Remember Me - Extras escrita por mywriterside


Capítulo 7
VII. Oh, New York - Road Trip parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu sei que demorei, e peço desculpas por isso, mas aqui vamos nós :)

Sétimo extra pra vcs apreciarem, e esse eu resolvi colocar em terceira pessoa para mostrar diferentes momentos da história, no qual se fosse tudo pelo ponto de vista do Finn não faria sentido. Enfim, espero que gostem da segunda parte dessa viagem turbulenta que essa família vivenciou.

P.S.: contém palmada, se não gosta de ler sobre, o aviso está aí. Me deixe saber pelos comentários o que vc acha, tudo será explicado caso algo passe por você.



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A claridade do dia através das cortinas despertou Nate de seu sono profundo. Coçando os olhos, o garoto esticou o braço até alcançar o criado-mudo entre as camas e puxou seu telefone para verificar a hora. Era pouco mais de oito horas e ele reagiu à isso com um suspiro frustrado, odiava acordar cedo principalmente sem motivo algum. Rolou na cama para deitar de costas e olhou para a cama ao lado, vendo a maneira que sua irmã se enrolava ao lado de seu pai, ambos dormindo profundamente. Ótimo. Agora teria que esperar que alguém acordasse para começarem o dia pela cidade espetacular que eles tinham sob seus pés.

Ou talvez... Talvez ele pudesse ir se divertir no salão de jogos do hotel. Era perfeito! Ficar ali na cama agora sem sono nenhum e entediado não era algo que alguém que se preze gostaria de fazer, e Nate tinha um hotel incrível para explorar. Àquela hora talvez o local estivesse praticamente vazio, o que era perfeito para ele aproveitar sozinho as regalias do lugar. Havia uma piscina aquecida, talvez ele pudesse chegar lá para um mergulho também. O café da manhã já havia começado a ser servido no salão, mas não terminaria até as dez e ele tinha muito tempo até lá. E vendo que seu pai e sua irmã não acordariam tão cedo, Nate não viu problema em ter um pouco de diversão sozinho.

Se esgueirando para o banheiro com uma muda de roupa, o garoto fez rapidamente sua higiene matinal e se trocou. Se ele tomasse banho, o barulho do chuveiro poderia acordar seu pai e sua irmã, e ele não queria perder tempo com isso. Calçou seus chinelos e pegou o celular e um cartão chave do quarto. Passando em frente ao quarto do seu tio Puck, ele tentou ouvir algo através da porta, mas o que recebeu foi o silêncio, e assim rumou para os elevadores quase assobiando de contentamento.

Cumprimentou com um aceno de cabeça alguns funcionários e hóspedes que encontrou pelo caminho e caminhou até a sala de jogos. Como previsto, estava vazia, e o sorriso em seu rosto foi enorme com o tamanho daquele lugar todo sobre seu domínio. E o tempo ali foi de qualidade quando ele jogou fliperama, Wii e um pouco de Guitar Hero. Olhando em seu celular, faltava cinco minutos para as nove horas, então decidiu ir aproveitar a piscina aquecida por um tempo. Largando sua camiseta em um dos sofás da área junto com seu celular e o cartão chave, Nate mergulhou na piscina tranquilamente sem se importar com os esguichos d'água por todo o lado.

...

— Eu vou matar aquele garoto!

Finn estava andando de um lado para o outro com o celular na orelha, tentando, pela enésima vez, falar com seu filho que havia desaparecido sem dar nenhuma satisfação.

Ele havia acordado e encontrado a cama de Nate vazia com os lençóis revirados. Com cuidado para não acordar Bella, ele levantou e procurou pelo garoto no banheiro e nada, ele não estava ali. Vestiu rapidamente uma bermuda e uma camiseta e pegou o celular, indo até o quarto ao lado para ver se tinha sorte. Puck recebeu o amigo com o rosto amassado, assim como as meninas sentadas na cama com os cabelos desgrenhados apontando para todos os lados. Finn rapidamente passou os olhos pelo quarto e o banheiro assim que entrou, não encontrando nenhum sinal de que seu filho estava ali. Sentiu a fúria passar por suas veias e respirou fundo, encarando Puck.

— Nate sumiu.

O dois rapazes agora se empenhavam em obter sinais do garoto, que aparentemente estava ignorando o toque do celular. Beth e Bailey a essa altura já estavam mais do que acordadas mandando mensagens de texto para o número do adolescente fugitivo.

No quarto ao lado, Bella despertou confusa com o insistente toque de seu próprio celular no criado-mudo. Sonolenta, ela se sentou na cama e puxou o aparelho, vendo o nome de sua mãe no visor.

— Hey, mamãe.

Oi, docinho. Bom dia. Acordei você?

— Sim, mas não tem problema. Não se pode dormir em uma cidade como Nova York a nossa espera.

Rachel riu do outro lado: — Concordo, querida. Seu pai está perto de você?

Bella então inspecionou o quarto e enfim se deu conta que estava sozinha, a porta do banheiro estava aberta.

— Estou sozinha no quarto, mãe. Déda deve estar no quarto do tio Puck com o Nate.

Estou ligando para o celular dele e está dando ocupado. — Rachel disse.

— Não sei, mamãe. — Bella deu de ombros, mesmo sabendo que ninguém veria, era por força do hábito.

Tudo bem, docinho. Assim que você vê-lo, diga que eu liguei.

— Okay.

E como está a viagem até agora? Está se divertindo?

Bella comprimiu os lábios em uma careta e pensou se contaria à sua mãe sobre o incidente no dia anterior. Resolveu que era melhor não irritar sua mãe e que provavelmente ela saberia disso quando eles voltassem para Boston.

— Está tudo bem, mamãe. Estamos nos divertindo muito e hoje Déda prometeu que nos levaria para ver um show na Broadway.

Que legal, querida. Confesso que estou com inveja. — Bella riu com o choramingo de sua mãe — Aproveite bastante e me conte tudo depois.

— Pode deixar.

Ok, mamãe tem que desligar, Eli está chorando. Nos vemos em três dias, Boo.

— Vou morrer de saudades. E dê um beijinho no Eli por mim.

Dou sim, querida. Também vou morrer de saudades. Amo você.

— Também amo você. Tchau.

Bella colocou o celular de volta no criado-mudo e estava pronta para voltar a dormir quando seu pai entrou como um furacão no quarto, fazendo a menina se sentar novamente e arregalar os olhos.

— O que aconteceu, Déda?

— Boo, eu quero que você se troque e vá ficar com as meninas no quarto do tio Puck. Nós dois vamos atrás do seu irmão que aparentemente resolveu que sumir era uma boa ideia.

Bella abriu a boca para argumentar, mas ela sabia que só pioraria as coisas então rapidamente jogou o cobertor para o lado e saiu da cama, caminhando até sua mala e depois para o banheiro. Uma vez de volta ao outro quarto, as três meninas se sentaram na cama observando a ação de seus pais.

— Ainda não consegui nenhuma resposta dele. — Puck falou, frustrado.

— Eu vou matá-lo, você provavelmente não terá mais uma resposta dele. — Finn respondeu, furioso.

— Ok. Beth, você está no comando, não quero nenhuma das três fora desse quarto até que voltemos. — Puck explicou seriamente.

— Ah, papai, mas por que a Beth tem que estar no comando? — Bailey retrucou, cruzando os braços sobre o peito.

— Porque eu sou a mais velha, pirralha. E vocês têm que me obedecer. — Beth retrucou.

— Sem reclamações, Bailey. Não vamos discutir isso agora. — Puck dirigiu um olhar duro à filha — Apenas façam como eu disse.

— Sim, senhor. — as três responderam.

— Bella, por favor, se comporte. Eu já estou com a cabeça cheia demais com seu irmão, não me faça ter motivos para querer desistir dessa viagem.

— Sim, Déda.

— Por favor, meninas, não arrumem confusão. Estaremos de volta em pouco tempo, espero, e então iremos tomar café da manhã.

Os dois finalmente deixaram o quarto e seguiram para os elevadores como duas balas, enquanto Beth dirigia um olhar e um sorriso malicioso para as duas meninas mais novas.

— Ok, eu estou no comando aqui e as duas farão o que eu mandar.

Bella e Bailey se entreolharam antes de gemerem de desgosto para a adolescente loira em pé em frente a elas. Elas não viam a hora de seus pais encontrarem Nate.

...

Já no lobby do hotel, Finn se dirigiu para a recepção e perguntou sobre seu filho, dando as características físicas do garoto de 15 anos. Todos atrás do balcão balançaram a cabeça em negativa e prontamente ficaram a disposição para avisarem se vissem o garoto passar por ali. Finn e Puck agradeceram antes de se afastarem dali.

— Eu nem sei por onde começar. — Finn murmurou.

— Com sorte ele ainda está no hotel. — Puck disse e orou silenciosamente — Pelo amor de Deus, isso é Nova York! Que esse moleque não nos faça ir procurá-lo lá fora.

Rapidamente a cabeça de Finn trabalhou e ele se lembrou de que havia liberado o garoto no dia anterior para conhecer todo o local. Seu rosto se iluminou e ele indicou que Puck o seguisse. Passaram por alguns hóspedes saindo do elevador até um corredor comprido e largo que tinha placas na parede indicando as atrações do hotel, como piscinas, restaurante, salão de jogos e recreação e uma loja de conveniências. Sua primeira parada foi o salão de jogos, que naquele momento estava vazio e silencioso. Bufando em frustração e raiva, os dois seguiram até a área da piscina no lado de fora, mas também estava vazia. Então a informação de que havia uma piscina aquecida em uma sala apropriada lhes foi dada e eles seguiram para o local. Qual não foi a surpresa de Finn quando, ao se aproximar da sala com paredes transparentes que acomodava uma área com sofás e pufes e plantas e uma piscina aquecida, ele pode ver em um dos sofás uma camiseta embolada com um celular, um cartão e um par de chinelos? E lá dentro, pronto para dar um salto mortal na água, seu filho encrenqueiro.

— Nathan Evan Hudson!

Nate só teve tempo de arregalar os olhos na direção da figura furiosa de seu pai, antes de se desequilibrar e cair com tudo na água.

...

— Okay, isso aqui está uma droga e eu estou com fome. — Bailey cruzou os braços e se jogou para trás na cama, bufando.

— Você já disse isso só umas mil vezes desde que nossos pais saíram. — Bella rolou os olhos, antes de voltar a jogar Candy Crush em seu telefone.

Beth, que estava no banheiro há alguns minutos, saiu sorridente e encarou as duas meninas, cada uma largada em cada cama.

— Eu tenho uma ideia. — ela tinha os olhos brilhantes e parecia em êxtase — Peguem casacos, nós estamos saindo.

— O quê? Como assim? — Bella largou seu jogo de lado e encarou a menina mais velha — Tio Puck deixou claro que não devemos sair daqui.

— Nós vamos sair rápido e estaremos de volta antes mesmo que eles deem a nossa falta. Nate adora arrumar confusão, aposto que papai e tio Finn não voltarão tão cedo.

— Beth, eu não sei se isso é certo... — Bailey disse, temerosa.

— Ei, não é você quem está reclamando de fome por toda uma vida? — Beth rolou os olhos — Vamos resolver isso.

Os olhos esverdeados de Bailey brilharam em excitação e a menina de doze anos nem mesmo hesitou dessa vez.

— Eu topo! Vamos, Bella.

— Acho que isso não vai dar certo. Nós nem conhecemos Nova York...

— Quem tem boca vai à Roma, princesa. E eu sei bem onde estamos indo. — Beth sorriu triunfante e as meninas deram de ombros, mesmo Bella ainda incerta sobre aquela ideia.

As três adolescentes deixaram o hotel minutos mais tarde com seus casacos, celulares e dinheiro, caminhando pelas ruas sempre cheias de Nova York com sorrisos gigantescos e sem preocupação. Beth as guiou por algumas ruas e então em uma padaria, onde elas compraram copos de café e chocolate quente e uma embalagem para viagem de muffins e pretzels. Depois de tudo pago, Bailey e Bella franziram as sobrancelhas quando Beth as mandou seguir para outro lugar.

— Não vamos comer aqui? — Bailey questionou.

— Vamos voltar para o hotel? — Bella disse ao mesmo tempo.

— Estou com fome. — gemeu a mais nova.

— Ei, calma vocês duas. Eu tenho uma surpresa.

Bella e Bailey se entreolharam e deram de ombros, seguindo Beth para outras ruas acima. Elas andaram por cerca de cinco minutos quando Beth finalmente parou e ergueu os braços, revelando onde elas haviam chegado.

— Quem nunca quis tomar um café da manhã na Tiffany's e Co?

Ambos os olhos das duas meninas se arregalaram e elas sorriram brilhantemente. Elas iriam mesmo tomar café em frente à Tiffany's como no filme e quando voltassem à Boston nenhuma de suas amigas acreditariam. Beth era um gênio!

...

Finn entrou em seu quarto de hotel levando Nate pelo braço com um aperto forte e na outra mão ele segurava as coisas de seu filho criador de problemas. Ele não havia nem dado a chance ao garoto de se vestir antes de subirem, ele estava muito nervoso para isso. Puck e Finn haviam passado na recepção para agradecerem e avisar que já haviam achado o fugitivo, e o pessoal do hotel apenas sorriu em compreensão e não perderam o olhar assustado do garoto de quinze anos. Ele estava em sérios problemas.

Puck havia dito que iria para seu quarto checar as meninas e levá-las para o restaurante do hotel para o café da manhã, enquanto Finn cuidava de seu filho mais velho. Logo que eles entraram no quarto, Nate conseguiu fugir do aperto e sentou o mais longe possível de seu pai. Finn tinha uma feição nada amigável quando largou as coisas em cima de sua própria cama e levou uma mão ao quadril e a outra até a ponte de seu nariz, fechando os olhos.

— O que diabos você tinha em mente, saindo do quarto sem avisar e sumindo por aí?

— Pai, eu só achei que não seria má ideia se eu pudesse ir me divertir um pouco. — Nate disse baixo, não tendo coragem de encarar seu pai.

— Você me deu um susto! Imagina o que eu pensei quando eu acordei e encontrei sua cama vazia, nenhum sinal de você aqui nem no quarto de Puck. Você poderia estar em qualquer lugar e eu não sabia. Droga, nós não conhecemos Nova York! Eu pensei o pior, Nathan!

— Me desculpe, pai. Eu- — Nate foi interrompido em seu argumento por batidas insistentes na porta.

Finn rosnou e foi para abrir, dando de cara com um Puck esbaforido entrando no quarto, os olhos em todos os lugares do cômodo.

— O que diabos...?

— Me diga que elas estão aqui. — Puck quase gritou, abrindo a porta do banheiro e depois se abaixando para olhar sob as camas. Situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

— Puck? Não me diga que...

— As meninas não estão em lugar nenhum por aqui.

Finn fechou os olhos lentamente e sentiu todo o nervosismo se alastrar por seu corpo, junto com irritação, raiva e preocupação. Nate se encolheu sob a reação de seu pai e arriscou um olhar para seu tio Puck, não encontrando nada agradável de se ver.

— Eu vou fazer todas essas crianças se arrependerem dessa viagem. — Finn disse sob um silvo.

— Conte comigo.

Eles já corriam para os celulares quando o de Puck tocou em sua mão, um número desconhecido mostrava no indicador de chamadas e ele na mesma hora sentiu a espinha gelar de ansiedade.

Algo lhe dizia que aquela ligação não seria nada boa.

— Sim? — ele finalmente atendeu, recebendo os olhares de Finn e Nate sobre si.

Olá. Eu falo com Noah Puckerman? — a voz masculina soou do outro lado.

— É ele mesmo. Quem deseja?

Aqui é o policial Amos do Departamento de Polícia de Nova York. Eu tenho sob a minha custódia as senhoritas Bailey Puckerman, Elisabeth Puckerman e Isabella Hudson. São suas filhas, senhor?

Puck petrificou no lugar e arregalou os olhos quando ouviu o que a outra voz disse. As meninas estavam sob a custódia de um policial? O que no inferno elas tinham feito e onde estavam?

— S-Sim, oficial. N-na verdade duas são minhas filhas, a outra é minha sobrinha. Seu pai está aqui comigo.

Finn também arregalou os olhos quando ouviu o amigo pronunciar "oficial". Um medo repentino subiu por sua espinha.

Bem, eu aconselho que os senhores compareçam à delegacia o mais rápido possível para pegarem suas filhas. Quando chegarem aqui, explicaremos o ocorrido com mais calma. O que posso dizer agora é que elas foram pegas infringindo a lei. — o oficial falou calmamente — Para que se tranquilizem, elas estão bem.

Puck estava longe de estar tranquilo.

— Tudo bem, oficial. Estaremos aí em breve. Obrigado.

Nos vemos então.

Puck finalizou a ligação e ergueu os olhos para Finn, quase sem cor em seu rosto moreno. Finn espelhava expressão semelhante.

— As meninas estão sob a custódia da polícia. Aparentemente elas fizeram algo fora da lei, mas estão bem.

Nate, que ouvia tudo calado, não pode deixar de arregalar os olhos e abrir a boca em um perfeito "o". Tudo bem que ele já estava em apuros o suficiente, mas ele não havia sido pego pela polícia. Deus salve aquelas meninas.

— Vamos. — Finn disse depois de segundos de silêncio absorvendo a notícia, se movendo para sair do quarto. Então ele parou de repente — Nathan, vista sua camisa e venha conosco. Eu não me importo que você esteja molhado. Só não quero escutar uma palavra saindo da sua boca.

Nate engoliu em seco e sabiamente assentiu, puxando a camisa sobre sua cabeça e seguindo o pai e o tio para fora do quarto. Eles pegaram um táxi fora do hotel que os levou até o Departamento de Polícia da cidade, soltando fumaça pelas narinas quando eles entraram no recinto com Nate seguindo de perto. Por mais que seu pai não estivesse nem um pouco feliz com ele, um sorrisinho malicioso escapou de seus lábios quando ele imaginou em quantos problemas aquelas três meninas estavam.

Beth foi a primeira a ver seu pai e seu tio entrarem na delegacia pela parede de vidro que as confinavam naquela sala isolada. Havia uma mesa e algumas cadeiras dispostas. As três meninas estavam sentadas sem se falarem, mas apenas Beth não estava chorando. Bailey e Bella tinham lágrimas manchando suas bochechas e os olhos vermelhos, dando fungadas ocasionais e soluços. Beth estremeceu quando viu ambas as feições dos dois homens e abaixou a cabeça imediatamente. Ela no entanto havia perdido o olhar que Nate lançou para aquela sala e viu as três pela parede transparente, fazendo seu sorriso querer aparecer outra vez.

— Bom dia, senhor. Eu sou Noah Puckerman e esse é Finn Hudson, viemos para buscar as três meninas que vocês têm aqui. — Puck anunciou na frente de um balcão.

— Eu sou o policial Amos. O senhor falou comigo por telefone. — um oficial se aproximou e apertou as mãos dos dois pais. Um outro rapaz o acompanhava — Eu tenho que lhes apresentar. Esse é Darvin Reynolds, proprietário da Tiffany's e Co na 5th Avenue.

Finn e Puck franziram o cenho. O que aquele homem tinha a ver com suas filhas? Eles apertaram as mãos em cumprimento. Darvin não parecia nem um pouco contente, mas foi cordial.

— Bem, queiram me acompanhar. Suas meninas nos esperam.

Finn, Puck e Nate seguiram o oficial e Darvin para a sala que as meninas ocupavam, mas no caminho eles pararam para o oficial falar com uma mulher usando uma farda igual a dele. Ela balançou a cabeça positivamente e os acompanhou também.

— Essa é a policial Price. Ela estava comigo quando encontramos as meninas.

— Muito prazer, oficial Price. E desde já me desculpe qualquer coisa. — Finn se adiantou.

A oficial sorriu de leve.

— Vamos entrar e conversar e deixar tudo em panos limpos. Tenho certeza que essas meninas têm muito o que explicar.

Todos entraram na sala e observaram como as três meninas se encolheram em suas cadeiras, sem nunca levantar os olhos para os adultos presentes. Amos indicou que os dois pais se sentassem e eles o fizeram, dando olhares mortais às suas filhas encrenqueiras.

— Bem, eu vou começar pelo o que aconteceu. — Amos falou, de pé — Recebemos uma ligação do Sr. Reynolds essa manhã. Ele é proprietário da loja Tiffany's e Co localizada na 5th Avenue. Ao que parece, essas três acharam uma boa ideia entrar pela porta dos fundos para averiguarem por dentro, no momento em que a loja se encontrava fechada. — Finn e Puck assentiram e observaram as três meninas quase sumirem em seus lugares. Se elas pudessem se enfiar debaixo da mesa, com certeza elas não hesitariam. — Sr. Reynolds, por favor, queira relatar o que aconteceu.

Darvin limpou a garganta e se ajeitou na cadeira.

— Bem, eu entrei em minha loja essa manhã e percebi algo inusitado. Essas três senhoritas estavam vagando pela loja olhando tudo deslumbradas. Felizmente nada estava fora do lugar, mas eu não pude deixar de estar aqui. Sei que são crianças, mas isso foi invasão de propriedade.

— Queira se acalmar, Sr. Reynolds. Nós iremos resolver tudo. — Price interveio quando percebeu Darvin se exaltar — Nós estávamos esperando os senhores chegarem para interrogarmos as meninas, como elas são menores de idade.

— Gostaríamos que elas relatassem exatamente o que aconteceu. — Amos falou e olhou para as três meninas de cabeça baixa — Meninas?

Beth, a única que não estava chorando, ergueu a cabeça e encarou cada rosto presente ali, estreitando os olhos para o sorriso sacana de Nate e deixando seu pai por último. A raiva e a decepção estampavam a feição do homem.

— Nossa ideia inicial era tomar café da manhã em frente a Tiffany's, vocês sabem, como no filme. Nós deixamos nosso hotel essa manhã e compramos café em uma padaria por perto. Depois nos sentamos na calçada em frente à loja fechada. Era tudo o que queríamos fazer. — Beth explicou quase num sussurro. As lágrimas agora encheram seus olhos verdes. Não só pela culpa batendo, como pelo olhar decepcionado de seu pai.

Ela odiava decepcioná-lo.

— Então...? — Price pediu.

— Então nos levantamos para procurar uma lixeira onde pudéssemos jogar nossas embalagens. Eu juro, não tínhamos nenhuma má intenção. — as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Beth. Ela continuou — Vimos que a porta dos fundos da loja estava entreaberta. Entendam, Bailey, Bella e eu amamos a Tiffany's, era nosso sonho entrar em uma aqui em NYC e apenas observar as joias, nada mais do que isso, só observar. Era a oportunidade de nossas vidas, quando viríamos à Nova York novamente? Então... — Beth parou para respirar fundo e fungar — Então a gente decidiu entrar. Nós não podíamos esperar pela abertura da loja, tínhamos que voltar ao hotel logo. Não sabíamos que era uma ideia ruim, só estávamos curiosas. Isso é tudo, eu juro. Sr. Reynolds, nós lamentamos muito invadir sua loja assim, mas era nosso sonho. Não tínhamos a intenção de levar nada sem pagar. Era só curiosidade.

Todos os adultos suspiraram com as lágrimas da menina que se tornaram torrentes pelo seu rosto vermelho e ela o escondeu nas mãos, seus ombros balançando com os soluços. O choro de Bella e de Bailey também intensificaram e agora as três meninas sentiam a culpa cair em seus ombros.

— Então. — Amos se pronunciou — Nós temos aqui uma situação complicada. Por mais que as meninas digam que não era a intenção agir fora da lei, elas ainda foram pegas no ato e não temos provas de nada a não ser suas palavras. Sem contar que não deixa de ser um ato ilegal. — o oficial falava tudo com uma feição de lamento. Às vezes ele detestava seu trabalho. Por ele, aquelas meninas seriam liberadas, ele podia ver a verdade em seus olhares e o arrependimento, mas ele nada podia fazer quanto à isso. Era a lei contra a sua vontade.

— Oficial, eu posso falar? — Darvin falou finalmente, tomando toda a atenção para si.

— Claro, Sr. Reynolds.

Darvin olhou para cada menina presente, suas atenções agora voltadas para ele, os três rostos molhados e vermelhos. Ele suspirou.

— Eu acho que minha decisão irá pesar sobre tudo aqui, afinal eu quem estou prestando queixa. — todos o ouviam atentamente — E... Eu vou fazer o que eu acho que devo fazer.

Beth, Bailey e Bella prenderam a respiração, com medo. Finn e Puck não estavam muito diferentes e até Nate estava apreensivo. Amos e Price olhavam para Darvin atentamente, acenando em acordo.

— Eu vou retirar a minha queixa.

Todos naquela sala  respiraram aliviados. Até mesmo Amos e Price, mas foi menos perceptivo. As meninas até chegaram a sorrir, o que não durou muito tempo porque elas sabiam que ainda estavam em problemas, mas um peso enorme havia deixado seus ombros.

— Muito obrigada, Sr. Reynolds. Eu falo por mim e pelas meninas que a gente se arrepende muito do que fizemos e jamais isso irá se repetir. — Beth falava em reverência a Darvin. Bella e Bailey balançaram a cabeça em concordância.

— É claro que isso não irá se repetir. — Finn falou e as meninas encolheram.

— Iremos resolver isso. — Puck emendou.

— Meninas, só quero que isso não se repita. — Darvin voltou a falar — Poderia ser uma pessoa muito pior no meu lugar que não hesitaria nem um pouco em continuar a denúncia. Eu só tomei minha decisão porque eu sei o que é um desejo e que vi isso nos olhos de vocês três enquanto estavam em minha loja. Mas será inaceitável uma segunda vez. Em qualquer lugar que vocês forem.

— Sim, senhor. — as três falaram em uníssono.

— Bem, então essa é a minha deixa. — Darvin se ergueu de sua cadeira e se aproximou dos oficiais — Deixem que seus pais resolvam isso. Elas já estão em problemas o suficiente com eles.

Em seus lugares, Beth, Bella e Bailey voltaram a baixar a cabeça sob os olhares de Finn e Puck. Os pais estavam aliviados que Darvin retirou a queixa e eles podiam seguir dali sem maiores preocupações, mas isso não retirava o fato que as três haviam desobedecido as regras. E isso merecia consequências.

Eles tiveram que se dividir em dois táxis para voltarem ao hotel. Puck foi em um com ambas as filhas e Finn pegou outro com um Nate e uma Bella em muitos problemas. Quando eles finalmente entraram no quarto, Finn suspirou e se virou para seus dois filhos silenciosos à espera de instruções. Ele quase sentiu pena deles.

Quase.

— Nathan, eu quero que você vá tomar um banho para tirar essa roupa molhada. Quando terminar, eu quero que você permaneça no banheiro até segunda ordem. Você entendeu?

— Sim, senhor.

O garoto não precisava ser mandado duas vezes. Agarrou uma muda de roupas limpas de sua mala e quase correu para o banheiro, fechando a porta e passando a chave no processo. Finn olhou para sua filha em pé no meio do quarto, com a cabeça baixa e as mãos a sua frente enroladas uma na outra. Finn percebeu que ela havia começado a chorar de novo. Ele se mudou para a cama e se sentou na beirada.

— Venha aqui, Bella.

A menina se aproximou cautelosa e nem sequer levantou os olhos. Finn a posicionou de pé entre seus joelhos e pegou as mãos dela nas suas próprias.

— Déda, me desculpe-

— Eu vou falar agora, Boo. E então depois eu deixo você se explicar. — a menina apenas assentiu. Finn colocou a mão sob o queixo dela e a fez encará-lo — Quero que olhe para mim enquanto eu falo. O que fez hoje foi completamente errado, Isabella Mary, e eu não vou tolerar o seu comportamento. Você cometeu um erro a partir do momento que você achou que podia deixar esse hotel sem permissão, então você e as meninas saíram pela cidade, mesmo quando dissemos que vocês não podiam por conta própria, e depois invadiram uma propriedade privada.

Bella ia abrir a boca para argumentar, mas sabiamente balançou a cabeça e apenas ouviu seu pai.

— Tudo estava errado. Muita coisa poderia acontecer com vocês e tio Puck e eu não saberíamos onde encontrá-las. Eu tenho um motivo para querer saber onde você e seu irmão estão o tempo todo, para que eu possa agir caso algo aconteça. Nós não estamos em Boston, querida, aqui não é igual lá. E mesmo lá, sua mãe e eu não deixamos vocês fora de nossas vistas por muito tempo. A gente têm um motivo e nós gostaríamos que vocês seguissem as regras, por amor à vocês. Você consegue me entender?

— Sim, Déda. — fungou — Eu sinto muito.

— Eu sei que você sente, Boo. Eu acredito em você.

— M-mas você está i-irritado.

— Não, eu não estou mais irritado. Eu estava no começo, mas agora não. Eu estou apenas chateado.

Bella chorou mais com a revelação de Finn, o que o fez apertar as mãos dela mais forte.

— Você está chateado comigo. Eu sinto muito, Déda.

— Não, Boo. Eu não estou chateado com você, eu estou chateado com o seu comportamento. O que fez foi errado, Bella. E suas ações têm consequências. Você sabe por que está errada?

— S-sim. Eu desobedeci você e o tio Puck e eu saí por aí sozinha, o que eu sei que não devo porque é uma regra sua e da mamãe; e eu entrei num lugar sem permissão e fui parar na delegacia.

— Boa menina. — Finn se deixou sorrir — Você quer me dizer porque você fez tudo isso?

Bella assentiu e Finn esperou que ela tomasse o tempo dela.

— Eu não queria no início, Déda. Beth veio com a ideia de sairmos para comer, Bailey estava com fome e eu também estava e você e tio Puck estavam demorando a voltar com o Nate. Eu não achei que era uma ideia ruim depois, a gente ia voltar antes que vocês chegassem aqui.

Bella achou que deveria dizer tudo, não era boa hora para mentir.

— Então vocês também pensaram que era uma boa ideia nos enganar? — Finn ergueu uma sobrancelha.

— Sinto muito, Déda. Eu não estava pensando. Na hora não pareceu uma ideia ruim — Bella soltou uma de suas mãos e limpou o rosto e o nariz — Eu estou arrependida, eu prometo. Eu nunca mais vou errar de novo.

Finn riu e ergueu suas próprias mãos para secar as lágrimas da filha.

— Meu amor, não diga que você não irá errar de novo, eu sei que você vai. Isso é ser humano, Boo, a gente comete erros. Mas a gente tem que entender que a partir de nossos erros têm consequências. Você entende?

— Sim, Déda.

— Muito bem. Eu estou feliz que você entende que errou e que será punida por isso. — Bella estremeceu levemente e Finn quis sorrir com a reação. Treze anos e isso nunca mudava. — Eu te amo, Boo. E nada nunca vai mudar isso.

— Eu também te amo, Déda.

— Agora vamos resolver logo isso. Assim que terminarmos, você está livre e sem culpa.

Bella assentiu. Ela já sabia como funcionava. Isso acontecia desde que ela era uma garotinha e mesmo ela não gostando, no final seu Déda ou sua mãe iria abraçá-la e ficar com ela até que seu choro parasse.

Finn a puxou delicadamente até que ela estava deitada de bruços sobre seus joelhos e respirou fundo antes de descer a mão em velocidade sobre seu traseiro coberto. Bella começou a chorar mais intensificadamente e não protestou enquanto recebia a palmada sobre seu comportamento.

— Me desculpe, Déda. Eu sinto muito. — Bella gritou em suas lamúrias — Ai!

Finn deixou mais alguns tapas doloridos antes de mover Bella para que ela se sentasse em seu colo, a balançando lentamente e acariciando suas costas.

— Está tudo bem, Boo. Já acabou. Você está livre de sua punição agora. — Finn sussurrava para acalmar seu choro alto.

Bella chorou por mais alguns minutos até que finalmente adormeceu nos braços de seu pai. Finn se levantou e a colocou delicadamente na cama, puxando as cobertas e a cobrindo, depois deu um beijo em sua têmpora e acariciou sua cabeça por alguns segundos. Ele detestava essa parte da paternidade, mas sabia que era necessário para educar seus filhos e para eles saberem que as ações têm consequências. Eles sentiriam a picada dos tapas, mas aquilo deixaria a lembrança para uma atitude futura.

Finn suspirou e foi até a porta do banheiro. Era hora de disciplinar outro filho.

Na manhã seguinte, os seis se encontraram no restaurante do hotel e Puck e Finn observaram como os quatro adolescentes tiveram dificuldades de se sentar confortáveis nas cadeiras acolchoadas. Ninguém ousou comentar nada sobre aquilo, eles haviam aprendido a lição e, mais importante, sabiam que seus pais ainda os amavam mais do que qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo rendeu foi tempo, viu? Eu estou exausta depois dessas mais de 5 mil palavras, e eu espero que vocês gostem do capítulo. Mais uma vez, peço que deixem comentários sobre sua opinião. Eu gosto de saber o que meus leitores acham. Qualquer dúvida ou posicionamento sobre questões tratadas no capítulo eu irei responder de boa vontade. Lembrando que opinião cada um tem a sua, e mesmo que não concordem com algumas atitudes, temos que respeitá-las, certo?

Nos vemos no próximo extra :)



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