Remember Me - Extras escrita por mywriterside


Capítulo 10
X. Crescendo rápido


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, mais um capítulo para os meus amados. Diferente do capítulo anterior, aqui nós voltamos em um tempo onde Finchel só tem dois filhos ainda. E aqui teremos um ponto de vista diferente também.

Leiam e se deliciem.



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Acordei para o despertador se esgoelando na mesinha de cabeceira às 06:00 da manhã. Gemi, esticando um braço para para-lo e senti Finn se mexer em seu sono ao meu lado.

— Não é possível que já amanheceu, acabamos de deitar.

Soltei uma risada preguiçosa ainda de olhos fechados e me virei um pouco, tocando seu braço.

— Temos que nos levantar. Há uma rotina a cumprir a partir de agora.

Ele se moveu novamente, dessa vez passando um braço por minha cintura e se acomodando em minhas costas.

— Nós não precisamos se não quisermos. Vamos apenas fingir que o mundo não está acontecendo lá fora.

— Finn! — bati em sua mão — É assim que quer começar no primeiro dia de aula do seu filho?

— Ele está dormindo como um anjo, não vamos perturbar o monstro.

— Ele está falando disso a semana toda, amor. Seria injusto com ele.

— Rach, ele mal lembra o que fez ontem...

Revirei os olhos.

— Não importa. Isso não está nos fazendo perder todo o dia aqui. — dei tapas em seu braço para que ele se afastasse — Anda, eu preciso levantar e me preparar para o dia.

— E se eu não deixar? — senti seu aperto aumentar.

— Amor, eu juro que eu também gostaria de ficar aqui com você e as crianças, mas isso não será possível hoje. Sinto muito, querido.

Ouvi seu resmungo ininteligível e sorri quando ele me libertou. Me sentei na cama esticando o corpo e levantei calçando os chinelos. Um novo começo estava vindo a partir de agora.

Enquanto tomava o primeiro banho daquele dia, os pensamentos me invadiram. Caramba, há quatro anos eu estava assustada dando à luz meu primeiro filho e hoje ele estava finalmente começando no jardim de infância. O tempo voou e isso estava começando a me deixar melancólica conforme a ficha ia caindo. Quatro anos! O meu bebê estava começando sua vida acadêmica a partir de agora e conviver com novas pessoas e passar mais tempo longe de mim e Finn. E ele estava tão esperto e levado. Meu pequeno príncipe.

Me vesti casualmente com jeans de lavagem escura e uma camiseta simples. Sim, quando você vira uma mãe você aprende que nem sempre se vestir bem vale a pena, principalmente porque você terá seu vestido ou saia fora do lugar adequado e poderá ocasionalmente mostrar o que não deve ao mundo. Outra coisa é que cores escuras viram suas melhores amigas. Quando se vira uma mãe você paga alguns preços.

Hoje e para o resto da semana eu estava ficando fora do trabalho para o período de adaptação. Normalmente as pré-escolas pediam isso para que a criança não ficasse longe da mãe ou do pai de repente, era uma mudança muito grande e um grande passo na vida de uma criança. Ora, era seu primeiro dia de aula! Era importante o suficiente para todo o resto da vida. Finn e eu havíamos conversado e decidimos que eu ficaria toda a semana com ele lá, e aos poucos eu ia saindo. Nos dois primeiros dias eu ficaria durante todo o período e no resto da semana eu sairia mais cedo, voltando para busca-lo horas mais tarde. Veríamos como ele se sairia nesse meio tempo e se não funcionasse, então saberíamos que não era sua hora ainda. Mas estávamos esperançosos, Nate era uma criança energética e tínhamos certeza que na escola ele poderia liberar toda a energia que ele guardava dentro de seu corpo miúdo.

Finn terminou de se vestir para o trabalho e desceu para começar o café da manhã enquanto eu me encarreguei de acordar Nate e ajuda-lo a se vestir. Outra coisa era que meu pequeno homem estava começando sua independência, ele não deixava muito que seu pai ou eu o ajudássemos a se vestir ou escovar os dentes ou amarrar os tênis, e eu estava tão orgulhosa disso. Claro que supervisionávamos, mas saber que ele sentia a liberdade e satisfação de conseguir fazer por ele mesmo era gratificante para uma mãe. Adentrei seu pequeno mundo verde com tema de dinossauros e monstros e sorri para sua pequena figura esparramada entre uma bagunça de lençóis e pernas e braços. Estava tão parecido com o pai que meu peito se enchia de amor a cada dia por aquele que não só carregava metade de mim, mas meu coração por completo, um menino sapeca porém doce e inteligente. Eu não cansava de admirar o sono dos meus filhos.

Me aproximei da cama e ajoelhei ao seu lado, correndo os dedos pelas suas madeixas claras e sorrindo com seu rosto imprensado contra o colchão, fazendo seus lábios entreabrirem e o som de seu ronco baixo deixar por suas narinas. Aos poucos ele se mexeu e franziu o rosto em uma careta, virando para o outro lado e me dando as costas com um resmungo insatisfeito.

— Ei, grande homem. Hora de acordar. Abra seus lindos olhos para a mamãe.

— Mamãe? — ele virou a cabeça me olhando com apenas um olho aberto.

— Hey, bom dia, luz do sol. — me inclinei beijando sua cabeça enquanto ele se espreguiçava com um bico.

— Bom dia. Hora de acordar?

— Hora de acordar. — confirmei me pondo de pé novamente.

Ele ainda se esticou e soltou um longo bocejo antes de largar seu cobertor de dinossauros e se sentar, a expressão ainda meio dormida e um adorável caso de cabelos bagunçados de sono. Dei outro beijo no topo de sua cabeça e fui para seu armário pegar um par de roupas para o dia.

— Eu posso usar minha roupa de Sulley? — ouvi ele perguntar de sua cama.

— Hmm, eu acho que não. Vamos colocar a camiseta com o Mike na frente, que tal?

— A verde?

— Isso mesmo! — sorri para meu menino esperto.

Puxei a amada camiseta verde do cabide e peguei um par de bermudas de brim, meias e cueca e coloquei tudo em cima da cama, depois fui para o banheiro com Nate e pude banha-lo sem problemas porque ele estava com sono demais para protestar. Deixei-o descer as escadas para encontrar Finn, enfatizando para segurar no corrimão, e fui acordar meu outro bebê dorminhoco e manhoso. Bella estava igualmente esparramada em seu berço, a chupeta frouxa entre os lábios entreabertos, sua camisetinha torta deixando a barriga e a fralda exposta, os cabelos escuros caindo sobre seu rosto tranquilo em um sono pacífico, dava até pena de acordar. Minha pequena princesa prestes a completar dois anos estava tão grande. Quando foi que o tempo passou tão depressa?

— Boo, hora de acordar. — a balancei levemente e comecei a escutar o choramingo manhoso. Seus olhos tremeram antes de abrirem completamente e ela me fitou — Bom dia, flor do dia.

— Mama. — ela esfregou os olhinhos com o punho e esticou os braços para que eu a pegasse.

A levantei nos braços e imediatamente ela deitou a cabeça em meu ombro, fazendo charme.

— Parece que tenho uma menina preguiçosa hoje, uh? Se anime, hoje é o grande momento do irmão.

Imão? Nate?

— Isso mesmo, garotinha esperta da mamãe. — fiz cócegas em sua barriga e ela se contorceu rindo.

Fiz um rápido trabalho em trocar a fralda e pôr uma roupa em Bella e ainda arrumar sua bolsa de fraldas para o dia na casa da babá. Desci as escadas com ela em meu quadril e a bolsa pendurada em meu ombro e fui encontrar meus dois homens na cozinha. Nate ocupava uma cadeira na mesa e comia uma tigela de seus cereais favoritos assistindo Vila Sésamo. Bella se animou quando viu o desenho e riu batendo palminhas e balançando o corpo com a música infantil quando a coloquei em sua almofada sobre outra cadeira. Finn me estendeu uma recém feita xícara de café e eu lhe agradeci com um beijo.

— Então, carinha. Animado para o primeiro dia de aula? — Finn perguntou quando nos sentamos para comer.

— Sim, Déda. — Nate respondeu, entusiasmado.

— Você terá um ótimo dia. A escola é um lugar legal, pode ser chato às vezes, mas-

— Finn!

— Tudo bem, Nate. A escola pode ser bem divertida.

— Vocês vão estar lá comigo? — ele perguntou, de repente inseguro.

— Mamãe vai ficar lá com você o tempo todo hoje, querido. — respondi carinhosamente, acariciando sua bochecha.

— Você promete?

— Prometo.

Terminamos o café da manhã e minutos depois estávamos saindo de casa. Coloquei Bella em sua cadeirinha enquanto Finn prendia Nate em seu assento de elevação, logo dirigindo para a casa de Vicky, a babá das crianças. Saí do carro quando ele estacionou em frente à casa mediana e peguei minha filha no banco de trás enquanto vi a mulher parada na varanda esperando por nós duas.

— Hey, Rachel. Animada para o primeiro dia? — Vicky me perguntou divertida quando lhe passei o saco de fraldas.

— Nem me fale. Estou uma pilha de nervos, talvez mais que ele.

— Você supera essa. — ela me piscou um olho e tomou Bella para seu colo — E como vai essa garotinha essa manhã?

Bella amava Vicky, graças à Deus. Isso ajudava para não ser uma luta a cada manhã em deixá-la aqui para que pudéssemos trabalhar. E agora principalmente porque de agora em diante ela não teria o irmão para lhe fazer companhia.

— Bom, vou indo. Ainda tenho um menino nervoso no banco de trás.

— Boa sorte para o nosso garoto. Estarei torcendo por ele. — Vicky sorriu, era um amor — Dê tchau para a mama, Boo.

Bella balançou a mão no ar e eu lhe soprei um beijo, indo de volta para o carro. Finn buzinou duas vezes acenando para Vicky e então deu partida no carro.
Quando estacionamos em frente à pré-escola, imediatamente milhões de vozes diferentes foram ouvidas. Olhei para Nate no banco de trás e vi meu filho torcer as mãos no colo enquanto espiava pela janela. Ele estava esperando por hoje como a vida dele, mas eu entendia o nervosismo, era um mundo novo para ele e a necessidade de ser aceito tomava o melhor dele. Por mais que ele tivesse só quatro anos, ele sabia o que queria e como às vezes nem tudo é como queremos ou esperamos. Finn e eu vínhamos conversando com ele desde que decidimos que era a hora para o jardim de infância e explicamos como tudo funcionava por aqui. Ele, é claro, havia ficado animado com a possibilidade de conhecer novas crianças e ter mais amigos para brincar, mas sabemos que na teoria é sempre mais fácil, eu sabia como a escola poderia ser assustador às vezes. Nate estava acostumado a ficar sem mim ou Finn quando estava na casa de Vicky, mas agora era diferente. Eu só torcia para que eu tivesse preparado meu primogênito para enfrentar essa nova etapa e, principalmente, que eu tivesse preparada para vê-lo caminhar sozinho.

— Bem, aqui vamos nós. — falei finalmente soltando meu cinto e saindo do carro.

Finn me imitou e ele mesmo abriu a porta de Nate e soltou o cinto, o tirando do veículo junto com sua mochila nova dos Monstros S.A.. Ele fechou a porta e se abaixou em frente ao filho, ficando olho no olho com ele.

— Você vai se divertir muito, amigo. Eu prometo isso à você. E a mamãe vai estar lá o tempo todo com você se você precisar dela.

— Eu tô com medo, Déda. — ouvi ele falar baixinho.

— Ei, não precisa ficar com medo. — Finn falou calmamente e eu senti meu coração apertar — Sabe de uma coisa? Eu coloquei o Boris na sua mochila, se você sentir medo pode abraçar ele.

— Eu quero ele agora.

Finn sorriu e beijou a cabeça do menino antes de mexer na mochila e tirar um dinossauro verde de pelúcia, entregando-o para Nate, que agarrou com força.

— Tudo bem, é hora de ir. — Finn ficou de pé e veio até a mim com Nate. Ele me beijou em despedida e sorriu — Boa sorte.

— Obrigada, amor. Acredite, eu estou mais nervosa que ele.

Peguei a mochila e a mão de Nate e nós vimos Finn acenar entrando no carro, Nate acenou de volta com o braço que segurava o brinquedo. Quando ele se foi, apertei a mão do meu filho e comecei a caminhar para dentro da escola. Havia diversas crianças correndo e rindo alto e outras mais acanhadas tentando se esconder em suas mães e pais, assim como Nate fazia em mim. Com a mão livre esfreguei confortavelmente as costas dele enquanto andávamos para dentro de uma casinha colorida com portas de vidro.

Quando encontramos a sala de aula, uma mulher simpática e jovial nos recebeu na porta com um sorriso gigantesco e se inclinando um pouco com as mãos nas coxas.

— Olá, bem vindo à classe. Qual seu nome, docinho?

Nate se enfiou mais atrás das minhas pernas e apertou o brinquedo de pelúcia contra o rosto, se escondendo. Sorri de volta para a mulher e lhe dei um olhar de desculpas.

— Esse é o Nathan. Ele está um pouco nervoso.

— Oh, não há problema em ficar nervoso, Nathan. Deixa eu me apresentar primeiro então, talvez assim você fale comigo. Eu sou a sua nova professora, meu nome é Bethany Fitzgerald, é um pouco difícil, não é? — ela fez uma careta engraçada tentando chamar a atenção de Nate, que enfim mostrou os olhos encarando sua professora — Hmmm, que tal se você pudesse me chamar Srta. Fitz? Soa bem? — olhei para Nate e senti ele assentir minimamente — Ótimo. Então estamos combinado. Você quer entrar e se sentar conosco, Nathan?

Nate espiou dentro da sala de aula e viu outras crianças com seus responsáveis.

— Mamãe pode ir comigo? — ouvi ele murmurar.

— Oh, ele fala. — Srta Fitz fingiu espanto e depois sorriu — Mas é claro que sua mamãe pode ir com você, se isso te faz se sentir melhor.

Ele balançou a cabeça e agarrou minha mão novamente, entrando na sala. Escolhi uma cadeira minúscula e me sentei, Nate rapidamente se acomodou no meu colo.

— Está tudo bem, querido. — falei em seu ouvido enquanto esfregava seus braços suavemente.

Vimos a professora então ficar na frente da turma e sorrir.

— Bom dia, classe. Eu sou a Srta. Fitz e a nova professora de vocês. Nós temos um ano bem longo pela frente e cheio de diversão. Alguém está animado? — vi algumas poucas crianças levantarem as mãos animadamente, outras estavam mais acanhadas como Nate — Bem, parece então que será mesmo um ano divertido. Vamos começar com apresentações. Alguém gostaria de falar seu nome, quantos anos tem e qual o seu desenho favorito?

O dia passou calmamente conforme aos poucos Nate ia se soltando. Foi difícil fazê-lo falar em frente à classe, mas no final ele conseguiu sussurrar respondendo as perguntas da Srta Fitz. Ela era uma moça bem jovem e muito paciente, e ela imediatamente amou cada um de seus alunos. Era uma turma pequena de dez alunos entre quatro e cinco anos, e eu vi Nate se sentar com um menino de pele morena quando chegou a hora de desenhar e os dois conversaram enquanto desenhavam seus dinossauros assustadores, e eu no mesmo instante entendi o que havia chamado a atenção do meu filho: a paixão por dinossauros. Boris havia até sido esquecido no meu colo enquanto eu me sentava com outras mães com uma xícara de café.

Na hora da saída, Nate se despediu de seu novo amigo, Kieran, e nós caminhamos juntos até em casa, que não era muito longe, com ele saltitando pela calçada enquanto eu segurava sua mão.

— Então, o que achou da escola?

— Eu amei, mamãe. Kieran é meu novo amigo e ele também gosta de dinossauros. E eu gostei de desenhar com o giz de cera, mamãe. Podemos voltar, mamãe, por favor?

Eu ri da animação dele e me abaixei, lhe dando um beijo forte na bochecha.

— É claro que podemos voltar. Você está indo para a escola todos os dias a partir de agora. Bem, menos nos fins de semana. Agora vamos nos apressar para pegarmos Bella na Vicky e começarmos a preparar um jantar bem gostoso para quando Déda chegar, que tal?

— Sim!

Na hora do jantar, eu observei enquanto ajudava Bella a se alimentar como Finn e Nate interagiram e conversaram animadamente sobre a escola. Meu menino contava tudo entusiasmado e como ele havia ficado com medo no começo, mas depois como ele havia se divertido. Finn parecia em êxtase, assim como eu e, mais do que isso, orgulhoso.

E eu, eu só tinha um questionamento: onde o meu pequeno bebê havia ido?


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Notas finais do capítulo

Então? Que tal vocês me dizerem o que acharam dessa nova etapa na vida do nosso pequeno Nate? E essa mamãe que tem dificuldades em cortar o cordão umbilical, hein?

Espero que tenham gostado e milhões de beijinhos a todos vocês ^u^



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