daqui.

Ele pousa na nossa frente. Mas dessa vez a linda mulher não está com ele. Fico na duvida se devemos ou não subir. Mas Lipe sacrificou seu orgulho por nós. Na verdade foi pela Amanda… mas me salvou mesmo assim.

Subo no dragão, as meninas me olham com olhar de duvida. Amanda… quer dizer, Mandy… sobe primeiro. Ela se agarra na minha cintura. Helen não perde tempo e sobe também. Ela empurra Mandy pra trás e senta na sua frente, agarrando minha cintura. Mandy desse do dragão resmungando e sobe novamente, só que na minha frente. Não a abraço, vai que Helen nos mate? Nunca se sabe. Raquel vai atrás da irmã.

− Acho melhor você se segurar em mim ruivinho. – Diz Mandy.

− Nem pensar! – fala Helen. – E ele é moreno. Só pinta os cabelos assim.

− Isso não é muito gay? – Ela pergunta me deixando de tal modo constrangido – Que seja, mas você vai cair. – Ela abre as mãos, literalmente. Um orifício, do tamanho de uma moeda de 10 centavos, Se abre no meio de sua palma. Sai de lá uma espécie de chicote/corda/corrente. Ela a prende em volta do pescoço do dragão. Imediatamente o dragão decola me lançando para trás, fazendo quase as gêmeas cair. Helen berra tanto que agarro na cintura da robô a minha frente. Ela não discorda.

O tempo passou voando, literalmente, se é que me intende. Apesar do medo, foi divertido. Só a Helen que não gostou muito.

Desembarcamos na Florida, a cidade não faço ideia.

Após Helen vomitar um pouquinho vamos para algumas lojas, o shopping ainda está aberto. Compramos roupa, comida e Helen pediu um taco de beisebol, sabe se lá pra que. Se bem que dá pra imaginar.

Vamos a um hotel. O dinheiro que trouxemos, praticamente é todo do Lipe. Então não exageramos e escolhemos um simples. Deixei as meninas ir tomar banho primeiro. Helen não queria que a Mandy fosse junto, mas ela falou que se ela não deixasse iria comigo. No final Helen disse que ela iria vir comigo e Mandy deveria ir com Raquel. Fizemos isso por motivos zerados. Claro que poderia ter ido um de cada vez. Mas Helen estava com medo. E Raquel precisava de ajuda. Mandy disse que nunca tinha tomado banho e queria ver como era. Confuso, muito confuso.

Pelo fato de nunca ter dormido com Helen, acho que seria… constrangedor.

Na nossa vez, digo a ela que ficarei fora do box enquanto ela se lava. Ela aceita numa boa. Após um tempo que ela entrou pergunto:

− Helen, porque você tem tanto medo? Do que você foge? É alguma fobia?

Ouço o ruído da agua caindo em seu corpo, mas ela não me responde.

− Helen?

Nada. Penso em me virar, mas ouço passos, a porta do box se abre. Mãos me agarram e me puxam.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap.:"Seria legal se eu batesse a cabeça e ficasse inconsciente. Que me deixassem em paz e eu morresse ali parado tranquilo. Mas não! Tem que ter mais aventura e adrenalina por aqui."



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