-

Eu odeio o mêtro.

Existe algo mais chato que ficar em um cubículo mínimo, com pessoas ignorantes e homens tarados?

Estou olhando diretamente para a razão de estar aqui. Alto, loiro e bonito.

Acho que vale a pena, não?

O que me deixa com raiva é que nós dois temos carros, e estamos andando de mêtro porque o Naruto acha divertido. Fui praticamente obrigada a vir junto. Alguém resistiria aqueles olhos azuis pidões?

- Hinata?

- Oi? – olhei para ele, que estava sentado e apontando para o lugar ao seu lado. Logo que me sentei, ele encostou a cabeça no meu ombro e o ouvi suspirar. Não consegui controlar um sorriso. É quase meia-noite, estávamos na faculdade desde as duas da tarde. Se bem conheço o Naruto, ele está se controlando para não se deitar aqui mesmo.

Realmente é impossível não se afeiçoar por esse loirinho.

O garoto mesmo sendo podre de rico, gosta de andar de mêtro, é super humilde e tem um coração de ouro. Com seu jeito brincalhão e um sorriso fácil, não me surpreendeu quando depois de pouco tempo me descobri apaixonada. E estou nessa situação há 4 anos, coragem para me declarar é o que está faltando.

- Hina... – ele falou, parecendo mais alerta que o normal - Você vai ao jogo sexta? -  Será que vai me convidar?

- Talvez, porquê? – perguntei esperançosa.

- Por nada não, só perguntei. – acho que não.

- Logo ele se endireitou e me olhou diretamente, seus olhos estavam brilhantes.

- Eu conheci uma garota há alguns dias, tenho que te contar sobre ela depois. Mas acho que estou apaixonado. O que acha que devo fazer para chamar a atenção, eu tento puxar papo, mas ela...

Não ouvia mais nada. Senti meu coração murchar, e meus olhos arderem. Me senti uma idiota.

Estava pensando o quê?

Que ele se apaixonaria do nada por mim e se declararia. Ou que ele esperaria sentado eu criar coragem e me declarar.

- O que você acha?

- Ahh eu, não sei... qual o nome dela? – perguntei sem pensar, e tentando disfarçar a voz embargada.

- Sakura Haruno – ele respondeu com um sorriso bobo.

- É um bonito nome – falei, tentando sorrir convincente. Ele pareceu se contentar, e continuou a falar empolgado.

Apenas fingi estar feliz por ele, enquanto por dentro estava morrendo.